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quinta-feira, outubro 03, 2013

Com um a menos, Santos supera São Paulo por 3 a 0 e sonha com G-4

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Citando o Conselheiro Acácio, toda partida tem momentos que podem ser cruciais, mudando seu rumo e fazendo o torcedor pensar “se não fosse aquele lance”... No clássico entre Santos e São Paulo, na Vila Belmiro, depois do tento marcado por Edu Dracena* na primeira etapa aos 22, Alison foi expulso aos 42. Até então, o Peixe finalizava mais que o rival e chegava a exercer um relativo domínio, mas os visitantes se animaram e foram atrás do empate na etapa inicial. Em chute de Rodrigo Caio, Aranha rebateu e Douglas quase marcou o que seria o empate aos 47, mas perdeu.

Imagem
Thiago Ribeiro fez contra seu ex-time (Foto SantosFC)
Esse poderia ser um lance crucial, já que a igualdade daria mais confiança ao São Paulo. Mas não foi ali, ao menos para o Alvinegro, que se deu o lance decisivo. Com um a menos, a aposta de qualquer torcedor era que Claudinei Oliveira reforçaria sua fama defensivista, colocando outro volante no lugar de um dos dois atacantes, repondo a ausência de Alison. Afinal, o time tinha entrado com três volantes e um lateral no meio contra o Atlético-MG, só alterando a forma de jogar quando já perdia a partida. Mas, dessa vez, o treinador não recuou mais do que deveria.

Formou sim duas linhas de quatro para se resguardar, mas não abriu mão do contra-ataque como em outras ocasiões no Brasileiro. Manteve Thiago Ribeiro, atacante que penou de forma solitária contra o Galo, mas que soube ser ágil e preciso quando recebeu bola de Cicinho, aos 15, para marcar o segundo do Santos no clássico.

Mesmo com um a menos, a partir desse momento o jogo de nervos favoreceu o time santista. O Tricolor, sem confiança e nem técnica, não conseguiu furar o bloqueio peixeiro e ainda tomou o terceiro gol em nova jogada de Cicinho pela direita, com finalização de Léo, aos 45. Outro ponto que chama a atenção é o fato do veterano ex-lateral e hoje meia ter entrado bem mais uma vez, assim como na peleja contra o Internacional. Deveria ser mais aproveitado na equipe.


Claudinei reagiu, e bem, à pressão, em uma semana na qual, de forma pouca sutil, foi chamado de técnico sem “t” maiúsculo. Após a vitória, pode conseguir mais tranquilidade para dar um padrão à equipe que não oscile entre ter três volantes e um atacante em um jogo, terminando com três atacantes e um volante. Ou conseguir piorar o ritmo de uma partida ao colocar quatro atacantes em campo quando está atrás no placar, como aconteceu contra o Botafogo. Variações durante uma partida são normais, mas quando são bipolares mostram que se errou em algum momento, ou no início, ou no meio. O sonho da Libertadores ainda está de pé, mas o Santos vai precisar do seu treinador confiando mais em si mesmo, já que a confiança dos jogadores parece que já tem.
*Com 17 gols, Edu Dracena está a três de igualar Alex como maior zagueiro-artilheiro do Santos.

sexta-feira, maio 25, 2012

Libertadores 2012: semifinal, teu nome é Léo

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A partida valia pelas oitavas de final da Libertadores de 2003. O Santos havia saído na frente na Vila Belmiro, contra o Nacional de Montevidéu, mas sofrera o empate aos 38 do primeiro tempo. Três minutos depois, uma falta pelo lado direito do ataque uruguaio, daquelas que pedem um chuveirinho na área. Mas O'Neill chuta direto e Fábio Costa falha. Silêncio na torcida. O arqueiro peixeiro, minutos depois do lance, ainda sente e permanece estático, semi-ajoelhado no gramado. Quando a bola pára, o lateral esquerdo Léo vê a cena, atravessa o campo, estende as mãos para o goleiro (que, diga-se, não costumava ter atitude similar com companheiros de time) e o ergue, incentivando o atleta a voltar à partida. A torcida vai junto com Léo, carrega o goleiro no colo e, na decisão por penalidades, Fábio Costa, que nunca foi pegador de pênaltis, defende três e o Peixe se classifica para as quartas.

