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quarta-feira, junho 18, 2008

Boston campeão

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Não é futebol, nem política, nem cachaça, mas é esporte, e serve como base para uma série de reflexões.

Ontem o Boston Celtics venceu o Los Angeles Lakers por inapeláveis 131 a 92 no sexto jogo do playoff decisivo da NBA. Sagrou-se então campeão do basquete norte-americano, título que não celebrava há 22 anos. É a 17ª conquista do Celtics na NBA - o time se isola ainda mais como o principal vencedor da história da liga.

A vitória de ontem foi a com a maior margem da história da NBA em jogos que valeram o título. Antes, na quarta partida da série, o Celtics conseguiu virar o jogo após estar perdendo por 24 pontos de diferença - também um recorde histórico, sendo a maior virada já registrada num playoff decisivo. E o título do Celtics também se destaca por ser a primeira vez, desde 1977, que um time sagra-se campeão sem nem ter chegado aos playoffs na temporada anterior.

Estranharam tantos números? Pois é. E esses foram só os que eu consegui guardar de cabeça. É impressionante a quantidade de estatísticas que existe em partidas como essa. Não sei se isso é um costume do basquete ou um hábito dos americanos - acredito mais nesta última hipótese. É uma realidade bem diferente do que ocorre no futebol brasileiro.

Outro aspecto interessante, este do ponto de vista cultural, é a maneira como o Celtics celebrou o título. O time não foi agraciado como "campeão dos EUA", "campeão nacional" ou coisa parecida; é "campeão do mundo" mesmo. Mostrou-se muitas vezes durante a transmissão as faixas comemorativas aos outros títulos do Celtics e nelas estava escrito "World Champions". No beisebol também isso se dá - as disputas decisivas são chamadas de "World Series", mesmo não tendo rigorosamente nenhum clube de fora das terras do Tio Sam envolvido. Assustador.


Também um ponto para reflexão, e nesse uso bem a postura de observador, por isso peço a opinião dos leitores para ver se estou certo ou errado: é impressão minha ou a NBA de hoje é bem mais fraca, em termos midiáticos, do que era antes? Eu "torço" para o Celtics, assim como a maioria dos garotos da minha geração escolheu um time da NBA para torcer quando criança. Me parece que hoje isso já não mais acontece. Não vejo os pequenos discutindo sobre Bulls, Lakers e Celtics, e sim sobre os Chelseas e Barcelonas da vida.

Enfim, parabéns ao Celtics. Como falei acima, sou "torcedor" do time - mas um torcedor bem de ocasião, daqueles dos mais fajutos, que não acompanha nada durante a temporada mas quer ter o prazer de celebrar um título na boa fase. E, pelo jeito, foi a única chance minha de gritar "é campeão" esse ano...

7 comentários:

Glauco disse...

Qaundo pequeno, tinha simpatia pelo Boston só porque o Luciano do Valle torcia pelo Lakers. Caso de torcida birrenta. Parabéns aos bostonianos!

Nicolau disse...

Eu gostava dos Lakers, sem nenhum motivo, já qu enunca nem vi um jogo. A febre do basquete, pelo menos no meu tempo, acho que estava mais ligada às roupas, bonés e tênis que chegavam por aqui com a abertura comercial que com o esporte em si. E vamos começar a chamar o campeonato braisleiro de Futsal ou de Futebol de Areia de Mundial também, pra ver se pega, hehe.

Ricardo disse...

Os Boston já mereciam...

Anônimo disse...

o lakers tinha o Magic Johnson e o Kareem Abdul-Jabbar os Celtics, o Lary Bird eo McHale. Dois negros e dois brancos. Claro que tinha outros jogadores e nem acho que isso fosse colocado dessa forma, pq o Boston tinha o Parrish, que jogou até os 40 anos.

O Boston é verde. E acho que é o primeiro post desse tipo que vem sem reprimendas nos comentários por estar supostamente fora do escopo. Parabéns, Olavo!

Anônimo disse...

Em termos midiáticos a coisa realmente anda fraca pro lado da NBA. Me lembro de uma febre no início dos anos 90: a molecada tinha coleções de bonés e de cards e sabia nomes de mais jogadores de basquete americano que de futebol brazuca (tente achar um boné oficial da NBA por aqui hoje). Os comentários eram algo como: viu a enterrada que o Jordan deu ontem? E o Isaiah Thomas? A TV Bandeirantes dava muita força pra NBA e eu acho que esse período ajudou a moldar o basquete atual no Brasil... Antes de 91, 92 nenhum jogador brasileiro dava enterradas e o preparo físico era deixado meio de lado. O contato que a seleção teve com o Dream Team na Olimpíada de Barcelona foi fundamental para que os brasileiros incorporassem treinos físicos mais pesados...

Anônimo disse...

Gosto não

cínico e mentiroso

Anônimo disse...

Não compreendo esse destaque todo para as finais do campeonato nacional de um outro país (por mais que seja dos EUA e por mais colonizados que ainda sejamos) envolvendo um esporte que não é sequer o terceiro na predileção dos brasileiros hoje.
Se o voleibol é o 2º esporte nacional, talvez seguido por futebol de salão e automobilismo - F1, especificamente, então acho que existiria algum interesse (bem maior) em acompanharmos as finais da dita maior Liga nacional de volei do mundo: A italiana.
E se desse p/ transmitir a liga feminina da Itália, então, estou certo de que eu e outros 10 entre 10 marmanjos ficaríamos muito gratos.