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domingo, setembro 28, 2008

F-Mais Umas - Apagão vermelho

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CHICO SILVA*

Os poucos - mas fiéis - leitores que tenho já devem ter percebido que não sou dos admiradores mais fervorosos de Felipe Massa. Acompanho a F-1 desde 1980, ano em que o australiano rechonchudo Alan Jones (à esquerda) conquistou seu único título mundial, pela Williams, batendo Nelson Piquet e sua Brabham azul e branca na última prova da temporada, o GP do Canadá. Essa vivência me deu alguma rodagem para identificar num piloto traços que o diferenciem da manada. E quando olho para Massa, parece que falta alguma coisa.

Talento ele até tem. Mas acho que talvez lhe faltem a malandragem de um Piquet, a frieza de um Prost, a obstinação de um Senna, o arrojo temerário de um Mansell (à direita, os quatro juntos) ou a impressionante regularidade de um Schumacher. E, além dessas qualidades, todos que citei sempre tiveram a sorte como passageira no cockpit. E ela mais uma vez deixou Massa a pé.

Tudo bem que a culpa não foi dele. A perda da vitória no primeiro GP noturno da história da categoria, a prova número 800 da F-1, deve ser creditada exclusivamente à Ferrari. A Rossa teve um apagão na noite de Cingapura. A troca do velho e bom pirulito pelo complexo e ineficiente sistema de luzes que orienta o piloto na saída dos pit-stops apagou as chances de vitória do brasileiro. Apesar de estarmos falando de F-1, essa é a prova de que nem sempre inovação rima com êxito. Um erro inaceitável para uma equipe de ponta como a Ferrari é. Azar de Massa (acima, à esquerda), que viveu um verdadeiro pesadelo na noite asiática.

Não poderia terminar essa coluna sem falar de Fernando Alonso (à direita). Ele não é simpático, não se esforça para agradar ninguém e teve uma conduta questionável em seu duelo com Lewis Hamilton na McLaren em 2007. Mas o que ninguém pode negar é sua absurda capacidade de pilotar um carro de F-1. E essa capacidade ficou mais uma vez evidenciada no travado e ondulado circuito de Marina Bay. Pela primeira vez na temporada, o espanhol teve um carro com chances de vitória. Foi o que bastou para que ele brilhasse mais do que os não sei quantos lux que iluminaram a noite de Cingapura. Alonso mostrou a Lewis Hamilton, Felipe Massa, Robert Kubica e Sebastian Vettel o que separa os homens de meninos.

Sorte dessa turma que a Renault não foi o carro que o espanhol precisava. Se fosse, talvez o campeonato tivesse outros rumos. A três provas do final, Massa tem sete pontos para tirar de Hamilton. Se o fizer, calará a boca deste colunista. Mas, para isso, precisa buscar esse algo a mais que lhe falta e torcer para que o azar tenha se dissipado com os primeiros raios de sol da manhã em Cingapura.

*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

domingo, setembro 21, 2008

F-Mais Umas - Raikkonen turbinado

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CHICO SILVA*

A Fórmula-1 está às portas de um acontecimento histórico. No próximo final de semana, será disputada a primeira prova noturna da história da categoria. O palco da competição será Cingapura, ilha-estado espremida entre as gigantes Malásia e Indonésia, no Sudeste Asiático. Corridas disputadas à noite não chegam a ser novidade. Pilotos da MotoGP, Nascar e F-Indy já experimentaram a sensação de acelerar sob os efeitos da iluminação artificial. Mas, de toda a forma, será interessante ver Felipe Massa, Lewis Hamilton & Cia rasgando a noite asiática a 300 quilômetros por hora.

E eu estarei de olhos bem abertos em Kimi Raikkonen (foto acima). Nessa hora, o finlandês da Ferrari, que por seus gostos e hábitos é o piloto preferido desta coluna, costuma acelerar em outras pistas, digo, balcões. Fico imaginando a contrariedade do manguaça quando informado do horário da disputa, cuja largada está prevista para as 20hs locais. No Brasil, infelizmente, a prova começa, como sempre, às 9hs da manhã do domingo. Mas, como todo cachaceiro que se preze, creio que Raikkonen já esteja tramando algo para compensar as quase duas horas de bebedeira perdida.

Desconfio que a garrafinha de água que os pilotos levam no cockipit será abastecida com outros aditivos. Em decorrência do calor do lugar, que a noite costuma passar fácil dos 30 graus, a coluna sugere, além da vodca, o destilado favorito do cara, drinques que combinem com a temperatura da região, como caipirinha, dry martini e mojito. Só cuidado com o bafômetro...