A História vai dizer que Léo foi coadjuvante nessa peleja, mas a cena dele apoiando seu companheiro nunca me saiu da cabeça. Não é só o atleta, é o tal do caráter, aquela coisa de você olhar a atitude do cara e pensar que poderia ter alguém assim do lado quando pisou na bola naquela vez... E justamente ele, que penou pra chegar lá, foi dispensado por Felipão no Palmeiras em 1999. O técnico não aprovaria um atleta de 1,66 m de altura e Léo, por destino, fez carreira no Alvinegro a partir do ano 2000.

Tornou-se campeão brasileiro pelo Santos em 2002, fez o gol de empate do time contra o São Paulo, na segunda partida das quartas de final, e marcou o tento da vitória contra o Corinthians, na peleja derradeira da finalíssima. E de pé direito. Foi para a seleção brasileira, venceu a Copa das Confederações de 2005 e partiu para o Benfica. Voltou em 2009. Guerreiro, para a torcida. Deus, para o amigo Olavo. Quem diria que seria o personagem decisivo da vitória peixeira contra o Vélez Sarsfield, na partida desta quinta, siando da reserva.

Os três e os do fundo eram um só (Foto Santosfc)

Quando Muricy substituiu Juan por Léo, já havia colocado em campo o semi-atacante Rentería, o único disponível na suplência, já que a outra opção, Borges, se contundiu antes do jogo. Precisando furar a retranca dos argentinos, que se protegiam com as famosas duas linhas de quatro (ainda mais postadas no fundo depois da expulsão de seu goleiro no fim do primeiro tempo), o treinador resolver investir nos lados do campo. A retranca era das mais eficientes, mas o ataque portenho pouco produzia. Rafael só viu a bola ser finalizada ao seu gol nas cobranças de pênaltis.

Ganso fazia um pouco mais do que fez no jogo de ida, mas ainda assim era muito pouco. Neymar se mexia de lá pra cá, buscava a bola, chamava a responsabilidade. Conseguiu expulsar o arqueiro rival no fim da primeira etapa. Na segunda, em um lance, atravessou o campo de lado a lado e conseguiu criar uma oportunidade para o time. Mas o gol não saía. E voltamos à entrada de Léo, que, como mostraram as imagens, logo em sua entrada motivou os companheiros a buscar o resultado.

O lateral entrou para fazer a diagonal, para se aproximar da área, algo que Juan não estava conseguindo fazer. E foi em um desses lances que ele tocou para Ganso, que devolveu – um dos únicos passes certos do meia que não foram de lado ou pra trás. E Léo, mesmo caindo, conseguiu assistir Alan Kardec, que finalizou de primeira para o gol. Indefensável. O atacante, que quase entrou pra súmula da partida como o Diego Souza da vez ao perder um gol quase feito minutos antes, se redimiu. Segundo ele, o “profeta” Neymar o avisou que marcaria o gol, depois que perdeu a outra oportunidade. Acertou.

Com 1 a 0, decisão por pênaltis. O Santos já havia passado por outras duas em Libertadores. Aquela, contra o Nacional, em 2003; e contra a LDU, em 2004. Venceu as duas, sem desperdiçar nenhum pênalti. E ontem, não foi diferente.

Coube a Léo, como por destino, fazer o gol da classificação alvinegra, após Canteros – que entrou só para as penalidades – finalizar pra fora, e Rafael defender outro pênalti. Classificação sofrida, mas que a ela pode-se atribuir um nome. Às vezes, o futebol faz justiça.

Adendo

E para o tonto do assessor do Vélez que quis fazer galhofa com a morte do mestre Chico Formiga:



domingo, abril 29, 2012

Peixe na final do Paulista. E Neymar na História

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Ontem, na partida entre Mogi Mirim e Oeste, válida pelo Torneio do Interior, Hernane marcou dois gols e se isolou na artilharia do Paulista. Pensei: será que isso vai mexer com os brios de Neymar? Depois de receber pedras, laranja e banana em La Paz, o garoto ainda tinha a partida contra o Tricolor na primeira fase como fator de motivação. E não se fez de rogado.

