Destaques

quinta-feira, junho 22, 2006

Sem graça

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Os jogos da terceira rodada da Copa do Mundo têm primado pela sem-gracice. Quem pôde dar uma olhada nessas partidas, viu equipes com bem pouca motivação pra saber quem vai ser primeiro ou segundo do grupo e, pior, poupando titulares. Aliás, esse negócio da Fifa suspender o jogador no caso de dois cartões amarelos e zerá-los na segunda fase só poderia dar nisso mesmo: seleções poupando titulares e deixando os jogos mais feios. Não dá pra mudar em 2010 não?

Denúncias, advogado...

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Companheiros, por favor: o que vocês acham dessa definição do Parreira sobre o que são "negócios de treinador"? Leiam:

Terra - Você gosta de livros?
Parreira - Gosto, mas não consigo abrir. Não tenho concentração para abrir um livro sequer, incrível. O negócio de Copa do Mundo absorve você de uma maneira tal.

Terra - Não dá tempo?
Parreira - Não, tempo até você teria, mas a cabeça não está preparada para nada a não ser Copa do Mundo. Acompanhar os jogos, o adversário. Eu, particularmente, vejo todos os jogos quando estou no hotel. Só não vejo aqueles quando nós estamos treinando, fora do hotel ou em viagem. Como aconteceu em dois ou três jogos que a gente tava em viagem e a gente não viu. Mas estando no hotel, com disposição, eu vejo todos os jogos.

Terra - Por que livros de ficção?
Parreira - Porque é descompromissado. Para relaxar. Gosto muito de aventuras e não gosto de terror. Gosto de filmes de ficção, onde tem casos de julgamento, detalhes, minúcias. É negócio de treinador. Denúncias, emoção, advogado, mistério.

quarta-feira, junho 21, 2006

Tenho só 3kg a mais que Ronaldo, mas sou 5cm mais alto e não jogo na seleção, pô!!!

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Ronaldo se apresentou à Seleção Brasileira com quase cinco quilos acima do peso considerado ideal pela comissão técnica. Nesta quarta, o preparador físico Moraci Sant'Anna afirmou que o jogador está com 90,5 kg, apenas meio quilo acima do que ele considera o ideal para o atacante.

"Do dia da apresentação para a véspera do jogo contra a Austrália, ele tinha perdido 3,2 kg. De lá para cá, perdeu mais um. Está agora com 90,5 kg, meio quilo acima do peso considerado ideal por seu percentual de gordura. Mas um quilo a mais, um quilo a menos é desprezível nesses casos", afirmou Moraci após o treino de reconhecimento do gramado do Westfalenstadion, em Dortmund, local do jogo de quinta, contra o Japão.

Até hoje, o preparador relutava em dizer o peso exato de Ronaldo. O tema provoca polêmicas desde o início da preparação da Seleção, em Weggis, na Suíça, em 22 de maio. Curiosamente, no site da Fifa o peso de Ronaldo é de apenas 82 kg. O jogador se apresentou à Seleção com 94,2 kg, 12,2 quilos a mais. Ronaldo tem 1,83 m.

Bolão é coisa de viado

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Breve desabafo de um cidadão que está passando vergonha em dois centros de apostas.

Sobre torcedores e torcidas

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Espetáculo à parte em qualquer pelada ou jogo de Copa, os torcedores têm sido mais notícia do que os treinos ou declarações de técnicos nos últimos dias. Em umma rápida olhadela no que andam fazendo/falando precebe-se que não é à toa:

- Torcedor inconformado - Nessa terça, no treino do Japão, torcedores protestaram irritados com o desempenho da sua seleção, como se fosse possível esperar coisa melhor... "Coloquem a bola na rede, vocês são um lixo!", gritou um indignado japonês.

- Torcedor-jogador - "Torcer para a Argentina nada. Eu sou brasileiro", declarou o meia Carlos Alberto, que na terça-feira treinou com bandeiras do Brasil nas unhas, além de uma pulseira verde-amarela e elásticos nas mesmas cores amarrados a suas tranças. Nem quando perguntado se a presença de Tevez e Mascherano no elenco o fariam torcer pelos argentinos, respondeu:"Que nada, Tevez já fez o golzinho dele, está bom", observou.