Troque seu óleo composto por um "azeite de combate"
Em uma conversa com meu grande amigo e companheiro de copo, o também jornalista Eduardo Marini, estávamos lamentando a dificuldade de encontrar um azeite qualquer nos pés-sujos em que almoçávamos. Confesso que sou louco por esse divino suco de azeitona prensada. E, para a minha desilusão, os botecos são territórios dominados pelo chamado óleo-composto, aquele que vem com um 1% de azeite e 99% de óleo de soja. É o reinado do Maria (à direita), o mais famoso deles. Nada contra o simpático produto, que por anos irrigou as saladas lá de casa. Mas, de uns tempos para cá, os chamados "azeites de combate" - e nem estou falando de um badalado extra virgem da Toscana ou do Peloponneso - se tornaram mais acessíveis.

Os grandes atacadistas já dispõem de uma boa oferta de azeites de segundo escalão portugueses, argentinos e espanhóis. A diferença de preço diminuiu sensivelmente. Ao trocar o óleo composto por um azeite modesto, o dono do buteco, além de agradar a freguesia cotidiana, ainda poderia conquistar novos clientes, pois teria um algo a mais a oferecer em relação à concorrência. Deixo aqui meu apelo para os meus queridos Zés, Antônios e Raimundos. Façam as contas e entrem nessa campanha. Seus fregueses ficariam imensamente agradecidos.


*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

segunda-feira, setembro 15, 2008

F-Mais Umas - Aceleração precoce

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CHICO SILVA*

Grande Prêmio da Itália, lendário circuito de Monza. Desde que o mundo é mundo, uma multidão invade a pista para saudar o vencedor da mais tradicional das provas do calendário da Fórmula 1. No degrau mais alto do pódio, um emocionado alemão "rege" a orquestra que executa os hinos nacionais do seu país e da Itália, pátria sede de sua escuderia. Cena familiar, não? Porém, o protagonista não é o heptacampeão mundial Michael Schumacher, que, ao volante da italiana Ferrari, conquistou o recorde de cinco vitórias em um dos templos do automobilismo mundial. Ou será que é? Aos 21 anos, dois meses e 11 dias, Sebastien Vettel (foto acima), que sofre de aceleração precoce, tornou-se o piloto mais jovem da história a vencer uma prova da F-1. No sábado, já havia sido o mais novo da categoria a marcar o melhor tempo em um treino classificatório. Para completar a lista de recordes imberbes, Vettel é também o mais jovem a pontuar, feito obtido logo na sua estréia na categoria, no GP dos Estados Unidos do ano passado.

E o mais impressionante é que o alemão doma uma Toro Rosso, equipe que carrega a herança genética da Minardi, uma das maiores cadeiras elétricas da história da F-1. Para quem não se lembra, a Minardi foi uma equipe italiana que competiu por 20 anos e teve como maior feito liderar uma volta do GP de Portugal de 1989, pelos braços do barbeiro Pierluigi Martini (à direita). Ao encerrar suas atividades, em 2005, o time vendeu sua estrutura para a Toro Rosso de Vettel.

É claro que é cedo para saber qual será o futuro do pós-adolescente germânico. Mas em sua terra natal ele sempre foi tratado como o herdeiro natural de Schumacher. Tanto que por lá o chamam de Baby Schumi, referência ao apelido do ex-piloto. E, se comparados, os primeiros resultados de ambos mostram pequena vantagem para Vettel. Ele marcou pontos logo em sua estréia. Schumacher precisou de duas corridas para conseguir isso. O heptacampeão mundial esperou 41 provas para largar na pole position - se bem que, depois disso, fez tantas que quebrou o recorde de 65 poles que pertencia a Ayrton Senna (à esquerda). O Baby Schumi saiu em primeiro já em sua 24ª largada.

O jovem Schumacher (à direita), no entanto, levou vantagem no número de GPs disputados até para a primeira vitória. Ele conquistou triunfo inicial com 17 corridas, na Bélgica, em 1992. Vettel precisou de 24 GPs para subir ao lugar mais alto do pódio. Provando que está na trilha de Schumi, na semana que antecedeu ao GP da Bélgica, Vettel foi treinar de kart na pista onde o maior campeão da história da F-1 deu suas primeiras aceleradas, em Kerpen, cidade natal do clã Schumacher. Durante a prática caiu um temporal na pista. Para surpresa dos mecânicos, Vettel pediu para continuar andando com pneus para pista seca.

