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terça-feira, abril 14, 2009

O cinema de Marguerite Duras chega ao Rio

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Um tempo atrás escrevi uma matéria para a revista Fórum sobre os 10 anos da morte da escritora francesa Marguerite Duras. Na verdade, nunca dediquei tanto tempo de vida a estudar alguma coisa como a ela. Rendeu um doutorado em literatura na USP, um ano em Paris... É para mim uma referência constante, não só intelectual como de vida.

Agora tive a oportunidade de fazer a curadoria de uma mostra com os filmes que ela dirigiu – sim, ela dirigiu filmes, foram 19, 16 dos quais trouxemos ao Brasil, além do clássico Hiroxima meu amor, dirigido por Alain Resnais com roteiro de Duras, que este ano completa o seu cinquentenário.

Aqui vão as informações principais:






















Mostra Marguerite Duras: escrever imagens


14 a 26 de abril

CAIXA Cultural
Av. Almirante Barroso, 25
Centro - Rio de Janeiro
(No edifício da agência da Av. Rio Branco)

Quem pensa que isso não tem nada a ver com futebol, política e cachaça engana-se. Não tenho notícias quanto ao futebol, mas Marguerite foi uma manguaça das fortes. Ela tinha a cara inchada do uísque cotidiano, mas, segundo ela, este aspecto lhe era natural: "Essa cara de alcoólatra eu tinha antes do álcool. O álcool só veio confirmá-la". Dizia também que é muito difícil passar uma noite sem uísque, e conviver com a vontade de se matar.

Mas não só de depressão vive uma manguaça. Ela era também famosa por promover em sua casa grandes noitadas com intelectuais e artistas franceses – ou de outras procedências, de passagem por Paris. Merleau-Ponty, Blanchot, Bataille, Godard e Italo Calvino eram seus habituês. Ela tinha aliás um senso de humor fantástico, uma língua ferina... e um incrível talento para a cozinha!

Duras teve também uma atividade política intensa. Mas a pressa (a abertura é daqui a pouquinho, às 18h30...) exige que eu deixe este assunto pra uma próxima (mas não distante) oportunidade.

Assim manguaças cariocas – ou de outras procedências, de passagem pelo Rio –, não deixem de conferir esta oportunidade singular de conhecer o cinema único de Marguerite Duras.

6 comentários:

Thalita disse...

bacana, Mauricio! parabéns pela mostra. Eu não conheço nada de Marguerite Duras, depois indica algo dela pra iniciantes, rsrs

Glauco disse...

Quem for do Rio que aproveite porque o trabalho do Maurício vale a pena. Agora, a frase "Essa cara de alcoólatra eu tinha antes do álcool. O álcool só veio confirmá-la" é fora do comum, rs.

Brunna disse...

Boa Mauricio
Parabéns!
Escuta... a mostra vem pra SP?

Marcão disse...

Me recomendaram "O deslumbramento", Thalita, mas é claro que o Maurício pode fazer outra indicação, com mais propriedade. E parabéns pela mostra, DeMarcelo! Tomara que venha para SP antes de eu embarar para a terra do Joyce.

Maurício Ayer disse...

Valeu moçada!

Ontem foi a abertura, um debate muito bom. Depois fomos todos tomar umas no tradicional Café Lamas.
Excelente.

Infelizmente, a Caixa só aprovou a mostra no Rio. Era pra ser SP e Rio, mas não rolou. Pra São Paulo, consegui trazer uma versão pocket, só com 7 filmes, que vai acontecer no Cinusp de 18 a 29 de maio. Mas anunciarei mais detalhadamente no momento oportuno. Por enquanto, estou tentando convencer um povo da própria USP a participar de uns debates sem ganhar nada... Duas professoras já toparam.

Thalita, pra começar a ler Marguerite (porque os filmes vai ser difícil de encontrar, mesmo na Inglaterra... a não ser que você cruze o Canal da Mancha, mas aí tem o problema da língua...), O Deslumbramento que o Marcão falou é uma boa (em inglês acho que ficou The Ravishing of Lol V. Stein). Outro é O Amante, que apesar de ser um best-seller é um grande romance.
Tem muito mais. Uma Barragem contra o Pacífico e A Chuva de Verão são outros dois romances sensacionais.

Na verdade, de filmes, você pode ver/rever Hiroshima mon amour, que é sempre uma experiência incrível.

Basicamente, ler Marguerite Duras é uma questão de contágio. De repente, se entende...

Anselmo disse...

Grande Maurício. Grande Margerite Duras. Grande Rio de Janeiro.