- Torcedor manguaça - A polícia alemã efetuou a prisão de 51 torcedores, sendo 23 brasileiros e um australiano nos arredores do estádio de Munique, palco da partida entre os pentacampeões e os amarelos da Oceania. De acordo com a polícia, as principais ocorrências que levaram às prisões foram pequenos furtos e desacato às autoridades. Desacato, vulgo atos em decorrência da manguaça, ou alguém acredita em brasileiros bêbados conseguindo ofender algum policial em alemão?

- Torcedor-jornalista - Complicado mesmo é quando a imprensa vira torcedora. Se a gnete reclama dos veículos daqui e do ufanismo do Galvão, olha só o que um periódico sueco ousou: "Larsson é tão grande como Pelé". O delirante jornal Aftonbladet ressaltou que o ex-jogador do Barcelona é o sueco que disputou mais jogos em Copas, empatou com Kenneth Andersson como artilheiro da seleção na história da competição e marcou gols nos Mundiais de 1994, 2002 e 2006. É, igualzinho Pelé.

terça-feira, junho 20, 2006

Futebol, política e cascata...

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Já conformada com a derrota de seu candidato à presidência da República na eleições de outubro, a Falha de S.Paulo (falha mesmo, não foi ato falho) se esmera em buscar "alternativas" para não ter de passar mais 4 anos engolindo um sapo barbudo. Artigos nebulosos, misturando alhos com bugalhos, aparecem com certa freqüência nas páginas do periódico paulistano. Mas o texto publicado hoje com o título de "Política de chuteiras", de autoria de Roberto Luís Troster (economista chefe da Febraban), é qualquer coisa de espantoso.

Na infeliz tentativa de comparar futebol com equipe econômica, Troster afirma taxativamente: "Espera-se um craque político que mude esse quadro. Alguém que faça o país do futuro virar presente, o craque que com liderança, raça e ginga leve o Brasil a uma posição de destaque. É uma busca infrutífera. Esse craque não vai aparecer." Ou seja: além de dizer que o presidente Lula é um inútil e que não está fazendo nada pela recuperação econômica do país, o articulista estende o descrédito a todos os outros candidatos e também aos que vão aparecer no futuro!

Mas não pára por aí: depois de afirmar que "a representação política depende em excesso de uma só pessoa com mandato fixo com pouca flexibilidade" e que "o Congresso tem um papel de coadjuvante e não é responsável pelo bom desempenho da economia", Troster conclui brilhantemente, com toda a certeza do mundo, que a solução seria "a adoção do parlamentarismo". Trocando em miúdos: se a população teima em eleger e reeleger Lula, então vamos cortar as suas pernas! É isso ou entendi mal?

Não contente em desprezar os bons ventos que a economia nacional atravessa, o articulista não perde a oportunidade de bater também no Bolsa Família: "No regime presidencialista, além do excesso de personalismo, há um incentivo a adotar políticas populistas, que geram benefícios a curto prazo e repassam os custos aos sucessores." Aqui o discurso neoliberal fica evidente: investir em políticas de distribuição de renda é jogar dinheiro fora. A mesma cascata que Serra utilizou, clamando a "contenção de gastos", para podar todas as ações sociais da gestão Marta Suplicy.

O mais engraçado é que, quando o mesmo Serra batia Lula nas pesquisas, em meados de 2005, NINGUÉM vinha com esse papinho de parlamentarismo. Por que será, hein?

Agora, convenhamos: afirmar que "parlamentarismo" e "desengessamento do Orçamento" são bons é uma coisa. Mas, a partir daí, concluir que "Dá certo no futebol, tem que dar certo na economia", é muita esquizofrenia para o meu gosto. O que uma coisa tem a ver com outra???

"Tomei umas 20 doses de uísque"

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Até o fim da Copa do Mundo, Ronaldinho, Ronaldo, Roberto Carlos ou algum outro astro da seleção brasileira vai sentar num chapéu e botar um ovo.

A promessa é de Juarez Pinheiro Guedes, 54, pai do atacante Fred, que segue a delegação envergando uma camisa pirata do Brasil, fazendo "mágicas", como a do ovo no chapéu, e contando causos em seu blog (http://blog.uai.com.br/blog/fredgol/jua/).

Ontem, no day-after da explosiva estréia de seu filho em Copas, ele encarou a ressaca mais brava. "Não tinha cachaça, tomei umas 20 doses de uísque num bar de Munique para comemorar o gol do Fredinho."

"Seu Juá, o Boleirão", como se apresenta na internet, é a antítese do ar blasé da maioria dos acompanhantes de outros craques e, até por isso, choca os europeus e quem mais cruza com ele pelos caminhos da seleção.