Já imaginava as condições climáticas das duas corridas seguintes, os GPs da Bélgica e da Itália. Deu no que deu. O campeonato deste ano está nas mãos de Felipe Massa (à esquerda), que fez outra corridinha meia-boca, e de Lewis Hamilton. Mas os próximos terão um outro candidato. E ele é loiro, fala alemão e tem pé pesado. Ao que parece, qualquer semelhança não será mera coincidência. Abaixo segue uma lista com os cinco pilotos mais jovens a vencer na F-1. E o que eles fizeram depois disso. Até a próxima!

Os cinco mais precoces
1- Sebastian Vettel (ALE), GP da Itália de 2008, com 21 anos, 2 meses e 11 dias - Segunda temporada na F-1. Personagem deste artigo;
2- Fernando Alonso (ESP), GP da Hungria de 2003, com 22 anos e 26 dias - Bicampeão mundial, atual piloto da Renault;
3– Troy Huttman (EUA), GP de Indianápolis de 1952, com 22 anos, 2 meses e 19 dias - Piloto da Fórmula Indy. Só entra nessa estatística porque, entre 1950 e 1960, o tradicional circuito fazia parte do calendário oficial da Fórmula-1;
4 – Bruce McLaren (Nova Zelândia, foto à direita), GP dos EUA de 1959, com 22 anos, 3 meses e 12 dias – Seu principal legado foi a fundação da equipe que leva seu sobrenome. Teve como melhor resultado um vice-campeonato na temporada de 1960, quando pilotava para a extinta Cooper;
5 – Lewis Hamilton (ING), GP do Canadá de 2007, com 22 anos, 5 meses e 3 dias – Piloto da McLaren e líder da temporada 2008 até aqui.


*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

segunda-feira, setembro 08, 2008

F-Mais Umas - Brasil x Grã-Bretanha: quinto round

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CHICO SILVA*

Como era de se esperar, a melhor pista do calendário proporcionou a mais emocionante – e imprevisível – corrida da temporada da F-1 até aqui. As curvas e retas da lendária Spa-Francorchamps (à esquerda), imortalizadas em "Grand Prix", filme de 1966 dirigido pelo estadunidense John Frankenheimer, garantiram um espetáculo que não terminou como de costume, na bandeirada final. Três horas após a eletrizante vitória de Lewis Hamilton, conquistada no braço após ranhida luta contra o ice-vodka Kimi Raikkonen, o inglês foi comunicado que ganhou, mas não levou. A direção da prova lhe aplicou uma punição de 25 segundos por considerar ilegal sua conduta na disputa com Raikkonen na saída da chicane Bus Stop, que ganhou esse nome por ser uma antiga parada para os ônibus que serviam as cidades belgas margeadas pelo circuito. Parte do traçado de Spa é feito de estradas que cortam a bela região das Ardennes, palco de uma das mais sangrentas e históricas batalhas da Segunda Guerra Mundial.

Azar de Hamilton, sorte de Felipe Massa (à direita), que viu uma vitória pela qual pouco fez cair literalmente no colo. O são-paulino da Ferrari guiou como um "bundão", como ele mesmo afirmou no final da prova. Mas a prudência o manteve em uma pista escorregadia e traiçoeira, ao contrário de Raikkonen, que encontrou um muro no meio do caminho. A pancada deixou o finlandês em situação delicada no campeonato. É quase certo que nas próximas corridas a Ferrari fará de Massa seu piloto número 1 na competição contra a forte McLaren – de um Hamilton sedento pela glória que lhe escapou pelas luvas no ano passado.

Esta será a quinta vez que brasileiros e britânicos duelarão diretamente por um título mundial da F-1. E até aqui a vantagem é toda nossa: 3 a 1. A primeira foi em 1972. Naquele ano, a bordo da legendária Lótus negra, Emerson Fittipaldi deixou para trás o escocês Jackie Stewart (à esquerda), da Tyrrel. Na temporada seguinte o britânico deu o troco e conquistou o último dos seus três títulos mundiais na F-1. Emerson foi vice. Quatorze anos depois, uma nova guerra. "Companheiros" de equipe na Williams, Nelson Piquet e Nigel Mansell protagonizaram um das mais ferozes disputas que se têm notícia. Em uma luta marcada por blefes, truques e pequenas sacanagens (como esconder o papel higiênico de Mansell depois de o inglês exagerar nas tortilhas mexicanas), Piquet se tornou o primeiro brasileiro tricampeão de F-1. Registre-se: contra a vontade da equipe, que trabalhou abertamente por Mansell.