A um minuto, pênalti para o Santos, sofrido por Alan Kardec, que entrou como titular no lugar de Borges. Neymar bateu sem dar sopa para o azar e para o arqueiro Dênis, fazendo seu centésimo com o manto santista. Tendo que correr atrás do placar, o Tricolor, que jogava em casa e com a torcida, foi pra cima e deu espaço para que Neymar, em um contra-ataque, passasse com facilidade por Paulo Miranda e marcasse seu 101º gol com a camisa alvinegra, empatando com Juary na lista dos maiores artilheiros peixeiros da Era Pós-Pelé. Como homenagem, imitou o menino da Vila de 1978 correndo em volta da bandeira de escanteio. Mostrou que conhece a história santista, já que muitos torcedores hoje nem sabem quem foi Juary.

Neymar: precisa de legenda?
Mas não seriam só os dois gols de Neymar que marcariam a memória do torcedor. Piris, o paraguaio que veio do Cerro Porteño para o São Paulo, autointitulado o “maior marcador das Américas” justamente por conta de uma atuação contra o Joia santista na Libertadores (curiosamente, o Santos venceu três das quatro partidas contra o adversário na competição), sofreu. Foi chamado para dançar cinco vezes por Neymar em uma sequência de lances, que terminou com o santista sendo suspendido pelo rival. Piris recebeu o amarelo, mas não seria absurdo ter sido expulso.

Na segunda etapa, o São Paulo continuou em cima, mas, mesmo tendo mais posse de bola, um certo dado mostra que não foi uma pressão daquelas... Foram nove finalizações certas (ou seja, ao gol), contra sete do Santos. E o gol tricolor só saiu em um lance irregular, com Willian José em impedimento. Lance não tão difícil de marcar, mas que a arbitragem não anotou.

O Santos sentiu um pouco o gol, e bastante o cansaço, mas soube se defender. Arouca ficou mais em cima de Lucas no segundo tempo, marcação que funcionou quase todo o tempo. Fernandinho forçou em cima de Maranhão, um dos três reservas que atuaram na defesa peixeira durante os 35 minutos finais, mas não foi efetivo. E, bom, havia Neymar. E Dênis.

O garoto recebeu de Léo, chutou forte, e o goleiro tricolor falhou. O moleque ainda sofreria falta que resultaria na expulsão de Cícero. Protagonista, como na maioria das pelejas que disputa, ele está a dois gols de João Paulo e Serginho Chulapa para chegar ao primeiro posto de maior artilheiro pós-Era Pelé.


Tabu

A vitória do Santos contra o São Paulo foi a terceira semifinal de Paulista que o clube derrotou o adversário. E o quinto confronto eliminatório em que o Alvinegro passou pelo Tricolor no século XXI. Em todos os cruzamentos decisivos de 2001 até hoje, os santistas levaram a melhor. A lista dos encontros está aqui.

Agora, existe outra escrita recente para manter. Desde 2008, todo clube que supera o São Paulo na semifinal do Paulista se torna campeão. Palmeiras, em 2008; Corinthians, em 2009, e Santos em 2010 e 2011. Agora, o adversário é o Guarani, que bateu a Ponte Preta por 3 a 1. Os campineiros, que já enfrentaram o Palmeiras em uma final de Brasileiro em 1978, sagrando-se campeões; pegaram o São Paulo em 1986 e foram derrotados pelo Corinthians na final do campeonato paulista de 1988, enfrentam pela primeira vez em uma final o Peixe.