Como quando se exibe engolindo um palito para depois tirar dezenas deles da boca. "Já cheguei a colocar 200 pra fora."

Juá afirma que, executados nos bares, os truques fazem os alemães rasgarem a conta. Não que precise. Ainda em Weggis, na Suíça, ganhou uma mesada.

"O Fred meteu um checão de 12 mil na minha mão. E já perguntou se preciso de mais."

Mas Juá se vira. Comprou US$ 38 mil em pedras antes de ir à Europa. Diz que vendeu a maioria na Alemanha e que levantou US$ 95 mil. Entre as mercadorias, estavam lotes de topázio imperial, a pedra cujo nome usa para se referir a Fred.

Ex-garimpeiro, aprendeu a lidar com as pedras desde cedo em Teófilo Otoni (MG), onde tanto ele quanto o filho nasceram. A cidade merece homenagens no blog. Ao fim de cada texto, Juá lança o bordão: "De Teófilo Otoni para o mundo".

Mas ontem ele estava bem longe dali. Apesar da ressaca, viajou de Munique para Lyon, na França, onde fica até amanhã. Só retornará à Alemanha para assistir a Brasil x Japão.

Ficará indo e voltando da França enquanto o Brasil estiver no Mundial. Prefere assim, porque só na casa de Fred acha comida brasileira. "Você acredita que me serviram um arroz gelado com frango na Suíça?"

Só aprovou um prato com carne de porco e feijão branco que encontrou em Munique.

"Eram umas bisteconas. Mas reclamei quando veio a conta. Três bistecas, 190."

As outras bistecas eram de Jonésio Pereira e de Thiago Afonso Silva, amigo de infância de Fred, descrito em quase todos os posts do blog como "Batata, meu fiel escudeiro".

Num Audi, que Juá chama de "Áudio", os três seguem atrás da seleção e servem de testemunha para as suas histórias.

Algumas são bizarras. Imagine um suíço, chamado Ernest, agachado sobre um chapéu, enquanto Juá retira um ovo, como se tivesse sido chocado pelo rapaz. Isso no meio de um bar.

É esse truque que quer fazer com os colegas de Fred se voltar à concentração. "Fui duas vezes ao hotel em Weggis. O Robinho é o mais esculhambador, me chama de Pai da Copa."

Como a maioria dos boleiros, diz ter preferência pelas loiras. "As alemãs são lindas, mas bravas. Chamei uma de "beautiful", uma das coisas que falo em inglês, e ela fechou a cara. Começou a gritar: "hans, hars, stok, stok". Só deu tempo de eu dizer: "Vamos embora, Batata"."

Preconceito?

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Um dos problemas gigantes que verificamos com a imprensa da Copa é o desconhecimento. O glorioso Sérgio Noronha, da Globo, se supera a cada dia, primeiro ao dizer que "ouviu falar que o Ibrahimovic é bom jogador" e depois ao falar que "não conhece nada do time de Trinidad e Tobago". Porra, um cara que é pago pra comentar a Copa, evento do qual sabemos todos os participantes com uma boa antecedência, dizer que "não sabe nada" de um time? Ah, vai catar coquinho!

Mas há também outro mal. O preconceito. Sim, sim. Estamos habituados a ver essa palavra usada em situações desagradáveis envolvendo gays/negros/deficientes e afins, mas ela também aparece no futebol.

Um exemplo disso é já batido: é quando um cidadão diz que os times africanos tem "talento e técnica" mas falta "responsabilidade". Cacetada. Isso pra mim é mais preconceito do que o De Sábato no Grafite, mas tudo bem...

Outro caso foi nítido hoje, na peleja entre Equador e Alemanha. E, como não fez referência a negros, talvez possa ter passado batido.

No jogo, os alemães jogaram um belo futebol. Marcaram bem, tocaram a bola com velocidade e precisão, preencheram todos os espaços de campo, não deram brecha pro adversário. E o que a dupla Casão/Cléber Machado se limitava a dizer? Que os alemães não eram técnicos, que jogavam um futebol somente objetivo, feio de se ver...

Todo mundo sabe que sou adepto do futebol de resultados. Mas caramba, hoje a Alemanha não se limitou a isso. E por puro preconceito algumas mentes não conseguiram captar o ocorrido.

