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O leitor pode achar o Futepoca um blogue ranzina, e terá certa razão. É um mau resultado da seleção que pouco tempo depois se estampa nesse espaço um texto clamando Fora Dunga . Mas, quando se conquista uma vitória histórica, nada...
Ontem o 4 a 0 contra o Uruguai, em pleno Centenário , foi a maior derrota sofrida pela Celeste em seu estádio, mas poderia até ter sido pior se fosse marcado um pênalti em Luís Fabiano no primeiro tempo e se o mesmo não tivesse sido expulso de forma injusta. O Brasil teve menos posse de bola, mas não foi dominado pelo Uruguai em qualquer momento, ainda que tenha sofrido certa pressão quando estava com um menos. O time canarinho foi objetivo e mortal na saída rápida de bola e na movimentação na frente. Da partida, algumas notas.
Defesa - Júlio César, de novo, quando exigido, compareceu. A dupla de xaga também passa segurança. O problema começa nas laterais. Daniel Alves apoia bem e defende razoavelmente, mas Kléber Chicletinho, pela esquerda, é uma lástima. Ontem, as chegadas mais perigosas do Uruguai eram pelo seu lado e seu apoio ao ataque foi pífio. Seu reserva, André Santos, também não é exatamente inspirador. Vivemos uma crise de laterais esquerdos brasileiros?
Volantes - alguém com mais mobilidade que Gilberto Silva faria muito, mas muito bem. Felipe Melo fez até bem a saída de bola ontem, e marcou ainda melhor: foi responsável por quase metade das roubadas de bola do time (6 de 14), mas poderia apoiar mais o ataque. Por ora, é uma aposta de Dunga que vem dando certo.
Meias e atacantes - Elano é hoje peça fundamental no esquema de Dunga. Faz a cobertura no lado direito, chega bem ao ataque (ontem deu uma assistência e fez o cruzamento para um gol), dificultando bastante as descidas adversárias por aquele lado. Kaká e Robinho jogaram abaixo do que se espera deles, ainda assim o "abaixo" deles é suficiente.
Já Luís Fabiano marcou, se posicionou muito bem, e mostra que em um esquema armado como o de Dunga, que exige velocidade e movimentação constante na frente, é quase inviável que jogue um atacante mais pesado, do estilo Ronaldo atual ou Adriano. Sem dúvida é sua a vaga de titular.
Em suma: Dunga vai ser o treinador em 2010, algo cada vez mais evidente. Melhorando a saída de bola com um volante menos cascudo que Gilberto Silva, qualificando mais a marcação e a ligação com o ataque, e com uma lateral esquerdo mais confiável, a seleção pode fazer uma boa figura na África do Sul.
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