Em 1991, o último duelo. Depois de vencer as quatro primeiras provas da temporada, Ayrton Senna sofreu para segurar Mansell e sua ascendente Williams-Renault. Porém, mais uma das típicas barbeiragens do inglês permitiu que Senna pudesse, enfim, comemorar seu terceiro – e último – título na categoria. Resta saber se vamos abrir vantagem ou ver os súditos da rainha encostar no nosso aerofólio. Para que isso não aconteça, Massa tem que deixar de ser "bundão" e botar pressão no pedal direito.

Eu quero meu ovo gema mole de volta!
Dias desses fui ao Boteco dos Pescadores, tradicional reduto etílico/cachaceiro da Zona Norte de São Paulo. Meu objetivo era traçar um contra-filé mal passado à cavalo. Como de costume, pedi ao garçom que tanto o bife como o ovo viessem mal passados. Qual não foi minha surpresa quando o cidadão mandou, assim, na lata: "Amigo, a casa não serve mais ovo mal passado. Você não assistiu o Fantástico?". Não. Eu não havia assistido ao Fantástico. Não tinha tomado conhecimento que a revista eletrônica semanal da Globo havia tornado o tradicional ovo com gema mole o inimigo público número 1 da saúde.

A Globo tem poder para eleger e derrubar presidentes. Mas nunca pensei que ela seria responsável pela extinção do ovo mal passado dos cardápios dos botecos brasileiros. Faço parte de uma legião de admiradores do popular "zóiudo". E sempre o consumimos assim, mal passado. Nunca vi ninguém cair duro depois de mandar uma gema mole com sal. Isso está me cheirando mais uma daquelas campanhas difamatórias e alarmistas. Portanto, aproveito o espaço para clamar pelo meu ovo com gema mole de volta! Espero manifestações. Levantem-se! Vamos lutar contra mais essa injustiça contra um dos patrimônios da gastronomia popular nacional!



*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

segunda-feira, setembro 01, 2008

F-Mais Umas - O carcará de US$ 1 milhão

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CHICO SILVA*

Não é todo dia que se vê um piloto de corridas, esporte proibitivo para tipos como eu, admitir que usará o prêmio de uma competição para saldar as prestações da sonhada casa própria. E nunca se viu um piloto vindo das latitudes nordestinas obter um resultado tão significativo, e lucrativo, quanto o do "paraíba" Valdeno Brito (acima) na "Corrida do Milhão" da Stock Car, prova disputada ontem no autódromo de Jacarepaguá, Rio de Janeiro. É óbvio que o resultado do Valdeno nada tem a ver com a recente melhora dos índices sociais do Nordeste. O Bolsa Família não foi o combustível que levou o "carcará" de Campina Grande a faturar o prêmio de US$ 1 milhão pela vitória na maior prova do automobilismo nacional.

Mas não deixa de ser curioso ver um filho da empobrecida terra de Ariano Suassuna e Jackson do Pandeiro deixar na poeira adversários famosos e queridinhos da mídia como o "primeiro-filho" Cacá Bueno (à direita) e Luciano Burti, um dos comentaristas de F-1 da TV Globo - a principal parceira da organização da Stock. Quem sabe a vitória de Valdeno chame a atenção de patrocinadores e promotores de provas automobilísticas para a região? O Nordeste sempre produziu pilotos, mas em escala muito inferior a São Paulo, Rio, Rio Grande do Sul e Paraná. Porém, os poucos nordestinos do automobilismo acabaram padecendo por falta de apoio e recurso.

Isso me intriga: com tanto filho de usineiro e político corrupto por lá, como ainda não vimos um Senna ou um Piquet emergindo da caatinga? Deixo aqui meus parabéns ao carcará e faço um brinde com uma boa dose de Serra Limpa (à esquerda), uma das melhores cachaças da terra. Com o dinheiro que ganhou, o Valdeno bem que poderia comprar até a fábrica da cachaça!

Maureen? Cielo? De novo, não!
Estava tirando um inocente cochilo quando de repente surgiram Maureen Maggi, Cesar Cielo, Fofão e Leandro Guilheiro. Num primeiro momento, achei que era um sonho. Mas fiquei na dúvida, pois, assim que acordei, lá estavam eles de novo, na TV bem à minha frente. Nos últimos dias, foi praticamente impossível fugir dos nossos heróis olímpicos. Num único final de semana, os vi no Altas Horas, na Stock Car, no Esporte Espetacular e em um outro programa que me foge o nome.