A galera precisa saber que "preconceito" também pode atingir europeus, alemães e loiros...

segunda-feira, junho 19, 2006

Memória da Copa (6ª edição)

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Nasce o rei

Faz 48 anos hoje que o mundo conheceu o verdadeiro e único rei do futebol. Em 19 de junho de 1958, Pelé marcou um golaço contra o País de Gales, classificou o Brasil para a semifinal da Copa da Suécia e garantiu a posição de titular incontestável da seleção nacional pelos 13 anos seguintes. Era um rapaz franzino, de 17 anos, com menos de dois anos de atividade profissional no futebol. Mas era um gênio - e o mundo inteiro comprovou.

Até ele surgir, o máximo que o Brasil tinha alcançado em Copas era um vice-campeonato jogando em casa, na tragédia que foi a derrota para o Uruguai em pleno Maracanã, em 1950. Quando Pelé abandonou a seleção, em 1971, o Brasil era tricampeão mundial e detinha a Taça Jules Rimet em definitivo. Sem ele, a seleção enfrentaria um jejum de 24 anos sem vencer outra Copa do Mundo. Coincidência?

Jogando pelo Santos, em 1957, Pelé já havia deslumbrado gregos e troianos (ou melhor, paulistas e cariocas). Foi assim que garantiu seu lugar na Copa de 1958. E só não foi titular desde a primeira partida porque, antes de deixar o país, contundiu-se gravemente numa entrada assassina do zagueiro Ari Clemente, durante um amistoso caça-níqueis em que a seleção derrotou o Corinthians por 5 a 0, no Pacaembu.

Se fosse um jogador comum, teria sido cortado no ato. Mas a CBF já sabia de quem se tratava e decidiu apostar em sua recuperação e levá-lo à Suécia. Caso não tivesse condições de jogo até o fim da primeira fase, voltaria mais cedo e Almir Pernambuquinho, que estava excursionando pela Europa com o Vasco, seria chamado em seu lugar. Pelé perdeu a partida de estréia, em que o Brasil derrotou a Áustria por 3 a 0, e também o empate sem gols contra a Inglaterra.

Só entrou no antológico jogo contra a União Soviética, estreando como titular junto com Zito, Vavá e Garrincha. Foi um massacre que o magro placar de 2 a 0 não traduziu. Pelé jogou o que sabia, mas os dois gols de Vavá e o show de Garrincha na ponta-direita ofuscaram seu brilho. A partida seguinte, pelas quartas-de-final, é que seria um palco exclusivamente seu.

Fechada com 10 homens atrás, mais o goleiro, a seleção do País de Gales não deixou o Brasil jogar até os 25 minutos do segundo tempo. Quando todos já apostavam na prorrogação, Didi tocou para Pelé dentro da área galesa e esperou a devolução para tentar um chute a gol. Mas o garoto, em vez de devolver a bola ao mestre, deu um balãozinho genial, livrando-se do marcador, virou-se e, antes de a bola cair no chão, mandou para o fundo das redes.

Ainda hoje, ele considera esse um dos mais belos gols que marcou, entre os 1.281 anotados. Foi ali, pela primeira vez, que todos os holofotes mundiais voltaram-se para ele. Com mais três gols na semifinal contra a França e outros dois na final com a Suécia, o adolescente Pelé voltou para o Brasil já como rei consagrado do futebol. E nunca mais deixou de ser.

Brasil 1 x 0 País de Gales
19/junho/1958

Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando, Nílton Santos; Zito, Didi; Garrincha, Mazzola, Pelé, Zagalo. Técnico: Vicente Feola.
País de Gales: Kelsey; Williams, M. Charles; Hopkins, Sullivan, Bowen; Medwin, Hewitt, Webster, Allchurch, Jones. Técnico: Jimmy Murphy.

Local: Nya Ullevi (Gotemburgo)
Árbitro: Hriedrich Speilt (Áustria)
Gol: Pelé (71)

O emplastro Brás Cubas

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Novamente o Brasil não jogou bem. Contra a Austrália, o time mais uma vez mostrou as deficiências da partida contra a Croácia como a falta de entrosamente do "quarteto mágico", lentidão na saída de bola e dificuldade para se desvincular da marcação adversária. No entanto, também mostrou evoluções: Ronaldo se movimentou melhor e, de fato, em alguns momentos chegou a compor de verdade uma dupla de ataque com Adriano. Além do gol, Adriano deu um passe de calcanhar para seu companheiro de frente, que chutou para fora.

