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terça-feira, agosto 25, 2009

Governo malaio quer evitar que modelo seja vergastada por ter bebido cerveja

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Claramente preocupado com a imagem da Malásia no exterior, o primeiro-ministro daquele país, Najib Razak (à esquerda), incitou hoje a modelo muçulmana Kartika Sari Dewi Shukarno, de 32 anos (abaixo), a recorrer da sentença que a obriga ser vergastada com seis bengaladas por ter sido flagrada bebendo cerveja num hotel, em 2007. As autoridades religiosas da Malásia adiaram ontem a execução da sentença até ao fim do mês sagrado do Ramadan, recém iniciado. Kartika Shukarno também foi multada em 5 mil ringgits malaios (cerca de 1.000 euros). E não só não recorreu como até disse que gostaria que a pena fosse executada em público, para toda a gente ver como é que no seu país se trata uma cidadã muçulmana que se atreve a ingerir álcool. O primeiro-ministro garantiu que não vai interferir nos tribunais religiosos que aplicam a sharia (lei islâmica), paralelos aos tribunais civis, mas observou que há formas para Kartika recorrer da brutal sentença.

"Creio que as autoridades em causa são sensíveis a esta matéria e que compreendem as implicações do caso. Acho que a pessoa em causa deveria recorrer para as autoridades estatais e não estar tão disposta a aceitar o castigo", acrescentou o chefe de Estado. Os críticos desta espécie de castigo dizem que o caso ameaça prejudicar a imagem internacional da Malásia. Segundo a Anistia Internacional, mais de 35 mil pessoas foram vergastadas ou chicoteadas naquele país, desde 2002 (veja exemplo na foto abaixo) - a maioria, frisa a Anistia, imigrantes em situação irregular. Os muçulmanos constituem 60% dos 27 milhões de malaios e estão proibidos de ingerir álcool. Só estão liberadas as comunidades de etnia chinesa e indiana.

5 comentários:

Glauco disse...

Se a moda pega...

Olavo Soares disse...

Difícil interpretar esse caso. Se o "Ocidente" não intervém, é omisso; se mete as caras, "está interferindo em questões locais, desrespeitando as tradições regionais, expandindo os tentáculos do imperialismo ianque e...".

Não sei o que opinar, sérião.

Saulo disse...

Se tivesse isso no Brasil ia morrer quase toda a população.

Nicolau disse...

Então, a questão é complicada mesmo, ainda mais porque, pelo que euntendi, a moça acha que fez algo errado e merece essa punição. Acho que que aí é questão de liberdade religiosa, como um caso que me lembro de ter visto de uma meninas que brigaram pelo direito de usar véu numa escola num país europeu, acho que na França. Não que punições físicas públicas não me incomodem, mas enfim, citando o poeta, cada um cada dois. Só cabe lembrar de não ir à Malásia enquanto não parar de beber.

Nicolau disse...
Este comentário foi removido pelo autor.