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segunda-feira, março 30, 2015

A inesgotável criatividade nordestina

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'Ão, ão, ão, Caça-Rato é seleção!'
Depois que o atacante Flávio Caça-Rato foi apelidado como CR 7 pela torcida do Santa Cruz, pois, além de ter as mesmas iniciais, também usava o número de camisa do atual melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo, os nordestinos voltaram a aplicar sua inesgotável criatividade no futebol. No fim de semana, foram definidos os semifinalistas da Copa do Nordeste: o Bahia enfrentará o Sport, e o Ceará, o Vitória. Mas o melhor é que esse torneio, habitualmente conhecido como Nordestão, foi apelidado agora, pelos torcedores, de Lampions League (Liga do Lampião), que brinca com o nome da principal competição europeia.

Lampião, o 'Rei do Cangaço'
A frescagem repercutiu lá fora e, numa reportagem do correspondente Tales Azzoni para a Associated Press, os estrangeiros foram informados que o apelido do torneio nordestino faz "referência a Lampião, um conhecido e popular herói local da década de 1920, que permanece simbólico à região". Ao lado do cearense Padre Cícero e do pernambucano Luiz Gonzaga, o também pernambucano Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, completa a tríade de nordestinos míticos. Considerado o "Rei do Cangaço", seu apelido deriva da lenda espalhada por seus comandados de que ele era capaz de atirar tão rápido que o cano da espingarda se "iluminava", de tão aquecido.

Camiseta criada pelos torcedores
Voltando à Copa do Nordeste, o apelido Lampions League pegou de tal forma que, além do gibão de couro na cabeça, muitos torcedores estão indo ao estádio com camisetas ostentando o nome fictício da competição. E, para completar a (maravilhosa) "esculhambação", foi composto e gravado até um tema para a "Liga", com típicos instrumentos nordestinos, cuja versão emenda o hino oficial da competição Europeia. Até me lembrei da paródia de "Quero voltar pra Bahia", de Paulo Diniz, que um cunhado meu cantava nos anos 1970: "Eu já falei pra minha tia/ Eu vou jogar de beque no Bahia". Bahia que pode conquistar a sensacional Lampion's League.


OUÇA O 'HINO' DA LAMPIONS LEAGUE:




segunda-feira, outubro 06, 2014

Show de horrores - Parte II

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Mayara: 'mate um nordestino!'
Alguém aí se lembra da Mayara Petruso, aquela internauta que destilou publicamente todo o seu preconceito contra nordestinos, após a vitória de Dilma Rousseff, em 2010? "Nordestino não é gente, faça uma favor a SP, mate um nordestino afogado!", postou a moça numa rede social, naquela época. "Deem direito de voto para os nordestinos e afundem o país de quem trabalhava pra sustentar os vagabundos que fazem filho pra ganhar o bolsa 171", acrescentou. Pois é, show de horrores. Em 2013, ela recebeu uma punição de 1 ano, 5 meses e 15 dias de prisão, pena convertida em prestação de serviço comunitário e pagamento de multa, e declarou estar "arrependida".

E depois de tudo isso, o que acontece? A mesma coisa. "Se Dilma ganhar, vou inclusive concordar com os sulistas quando eles xingarem os nordestinos como fizeram em 2010", posta a internauta Luiza Neves. "Não queria ter preconceito regional não, mas nordestinos e nortistas não abrem mão de bolsa (tudo)... tão fodendo essa eleição", emenda Lorenzzo Warrak. "Esses nordestinos desgraçados parecem que não sabem que a culpa da falta de água é da lazarenta da Dilma", acusa Bruno Santiago. "Só aqueles nordestinos malditos que votam na dilma nossa espero chova la seca pra sempre", completa Lovato. A prova:



Não bastasse a inconsequência desses jovens, tem gente que deveria ter muito mais responsabilidade espalhando o preconceito explícito. Em Minas Gerais, um colunista social do jornal O Tempo, Paulinho Navarro, postou um comentário (também em rede social) propondo a divisão do País. E diz que a presidente Dilma Rousseff ficaria no Norte/Nordeste com "seus preguiçosos eleitores bolsistas", enquanto que "na banda de baixo" ficaria Aécio Neves e "demais trabalhadores esclarecidos", "continuando a botar lenha na produção deste país..." Pra quem duvida, segue a reprodução da postagem:


Mas o pior eu guardei para o fim: nosso ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de triste memória, resolveu endossar o preconceito e declarou aos blogueiros Josias de Souza e Mário Magalhães, do UOL:

"O PT está fincado nos menos informados, que coincide de ser os mais pobres. Não é porque são pobres que apoiam o PT, é porque são menos informados." 

"Essa caminhada do PT dos centros urbanos para os grotões é um sinal preocupante do ponto de vista do PT porque é um sinal de perda de seiva ele estar apoiado em setores da sociedade que são, sobretudo, menos informados."

"Geralmente é uma coincidência entre os mais pobres e os menos qualificados."

Bom, eu ia tecer algum comentário final. Mas confesso que, depois de ler todas essas declarações, não tenho nem vontade de escrever mais nada. Elas falam por si.

domingo, abril 14, 2013

Sobre jornalismo, tomates e gente

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Por Fabrício Lima

A musa do Cansei e seus tomates: um novo patamar para o ridículo
Diz a Embrapa em seu site institucional sobre olericultura que o semiárido brasileiro tem papel fundamental na cultura do tomate graças a "possibilidade do cultivo durante quase todo o ano, em função do clima seco, com estação chuvosa em dois ou três meses do ano, com produção de excelentes características qualitativas quanto à cor, brix e sanidade dos frutos".

Mas e quando a chuva não vem?

Em alguns dos mais de 1415 municípios afetados por aquela que já é considerada a pior estiagem desde 1958, não chove há mais de 18 meses. A previsão dos técnicos do setor de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) é ainda pior: o inverno tipicamente chuvoso do semiárido não deve acontecer em 2013. Naquele estado, o Grupo de Apoio a Desastres (GADE) está mobilizado desde o ano passado. Há três dias a Defesa Civil do Piauí disponibilizou mais 250 caminhões-pipa para atender a demanda de água para consumo humano em pelo menos 90 municípios. Apenas em Pernambuco, Minas Gerais e Bahia, mais de 440 municípios estão em estado de emergência desde o segundo semestre de 2012.

Em alguns estados a produção de leite já caiu mais de 70% por causa da morte do rebanho. As safras de chuchu, maracujá, arroz e milho estão severamente comprometidas. Até agora, estima-se em uma década o tempo que será necessário para recuperação da região a estágios anteriores à seca.

Mas voltemos aos tomates.

Durante o mês de abril as redes sociais pareciam o centro de Buñol na ultima quinta-feira de agosto. A festa espanhola da guerra de tomates ganhou uma versão digital do Brasil com tomates de todas as cores e tamanhos esparramados pelas timelines. Tinha maquiagem de tomate, joias feitas com tomates, carros de tomate, tomate nas novelas, no esporte, na música e na política.

Mas é claro que um perfil pessoal nas redes sociais não deve satisfação a ninguém. Cada usuário é responsável pelo que compartilha entre os seus pares. Não vejo pecado algum em externar uma alfinetada bem-humorada consolidada em uma informação parcial, afinal, há uma diferença gritante entre o compromisso de abastecer o público com informações qualificadas e uma piada ou protesto entre amigos.

Eis que entra no ar a eterna musa do “Cansei” Ana Maria Braga ostentando um colar feito de tomates em um canal de concessão pública de alcance nacional. Seria um protesto divertido se não fosse pela subtração de duas informações importantíssimas sobre a questão: a) A pior seca no semiárido brasileiro dos últimos cinquenta anos é fundamental para entender a inflação do preço do tomate; e b) o preço exorbitante do tomate é, de longe, o menor dos problemas provocados ou perpetuados pela seca. E quando a iniciativa parte de uma jornalista de formação e ex-âncora de telejornal, ela torna-se de extremo mau gosto.