É pouco? Claro que é. O Fenômeno jogar melhor do que na última partida é obrigação, já que ele foi uma nulidade em campo. Mas, mesmo assim, o quarteto não fluiu. Ronaldinho Gaúcho parece tímido, não tenta as jogadas individuais que lhe deram fama mundo afora, ficando essas a cargo de Kaká que, obviamente, não vai resolver todo jogo. Falta aproximação entre os quatro e isso só se ganha com treino e tempo.

Essa é a questão. O Brasil conseguirá entrosar esses quatro a tempo? O resto da equipe, a parte defensiva que tanto causava preocupação, parece mais afinada, mas o ataque não. Os sábios de plantão já têm a solução: colocar Juninho Pernambucano como titular.

Engraçado esse clamor da imprensa esportiva. Ontem, observando alguns programas, fiquei com a impressão de que o malévolo Parreira estaria cometendo a maior das injustiças deixando um craque indubitável no banco. "Joga uma monstruosidade", dizia Galvão Bueno. A entrada atleta do Lyon seria o emplastro Brás Cubas de Machado de Assis, a cura de todos os males, o ponto de equilíbrio de um time desarrumado.

Será? Não sei se me falha a memória, mas não lembro de nenhuma apresentação esplendorosa do jogador. Tudo bem, tudo bem, ele toca bem a bola, cadencia o jogo no meio e chuta bem de fora da área. Mas os titulares por acaso tem menos talento? A solução para o ataque é colocar alguém que, na prática, reforça a defesa? É engraçado ver os mesmos que lamentam que o Brasil não mostre um "futebol-arte", lembrarem até a seleção de 1994 como referência para justificar a escalação de Juninho. Então está bom, aquela seleção que jogava bonito...

Parreira tem a oportunidade de, contra o Japão, testar variações táticas. Colocar Robinho como titular ao lado de Ronaldo, por exemplo, que não teve oportunidade de jogar ao lado de um atacante mais leve que Adriano. Assim, é possível analisar também se a entrada do ex-santista tem que ser feita de fato no segundo tempo, quando a equipe rival já está mais cansada, ou se ele pode realmente começar jogando. O treinador só tem que tomar cuidado com as soluções mágicas dos sábios. Ou correremos o risco de ter um futebol tão burocrático quanto o que vimos em 1994. Alguém quer isso?

Nem depois de pressão da Austrália

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A vitória do Brasil sobre a Austrália no domingo por 2 a 0 garantiu a classificação e praticamente a liderança do grupo. Os gols de Adriano e Fredi aos 4 e 45 minutos do segundo tempo não significaram que o time tenha convencido a torcida. Pior, os australianos tiveram bons momentos, exigiram pelo menos uma defesa difícil de Dida e perderam um gol sem goleiro (depois de uma trapalhada do guarda-metas canarinho, a esperança dos adversários).

Na Copa da Saúde de que tanto gosta de falar o treinador brasileiro Carlos Alberto Parreira, a falta de movimentação de Ronaldo Gordo fica cada vez mais clara. Mesmo se mexendo muito mais do que na estréia, a sensação é de que o atleta está fazendo seu melhor com todos esses quilinhos a mais, o que ainda é quase nada, levando-se em conta que na reserva há Robinho e, por que não, Fred.

Mas pela conversa do técnico no pós-entrevista, Ronaldo ainda entra em campo contra o Japão. Pode ter sido impressão, mas ele não pareceu disposto a mexer. E, depois de duas partidas sem pôr Juninho Pernambucano pra jogar nem mesmo no segundo tempo, ou ele pensa mesmo em Robinho, ou quer preservar o volante do Lyon, da França. A segunda hipótese é improvável na biografia de Parreira.

sábado, junho 17, 2006

Cadê a Itália?

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É difícil assistir a uma modalidade esportiva em que os Estados Unidos tenham alguma torcida que não seja a deles mesmos. No geral, todo o resto do mundo torce contra os norte-americanos. Entretanto, na partida contra a Itália pela Copa do Mundo, a história foi diferente. Boa parte dos torcedores presentes gritou em favor dos EUA, bem menos tradicionais que os italianos, favoritos que não passaram de uma empate e agora complicaram sua possível classificação para a próxima fase.

Os EUA pressionaram desde o início, mas tomaram um gol em uma jogada de bola parada, quando Gilardino cabeceou aos 22 minutos. Mas os norte-americanos chegaram ao empate cinco minutos depois, com gol contra de Zaccardo, em cobrança de escanteio. De Rossi foi expulso um minuto depois, após dar uma cotovelada no atacante dos EUA McBride. Mas, a um minuto do intervalo, o estadunidense Mastroeni também foi expulso.

