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quinta-feira, setembro 23, 2010

Happiness is a stoned fly

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Tenho especial apreço por aqueles butecos que, de tão acolhedores, os clientes habituais não se importam muito com a higiene e, justamente por isso, acabam dando apelidos carinhosos ao local, como "Sujinho", "Porquinho" etc. Alguns ficam até conhecidos pelos animais insólitos que às vezes dão as caras no bar, como o "Minhoca's" (por causa de uma larvinha flagrada em uma cuia de feijão) e o "Moskão" (devido aos insetos sobrevoando os salgados, na estufa). É por isso que não gosto de comer em butecos. Como diz o meu pai, lugar de comer é em restaurante, bar é lugar pra beber. Pois outro dia eu estava lá na Urca, no Rio de Janeiro, e paramos para uma Skol gelada (carioca odeia Brahma) num buteco frequentado por universitários. E que, não sei se pela fumaça de "mato" queimado que eventualmente surge no bar, recebeu o simpático apelido de "Mosca feliz". Fiquei freguês!

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

A propósito, não tem propósito

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Traçando um bife à cavalo com batata frita num sujão da vida (sujinho é buteco fresco), o nome do prato me lembrou "O rancho da goiabada", composição de Aldir Blanc e João Bosco imortalizada por Elis Regina. Vai daí, uma memória puxa outra e me veio à mente uma paródia que fiz dessa música, em 2005, quando conheci quase todos os manguaças e colaboradores que fazem esse blogue. Tem piadas internas, nomes próprios e de bares, situações e bizarrices que só a coletividade poderá identificar, mas serve como registro de uma fase pré-Futepoca - que surgiu, também, como extensão das noitadas de bar e dos "debates" que elas provocavam entre os membros desse grupo e outros frequentadores do Bar do Vavá (foto), Moskão, Minhoca, Primus, 666, Padrogas, Sinuca, Seu Nenê e outros fóruns não menos adequados. Quando, muitas vezes em uníssono, entoamos essa "canção". Peço perdão pelos palavrões, mas quis manter o "espírito" original (sem confundir com a cerveja). Vamos a ela:

O RANCHO DA MANGUAÇADA

Os jornalistas, quando tomam
Umas birita, espantando a moleza
Sonham com o Bar do Vavá, o Minhoca e a Sinuca
Mas tem certeza
Que é só ligar pro Moskão
Que vem cerveja
Depois costela, salsicha e o cigarro da estagiária
Chamada Leonor
Ou Bruna Rosa...

Pensar
Na porra do texto que o cliente quer
E que só nos adia o bar
Onde os açougueiros se encontram
Cantando a Moscuda pra poder suportar, ai

Mas os clientes, persistentes, são carniça
São uns veados, são dementes, vigaristas
Cabaços, muquiranas, animais, todos pirados
Pedindo e cobrando a pica do texto
E só aumentando a azia
Dos jornalista embriagado

quinta-feira, outubro 11, 2007

Crise no São Paulo

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A constatação do título não é minha, mas sim do já referido Cidão, também conhecido como "sãopaulino maluco". Ontem, o mesmo estava palestrando no tradicional 666, estabelecimento etílico e reduto tricolor em Pinheiros. Instado a dissertar sobre a derrota de seu time para o Milionários, o doutor em ludopédio não se furtou a fornecer pérolas de sabedoria para incautos amadores.

Segundo ele, "os reservas querem derrubar os titulares. Ninguém se entende ali". Questionado a respeito da lógica dos reservas, para derrubarem os titulares, resolverem perder uma partida, Cidão foi enfático: "Aquilo ali é uma bagunça. Crise no São Paulo!".

Também analista político, Cidão comentou a inserção chinesa no Brasil, que já estaria afetando o mercado de comercialização de utensílios de cozinha, seu ofício. A culpa, obviamente, seria do governo Lula. "O Lula tá negociando com os chinas e eles tão tudo entrando aqui. Isso é um absurdo!", praguejou. Mas ele fez questão de sublinhar a resistência contra os invasores estrangeiros. "Aqui em Pinheiros eles não entram. Aqui é Cidão, aqui quem manda é brasileiro!".

Mais São Paulo

O também sãopaulino Vavá, dono de outro estabelecimento voltado para o etilismo na Zona Oeste de São Paulo, descobriu a causa da derrota do Tricolor para o Corinthians. "Vocês não viram que os jogadores do São Paulo caíam sem ninguém tocar neles?", questionou. "Isso é trabalho, coisa feita. O Luxemburgo usava do mesmo expediente quando era treinador do Corinthians". Braba essa macumba...

*****
No mesmo 666, a reportagem do Futepoca recebeu uma denúncia de discriminação. Consta que no domingo, o dono do bar, empedernido tricolor, se revoltou contra torcedores rivais que comemoraram o gol alvinegro, ameaçando fechar o local e colocar todo mundo pra fora. Teria chegado em uma cliente e gritado "Sua nóia, pára de gritar senão você vai sair daqui". A atendente do recinto, corintiana, diz que atualmente torce pro São Paulo, já que quando o Tricolor perde quem paga o pato é ela e os outros funcionários. Estava temerosa em relação ao dia de hoje.