E é bom que Muricy lembre a seus atletas como foi difícil a final de 2010 contra um time não considerado “grande”, o Santo André. Que esse alerta ajude o Alvinegro a trazer o tricampeonato paulista, que nenhum time consegue desde 1969, quando o próprio time da Vila conseguiu três títulos seguidos.

quinta-feira, julho 28, 2011

Santos 4 X 5 Flamengo - Obra-prima de Neymar e atuação de gala de R. Gaúcho

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Nove gols, inúmeros dribles – alguns dos mais originais e desconcertantes –, lances inesperados, pênalti com cavadinha desperdiçado, uma ou outra boa defesa de goleiro... Esse Santos e Flamengo não só pelo resultado elástico foi histórico, mas também pelo que se pôde ver dentro de campo. E, apesar da derrota santista, o torcedor ao menos viu o tento mais bonito da temporada feito por Neymar: poucas vezes se viu tão vasto repertório em uma jogada de gol e, comedimento às favas, nunca vi Messi dar o(s) tipo(s) de drible(s) dado pelo gênio peixeiro no terceiro do Santos de ontem.

Mas Neymar não era o único gênio em campo. Ronaldinho Gaúcho resolveu ser decisivo e, mesmo que menos vistoso, seu futebol foi fundamental para a vitória flamenguista. Mas cada craque estava em um time e foram os coadjuvantes (e os técnicos) determinantes também para o resultado.

Mesmo quando fez três a zero, o placar a favor do Alvinegro mostrava menos o jogo em si e mais o resultado da individualidade de Neymar. Sim, o Peixe tomou sufoco e, nesse meio tempo em que o placar foi construído, Ronaldinho teve duas chances (uma, numa bola mal recuada por Elano; noutra, em bola mal chutada por Pará) e Deivid perdeu uma chance inacreditável, sem goleiro. As laterais santistas eram exploradas ao máximo pelo avanço dos alas e meias do Flamengo, principalmente a esquerda, onde Ibson fazia mal a cobertura de Léo, entregue às feras como no primeiro tempo da semifinal do Santos com o São Paulo no Paulista.



Assim, dois gols rubro-negros saíram por ali, e, outro, em escanteio pela direita. Esse terceiro, do empate, poderia até não ter saído se Elano tivesse convertido o penâlti sofrido por Neymar quando a peleja ainda estava 3 a 2. Mas o meia, ao invés de mandar a bola pra galáxia como fez na seleção, resolveu dar uma cavadinha e tornou-se alvo da justa pilhéria do goleiro Felipe. Apesar do belo lançamento do primeiro gol e de um outro lançamento para Neymar no segundo tempo, Elano foi uma lástima na marcação, errou muitos passes e se mostrou bastante disperso na partida. Com a vinda de Henrique e o breve retorno de Adriano, é candidato a esquentar o banco.

Para a segunda etapa, esperava-se um jogo menos aberto. E foi o que aconteceu. Mas Neymar, logo no início, desempatou para o Santos. Luxemburgo já tinha tirada o zagueiro Wellinton, que tinha amarelo, e o reserva David Braz não parou o gênio peixeiro. Depois, seria Willians o marcador do onze alvinegro, medida acertada do treinador flamenguista. Já Muricy entregou a Edu Dracena a tarefa de marcar Ronaldinho Gaúcho. Se Adriano tivesse condições de jogo, talvez ele fizesse as vezes, mas um zagueiro marcando o craque adversário... Não deu certo mesmo. Essa foi uma das diferenças da partida, genialidades à parte: enquanto o flamenguista foi pouco marcado, pegando a bola com liberdade quando no meio de campo e enfrentando a marcação solitária de um zagueiro quando próximo à área, Neymar foi acompanhado de perto no segundo tempo pelo valoroso Willians (alô, Mano Menezes) e tendo sobra na marcação. Obviamente, o fôlego do santista também já não era o mesmo no segundo tempo.

Claro que essa preocupação defensiva do Flamengo sobre Neymar poderia abrir espaço para outros atletas santistas atacarem, mas não foi o que aconteceu, já que Ganso estava muito pouco inspirado e Elano e Ibson foram mal. Os avanços de Léo quase salvaram Neymar da solidão à frente, mas não foram suficientes. Muricy demorou demais a mexer e, quando o fez, já era tarde.



Em uma partida de lances brilhantes, ironicamente o lance decisivo saiu dos pés de um craque, mas não do modo que ele queria. O apagado Ganso perdeu uma bola boba no meio de campo que, pela disposição da equipe que se preparava para sair, não poderia jamais ter perdido. O Flamengo contra-atacou com superioridade numérica e fez o gol da virada. Dadas as circunstâncias da partida, ali o jogo havia acabado. Ótimo para o amante de futebol, excelente para os flamenguistas, e com um gosto amargo para os santistas, a partida atípica vai ficar na memória do torcedor. E, aos peixeiros, fica o consolo do épico gol de Neymar.