Mesmo os canais de comunicação apegados à formalidade, com toda aquela pompa e circunstância teimosa do ofício do jornalismo, negligenciaram um elemento essencial no ato de informar: a apuração do contexto.

Coordenação desse nível só no meio de campo do Barcelona
Enquanto as publicações regionais dos estados afetados pela seca  fazem atualizações catastróficas há meses, os veículos mais robustos de alcance nacional rolam no tomate da Espanha brasileira. A revista semanal de maior circulação do país acusa o governo federal de ter deixado – ainda que por apenas algumas semanas – o preço do tomate alcançar patamares exorbitantes. A cada  linha impressa choram os economistas e as cantinas italianas, sofrem as fábricas de ketchup, definha a instituição brasileira da “salada nossa de cada dia”.

Enquanto isso, pelo menos na zona do semiárido, partidos de situação e oposição fazem coro pedindo por socorro às suas cidades. Além do desespero, partilham a negligência e a impotência diante do poder de ação irredutível que a natureza tem e a humanidade, não.

Baixado o preço do tomate os grandes veículos nacionais começam aos poucos a se voltar para a a mais terrível das secas, publicando notícias com um atraso de quase seis meses em relação aos veículos regionais. Ficou claro que a naturalização da miséria é tão aguda que o flagelo da seca já não vende mais jornais e mal serve como palanque político.


Fabrício Lima é baiano de nascença, jornalista e publicitário de formação, videomaker de ofício, torcedor do Bahia por sina e só bebe Kaiser por falta de opção.


sexta-feira, novembro 05, 2010

Coerência

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O acirramento desmedido da oposição no processo eleitoral traz frutos amargos para o país após o encerramento do pleito. A aliança feita por José Serra e sua campanha com os setores mais reacionários deu fôlego para manifestações preconceituosas de um pessoal que já vinha colocando as asinhas de fora antes. Agora, então, aguenta.

A nova pedra de toque do discurso reaça é “culpar” o Nordeste pela eleição de Dilma Roussef. Os nordestinos seriam ignorantes e comprados, vagabundos que inventam filhos para ganhar o dinheiro do “Bolsa 171” pago pelo governo federal às custas dos impostos de São Paulo. Sim, é uma galerinha de São Paulo que tem difundido com mais energia esse tipo de idiotice preconceituosa.

A proposta é separatista e, em alguns casos, clama por assassinatos. São Paulo e o “sul maravilha” se separariam e viveriam felizes para sempre longe do atraso do Norte e do Nordeste. Não sei bem onde ficariam Minas e Rio de Janeiro, onde Dilma deu uma bela surra no tucano, mas também não dá pra cobrar muito poder de análise desse pessoal.

Porém, serei ousado e cobrarei outra coisa: coerência. Pois se o Nordeste é todo uma porcaria, cheio de imbecis manipuláveis, nada que venha de lá deve ser bom.

Assim, os valorosos militantes destas horrorosas ideias deveriam repudiar os shows e CDs de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Raul Seixas, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Elba Ramalho, Chiclete com Banana, Dorival Caymmi, Zé Ramalho, Jorge Mautner, Luiz Gonzaga, Chico Science e Nação Zumbi e muitos outros. Aliás, nada de forró (universitário ou não), axé, coco, maracatu, embolada, frevo. E não esqueçamos das micaretas e trios elétricos.

Na mesma linha, é dever cívico pra essa galera repudiar o carnaval em Salvador, Recife, Olinda e qualquer outra cidade nordestina. Aliás, é de suma importância deixar de lado as férias em Porto de Galinhas, Natal, Fernando de Noronha, Lençóis Maranhenses e outros cantos dessa terra esquecida por Deus.

Deveriam também banir das bibliotecas a literatura de Jorge Amado, Castro Alves, Augusto dos Anjos, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Ariano Suassuna, Gonçalves Dias, Manuel Bandeira e uma cacetada de outros escritores dispensáveis, demonstrando com clareza a falta de cultura da região.