Confesso que essa super-exposição de ocasião me incomoda um pouco. De que adianta aparecer zilhões de horas em uma semana e passar os o quatro anos seguintes mendigando patrocínio e implorando um minutinho de atenção que seja? O Brasil precisa de um projeto esportivo. E já passou da hora de isso acontecer.

*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

segunda-feira, agosto 25, 2008

F-Mais Umas - Nuzman, um profissional sem metas

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CHICO SILVA*



Fui convidado para escrever sobre Fórmula-1 neste site. Mas peço licença a vocês e ao Felipe Massa, que venceu sem contestação o GP da Europa (prova chatíssima disputada no belo circuito de rua de Valência), para falar um pouco sobre a campanha olímpica do Brasil em Pequim. Como alguns de vocês sabem, no último ano, por questões profissionais, mergulhei nas entranhas da estrutura que administra o esporte olímpico brasileiro. E dessa imersão tirei algumas conclusões que talvez ajudem a explicar o nosso desempenho apenas razoável na China (aliás, em todos os jogos anteriores), como bem definiu o presidente Lula (acima) no "Café com o presidente" de hoje.

Vamos a elas: nunca o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) recebeu tantos recursos e investimentos, sejam eles privados ou estatais, num ciclo olímpico. No total, passaram pelas mãos de Carlos Arthur Nuzman (à direita), presidente do COB, & companhia (leia-se: presidentes de confederações), cerca de R$ 1,2 bilhão. A maior parte desse dinheiro veio da Lei Piva, que destina 2% da arrecadação das loterias para COB, para as confederações de cada modalidade esportiva e para o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) - se bem que este último leva apenas 15% do bolo.

Como se nota, o problema deixou de ser a falta crônica de recursos e passou a ser a gestão deles. O COB, que tem como fonte própria apenas as verbas dos seus patrocinadores, administra esse dinheiro alheio como bem entende. O resultado disso é que esportes sem muita expressão e visibilidade acabam recebendo migalhas. São modalidades como tiro esportivo (à esquerda), lutas, levantamento de peso e tênis de mesa, só para citar algumas, que, para outros países, são verdadeiras usinas de medalhas. Por isso, se quiser ser uma potência olímpica, o Brasil terá que olhar mais para os esportes nanicos.

Apesar da autonomia quase irrestrita para administrar o dinheiro alheio, o COB treme quando ouve falar em metas. Nuzman se gaba de dirigir uma instituição que, segundo ele, é qualificada e profissionalizada. Então, qual é o problema de se estabelecer metas de desempenho por modalidade? E se as metas não forem atingidas, é preciso investigar as causas do insucesso e não simplesmente pedir mais dinheiro, como o presidente do COB fez na coletiva do balanço do desempenho brasileiro na China. Essas Olimpíadas revelaram um descompasso entre investimento e resultado. Isso precisa ser corrigido.

Como maior financiador do esporte de alto rendimento no país, o governo federal não pode se omitir da tarefa de fiscalizar e acompanhar o uso dos seus recursos, sejam eles diretos ou indiretos. Mas peralá: longe de mim defender uma intervenção federal na atividade. O que sugiro é a participação de todos os segmentos envolvidos, governo, COB, confederações e atletas, na decisão de como e onde aplicar esse dinheiro. O que não dá para aceitar é alguém administrando os bônus e repassando os ônus. Aí a vara quebra, o cavalo refuga, o uniforme encolhe e o país anda para trás na conquista de medalhas olímpicas (acima, à direita).

Para terminar, vou chover no molhado ao falar na necessidade premente de investimento no esporte de base e educacional. Mas, para isso, o governo precisa tirar recursos do alto rendimento e destiná-los para a criação e melhoria de equipamentos esportivos e formação de professores e especialistas. Aí é que entra, ou deveria entrar, a iniciativa privada no papel da grande patrocinadora das Daianes, Scheidts, Jades e Maurrens do Brasil. Porém, os empresários também têm que mudar sua visão. Hoje, a grande maioria só investe no esporte em momentos de grande exposição, como nos anos de Pan e Olimpíada. Contam-se nos dedos aqueles que desenvolvem trabalhos longos e sem a contrapartida imediata do resultado. Para o bem do esporte brasileiro isso precisa mudar.

Até a próxima, quando volto a falar do que me trouxe a esse espaço: a F-1.