E a visão flamenguista aqui.

quinta-feira, junho 23, 2011

Santos 2 X 1 Peñarol - o tri dos novos reis da América

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Poderia ter ido ao Pacaembu, ver junto de amigos queridos e de outros tantos desconhecidos que se tornam amigos num momento mágico como o de noite de ontem a final da Libertadores. Mas, por questões logísticas, teria que abrir mão de assistir à decisão com a pessoa que despertou meu interesse pela história do glorioso Alvinegro Praiano, assim como não poderia contar com outros familiares que sofreram e se alegraram comigo durante anos em estádios, diante da TV ou mesmo do lado de um rádio, em tempos idos.

Gostem ou não, ele é fora de série
Não é todo dia que se tem a oportunidade de saber, de antemão, que em determinado dia e horário a história será escrita. E, por conta disso, a minha opção não poderia ser outra. Estava ali, a menos de quatro quilômetros do Paulo Machado de Carvalho, sofrendo a ansiedade que já vinha de dias anteriores, que me fez acordar antes das quatro da manhã de ontem, que dominava o pensamento em cada minuto da quarta-feira.

 E a ansiedade se somava ao nervosismo após ao apito inicial. O dito renascido futebol uruguaio mostrava toda sua ênfase na defesa, com um time que não conseguia sequer finalizar ao gol rival. O lance solitário (que não levou perigo) do Peñarol na primeira etapa surgiu de sua estrela, Martinuccio. O meia, aliás, foi dominado pela marcação de um jogador limitado tecnicamente, mas que parecia ter sido preparado para um jogo de paciência de 180 minutos, onde não lhe era dado o direito de se desconcentrar por um segundo sequer. Mas, além da concentração absoluta, Adriano partilhava com seus companheiros aquele algo mais, a obstinação que passa confiança ao torcedor, o toque de raça que é típico de campeões.

Danilo, quatro gols na Libertadores: o menino cresceu
As chances alvinegras apareciam. Com Durval, de cabeça; nos pés de Elano, em duas bolas rebatidas por Sosa; e com Léo, que com o pé direito mandou pra fora a melhor oportunidade peixeira na etapa inicial. Mas o gol só viria no segundo tempo, em lance lapidar. Ganso deu o toque de letra para Arouca, quase que indicando para o volante, o melhor do Brasil, “vai por ali”. Ele escapou de uma falta, escapou de duas,e deu o passe para Neymar. O atacante não dominou para driblar, finalizou de primeira, e a bola fez talvez a única trajetória possível para morrer nas redes: passou rente ao pé do defensor uruguaio, entre a trave o goleiro. Chute forte, com efeito, rasteiro. De goleador, de um fora de série.

Curioso que muitos “desculpem” Mano Menezes pela seleção não poder contar com Ganso, mas não tem a mesma parcimônia com Muricy Ramalho. Com o Dez de volta, e mais Léo, o treinador pôde armar um esquema que tinha uma saída de bola com mais qualidade, com uma fluência melhor na transição da defesa para o ataque, permitindo que o talento de quem tem talento pudesse aparecer. E apareceu.

Coube a Neymar iniciar de novo a jogada do segundo tento. Ele recebeu pela esquerda, soube segurar a bola e inverter o jogo, fazendo a redonda chegar a Elano, que acionou a Danilo. O lateral limpou e finalizou com a perna que “não é a boa”, a canhota. E marcou seu quarto gol na Libertadores. Outros gols poderiam ter surgido, mas Zé Love, o inacreditável, perdeu oportunidades mais que douradas.
O craque e o líder
No fim, um gol uruguaio quase obra do acaso, um tento contra de Durval, um dos pontos de apoio do time no torneio. Mas o Peñarol, que abdicou de jogar futebol durante quase toda a partida (por vocação e opção), não tinha forças para ser o Once Caldas de 2004 redivivo. E, diga-se, o sofrimento para o torcedor veio por ser uma decisão, não por qualquer “opção defensivista do comandante. Aqui tem trabalho, mas ontem o que teve mesmo foi futebol, meu filho!

