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segunda-feira, junho 06, 2011

Ronaldo: 'Eu era o meu próprio torturador'

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Na entrevista que concedeu ontem ao canal SporTV, às vésperas de seu jogo de despedida pela seleção brasileira, Ronaldo Nazário deu um depoimento arrepiante. Ao se despedir do futebol, em fevereiro, o atacante afirmou que tinha que reconhecer algums derrotas. "Perdi para o meu corpo", disse, entre lágrimas, ao justificar que as dores e contusões constantes o impediam de seguir a carreira. Falando sobre o assunto, o entrevistador Paulo César Vasconcellos perguntou se alguma vez, nas graves lesões que teve nos joelhos, Ronaldo pensou em desistir. O ex-jogador disse que sempre foi otimista, mas que sofreu horrores.

- Chorei muito. Você não sabe o que é receber um diagnóstico médico dizendo que você, com vinte e poucos anos, no auge da carreira, não vai mais jogar futebol. Quando eu sofri a primeira lesão grave, na Inter [de Milão], fiz a cirurgia e, depois de seis meses, eu só conseguia dobrar a perna num ângulo máximo de 60 graus. Era muito tempo para ainda estar assim, por isso fui consultar um médico nos Estados Unidos, um dos maiores especialistas do mundo. Ele fez todos os exames e disse que minha perna ia ficar assim para o resto da vida, que eu não ia mais jogar futebol e que ia andar mancando. Chorei muito, muito. Foi desesperador.

Depois de chorar e de se revoltar, mandando todo mundo "para aquele lugar", segundo suas palavras, Ronaldo resolveu voltar à França e conversar com o médico que o havia operado.

- Cheguei pra ele e mostrei os exames feitos nos Estados Unidos. '-E aí, o que você me diz', perguntei pro médico. Ele disse que o especialista americano estava louco, que não era nada daquilo. Me deu um grande alívio. Aí ele disse que, se eu passasse quatro meses num centro de fisioterapia em Biarritz, uma cidade da França, eu ia sair de lá flexionando a perna até o calcanhar bater no bumbum. Falei: '-Tô dentro'. Não imaginava o que ia passar. O primeiro mês foi um horror. Eu ficava numa espécie de gaiola, com um cabo prendendo minha perna, que passava sobre a minha cabeça e que eu próprio puxava, para flexionar a perna. Cada vez que eu puxava era uma dor inimaginável. Fazia aquilo chorando de dor. Ou seja: eu era o meu próprio torturador. E foi assim, flexionando grau por grau, que eu saí de lá, como o doutor falou, flexionando a perna até o calcanhar bater no bumbum. O que tinha sido considerado impossível.

Decisão da Copa de 1998
Pela primeira vez, depois de quase 13 anos do acontecido, Ronaldo resumiu com detalhes o que ocorreu no dia em que o Brasil perdeu a final da Copa para a França de Zinedine Zidane. Segundo ele, após a inexplicável convulsão, o médico Lídio Toledo afirmou que ele não ia jogar, pois era preciso fazer vários exames e saber a extensão da crise e o que ainda poderia acontecer com ele.

- Eu falei que estava bem e que queria jogar. Não aceitava só a opinião do médico. Perguntei quais exames deveriam ser feitos e insisti que fossem feitos naquele dia mesmo. Foi um sufoco achar um clínica aberta para isso, mas conseguimos. Fiz todos os exames possíveis, eletroencefalograma, tomografia, tudo. E os resultados foram absolutamente normais, eu não tinha nada, era como se a convulsão não tivesse acontecido. Saímos da clínica direto para o estádio. O Zagallo já havia anunciado a escalação com o Edmundo no meu lugar. Cheguei para o Ricardo Teixeira com os exames na mão e disse que estava tudo bem e que eu queria jogar. Ele confiou em mim, mas disse que eu precisava falar com o Zagallo, a decisão seria do técnico. Daí, vendo os exames e a minha vontade de jogar, e por tudo o que eu havia feito na Copa até ali, o Zagallo me escalou. Infelizmente, foi um dia em que a França jogou demais e literalmente nos atropelou.

