Destaques
segunda-feira, abril 16, 2007
domingo, abril 15, 2007
Mais uma pérola da transmissão global
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Da dupla Falcão e Galvão Bueno a respeito da contratação de Paulo César Carpegiani como técnico do Corinthians, durante o intervalo da partida entre São Caetano e São Paulo:
"Sem omelete, não se faz ovos".
Seria a subversão da culinária tradicional?
Um campeão no ponto de ônibus
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Com todo destaque da mídia e a crecente espetacularização do esporte, nossos ídolos esportivos, principalmente os do futebol, nos parecem cada vez mais distantes. Não que sejam realmente seres de outro planeta, mas adoram se comportar como tal. Muitos acham que jogam mais do que jogam, outros acreditam que valem mais do que valem. Às vezes, quando começam a despontar nas categorias de base, já passam a olhar de forma diferente. Do alto. E a partir de então exorcizam o passado, não se recordam mais de onde vieram e adotam o pedestal como seu lar definitivo.
Assim, ver ídolos humildes é algo cada vez mais raro. Na saída do jogo do Santos com o Bragantino, no sábado, esperava o ônibus sozinho em um ponto da avenida Doutor Arnaldo. Nisso, chegam um negro alto, aparentando 40 e poucos anos, junto com uma moça de idade semelhante. Olho pra eles e reconheço o homem. Ele, vendo minha camisa santista, puxa papo. "Então só empatamos hoje, hein?".
Era Zequinha Barbosa, um dos maiores fundistas da história do atletismo brasileiro. Participou de quatro Olimpíadas (4º colocado em Barcelona, 1992), foi nº 1 do mundo nos 800 metros, campeão mundial indoor em 1987 e prata em 1991, além de ter sido o primeiro brasileiro a ganhar ouro no Grand Prix de Roma, um dos eventos mais importantes do atletismo mundial. E ali estava ele, pegando ônibus e puxando papo com um desconhecido que, em comum com ele, tinha o time do coração.
Logo, mais uma pessoa, uma jornalista da Federação Paulista de Futebol, se integraria ao papo. Durante quinze minutos, Zequinha falou de futebol, tirou um sarro de leve da palmeirense que o acompanhava e corou a jornalista tricolor quando disse que a atual geração de torcedores do São Paulo "era difícil de aguentar". Contou também do seu Santos, elogiou Luxemburgo e lembrou que havia feito uma aposta com o técnico Emerson Leão, em 2002, prometendo um jantar a ele caso o Alvinegro fosse campeão.
Comentou sobre seu curso de Educação Física na FMU, depois de passar vinte anos morando nos EUA. E assim seguia a conversa. Animada, tanto que, sabendo que os quatro fariam itinerário parecido, Zequinha sugeriu à moça que o acompanhava, quando chegou um ônibus que servia para os dois, que esperassem o próximo apenas para ir conosco e continuar o papo. Diante da delicada negativa, se despediu e subiu no ônibus, ainda falante.
A jornalista, um pouco incrédula, virou pra mim e exclamou "era o Zequinha Barbosa!". De fato, é difícil acreditar que você pode encontrar um ídolo de infância no ponto de ônibus.
sexta-feira, abril 13, 2007
Miopia ululante
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Virou covardia
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Antes da derrota para o Botafogo foi lançado aqui o desafio entre o milésimo gol de Romário e o milésimo "post" do Futepoca.
Agora, com o baixinho desclassificado de qualquer atividade até o começo do brasileirão, virou covardia. Vamos em breve ao Vavá fazer o milésimo. Espero que nenhum futepoquense esteja ansioso ou refugue na hora, como vem fazendo o baixinho.
Aliás, a ironia, o milésimo quase sai de cabeça, faltaram uns cinco centímetros de altura. Mas o que mais vem me chamando a atenção é como Romário está amargurado e ansioso. Exatamente o contrário do que foi durante toda a carreira, em que parecia jogar final de Copa do Mundo como se fosse amistoso em Madureira.
De qualquer forma, para dar uma chance ao Baixinho, podemos depois de fazer nosso milésimo marcar uma pelada do time (?) do Vasco contra o Clube Atlético Fupetoca. E a gente nem escala o Talitão, porque aí seria covardia...
quinta-feira, abril 12, 2007
Por que o Azulão não reclamou?