- Esperei 48 anos por isso, você esperou menos – disse meu pai, depois dos 90 minutos.

É verdade, não esperei tanto. Mas esperei 18 anos pra ver meu time campeão em 2002 e, desde então, poucos times daqui chegaram a tantos títulos: quatro Paulistas, dois Brasileiros, uma Copa do Brasil e uma Libertadores. O improvável grande que nasceu do município de 500 mil habitantes consolida o seu retorno ao topo, agora como rei da América. O que me fez lembrar o poema de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa:

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

No futebol, no dia de ontem e sempre, o Tejo foi e será o rio que corre pela minha aldeia. 


domingo, maio 01, 2011

São Paulo 0 X 2 Santos - Muricy mexe bem. E os craques decidem

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Nada de time reserva. Muricy Ramalho entrou com seus titulares para enfrentar o São Paulo, que tinha a vantagem da torcida e do campo, para tentar uma vaga na decisão do campeonato paulista. Ainda que o Tricolor tenha entrado com a proposta de acuar o Peixe, foi Neymar, depois de falha grotesca de Alex Silva, quem meteu uma bola na trave logo no início da partida. Mais à frente, Edu Dracena tentou imitar o rival e quase o São Paulo fez o gol.

A primeira etapa teve uma configuração curiosa: o time do Morumbi atacava mais pelo lado esquerdo da defesa alvinegra, com Jean e Ilsinho, mas também foi por ali que Léo chegou com perigo, exigindo uma boa defesa de Rogério Ceni. Mas foi jogando também pelo outro lado que os donos da casa, a partir dos 30 minutos, passaram a exercer muito mais pressão que o Peixe, fazendo uma blitz por oito minutos. Jean perdeu uma grande chance na cara do gol, quase reproduzindo um tiro de meta.

Se fosse uma luta de boxe, o São Paulo teria terminado a primeira etapa com leve vantagem por pontos. Mas Muricy mudou no intervalo. Colocou o zagueiro Bruno Aguiar e sacou o mais uma vez inoperante (ainda é o queridinho da torcida?) Zé Love. A ideia não foi recuar o time, mas sim avançar um pouco mais os laterais, os transformando em alas, e tomar conta do meio de campo, área de domínio tricolor até aquele momento. Em compensação, liberou mais os até então discretos Ganso e Elano para apoiarem Neymar.

Com menos de cinco minutos, Jonathan e Léo já tinham ido bem até  campo rival, e o São Paulo não conseguia mais atacar com tanta facilidade. Bruno Aguiar, jogando pelo lado direito, atuou muito bem, apesar de ter dado um passo errado que armou um contra-ataque sãopaulino. Mas difícil um zagueiro não falhar em um jogo tão movimentado.

O primeiro gol santista saiu graças a uma tranquilidade incrível de Paulo Henrique Ganso na área, depois de passe de Neymar. Ele conseguiu controlar e dar uma assistência primorosa para Elano marcar e voltar ao topo da artilharia do Paulista. O meia, aliás, que também fez gol contra o Tricolor na primeira fase da competição, conseguiu sua nona vitória na disputa (são só duas derrotas).

O segundo tento do Santos não tardaria, e com participação de um gigante veterano. Léo, que resistiu como pôde às investidas em seu setor no primeiro tempo e apoiou bem quando foi ao ataque, roubou a bola na intermediária e tocou para Ganso, que lançou Neymar. O atacante disputou corrida com dois zagueiros sãopaulinos, recebeu um toque de Xandão – e não caiu. Perdeu o ângulo para a finalização mas viu o companheiro Ganso chegando. Deu o passe e o Dez tocou com precisão para fazer o gol que desmoronou o rival.