sexta-feira, junho 03, 2011

Um 'incômodo' incomoda muita gente

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Outro dia eu tava passando a vista por notícias sobre o São Paulo e li que o Dagoberto tinha sentido um incômodo no joelho esquerdo. Incômodo?!? O que é esse incômodo? Por que não - e simplesmente - dor? Pior é que, em quase todos os portais, a informação sobre o atacante foi veiculada de forma absolutamente idêntica: incômodo. Esse eufemismo tem sido bastante utilizado pela mídia esportiva (ah, a mídia esportiva...). Há um mês, o flamenguista Felipe estava com um incômodo no ombro. No final de abril, circulava a notícia de que o vascaíno Leandro tinha "sofrido" um incômodo. E muitas, muitas outras notícias com esse mesmo termo aparecem em rápida busca no Gúgou. Virou chavão - e todo mundo macaqueia. Isso me parece preguiça de perguntar. Porque o médico do clube, ou preparador físico, deve chegar para os jornalistas depois do treino e dizer, no seu "dialeto" próprio: "Fulano tá com um incômodo". E ninguém pergunta o que é isso, se é dor, se é fisgada, se está latejando, sei lá. Contentam-se com o incômodo e repassam a (des)informação para o leitor. Quanta bobagem! Comentando o fato com o camarada Glauco, ele lembrou muito apropriadamente do slogan de um velho comercial de absorvente feminino: "Incomodada ficava a sua avó!". É verdade: naquele tempo, os jogadores ficavam só contundidos, mesmo.

segunda-feira, maio 18, 2009

S.Paulo: ladeira abaixo em campanha espelhada

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A duras penas e com ajuda do juiz, o São Paulo conseguiu arrancar um empate em 2 a 2 com o Atlético-PR, em pleno Morumbi, depois de sair duas vezes atrás do placar. O zagueiro Rafael Santos fez os dois do Furacão, enquanto Borges e André Lima (foto), aos 43 do segundo tempo e impedido, liquidiram a fatura. Com apenas uma vitória nos últimos seis jogos (frente o América de Cali, contra três derrotas, uma para o Fluminense e duas para o Corinthians, mais o empate de ontem), o time de Muricy Ramalho segue ladeira abaixo, aliando a péssima fase de jogadores cruciais como Washington e Hernanes com uma série surpreendente de contusões e desfalques. No duelo com o Atlético-PR, mais dois para o Departamento Médico: Borges, que levou uma pancada na cabeça e foi parar no hospital, e o goleiro Bosco, que sofreu, provavelmente, um entorse no joelho esquerdo - em lance com o mesmo Rafael Santos que fez os gols paranaenses. Outros contundidos que seguem de fora são André Dias, Jean, Dagoberto, Rodrigo, Aislan e Rogério Ceni (este, até agosto). A bruxa, definitivamente, tá solta.

"Não vi o lance do Bosco, mas dizem que a bola estava saindo e o cara caiu em cima do joelho dele. Parece ser um negócio sério, mas tomara que não", comentou Muricy, diante da desesperadora situação de recorrer ao terceiro goleiro, Fabiano, que não atua desde outubro de 2007, quando pegou um pênalti no 1 a 1 com o Fluminense, no Maracanã. Pra completar o cenário sombrio, os próximos compromissos do São Paulo são o clássico com o Palmeiras, pelo Brasileirão, no domingo, e os jogos de vida ou morte contra o forte Cruzeiro, pelas quartas de final da Libertadores da América. Na competição nacional, um empate com o alviverde poderá confirmar a campanha espelhada com a de 2008, quando o Tricolor iniciou com derrota por 1 a 0 para Grêmio, no Morumbi, empatou com o Atlético-PR por 1 a 1, fora de casa, e repetiu o 1 a 1 contra o Coritiba, em São Paulo (ainda empataria sem gols contra o Santos, na quarta rodada, antes de conquistar a primeira vitória, diante do Atlético-MG, por 5 a 1). Este ano, perdeu a primeira por 1 a 0, contra o Fluminense, e empatou novamente com o Atlético-PR. Os próximos jogos, depois do Palmeiras, serão contra o Cruzeiro (em casa) e Avaí (fora). Já pela Libertadores, o São Paulo fará o segundo jogo no Morumbi. Mas, se continuar jogando como está, não será páreo para o embalado Cruzeiro. A não ser que a gripe suína assole Minas Gerais...

segunda-feira, abril 13, 2009

Boca maldita

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Depois das seguidas - e bisonhas - falhas de Rogério Ceni contra São Caetano, Defensor e Corinthians, eu comentava ontem, durante o primeiro jogo da semifinal do Paulistão, que o goleiro, envergonhado, arrumaria alguma desculpa para sair do time. Sua má fase está provocando insegurança nos zagueiros. Podia ter uma distensão, luxação, sei lá, algo que disfarçasse sua saída por deficiência técnica. Eu defendia a entrada do Bosco mesmo antes da última partida pela Libertadores. Mas agora fiquei com medo da minha boca maldita: menos de 24 horas depois de eu ter insinuado que Rogério Ceni procuraria uma solução elegante para dar lugar ao reserva, ele prendeu o pé no gramado do CCT da Barra Funda e deixou o campo com forte suspeita de fratura no tornozelo esquerdo. Pô, eu queria que Rogério Ceni deixasse, mesmo que temporariamente, a posição de titular. Mas fratura também já é sacanagem. Juro que não urubuzei, mas, por remorso, peço desculpas ao nosso capitão. Força, Rogério! E cata tudo, Bosco! Agora é com você!

Rogério Ceni sendo medicado após contusão no treino do São Paulo