*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

domingo, agosto 17, 2008

F-Mais Umas - Schumacher, Phelps e outros bichos

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CHICO SILVA*

Volta e meia uma dúvida toma meus miolos encharcados. E essa semana, graças ao descomunal Michael Phelps (à esqurda), ela voltou a me fustigar. Quem teria sido, independentemente da modalidade que pratica, o maior esportista de todos os tempos? É claro que essa é uma contenda sublinhada por critérios subjetivos e relativos. Pelo índice CS (Chico Silva), o eleito seria alguém que fez em seu esporte algo que nenhum outro esportista em nenhuma outra modalidade repetiu. Antes do golden boy de Baltimore, que além de água clorada aprecia outros líquidos (em certa ocasião chegou a ser preso por dirigir sob o efeito deles), eu tinha três outros nomes em mente.

O primeiro era Michael Schumacher (à direita). Nenhum piloto em tempo algum se aproximou dos recordes e números deste sisudo alemão que reescreveu a história da F-1 moderna. O segundo é o surfista Kelly Slater. Se Schumacher abocanhou sete títulos na F-1, o surfista americano conquistou oito no WCT, o circuito mundial de surf. Só que, enquanto Schumacher passa o tempo dando pitos na Ferrari e caneladas nas peladas, Slater ainda rema para o outside. Ele é o atual líder do circuito e dá vigorosas braçadas para o seu nono título mundial.

O ultimo nome da minha lista era Roger Federer (à esquerda). O suíço obteve os melhores resultados da história em um esporte que teve gênios como Rod Laver, Björn Borg, John McEnroe, Jimmy Connors, André Agassi e Pete Sampras, entre outros. Tudo bem que, ultimamente, anda tomando coça do touro espanhol Rafael Nadal. Mas ninguém conquista 12 Grand Slams e fica por quatro seguidos na liderança do ranking da ATP por acaso.

Porém, com o merecido respeito ao trio e a outros mitos que não citei aqui, como Pelé, Jesse Owens, Ayrton Senna, Nelson Piquet, Michael Jordan, Tiger Woods e etc, o que o tal do Phelps fez em Pequim é algo que talvez não vejamos outro ser humano realizar nesse negócio chamado esporte.

Um ricordo do comendador e um abraço ao tricampeão - A semana que passou trouxe duas datas importantes para aqueles que, como eu, gostam de F-1. No último dia 14, completaram-se 20 anos da morte do comendador Enzo Ferrari, o responsável pela criação do maior mito do mundo das corridas. E no domingo, 17, o gênio Nelson Piquet completou 56 anos. No início dos anos 80, Piquet foi sondado pela Casa di Maranello. Mas o tricampeão não pareceu muito interessado. Até mesmo desdenhou da equipe. Piquet chegou a dizer que os carros da escuderia rossa eram máquinas de moer carne. E devia ter alguma razão.

Gilles Villeaneuve morreu ao volante de uma Ferrari em Zolder, na Bélgica, em 1982. Poucos meses depois, o francês Didier Pironi quase teve o mesmo destino. À época líder do campeonato, Pironi sofreu um grave acidente durante os treinos para o GP da Alemanha, em Hocknheim (há um vídeo no youtube que mostra Piquet auxiliando no socorro ao colega). As declarações do tricampeão mundial despertaram a profunda ira do comendador e transformaram o brasileiro em persona non grata em Maranello.

*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

segunda-feira, agosto 11, 2008

F-Mais Umas - Quando papai saiu para pilotar

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CHICO SILVA*

Amigos e amigas, volto a ocupar esse nobre espaço. Ainda pegando carona no Dia dos Pais, lanço aqui um desafio para os meus cinco leitores (seriam tantos assim?): gostaria de saber qual é, na opinião de vocês, a melhor dupla de pilotos pai e filho da história da Fórmula 1. Obviamente, os critérios de avaliação são subjetivos. É geneticamente impossível compará-los utilizando os métodos convencionais, pois correram em épocas diferentes e com carros muito distintos. Filho do melhor piloto brasileiro de todos os tempos, Nelsinho Piquet é o 13º herdeiro a seguir as aceleradas do seu genitor. O primeiro a ter algum sucesso foi o alemão Hans-Joachim Stuck (acima). Nos anos 1970, o filho do lendário Hans Von Stuck, um mito das corridas de montanha e piloto dos primórdios da F-1, até conseguiu alguns pódios. Mas ficou a léguas do seu velho.