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Tudo no Morumbi. As partidas das semifinais do Paulistão serão no estádio do São Paulo o que, pra entendedor meia-boca, já apontam que as finais lá serão. Feliz estará o São Caetano, que jogará duas partidas fora de casa. Por que essa poderosa esquadra não reclamou antes, hein? Certamente a FPF escutaria seus argumentos.
Chorô, parô!
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Muito curiosa a reação de alguns tucanos às pesquisas que mostram o governo Lula com aproximadamente 50% de aprovação. Nas palavras do deputado federal paulista José Aníbal, "estamos aniquilados".
Mas o melhor foi o discurso do também tucano de São Paulo Arnaldo Madeira (a imprensa só acha pessedebista paulista?). "A Câmara se transformou numa extensão do Executivo. Aqui se vota o que o governo quer", declarou, esquecendo do rolo compressor do governo FHC, que chamava qualquer tipo de opositor de "fracassomaníaco" (ô, democrata...).
E prosseguiu Madeira. "As pesquisas refletem uma realidade que não podemos alterar neste momento. O PSDB terá de dialogar com setores da sociedade, manter sua coerência e aguardar que esta situação se modifique com o tempo". O petista recalcado que sofreu com a crise política de 2005/2006 e agora estiver a fim de tripudiar, essa é a hora.
Deixemos claras as coisas
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O time sub-19 do Palmeiras conquistou o Torneio de Bellinzona, na Suíça - mais informações aqui.
Mas é bom que tudo seja esclarecido: apesar de ser um torneio internacional, com adversários de porte como Barcelona, Tottenham e Borussia Monchengladbach, a diretoria do clube negou a possibilidade de pleitear junto à FIFA o reconhecimento da taça como um Campeonato Mundial.
Romário, com cãibras, nem bate pênalti
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O Vasco foi eliminado da Taça Rio, o segundo turno do campeonato Carioca. O jogo terminou o tempo regulamentar em 4 a 4. Apenas um gol, da equipe vascaína, saiu na segunda etapa. Com 3 minutos, estava 2 a 0 para o time de Eurico Miranda. Aos 33, 3 a 2. Aos 44, virada: 4 a 3 para o Botafogo. Romário continua, em sua contagem, na marca dos 999.
Sem o veterano, imprestável com as cãibras pós-jogo, a representação de São Januário desperdiçou as três primeiras cobranças na decisão por pênaltis. Desclassificação.
O mais divertido foi o terceiro do Vasco, de Jorge Luiz. Depois de bela jogada, o cruz-maltino tocou por cima do goleiro Júlio César. O baixinho se atirou para tentar tirar uma casquinha e garantir o milésimo. Quando chegou na bola, já estavam, ele e a redonda, depois da linha do guarda-metas.
O Vasco vai esperar até o Brasileiro ou vai marcar um amistoso contra o América para o Romário jogar o primeiro tempo de um lado e o segundo para satisfazer a promessa feita ao pai, seu Edevair?
quarta-feira, abril 11, 2007
Na prática, o 1º semestre está no lixo. Na teoria...
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O relógio marcava 47 minutos do segundo tempo. O São Bento se preparava para cobrar uma falta a dois metros da entrada da área palmeirense quando sirenes dispararam na rua de baixo. O som aumenta, se aproxima. Pelo vão de prédios, vi passar duas viaturas do corpo de bombeiros disparadas pela rua vazia. Um palmeirense se atirou, pensei.
E, se fez isso, foi sem ver a defesa de Diego Cavalieri na falta cobrada quando nada importava na partida realizada em Sorocaba. O time da casa, com nome de santo que inspirou o papa e calções azul-de-pijama, já estava rebaixado. E o alviverde eliminado com a vitória do Bragantino, em casa, contra o Barueri por 2 a 1. É claro que não confirmei minha ilação estapafúrdia do inconformado suicida.
O pior é que Valdívia mais avançado rendeu bem. Osmar, isolado no ataque, fez dois e deixou o terceiro no travessão direito do goleiro Rafael. Martinez marcou, mas desceu ao ataque até que com personalidade, como fazia Magrão quando era palmeirense. Os três volantes posicionados contra o rebaixado São Bento, um constrangimento para a história de time grande, não representaram a tragédia esperada. É claro que a entrada do meia William deu outra cara à partida, tanto assim que foi dele o segundo tento e nele a penalidade do terceiro. Mas agora isso vale tanto quanto os cinco gols que faltaram que, empilhados em uma hipotética goleada histórica (mais dilatada do que a do Manchester contra a Roma), poderia dar a classificação por saldo de gols.
