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Desde muito tempo aproveito o espaço deste blogue para lamentar a péssima qualidade das marcas brasileiras de cerveja mais consumidas, especificamente do tipo pilsen. Nosso primeiro teste cego comprovou isso, pondo Antarctica, Bohemia, Original, Brahma, Kaiser e Itaipava pra baixo da 5ª colocação entre 11 degustadas (e a Skol só se deu bem porque foi a última a ser provada, quando ninguém mais sentia gosto de nada). Para os bebuns veteranos, como eu, nenhuma delas tem o gosto, a aparência, a densidade e o cheiro de cerveja que sentíamos em algumas dessas mesmas marcas há mais de 20 anos. E, coincidentemente, a queda na qualidade abriu mercado para as cervejas artesanais e importadas - que são mais caras, óbvio. Seria intencional?
Pois então, já há alguns anos tenho visto a tal cerveja Devassa nos supermercados, marca classificada em 4º lugar em outro teste cego do Futepoca, com artesanais. Mas, sei lá por que razão, nunca me animei a comprar. E meu desinteresse aumentou depois que a marca foi vendida ao grupo Schincariol, que produz temeridades como a Nova Schin e a Cintra. Porém, fui almoçar outro dia com os colegas de trabalho num buteco que batizamos carinhosamente de "Porquinho" e, na hora de pedir cerveja, a atendente sugeriu Devassa (em lata). Como ninguém ali havia provado, concordamos. Surpresa: ela tem o tal amarguinho, a tal densidade, o tal cheiro de cerveja. Bem parecidos com o da minha pilsen preferida, a boliviana Paceña, já elogiada aqui num post e bem recebida por alguns futepoquenses quando socializei uma remessa "clandestina".E surpresa ainda mais agradável tive no último domingo quando, perambulando por Ipanema, no Rio de Janeiro, fui convidado pela namorada Patricia a conhecer a choperia Devassa, que oferece quatro tipos de chope/cerveja, Loura, Ruiva, Sarará e Negra. Ela opinou que a Ruiva era melhor, mas já tinha acabado. Pedi uma Negra e ela, uma Sarará. Provei das duas e repeti o bordão criado pelo Carlos Imperial nos julgamentos das escolas de samba cariocas: "-Dez, nota dez!". Coincidentemente, no dia seguinte, vi na Folha a matéria "Devassa muda o perfil da Schincariol", informando que a marca conseguiu se colocar em 15 mil bares e restaurantes no eixo Rio-São Paulo, ou 20% do total do mercado. "Bares e restaurantes respondem por 65% das vendas totais no Sudeste. Nos supermercados, responsáveis por 35% das vendas, a marca obteve penetração de 95%", acrescentava o texto. Pois é: se tem qualidade, o povo responde. E a família agradece!








8 comentários:
Se eu for com a minha "patroa" e pedir qualquer uma que não seja a Loura, vai ter briga.
As outras terei de experimentar na clandestinidade.
Pô! Acho que dei azar, semana passada...sexta a tarde, estava embarcando de Guarulhos para Curitiba e no saguão de embarque tem uma "loja" ou Choperia como queiram da Devassa...
Resultado:
1) Só tinha a versão loira em lata;
2) Veio quente;
3) Por estar quente, sabor horrivel;
4) Forcei a barra e tomei duas;
5) a Conta R$ 14,40 ou uma bagatela de R$ 7,20 por lata quente.
Quem sabe na próxima!
Confesso que expermentei a Devassa em lata e não me surpreendeu. Ainda acho que a Heinekien e a Serra Malte são as melhores cervejas dessas de preço mais baixo, com a Heinekien em primeiro lugar.
Então Smeg, é exatamente por isso que nem sequer cito a Heineken e a Serra Malte no post: ambas são do tipo lager, enquanto a Devassa Bem Loura é pilsen, assim como a Brahma, Skol, Antarctica, Itaipava, Nova Schin e Kaiser. Eu também prefiro as lager (principalmente a Heineken), mas, se a pedida for pilsen, prefiro a Paceña - e, a partir de agora, a Devassa.
opa!
peraí, gente.
em lata só tem a "bem loura", que é uma versão pielsen da devassa. a "loura" da devassa antes da compra pela schincariol era uma "tropical ale". embora tivesse a mesma aparência de uma pielsen, era uma gelada de alta fermentação.
a Serra Malte é pielsen, segundo a própria ambev.
Tecnicamente, "lager" são cervejas de baixa fermentação e "ale" as de alta fermentação. Pielsen é um tipo de breja lager. Mas "Lager" é usado como forma mais curta de "pale lager".
Sobre a Devassa: foi uma aquisição da Schincariol pra tentar diversificar mercado. na mesma época, compraram a Baden Baden, de campos do jordão. mas eles nem divulgam mto isso, q é pra manter as identidades das cervejarias.
no caso da devassa, perceberam que tinha apelo (em todos os sentidos) pra disputar com original e bohemia. E a "Bem Loura" tá disputando, a custa de muito marketing, é claro...
Ocorre que a Schincariol não conseguiria inserir marca nenhuma num mercado "premium", pq a Nova Schin tem imagem bem ruim com o público que paga mais caro por uma breja "melorzinha".
não se pode cair na ideia de que a Schincariol "criou" a devassa. É que, querendo ou não, essa ideia equivocada funciona como contrapropaganda a serviço da ambev e da femsa...
Falou e disse, Anselmo. Perfeito complemento do post.
Ah, e não tem nada a ver com o post, mas vou aproveitar esse espaço de comentários pra registrar para a posteridade a versão de música do Fagner que o camarada Paulo está cantando na mesa ao lado:
- Ahhhh, coração mamado...
Caros,
o choppe ruiva é show.
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