Cabe também ignorar os trabalhos de Paulo Freire na pedagogia, Josué de Castro na sociologia, Celso Furtado na economia. E deixar de lado ainda o trabalho do neurocientista Miguel Nicolelis, paulista de nascimento mas que escolheu instalar em Natal seu Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra, referência mundial em estudos na área. Um traidor como esses deve certamente ser desconsiderado.

(Atualizado às 15h do dia 5/11)

segunda-feira, novembro 01, 2010

Dilma venceria mesmo sem o Nordeste

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Não quero de modo algum minimizar a importância do voto nordestino, ao contrário. Mas é interessante ver que o peso do voto de estados como Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde Dilma ganhou de lavada, já seria o suficiente para derrotar o candidato tucano.

Quer dizer, quem sustentar que foi o Nordeste que elegeu Dilma – afirmação que tem grande conteúdo de verdade, mas que geralmente é usada para reafirmar o velho preconceito contra o "voto do pobre" ou dos "analfabetos", já que nordestino por muitos "sulistas" é historicamente identificado com esses qualificativos – está intencional ou ingenuamente (sim, os tucanos também são enganados) ignorando a ampla votação que ela teve no Sudeste.

Veja os números do segundo turno:

Total de votos válidos: 99.462.514

Total de votos de Dilma: 55.752.092
Total de votos de Serra:
43.710.422

Votos de Dilma no Nordeste:
18.380.942
Votos de Serra no Nordeste:
7.673.776

Votos de Dilma excluindo o Nordeste:
37.371.157
Votos de Serra excluindo o Nordeste:
36.036.646

Assim, excluindo o Nordeste, Dilma venceria por 51% a 49%. Uma vitória apertada, mas ainda assim incontestável, por mais de 1 milhão de votos. Como o Nordeste existe, Dilma abriu a ampla vantagem de 12 milhões de votos.

sexta-feira, agosto 06, 2010

Uma tal defesa da "cultura paulista"...

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(Preparem o estômago, que o prato é indigesto)

Cidades grandes e ricas atraem mão-de-obra de todos os níveis. Isso acontece em Londres, Tóquio, Nova Iorque, Dubai, Mumbai, Joanesburgo e, claro, São Paulo. A mão-de-obra precisa da cidade e a cidade precisa desses trabalhadores. Esse é um movimento tão óbvio e tão auto-explicativo que às vezes parece que não precisa mais explicar. Quem passou pela escola e aprendeu alguma coisa sabe que é assim. Quem vive uma vida de trabalho duro também sabe.

Mas parece que isso não é tão fácil de entender, pelo menos de acordo com um grupo de jovens paulistas - são cerca de 600 no Estado, 100 na capital. Para eles, migrante, aqui, não deveria ter vez. O manifesto "São Paulo para os paulistas" (eu já falei sobre preparar o estômago? É sério) aborda a migração de pessoas de outras partes do país para cá, defendendo a ideia de que a 'cultura' paulista estaria se perdendo num mar de, digamos assim, nordestinidade. Aqui, entrevista que o Terra Magazine fez com um dos integrantes do movimento.

O manifesto se esquece que, para que uma economia cresça, é preciso de gente para trabalhar e para consumir, e desce a lenha nos migrantes. Apesar da tentativa que o movimento faz em convencer (aos leitores? a eles próprios?) que eles se dirigem a todos os migrantes, o foco nos nordestinos é claro. Para esses jovens, os migrantes, se quiserem vir, devem entrar mudos e sair (sair, principalmente sair!) calados, como demonstra este trecho: "Fique esclarecido que os migrantes são os visitantes. E os paulistas são os “donos-da-casa”. E não o inverso, como pensam e agem. Assim ambos devem portar-se como tal".

Os autores deixam de fora tanto conceito básico que dá até preguiça. Um deles é o fato de que São Paulo não existe enquanto povo único. Somos uma mistura de várias regiões do país e de várias nacionalidades. Eu, que se quisesse passaria com louvor em algum tipo de "matrícula" no movimento, branca que sou, tenho família que está aqui há 3 gerações, pelo lado da minha mãe, e apenas uma geração, pelo lado do meu pai. Essas famílias trouxeram sua cultura, seu modo de ser, sua comida e tudo o mais para cá no século XX mesmo, nem faz tanto tempo. Durante todo esse século, o estado de São Paulo foi sendo moldado por pessoas que vieram de fora. Em 1872, a cidade de São Paulo contava com apenas 30 mil habitantes. Tudo isso para dizer: não existe uma "cultura paulista" eugênica como querem os "manifestantes".