No início da segunda etapa, Pope, que já havia recebido cartão amarelo, cometeu falta em Gilardino e foi expulso. A partir daí, aItália exerceu pressão, mas os norte-americanos não se intimidaram e levaram perigo nos contra-ataques. O goleiro Keller, aos 27 minutos, fez a maior defesa da Copa ao evitar o gol de Del Piero, que tentou deslocar o arqueiro. Mas foi muito pouco para os italianos, que chegaram para a partida como franco favoritos e não superaram os valentes norte-americanos que fizeram merecer o empate ou até resultado melhor.

A terceira e última rodada será emocionante, já que todas as seleções do grupo têm chances. Na verdade, esse é o real grupo da morte.

Sensação

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Foi 2 a 0, mas poderia ter sido mais. Verdade que a República Tcheca poderia ter descontado no final, mas duas defesas sensacionais de Kingson evitaram o que seria uma monumental injustiça.

A verdade é que, se o primeiro tempo foi equilibrado, o segundo foi um show de Gana. A seleçãotcheca tentou fazer maracação sob pressão apra chegar ao empate, mas os africanos mostraram uma saída rápida de bola, passes longos e lançamentos precisos, além de muita, mas muita velocidade, desnorteando os europeus. Assim, cehgaram ao segundo gol, perderam um pênalti e mais várias chances de gol.

O futebol africano, que até agora tinha batido na trave com Costa do Marfim e com a própria Gana, que só tinha sido derrotada pela tão cantada e decantada Itália por conta de dois pênaltis não marcados pelo brasileiro Carlos Eugênio Simon (que preferência ele tem pelos grandes...), parece que desencantou. Em uma das mais emocionantes partidas do Mundial, Gana embolou o grupo E e pode tirar uma das favoritas e passar à segunda fase, podendo pegar o Brasil. que jogo seria...

A segunda fase depois de 40 anos

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Se a vitória de Portugal sobre o Irã não foi brilhante, o time fez valer sua superioridade com um 2 a 0 inconteste. De qualquer forma, houve uma clara evolução da equipe em relação à partida contra Angola. Novamente o Irã, assim como no jogo contra o México, pecou pelo preparo físico e sofreu os gols no segundo tempo, embora em ambas as partidas tenha surpreendido pela boa marcação e também por alguns contragolpes que, até agora, resultaram em apenas um gol.

O resultado marca alguns feitos históricos. Pela primeira vez após assombrar o mundo com Eusébio e cia. em 1966, o que lhe valeu o terceiro lugar naquela Copa (tendo eliminado inclusive o Brasil), os portugueses passam para a segunda fase em um Mundial. Já o técnico Scolari obtém sua nona vitória consecutiva em Copas (sete pelo Brasil na última) e também amplia a série invicta dos lusos, que não sabem o que é perder há 17 partidas.

Deco, ao marcar o primeiro gol de Portugal, torna-se o segundo brasileiro na Alemanha a marcar um gol por outra seleção. Antes dele, Sinha, do México, havia feito o seu contra o Irã. Espera-se pelo menos um grande embate nas oitavas de final, pois os dois classificados desse grupo pegam Argentina e Holanda.

Lá vem pontapé

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"Vamos tentar fazer contra o Brasil o mesmo que fizemos contra a Holanda e ver no que vai dar", disse Jason Cullina, volante australiano. Quatro atletas holandeses se contundiram na partida "amistosa" contra a seleção dos cangurus.

Ao ser perguntado por um jornalista patrício como parar o Brasil, ele respondeu: "A pontapé. Eu não sei exatamente como o Brasil reage, as atidudes que vão tomar. Mas provocamos os holandeses e algumas vezes eles não gostaram". Independente das declarações, que podem ter sido distorcidas na tradução torcedora tupiniquim, é uma certeza que vem pancadaria, porque é o que os caras sabem fazer.

Bussunda, que previu a engorda do Fenômeno, morre na Alemanha

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Em plena cobertura da Copa do Mundo, o humorista Bussunda, do programa Casseta & Planeta Urgente, morreu ontem de ataque cardíaco fulminante. Ele tinha 44 anos, e não quis ir para o hospital porque achou que era apenas uma crise de asma em decorrência de uma pelada com os colegas humoristas. Não há informações a respeito da continuidade ou não das atividades do grupo.

