Destaques

terça-feira, agosto 05, 2008

No butiquim da Política - Democrata ou profissional?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

CLÓVIS MESSIAS*

Pra enfrentar algumas eleições, só mesmo de cara cheia. O duro é passar pelo comando de trânsito na hora de ir embora. Mas vale a pena o "barato". A bancada estadual do PT é a que tem maior numero de candidatos a prefeito, entre os partidos que compõem a Assembléia Legislativa. Concorrem a prefeituras 8 dos 20 parlamentares petistas. A bancada tucana, formada por 21 deputados, tem 6 candidatos. Mas o que incomoda, mesmo, é estes parlamentares falarem que, não tendo chances de se elegerem, pelo menos ficarão com seus nomes em evidência. Um ou outro freqüentador do buteco pergunta: "-Que ferramenta eles usam nesta bancada que vocês estão falando?". E eu: "-Ah....é...". Ficou sem resposta. Até então, não tinha percebido que ser político, para alguns, é considerado profissão.

Mais interessante ainda: eles não têm data-base para reposição salarial. Ainda mais: as disputas para composição do salário não vão parar no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). É debate do eu com o eu mesmo. É discussão em causa própria. No butiquim, esses caras têm mania de se meterem em tudo. Não percebem que tem candidato que foi convocado para a causa cívica, em defesa da democracia. O horário eleitoral é gratuito. As despesas do candidato, quase sempre, são pagas por empresários, não menos democráticos. Os candidatos deputados que não ganharem a próxima eleição, permanecem onde estão, recebendo os salários pagos pelo povo do Estado de São Paulo. Que patrão bom este tal povo! Dá salários, escritórios políticos, funcionários, condução, auxílio-paletó, auxílio-moradia na capital do Estado. Tudo aguardando, apenas, o grande gesto democrático: o voto.

Mas as coisas não param por aí. Proporcionalmente, segundo o número de deputados por bancadas partidárias, o PSOL e o PSB lideram o número de candidatos. O PSOL tem dois deputados, um concorre a prefeito e o outro a vice-prefeito, em cidades diferentes. Já o PSB tem quatro candidatos a prefeito, numa bancada de cinco parlamentares. É difícil, mas a democracia impõem estes tipos de sacrifícios a alguns políticos. Olha, se virou profissão, é porque você, eleitor, dá o aval quando vota nestas pessoas.

Por favor, desce mais uma cerveja e marca na conta. Esse papo me secou a boca. E os bolsos!

*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

3 comentários:

Anselmo disse...

Perseguição ao Psol e ao PSB! hehe...

Agora, o horário eleitoral gratuito é melhor do que o horário pago. E, por outro lado, os partidos também contam com recursos do fundo partidário, quer dizer, usam dinheiro público garantido por lei. Quer dizer, nem só de dinheiro de empresário (não falei de caixa 2) vivem os candidatos.

Glauco disse...

Viva a democracia!

Marcão disse...

Vou passar a usar paletó pra ver se ganho algum auxílio. E o pior é que o paletó desses deputados passa a maior parte do tempo enfeitando a cadeira vazia...