Mas suponhamos que São Paulo fosse mesmo uma entidade una, que tivéssemos todos uma cultura muito específica e homogênea. E daí? Fazemos parte de um país que tem entre seus princípios fundamentais a liberdade de ir e vir. E esse princípio não está aí de graça, ele tem fundamentos que o justificam. Não é essa, porém, a visão do movimento. Eles reivindicam que "torne-se crime no Estado de São Paulo, a invasão e loteamento de terrenos ou prédios - públicos ou privados". A justificativa? "São Paulo não foi buscá-los em sua origem. Portanto, não tem obrigação de sofrer suas práticas".

E, apesar de os autores afirmarem que estão apenas (!) preocupados com a dita "cultura paulista", não falta reclamação sobre o fato de que São Paulo contribui com mais impostos para o Brasil, sem que haja retorno desse dinheiro, como neste trecho: "Com os valores tomados de S Paulo pelo Brasil, daria para construir 9 rodoaneis por ano. S Paulo paga menos a seus policiais e professores do que os estados que tomam os recursos de SP". Mais uma vez, do começo. Imposto é (deveria ser) uma forma de distribuição de renda. Quem ganha mais paga mais, para que quem ganha menos tenha acesso a serviços básicos. Simples assim. Que existam distorções, não duvido. No Brasil, pobres pagam proporcionalmente mais que ricos, como explica o mestre em Finanças Públicas Amir Khair, em matéria da Revista Fórum: "Quem ganha menos de 2 salários mínimos paga 49% de seus rendimentos em tributos, enquanto o percentual não passa de 26% para quem ganha mais de 20 salários mínimos". Isso sim é distorção. O estado com mais atividade econômica do Brasil contribuir mais é apenas o óbvio.

O documento contém mais e mais barbaridades, mas que seria inútil considerar aqui. Discutir contra o preconceito é algo sério...

sexta-feira, outubro 26, 2007

Americanos preparam protesto inusitado

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Torcedores do já matematicamente rebaixado América-RN, que ainda não ultrapassou o União São João de 1995 como o pior time da história recente do Brasileirão (o aproveitamento hoje é de 16,67%), farão um protesto diferente no próximo jogo do clube, que é nesse domingo, contra o Flamengo, em Natal.

Eles querem reunir a maior quantidade possível de camisas dos times do "Sul" - Flamengo, Corinthians, São Paulo, etc. - para queimar ou rasgar os referidos uniformes no estádio.

O alvo dos americanos não são exatamente os times "sulistas". E sim os chamados "torcedores mistos", aqueles que torcem para um time do estado onde moram mas também são devotos de outra agremiação maior e de outro canto no Brasil.

O fenômeno, como se sabe, é muito comum no Nordeste. Com exceção de Bahia, Pernambuco e talvez o Ceará (Marcão Palhares que morou por lá me corrija), os habitantes desses estados torcem maciçamente para os times do Sudeste - Rio, principalmente - e deixam os clubes locais em segundo plano. O que já vem de anos, bem de antes da Rede Globo estender seu monopólio: o pai desse que vos escreve, piauiense de nascimento, torcia para o América do Rio quando morava em Teresina.

Não tenho opinião formada sobre o protesto dos americanos. A primeira reação é dizer algo como "eles têm que se preocupar com o time ridículo que colocaram no campeonato e não inventar desculpas!". Mas às vezes penso que a falta de cobrança típica dos torcedores não-fanáticos - aqueles para os quais "futebol é festa", e não coisa séria - pode mesmo prejudicar e até mesmo desmotivar os jogadores.

Vejam sobre a idéia do protesto na comunidade do América no Orkut.

E vocês, que acham?