*****

Mais uma vez, a mística do Minhoca, outro bar de Pinheiros, mais conhecido por membros desse blogue como o lugar em que quando se assiste um jogo do São Paulo, ele sempre perde, funcionou. Dessa vez, bastou cogitar passar no dito boteco que, três minutos após, o Tricolor tomou o gol.

sexta-feira, maio 11, 2007

"Você é bonito pacas!"

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O título poderia ser: "Nicolau é cantado no Minhoca em jogo do São Paulo", mas sensacionalismo e a prática trocadalhística não são compatíveis com este fórum.

Até porque o jogo era sensível: Grêmio e São Paulo. O preconceito contra os gaúchos e o sarro das torcidas de outros times paulistas contra o tricolores levava 85% das piadas a ter um único enfoque.

O cenário era o Minhoca, boteco da Teodoro Sampaio, zona Oeste de São Paulo. Nicolau, autor do Futepoca, esperava o conjunto dos manguaças que, trabalhando até as 22h, tinha perdido o primeiro tempo. A escolha do local, explicavam os ébrios, devia-se a uma feliz série de coincidências: todo jogo do São Paulo conferido no recinto não teve outro resultado que a derrota ou desclassificação do time do Morumbi. O Minhoca é pé quente.

Os três manguaças desceram no ponto de ônibus, caminhavam para o boteco aos 10 do segundo tempo. De longe, já identificavam o black power do quarto elemento, que conferia a sofrível pelada ao lado da porta. O Grêmio vencia por 1 a 0, para desespero da maioria sãopaulina presente. Apenas o Nicolau e dois outros embriagados desconhecidos faziam o trabalho de "secar" o time paulista.

— Catiça — esperneou um dos bêbados recém-chegados, num coro que seria repetido ainda algumas vezes na partida, num exercício de secagem que remonta aos tempos de quarta-série.

Logo ao chegar, reparei que um dos bêbados, o mais empolgado na torcida pelo Grêmio, olhava fixamente para a cabeleira do Nicolau, com uma ponta de indiscreta admiração. Para a cabeleira e para seu dono, é claro.

Como a partida não despertava interesse por seus lances, o cabra oscilava entre xingar o São Paulo (e seus torcedores, que só poderiam ignorá-lo sumariamente) e olhar pro Nicolau.

Quando já ficava constrangedora a situação, os dois resolveram ir embora. Ao passar pela mesa contígua à porta, o admirador não se conteve:

— Cara, você é bonito pacas! – lascou, olho no olho com o elogiado.

Perceba-se que o "pacas" é puro eufemismo narrativo.

Nicolau, sem saber como lidar com o assédio dos fãs e conhecedor das acusações de homofobia que recaíam sobre o Futepoca, ergueu as mãos aos céus, pedindo a Frei Galvão, São Martinho ou talvez até ao papa alguma ajuda.

— Não, posso falar, você é bonito mesmo — insistiu, quase irritado, ao perceber que não era levado a sério.

Em meio às gargalhadas dos outros manguaças – que viram até brincos nas orelhas do figura –, o corintiano amigo do admirador secreto (santista, segundo a mesma fonte), constrangido, quis inventar uma explicação para o súbito arroubo, anunciado pelos olhares continuados:

— Ele não é viado, não se preocupa... Isso é inveja de ter cabelo que a gente não tem.

O estado etílico não lhe permitia concatenar idéias nem palavras, mas o fã insistiu na cantada:

— Cara, ducarai esse cabelo... O black power, carai... Se você tivesse nos anos 70... Esse cabelo...

Arrastado pelo amigo corintiano, o cara saiu declamando loas a "tanta beleza que há no mundo". Os manguaças que ali estavam que confirmem (ou desmintam).


Adicionado cinco minutos depois...

Nego qualquer responsabilidade na operação.

quinta-feira, maio 10, 2007

Cabeça a prêmio

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Fiasco total: o São Paulo se apequenou de novo, perdeu ontem por 2 a 0 para o Grêmio, no Sul (foto), e está fora da Libertadores. Não vou comentar o jogo, especificamente - até porque, neste ano, já me acostumei com a idéia de que o Tricolor não vai ganhar nem par ou ímpar na saída de bola. Observo, aqui, a recorrente esquizofrenia da mídia esportiva (ah, a mídia esportiva!). Primeiro, endeusaram o Muricy Ramalho e o elenco do São Paulo, "o melhor do Brasil". Agora, pedem a cabeça do técnico, o mesmo que quase foi excomungado pela imprensa quando perdeu a Libertadores de 2006 e depois recebeu loas e mais loas com a conquista do Brasileirão. Esquecem os coleguinhas jornalistas, colunistas e palpiteiros remunerados que, mais do que o Muricy, o grande responsável pelos recentes fracasos foi o tal "melhor elenco do Brasil". O técnico pode até ter errado o esquema tático ou titubeado na escalação e nas substituições, mas com Jadílson, Hugo, Souza e Leandro sumidos em campo, não dá pra fazer milagre. Só que agora gritam "Fora, Muricy!" e repetem, com isso, o que fizeram com Leão: de gênio a imbecil em menos de um ano. No futebol de resultados, prazo de validade de treinador é menor do que de leite de saquinho.