Outro que ficou longe do pai foi David Brabham (à esquerda), filho do tricampeão Jack Brabham. Nos anos 1990, David fez duas temporadas, uma pela equipe que leva seu sobrenome (e que foi fundada por seu pai), e outra pela Simtek, que ficou macabramente famosa por ser a equipe de Roland Ratzemberger, o austríaco que foi deste para algum lugar na véspera do acidente fatal de Ayrton Senna, em Ímola, 1994. Melhor sorte tiveram Jacques Villeuneuve (abaixo) e Damon Hill, respectivamente filhos do maluco genial Gilles Villeneuve e do inglês bicampeão mundial Graham Hill. Villeneuve e Hill Junior foram campeões do mundo ao volante da Willians nos anos 1990. Hill, inclusive, é até hoje o único campeão filho de campeão do mundo da história da F-1. Este colunista torce para que Nelsinho seja o sócio número 2 deste restritíssimo clube e aproveita a ocasião para fazer um brinde aos pais, pilotos ou não, que visitam esse blogue.

Abaixo, seguem mais alguns exemplos dessa parceria que ultrapassa os limites da relação entre pai e filho. Antes de terminar, peço para que não deixem de votar na sua dupla favorita. Até a próxima.

Wilson e Cristian Fittipaldi
Mario e Michael Andretti
Keke e Nico Rosberg
Satoru e Kazuki Nakajima

*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

segunda-feira, agosto 04, 2008

F-Mais Umas - Fantasmas de Hungaroring quase derrubam a estréia do colunista

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CHICO SILVA*

Tinha tudo preparado para minha estréia neste novo e nobre espaço. Não que eu seja um entusiasta admirador do são-paulino Felipe Massa. Até pelo contrário. Quem leu meu perfil sabe de quem sou fã, mesmo! Mas infelizmente já se vão 17 anos que Nelson Piquet Souto Mayor descalçou as sapatilhas e guardou a balaclava. De qualquer maneira, seria um bom começo no site, com um brasileiro vencendo pela sétima vez no travado e enfadonho circuito de Hungaroring. Até já me preparava para chamá-lo de Brasilring. Mas quando tudo parecia resolvido, eis que os fantasmas da pista magyar resolveram aprontar mais uma. A três voltas do fim, o até então confiável propulsor de Massa foi pelos ares, produzindo fumaça e lágrimas no rosto do piloto que estava prestes a colocar as mãos na liderança do championship (acima). Aliás, sou de um tempo em que piloto não chorava. Nem quando ficava preso entre as frágeis ferragens de outrora. Mas deixemos isso para lá. Em matéria de lágrimas, prefiro as de Jade Barbosa.

Voltando aos virabrequins, não é de hoje que o autódromo húngaro prega peças em pilotos que já se imaginavam ouvindo o hino no pódio. A primeira vítima foi Nigel Mansell. O arrojado e estabanado inglês passeava pelo circuito contando os minutos para mais uma vitória na temporada de 87. Até que, em um trecho intermediário, o Williams 5 começou a sambar feito bêbado em final de desfile de carnaval. No pit-stop, um mecânico descuidado não apertou a porca de uma das rodas do carro do bigodudo como o manual manda. Para desespero do inglês, o rival e desafeto Nelson Piquet (à direita) conquistou a segunda vitória consecutiva no autódromo húngaro, o primeiro de um país da extinta cortina de ferro a receber o milionário e capitalista circo da F-1. Na época, houve quem desconfiasse que Piquet havia dado uns trocados para o mecânico desastrado. Como isso nunca se provou, a história entrou para o folclore da categoria. A vitória na Hungria foi a plataforma do tricampeonato do maior piloto brasileiro de todos os tempos.

Exatos dez anos depois, um compatriota de Mansell também foi derrotado pelo sinistro traçado húngaro. O então campeão mundial Damon Hill estava a poucos quilômetros de uma façanha. Iria conquistar o primeiro triunfo da história da Arrows, uma equipe que encerrou suas atividades com o "invejável" histórico de 368 GPs sem uma vitoriazinha sequer. Pilotando uma carroça equipada com o fraco e instável motor Yamaha, Hill liderava com folga quando, na última volta, seu câmbio começou a emperrar. O canadense Jacques Villeneuave, à época ao volante de uma Williams, se aproveitou da situação e estourou o champagne no alto do pódio. Como Piquet, Villeneauve conquistou o título daquele ano, após uma dura e nem sempre leal batalha com Michael Schumacher.