Tampouco tive oportunidade de conversar com o Conselheiro Acácio. A esta altura, imagino-o desolado com o torcedor que saltara da janela, mas teria discurso pronto. Que a classificação foi perdida no Parque Antártica contra o Guaratinguetá, sob a trapalhada de uma defesa que se abriu como jaca mole madura que despenca de um time que não soube vencer em casa. Pior, que só não viu uma goleada ser aplicada no primeiro tempo por inaptidão do time da cidade de Frei Galvão.
Vai dizer, porém, que o time fez sua parte. Que os trinta dias de intertemporada até a estréia contra o Flamengo, no Brasileirão, tem tudo para fazer a diferença. Que o elenco é jovem, que 19 atletas têm menos de 25, que vão ganhar confiança. Que a base é boa, o técnico cascudo, mas capaz de pôs a meninada pra jogar.
E na Copa do Brasil, lembrará ele e seus aceclas, a fatalidade foi a arbitragem ter mandado voltar a cobrança defendida por Diego Cavalieri. Que ter ficado onde até o Corinthians passou foi um acaso.
Enquanto isso, na prática, o primeiro semestre do Palmeiras está no lixo. Ao ouvir o saopaulino do andar de cima comemorar o primeiro gol em Bragança, o desgosto, sem brincadeira, me remeteu à derrota por 4 a 3 no Barradão para o vitória, de 17 de novembro de 2002. Foi exagero.
Amanhã, setores palmeirenses vão se dizer "satisfeitos" com a desclassificação. "Foi melhor", bufarão. Somaram a derrota para o Noroeste no Palestra para dizer que, "com esse time que não ganha nem em casa quando precisa, tinha mais é que perder."
Eu preferiria ver o time capenga de um técnico covarde entre os classificados, mesmo que fosse para perder do Santos na semi-final. O palmeirense que, no meio da (minha) agonia, se atirou e foi socorrido pelos bombeiros concordaria. Junto até do Conselheiro. É triste.
Nem Pelé, nem Romário: Josef Bican
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Para o site RSSSF (www.rsssf.com), o maior artilheiro da história do futebol é o austríaco Josef Bican (foto), falecido em 2001, com mais de 800 gols em jogos oficiais (eles não dão o número exato). Pelé teria balançado as redes 765 vezes e Romário, 756 - considerando-se apenas partidas oficiais de clubes e seleções. Na Áustria, corre a lenda que Bican chegou a fazer 5.000 gols. O RSSSF foi lançado em 1994, com informações sobre campeonatos de todo o mundo, abastecido por colaboradores. Somando-se apenas gols em campeonatos nacionais, Bican aparece mais uma vez no topo, com 643, seguido de Pelé (538) e Romário (533). Bican, que nasceu em 1913, começou a carreira no Rapid Vienna. Em 1937, foi para o Slavia de Praga, na República Tcheca, onde virou ídolo, marcando 328 gols em oito anos. Em 1969, quando Pelé estava prestes a fazer o milésimo, a imprensa européia o entrevistou sobre o seu número de gols e lhe perguntaram por que ele não divulgava uma lista com seus 5.000. A resposta foi bem humorada: "Você acha que alguém acreditaria se eu dissesse que fiz cinco vezes mais gols que Pelé?".
Ingleses classificam três semifinalistas na Liga
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Inzaghi marcou contra o BayernCom os resultados de terça e quarta-feira, três ingleses e um italiano farão as semifinais da Liga dos Campeões da Europa. O destaque foi a impressionante goleada do Manchester sobre a Roma, por 7 a 1, na terça-feira.
O time da terra dos Beatles acabou perdendo a final do Mundial Interclubes daquele ano para o São Paulo.
Jogos de volta
Terça, 10/04
Valencia 1 x 2 Chelsea
Manchester United 7 x 1 Roma
Quarta, 11/04
Bayern Munique 0 x 2 Milan
Liverpool 1 x 0 PSV
Grande ataque
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Muito boa a manchete do caderno de esportes da Folha de S. Paulo de hoje: “Palmeiras vai ao ataque com 3 volantes”. A matéria esclarece que “sem o suspenso Edmundo -principal nome ofensivo do time, seu artilheiro no Paulista (12 gols) ... -, Caio Júnior aposta num substituto que, em vez de ter o ataque como ofício, é um volante de contenção”.