O grupo, desde a Copa de 1994 nos Estados Unidos, faz a cobertura do Mundial. Desde 1998, Bussunda interpretava Ronaldo Gordo, muito antes de ele realmente ser gordo.

Na Folha on line, na Globo.com, no Ultimo Segundo, tá a notícia.

sexta-feira, junho 16, 2006

Holanda avança, México decepciona

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Os holandeses asseguraram a vitória por 2 a 1 sobre Costa do Marfim e, de quebra, garantiram a classificação para as oitavas, eliminando a equipe africana. No primeiro tempo, os europeus avançaram bastante e deram espaço para perigosos contra-ataques dos marfinenses. Em um deles, Drogba avançou com mais um companheiro contra somente um defensor da Holanda, mas errou o passe e o gol não saiu.

Na segunda etapa, a Holanda, com a vantagem obtida, voltou mais postada na defesa, apostando nos contragolpes. foi aí que Costa do Marfim cresceu e, a exemplo do jogo contra a Argentina, não chegou ao empate por conta de finalizações erradas e algumas que sequer chegaram a acontecer. No entanto, os africanos reclamam de dois pênaltis não marcados a seu favor, mas o árbitro Oscar Ruiz (fraquíssimo) também deixou de anotar um em favor da Holanda. Além disso, seu critério disciplinar deixou bem a desejar.

Em um jogo morno, o México não conseguiu superar Angola, que comemorou o empate (o segundo ponto marcado por seleções africanas no Mundial) como se fosse uma vitória. Agora, se os africanos derrotarem os iranianos, podem se classificar caso Portugal derrote os mexicanos. Isso se der a lógica e o time luso derrotar o Irã amanhã. Risco desnecessário para a equipe mexicana, que começou a se preparar para a Copa um mês antes dos seus adversários.

Memória da Copa (5ª edição)

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A domingada e as trapalhadas

Num 16 de junho como hoje, há 68 anos, um lance infeliz do genial zagueiro brasileiro Domingos da Guia deu origem a mais uma expressão para a gíria do futebol. Após resultados pífios nos mundiais anteriores, o Brasil chegou à Copa da França pela primeira vez com um time que poderia ser chamado de "seleção". Chegou à semifinal, disputada contra a futura bicampeã Itália (na foto da partida, acima, Domingos está logo atrás do goleiro Walter). E o Brasil quase foi à decisão, mas a "domingada" de da Guia não deixou...

Eram 15 minutos do segundo tempo e a Itália vencia por 1 a 0, gol de Colaussi. Mas o Brasil pressionava e dava mostras de que poderia empatar. Foi então que, num lance sem bola dentro da área brasileira, Domingos da Guia agrediu o italiano Piola. O juiz viu e marcou pênalti. O termo "domingada" surgiu ali e sempre seria utilizado para jogadas bisonhas, principalmente de zagueiros. Com o segundo gol, marcado por Giuseppe Meazza (que hoje batiza o estádio de Milão), a Itália enterrou as pretensões brasileiras. Romeu ainda descontou, a três minutos do fim, mas era tarde.

Porém, justiça seja feita: Domingos da Guia não foi o único culpado. O futebol brasileiro era uma bagunça e a cartolagem completamente amadora. Prova disso foi a inscrição de Niginho, que jogava na Lazio e foi proibido de jogar o mundial (não houve como buscar substituto). Na véspera do jogo contra a Itália, os dirigentes compraram as passagens para Paris, onde seria disputada a final. À noite, rolou champanha à vontade na concentração. Animado, o técnico Adhemar Pimenta nem escalou o maior craque, Leônidas da Silva, que terminaria a Copa como artilheiro. Quiseram poupá-lo para a decisão que, lógico, o Brasil venceria.

Mais vergonhoso que as trapalhadas, a ausência de Leônidas, a domingada e a conseqüente derrota, foi a atitude dos cartolas tupiniquins, que se negaram a repassar os bilhetes aéreos para os italianos chegarem à Paris (foram obrigados a ir de trem). Mas eles foram, viram e venceram a Hungria na final. Ao Brasil restou o terceiro lugar, depois de derrotar a Suécia.