A partir daí, o São Paulo tentou chegar com chuveirinhos sucessivos na defesa peixeira, com Rivaldo jogando a bola na área, tentando aproveitar a altura de Fernandão, que quase marcou. Antes disso, Neymar perdeu uma chance inacreditável sozinho diante de Rogério Ceni. Mas o santista tem créditos sobrando. E Muricy Ramalho, assim como fez à frente do São Caetano em 2004, eliminou o São Paulo do campeonato paulista. E o Santos, pelo segundo ano seguido, tirou o Tricolor nas semifinais do estadual, a quarta eliminação seguida da equipe da capital nessa etapa da competição.

A vitória traz mais confiança para a equipe, mas o desgaste também parece ser evidente. Desde que assumiu o Peixe, Muricy encarou cinco “finais”: contra o Cerro Porteño, em Assunção; Deportivo Táchira, no Pacaembu; Ponte Preta e América-MEX, na Vila, e São Paulo, no Morumbi. Já na terça, a partida de volta contra os mexicanos, em uma cidade a pouco mais de 200 quilômetros da Cidade do México. A força psicológica se consolida, mas a física aguenta?

quinta-feira, março 10, 2011

Santos 3 X 0 Portuguesa - o carnaval de Neymar

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Já havia dito aqui que Neymar merecia um descanso. Conseguiu. Três dias de folga, paradas em Salvador e Rio de Janeiro junto com a família, que esteve distante dele durante mais de um mês no início de 2011. Bom pra arejar a cabeça e “mudar o foco”, como dizem os boleiros.

O resultado do descanso se viu contra a Lusa. Não que Neymar não tenha jogado bem contra o Cerro Porteño e tido lampejos nas outras três pelejas que disputou pelo Peixe no ano. Mas não havia marcado nenhum gol, o que incomoda o atleta e o torcedor. Na vitória por 3 a 0, Neymar marcou em dose dupla, com dois belos gols. Além dos tentos, uma assistência igualmente bonita para Léo, que também não tinha marcado em 2011, fazer o terceiro.

Foi um Santos diferente daquele que bateu o Oeste. Claro, contou com a volta de Neymar, Elano e Léo e, ao invés das trocas de passe, o time foi mais incisivo, jogando principalmente pelos lados do campo. O maior volume ofensivo peixeiro foi evidente durante os 90 minutos e se não fosse a marcação à distância na frente da área alvinegra, a Portuguesa pouco teria chegado. Mesmo assim, conseguiu uma bola na trave na primeira etapa e exigiu três defesas de Rafael quando o jogo já estava 3 a 0.

Mais que falar, vale ver os gols de Neymar. Bem que o ano poderia ter mais uns quatro carnavais pelo menos...


domingo, fevereiro 06, 2011

Santos só empata com Santo André e perde chance de voltar à liderança

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Ontem, o Santos empatou com o Santo André, no Pacaembu (apesar do mando de campo ser do Ramalhão) em 1 a 1. Sem Elano e o goleiro Rafael, suspensos, e com Durval “poupado”, o Peixe pressionou durante quase todo o tempo, mas não conseguiu a vitória em cima do atual vice-campeão paulista que, muito provavelmente, não vai repetir o desempenho em 2011.


O fato é que a partida mostrou que o Santos, que já vinha jogando desfalcado dos jogadores da Sub-20, de Arouca e Jonathan, além do recém-contratado Charles e de Ganso, que ainda não atuaram em 2011, sentiu principalmente a ausência forçada de Elano. A equipe ficou sem referência no meio de campo já que seu substituto, Felipe Anderson, tem características bem distintas e nem ele, nem Róbson, conseguiram fazer o mesmo papel tático que a melhor figura alvinegra deste começo de ano.

A partida em si, na maior parte do tempo, foi quase ataque contra defesa. Se levarmos em conta o critério do quase comentarista esportivo e de arbitragem Rogério Ceni, o Santos deu bem mais que um “chocolate” no adversário. O Santo André fez o seu gol aos 4 minutos e voltou a finalizar (com perigo, mas para fora) aos 39. Do segundo tempo. Foram 17 finalizações peixeiras contra 3, 14 escanteios contra 2. Mas a falta de qualidade técnica - e de entrosamento, diga-se - do meio pra frente, foi determinante para que os santistas não saíssem como vencedores.