Com Marcelo Costa, “o Palmeiras começa o jogo em que pode até precisar de uma goleada com mais defensores do que jogadores de frente. Martinez e Pierre são os outros dois volantes”, esclarece o jornal.
Pergunta deste escriba: agora vai?
Por que os clubes concordam e depois chiam?
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O Lance! adianta que, em reunião marcada para as 11h de amanhã, a Federação Paulista de Futebol deverá confirmar Morumbi e Pacaembu como únicos estádios a receberem partidas das semifinais e finais do Paulistão deste ano. Isso garantirá uma óbvia vantagem para o São Paulo, dono do Morumbi, e já está provocando uma grita geral por parte de Santos, São Caetano e mesmo dos que decidem hoje a última vaga - Bragantino, Palmeiras, Paulista e Ponte Preta.
terça-feira, abril 10, 2007
Gols absurdos no YouTube
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Após longo tempo sem escrever neste estupendo blog (período marcado por manifestações de fãs, dentre os quais algusn membros deste fórum, saudosos de meus textos), trago um link do YouTube com gols que o autor chama de engraçados, e eu de bizarros. Momentos patéticos de sorte dos atacantes, por vezes auxiliada pela inépcia das defesas. Lá vai: http://www.youtube.com/watch?v=acfCQIgQ_aU
O eclético Vaccarezza
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Há alguns meses, a filósofa Marilena Chauí, em entrevista à revista Fórum, disse, em tom de contrariedade, que setores do PT defendiam a aproximação do partido com setores do PSDB (cito de memória). Segundo o site Congresso em Foco hoje, o deputado (Cândido) Vaccarezza (PT-SP) “defende não só a reprodução da coalizão do governo Lula nas eleições municipais de 2008 como também a ampliação da base governista, com o ingresso do PPS e até de parte do PSDB”.
“Setores do PSDB que são social-democratas poderiam estar em outro partido e compor com o PT”, teria afirmado ele, segundo o site. Perguntado sobre nomes tucanos, ele respondeu que tinha os nomes, “mas seria deselegante citá-los”.
Vaccarezza é o mesmo que foi objeto de um post indignado do Olavo, tempos atrás, comentando uma reunião entre dois sorridentes recém-eleitos: o próprio Vaccarezza e o velho Paulo Maluf.
O fim do elemento neutro no Paulistão
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Ensina-se na matemática que o "elemento neutro" é aquele que, quando faz parte de uma operação, não exerce nenhuma influência em seu resultado final. Os dois exemplos clássicos são o número zero, na adição, e o um, na multiplicação.
No futebol, elemento neutro seria aquele time que consegue parecer incólume na maioria dos campeonatos que disputa. Não briga por títulos, mas também não perambula na zona do rebaixamento; não despeja goleadas históricas mas também raramente é humilhado; não tem uma torcida fanática, mas também não é caracterizado por públicos vergonhosos.
Pois bem, poucos times viviam uma situação tão "elemento neutro" no futebol nacional quanto o Rio Branco de Americana no Campeonato Paulista.
O Tigre disputava a elite do Paulistão initerruptamente desde 1993 (oficialmente, está na primeira divisão desde 1989, mas aí é naqueles módulos estranhos dos quais a torcida do São Paulo sente saudade). E em todos esses anos - com a única exceção de 1993, quando ficou entre os semifinalistas - não fez nada de notável no campeonato. Nem pro bem, nem pro mal.
Talvez os feitos que deram maior visibilidade ao Rio Branco foram a revelação de dois atletas em especial, o volante Marcos Assunção, que brilhou no Santos, e o meio-campista Souza, aquele, ex-Corinthians e São Paulo e que no ano passado foi o comandante do América-RN na campanha da volta à primeira divisão do Brasil.
Mas tudo isso acabou no domingo. O Rio Branco foi derrotado pelo seu quase xará Rio Claro e, com uma rodada de antecipação, está matematicamente rebaixado à Série A-2 do Paulista.
É curioso. Se por um lado o time se acostumou com a elite - e pode encontrar nisso uma motivação maior para conseguir a promoção no ano que vem -, por outro não tem a "pegada" da Série A-2 que outros rivais mais habituados a subidas e descidas, como Ituano, Santo André, Botafogo de Ribeirão e Juventus possuem.
E a própria segunda divisão é bem diferente. O Rio Branco encontrará o segundo nível do paulista em um formato bem diferente do que disputava nas décadas anteriores - aliás, será a primeira vez que o clube disputará a Série A-2, com esse nome, que já existe há um bom tempo.