Brasil 1 x Itália 2
Data: 16 de junho de 1938

Brasil: Walter; Domingos, Machado; Zezé Procópio, Martim, Afonsinho; Lopes, Luisinho, Perácio, Romeu, Patesko. Técnico: Adhemar Pimenta.
Itália: Olivieri; Foni, Rava; Serantoni, Andreolo, Locatelli; Biavati, Meazza, Piola, Ferrari, Colaussi. Técnico: Vittorio Pozzo.

Árbitro: Hans Wutrich (Suíça)
Local: Stade Vélodrome (Marseille)
Gols: Colaussi (11), Meazza (60), Romeu (86)

E a Sérvia?

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Antes o início da partida final da Copa do Mundo de 1998, entre Brasil e França, já se podia perceber uma diferença gritante entre as duas equipes. Na execução dos hinos nacionais, o modo como os franceses entoavam a Marselhese junto com todo o público do Stade de France dava uma mostra do que viria a seguir. Hoje, na partida entre Argentina e Sérvia e Montenegro, essa diferença pôde ser notada novamente. Os jogadores da seleção balcânica, como na partida contra a Holanda, não cantaram o hino, demonstrando uma clara sensação de desconforto em função da decisão de Montenegro de se separar da Sérvia.

 Uma pena para uma seleção que, até perder para a Holanda, vinha de uma série de 13 jogos invicta e que tem jogadores técnicos, mas não mostrou ser de fato um time coeso até agora. Além de problemas internos, com os atletas descontentes em relação ao esquema tático imposto por Ilija Petkovic e não fazendo questão nenhuma de esconder isso para a imprensa internacional, os sérvios vivem às voltas com questões extra-campo que perturbam o ambiente da seleção e do próprio país.

Conturbações políticas que chegam até o futebol não são novidade para a Sérvia e outras ex-repúblicas da Iugoslávia. Franklin Foer dedica um capítulo inteiro ao país em seu livro Como o futebol explica o mundo (Jorge Zahar Editor). Nos países comunistas em geral, a sustentação das equipes de futebol se dava por um modelo único: uma era mantida pelo exército, outra pelos policiais e havia também aquela ligado aos sindicatos. Em Belgrado, o Partizan era o time dos militares, enquanto a polícia mantinha o Estrela Vermelha. Com o início da dissolução da antiga Iugoslávia, houve a eclosão da disputa étnica e nacionalista e o presidente sérvio Slobodan Milosevic não confiava completamente no exército, que ainda carregava a ideologia de integração e convivência entre as etnicidades.

Por conta disso, Milosevic confiou a um gângster chamado Arkan a tarefa de formar grupos paramilitares para operar na própria Sérvia e reprimir muçulmanos e croatas. E boa parte do verdadeiro exército de Arkan foi recrutada entre os torcedores do Estrela Vermelha que, por sua origem, era um bastião do nacionalismo sérvio. O Delije ou Tigres era uma torcida organizada violenta, que costumava cantar seus atos sanguinários nos estádios (“Machados na mão/ e uma faca nos dentes/ vai ter sangue esta noite”). Algumas das ofensivas mais sangrentas da guerra da Iugoslávia foram realizadas por esses paramilitares na Bósnia.

No entanto, os estragos da guerra, o isolamento internacional e a crise econômica levaram tempos depois à derrocada do regime de Milosevic. E, por incrível que parece, o Delije do Estrela Vermelha, de apoiador do presidente sérvio tornou-se um dos protagonistas dessa mudança. Tomaram de assalto prédios públicos em busca de provas de corrupção contra Milosevic, protestavam nos estádios e participavam de manifestações de rua.

Atualmente, a situação na antiga Iugoslávia não é tão drástica, mas as feridas da guerra ainda não se fecharam e a decisão de Montenegro de se separar da Sérvia só as cutucaram ainda mais. Claro que não serve como desculpa para a derrota contra a Argentina, mas não se pode dizer que isso não interfere em um elenco que tem três jogadores montenegrinos e onde o técnico contestado pelo elenco é croata.

Cachaça é vendida por quase R$ 3 mil em leilão

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Cinco garrafas de cachaça envelhecida foram vendidas em um leilão, na quinta-feira, na prestigiada Christie's, em Londres, com preços entre 462 e 660 libras (cerca de R$ 1.930 a R$ 2.760).

A Christie's não soube informar a identidade do comprador de cada um dos cinco lotes, mas disse que a maioria de seus clientes para a área de bebidas é de comerciantes e importadores.Foi a primeira vez que a cachaça foi vendida em um leilão internacional - este tipo de negócio é geralmente feito em torno de vinhos de safras exclusivas.