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quinta-feira, janeiro 09, 2014

'Momentos de cizânia e baderna' e 'ânimos efervescentes'

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Camarada carioca fotografa a toalhinha de papel da bandeja do McDonald's com o tema "Copa do Mundo", mostrando diversos profissionais envolvidos no evento. Ao falar dos "puliça", faz uma verdadeira ginástica de retórica para definir o sagrado ofício de descer a porrada em quem aparecer pela frente quando o pau come...


sexta-feira, junho 07, 2013

Por que o movimento pela redução da passagem dará em nada

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por William Maia*

Vendo as imagens da batalha de ontem na Paulista, uma pergunta não me saía da cabeça: por que só pararam a Paulista agora, se o reajuste vem sendo anunciado há meses? A resposta, como sempre, está no passado: em 2006, ainda no começo da gestão Kassab, participei de algumas manifestações contra o aumento da tarifa de ônibus. Na época, o reajuste foi de R$ 2,00 para R$ 2,30. 
Tinha acabado de entrar na faculdade, não sabia de muita coisa, mas a causa me parecia justa e o movimento, democrático –qualquer um podia participar e não havia liderança hierarquizada clara. Os protestos começaram bem, fechamos a Paulista algumas vezes e bloqueamos o terminal Parque Dom Pedro; tudo de forma pacífica, a despeito da agressividade da polícia. 
Conforme os dias e semanas passavam sem que a Prefeitura desse o menor sinal de que poderia reverter o aumento, o público das passeatas foi minguando. Ainda assim, eram muitas pessoas, a maioria sem ligação com partidos ou sindicatos. Gente realmente interessada em um transporte público de qualidade a preço justo –ou a preço nenhum. Certo dia, fui a uma reunião da coordenação do movimento na sede do Partido Humanista, em Santa Cecília. 
Cheio de entusiasmo juvenil, me inscrevi para falar na plenária, e defendi que encarássemos a realidade e mudássemos a bandeira do movimento. Já não adiantava imaginar que o valor da passagem regredisse depois de tanto tempo. Portanto, deveríamos aproveitar aquela reunião de pessoas bem-intencionadas e defender investimentos na melhoria dos ônibus, no aumento da frota para mitigar as superlotações, e nos prepararmos para enfrentar um novo reajuste no futuro, ANTES que este entrasse em vigor. A chance de barrá-lo seria muito maior, evidentemente. 
A proposta foi bem aceita num primeiro momento, com discordâncias pontuais, até que tomou a palavra um militante da juventude do PCO (Partido da Causa Operária) – sim, eles existem –, que chamou o discurso pela melhoria das condições do transporte de “coisa de tucano”, e defendeu que continuássemos as passeatas pela redução da tarifa, que no mínimo manchariam a imagem do Kassab. Confusão instalada, todos falando ao mesmo tempo, troca de acusações etc. 
Eis que em determinado momento, alguém propõe uma votação para definir os rumos do movimento: continuaríamos as passeatas com cada vez menos pessoas ou buscaríamos uma alternativa? E foi então que a realidade me deu um tapa na cara. Vendo que a militância presente pendia para a segunda opção, os camaradas do PCO e outros descontentes começaram a retardar a votação, enquanto telefonavam chamando mais gente para comparecer à plenária e assim ganhar o controle do movimento. 
Fui embora e nunca mais voltei. 
Ali percebi que, apesar da boa intenção da maioria, não se tratava apenas de um movimento contra o aumento da passagem, mas de disputa de poder entre correntes do movimento estudantil, algumas delas, marionetes de partidos. Em 2009 e 2011, a coisa se repetiu. Protestos contra o aumento foram às ruas DEPOIS de o reajuste entrar em vigor. Começaram fazendo barulho e depois desapareceram. 
Dessa vez não será diferente.

A massa cheirosa paulistana se diverte

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Rosas para as dondocas, porrada no povo
Quinta-feira à noite na maior cidade da América Latina, capital do Estado mais rico do país. Enquanto a polícia do governo alckmista descia a porrada em estudantes e sindicalistas em plena Avenida Paulista, tucanos de todas as plumagens, puxa-sacos, novos ricos deslumbrados, potenciais atropeladores de ciclistas, artistas globais, pseudo-celebridades e espertalhões que seriam enquadrados fácil, fácil em muitos dos artigos do Código Penal se reuniam no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, para um jantar beneficente. Quem tiver estômago, confira a coluna de Mônica Bergamo de hoje, na Folha de S.Paulo - página E2, caderno Ilustrada.