Quanto aos torcedores, nós também estranharemos a saída desse simpático clube da primeira divisão. Era uma garantia de "estabilidade" no campeonato.
Em artigo, Lembo fala de perdão, futebol, política e cachaça
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(...) Desde a ida de um chefe de Estado ao leste europeu e, lá, em um campo de extermínio, ajoelhar-se e pedir perdão, o ato tornou-se corriqueiro, até banal.
(...) No pedido de perdão dos tempos contemporâneos, falta o ato de contrição e a consciência profunda de que se praticou efetivamente uma ofensa. Tudo é cenografia televisiva. Nada é interiorizado.
Ignora-se, nesta inflação de pedidos de perdão, que o ato de perdoar é unilateral. Cabe ao agredido agir de acordo com sua consciência e oferecer o seu esquecimento, se assim achar conveniente.
Não pode o juiz de futebol anular um gol e, depois, solicitar perdão. Agrediu milhares de torcedores. Humilhou jogadores. É exemplo chulo, mas aconteceu nestas terras tropicais na última semana. (...)
Personalidades religiosas não escapam a este surto de perdões. Ferem a Lei Eterna e, depois de uma penitência, um pedido de perdão. Solene, se possível, trivial se assim exigirem as circunstâncias.
O último perdão vai além dos limites plausíveis. Os controladores de vôo há meses tumultuam o transporte aéreo nacional. Quando querem, param todos os aeroportos. Não se preocupam com as conseqüências. Prejudicados e prejuízos não importam. (...)
Nestas terras tropicais, todos querem ser Raskolnikov, a personagem dostoievskiana que recobra o gosto da vida após arrependimento de seu crime. Não dá. Só com muita vodca. Cachaça é pouco.
Flávio Minuano, maior do que Romário
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Listas elaboradas por manguaças ou similares sempre geram polêmica. Ainda mais se tais listas tratarem de gols. Os 999 do companheiro Romário já foram debatidos na imprensa. Os do Pelé, idem. Mas ninguém falou de Flávio Minuano, ex-atacante do Corinthians, Internacional e Fluminense, que afirma ter feito nada menos do que 1.070 gols desde as categorias de base.
Tudo bem, calculo que nas minhas peladas de praia tenha marcado mais de 600 gols, apesar da incredulidade dos manguaças desse blogue (difícil reconhecer o outro), mas Minuano assegura ter tudo documentado - como Romário e Pelé. Foi no mês de julho de 1973, em entrevista à revista Placar, que Flávio, à época no Porto, revelou que seu empresário junto com dois jornalistas o ajudaram a elaborar uma listagem com 972 gols até então. O milésimo acontecera, segundo ele, em 1976.
"Foi quando eu jogava pelo Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul, em uma partida contra o Caxias no Alfredo Jaconi. Acho que foi empate de 3 a 3. O pessoal lá comemorou, teve um oba-oba, mas foi uma coisa superficial. O Brasil não ficou sabendo. Recentemente, fizeram um levantamento e me falaram que eu fiz 1.070 gols no total", declarou ao Globo Esporte.
Mas a tal marca não surgiu apenas hoje, quando o debate sobre milésimos (isso não é automobilismo) se acirra. Matéria produzida pelo site Gazeta Esportiva, com toda falta de cuidado característica de nossa mídia, vaticina: "Consagrado artilheiro, ele é, segundo o Departamento de Estatísticas da Fifa, o oitavo maior goleador do mundo, com 1.070 gols durante toda sua carreira".O Futepoca teve o cuidado de consultar a Fifa sobre tal marca, no que ela respondeu que não podia assegurar estatísticas individuais de jogadores, a não ser aquelas realizadas em torneios organizados pela entidade, a saber, Copa do Mundo, Mundiais de Clubes, subs da vida e semelhantes. Ou seja, toda vez que alguém disser que "tal lista é reconhecida pela Fifa", saiba que não é verdade. Nem os de Pelé, nem os de Friedenreich. Ponto. Se quiser, mande um e-mail pra eles elucidando a dúvida.
Pelé tem seus gols documentados. Romário também, mas conta até os marcados no infantil. Minuano diz ter, mas não mostra. Talvez realmente ultrapasse Romário, mas a diferença de relevância entre eles no ludopédio brasileiro é brutal. Quem quiser marcas, que valorize a que achar conveniente.