Em 2006, outro ilustre competidor passou por mico semelhante ao de Mansell. Então lutando pelo seu segundo título mundial, o marrento espanhol Fernando Alonso viu seu campeonato se complicar após um simples pit-stop. Contrariando a célebre máxima de Karl Marx, dessa vez "a história não se repetiu como farsa". Outro mecânico desatento não apertou como deveria uma das porcas da roda do Renault do asturiano. Com o carro descontrolado, Alonso abraçou a barreira de pneus. A prova, disputada sob chuva e coalhada de acidentes, dessa vez foi vencida por um inglês. Jenson Button (à esquerda) redimiu seus conterrâneos e faturou aquela que é até hoje sua única vitória na F-1. Se isso serve de consolo para o chorão Massa, Hungaroring não conseguiu impedir que Hill, Mansell e Alonso entrassem para o fechado clube dos campeões mundiais de F-1. Massa tem boas chances de conseguir sua carteirinha. Sorte dele que Hungaroring só tem uma vez por ano...
Todos iguais/todos iguais
Uns mais iguais que os outros
Antes que alguém me enxovalhe, explico que não gosto dos Engenheiros do Hawaii, a banda dos Pampas que nos atazanou com os versos acima. Aliás, por falar neles, juro que gostaria que alguém me explicasse por que diabos esse Hawaii deles tem dois i. Deve ter alguma coisa a ver com numerologia ou quem sabe eles se inspiraram num desses ideogramas chineses que estão na moda por causa das Olimpíadas. Sei lá. Mas esses versos me vieram à cabeça com as imagens da premiação do Grande Prêmio da Hungria. Lá estavam o vencedor, Heikki Kovalainen, que debutava no lugar mais alto do pódio, e Kimi Raikkonen, que terminou em terceiro. Dizem que japonês é tudo igual. Pois finlandês também. Repare bem. Kovalainen é a cara de Raikkonen, que, por sua vez, parece sósia do ex- piloto e bicampeão mundial Mika Hakkinen.

A exceção talvez seja o campeão mundial de 1982, Keke Rosberg (à direita). O ex-piloto da Fittipaldi e da Williams ostentava um belo e hoje fora de moda bigodão. Além da fisionomia, aparência e talento, os finlandeses têm outro gosto comum. Aliás, uma qualidade muito apreciada por este blogue: a manguaça. Raikkonen e Hakkinen já se meteram em confusões embalados por generosas doses de vodka finlandesa, que, ao lado da russa e da polonesa, integra a santíssima (ou sataníssima) trindade do destilado. Então, para encerrar esse artigo, nada mais justo que oferecer um brinde a Kovalainen. O piloto da McLaren fez aquilo que se convencionou chamar de corrida sem erros. É claro que se aproveitou da quebra de Massa e do azar do companheiro Lewis Hamilton, que teve um pneu furado no meio da corrida. Então, uma dose trincando de vodka da boa, direto da Finlândia, para o 100º piloto a vencer uma corrida de F-1. Um brinde e até a próxima semana!

*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, mezzo santista/ mezzo pontepretano. Curte um bom goró e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

domingo, agosto 03, 2008

Futepoca estréia coluna semanal de automobilismo

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Para atender uma demanda que, mesmo fugindo do futebol, ainda pode ter algum link com política (e principalmente com cachaça), o Futepoca vai estrear amanhã, segunda-feira, mais um colaborador. Dessa vez, para falar sobre automobilismo. Ele mesmo fez questão de se apresentar:

Sou Chico Silva, jornalista, santista, wilderista (alguém que é louco por Billy Wilder) e, acima de tudo e todos, nelson-piquetista. Aliás, devo o interesse no jornalismo ao Piquet (que aparece na foto, de branco, trocando "afagos" com Eliseo Salazar). E é engraçado: escrevi sobre quase tudo nessa vida, menos sobre F-1 - até o Futepoca me pôr na pista. Iniciei minha carreira no Lance!, em 1997. Depois passei pelo IG, um mês, e IstoÉ, sete anos, na qual atuei nas editorias de Brasil e Comportamento. Aí fui ver como era a vida do lado de lá do balcão. E nesse caso não era o do bar, infelizmente. Fiz assessoria para o ministro do Esporte nos Jogos Pan e Parapan-americanos e depois integrei a equipe de jornalistas que produziu o relatório oficial do governo federal sobre o Rio 2007. Ah, ia esquecendo um detalhe relevante: fui jurado da primeira edição do Boteco Bohemia de São Paulo, realizado em 2004. No Futepoca, não poderia omitir tal informação. Abraço a todos e até minha primeira coluna, nesta segunda-feira, com a análise do GP da Hungria!