Marido marqueteiro do PSDB é só um acaso
Está lá o (des)governador, sorridente, cobrando R$ 400 por pessoa para o projeto Padarias Artesanais, de sua querida esposa, Lu, que preside um tal de Fundo Social da Solidariedade. Mas a verdadeira padaria estava ali mesmo na festa tucana, produzindo a tal massa cheirosa da Eliane Catanhede - que, por mero acaso, é casada com um marqueteiro do PSDB. E, falando em matrimônio, o casal Geraldo e Lu Alckmin é aquele mesmo que não teve pudor de, investido das funções de governador e primeira-dama, cortar a faixa na inauguração da loja para milionários Daslu. Será porque a filha deles trabalhava na polêmica loja?

Política pública: inaugurar loja de contrabando
Aliás, o escândalo de contrabando na Daslu é, até hoje, "o segredo de Sophia" (Alckmin) - e talvez isso tenha alguma relação com a menção ao Código Penal no primeiro parágrafo... Mas não estraguemos a festa tucana, afinal, Geraldo Alckmin sempre foi um dos defensores mais aguerridos da "ética", da "moralidade" e dos "bons costumes" - vide o episódio em que algumas das "manifestantes" endinheiradas do Movimento Cansei (pausa para um sorriso maroto do Cláudio Lembo), como Ana Maria Braga e Regina Duarte (MEDO!) compareceram, naquela mesma época, ao casamento da  filhinha do governador.

Kherlakian entretendo tucanos no rega-bofe
Puro acaso, mera coincidência. Trololó petista, diria o probo e honesto José Serra. Voltemos, pois, ao que interessa, o rega-bofe tucano de ontem à noite, espécie de "baile da Ilha Fiscal" do Império Alckmin. A colunista Mônica Bergamo destaca a presença de Reinaldo Kherlakian, "cantor" e herdeiro da Galeria Pagé, na região da rua 25 de Março (olha o Código Penal aí outra vez...). Observa, com deleite, que ele cria "araras, minicavalos, cães, minivaca, burro, zebra e até um tigre-de-bengala" em sua casa (por que não tucanos?) e que "estreou ternos de João Camargo e Ricardo Almeida e sapatos Louboutin cravejados de cristais Swarovski, comprados em Nova York". Nada mais PSDB e massa cheirosa do que isso!

Claudia Raia reviveu glamour da Era Collor
Também estava lá Claudia Raia, cabo eleitoral de Fernando Collor em 1989, e Moacyr Franco, outro que mantém estreitas relações com o tucanato. Mas a nota engraçada da festa Alckmista foi que, no Estado mais rico do país, onde quem consegue sobreviver à dengue pode sucumbir à violência e criminalidade, que batem recordes há meses, até as dondocas estão alarmadas com a insegurança. "É uma coisa impossível o que está acontecendo", reclamou Regina Manssur, ex-Mulheres Ricas, programa educativo da TV Bandeirantes. "Alguma coisa tem que ser feita. Na questão da segurança, estou insatisfeita com o meu candidato", acrescentou a advogada, que, assim como Kherlakian, reside no Morumbi - o bairro campeão de assaltos na capital (e onde também está o Palácio dos Bandeirantes da festança de ontem, resumo da suprema vergonha que é a gestão tucana). Detalhe: o tal "candidato" da mulher rica, Alckmin, é o dos massacres de maio de 2006 e de relações cordiais com o PCC.

Sonho da elite paulistana é reviver a 'Redentora'
Diante de tanta violência, a canseira do Movimento Cansei deu as caras: "Estamos cansados de ver tragédias horrendas acontecendo", reclamou a dondoca Helena Mottin, nas (grandes) fuças do (des)governador. O melhor foi o comentário do magnata da Galeria Pagé, Kherlakian: "Ele (Alckmin) não tem culpa. O que ele pode fazer? Tem que modificar todas as leis. Teria que começar lá no Congresso". Muito bom, muito bem. O sonho dessa gente é mesmo fechar o Congresso, botar os milicos no poder e todos esses petralhas na cadeia. Mandar a "gente diferenciada" pra longe de Hiegienópolis. Marchar com  a família e com Deus pela "liberdade". Polícia? Só pra bater em estudantes e sindicalistas e pra matar jovens pobres e negros. Um brinde, Dona Lu! Viva a vossa padaria! Viva a massa cheirosa!

E paro por aqui, porque não aguento ficar tanto tempo tampando o nariz.