Como na peleja contra o São Paulo, o lateral-esquerdo Léo foi o mais acionado e quem mais trabalhou na transição da defesa para o ataque. Poupado na partida contra a Ponte, ele mostrou mais uma vez que estando bem fisicamente é um jogador imprescindível. E a acefalia do meio campo peixeiro, como naquela vez, ficou ainda mais evidente com a ausência de Elano. Ver Adriano “armando” o jogo e notar que Possebon pouco pode fazer como apoiador (a despeito do belo gol) desanima qualquer torcedor.


Mas são justamente todos esses desfalques que fazem o futuro ser mais promissor do que aparenta hoje para o time que pode perder a vice-liderança do Paulistão no fim da rodada. Adílson está testando a equipe e já tem uma razoável noção a respeito dos atletas com que pode ou não contar. Felipe Anderson fez uma apresentação razoável pra boa ontem, oscilando bastante, e Diogo mostrou que pode render na equipe. 

E é bom lembrar que no ano passado, a essa altura, o Santos que se formava já havia perdido do Mogi Mirim e, coincidentemente, empatado com a mesma Ponte Preta. Paciência, torcedor... 

domingo, janeiro 30, 2011

Elano decide e Santos bate São Paulo

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Elano: 5 gols em 3 partidas. (Divulgação-Santos FC)
Um San-São mais uma vez como primeiro clássico paulista do ano. Assim como em 2010, a Arena Barueri foi o estádio que sediou o duelo, desta vez com o Alvinegro como mandante, já que a Vila Belmiro está com seu gramado em obras. E, como no ano passado, o Santos levou a melhor.

Sem Neymar, na seleção sub-20, e Ganso, em fase final de recuperação, e ainda sem Arouca e o lateral-direito Jonathan, que se contundiu contra o São Caetano, a condição de estrela recaiu naturalmente sobre Elano, que fez seu terceiro jogo em sua volta ao futebol nacional. E ele não decepcionou. Fez o primeiro gol logo aos 11 minutos de partida e, quando o Tricolor pressionava no segundo tempo, arrematou de longe e Ceni rebateu para Maikon Leite marcar o segundo.

Elano desponta como artilheiro do time e do Paulista juntamente com Maikon Leite, ambos com 5 gols. Tem sido decisivo mas, ainda assim, tem errado muitos passes (só no clássico foram 11) e apresenta um certo cansaço na segunda etapa. Isso mostra que seu futebol ainda pode e deve evoluir, mas o que sempre me impressionou em Elano foi seu senso de colocação, o que serve tanto na hora de defender e fechar espaços no meio como de ataca. Ontem, foi o elemento surpresa que aproveitou o belo passe de Róbson. Aliás, era ele também que veio de trás para fazer o gol de cabeça que deu o título brasileiro ao Santos em 2004 (confira aqui).

Voltando à peleja, o resultado não quer dizer que a parada foi tranquila. Durante a maior parte dos 90 minutos o São Paulo manteve a posse de bola e teve uma chance de ouro com Jean no segundo tempo, que mandou uma bola na trave de Rafael, desperdiçando a chance de empatar. Mas também é verdade que esse domínio territorial esbarrou na falta de qualidade do ataque tricolor. Para se ter uma ideia, a equipe do Morumbi finalizou 20 vezes, sendo 6 bolas em direção o gol. O Santos, que teve 13 finalizações, mandou 9 delas para o gol de Rogério, ou seja, 3 a mais que o adversário. O arqueiro sãopaulino fez duas grandes defesas em cabeçada de Rodrigo Possebom no primeiro tempo e em uma bela jogada de Léo no segundo.


Mas o comportamento do Santos na partida deixa evidente uma deficiência do time nesse início de temporada. O meio de campo com Adriano, bom e rápido marcador mas que tem sérias dificuldades de passe assim como seu parceiro Rodigo Possebom, faz com que a saída de bola do time seja ruim e a equipe sofre com uma marcação no seu próprio campo como a feita pelo São Paulo. Mesmo com times menores o Alvinegro passou aperto em determinados momentos, sendo salvo pela eficiência do veloz ataque. Em vista disso, no clássico, o atleta mais acionado do Santos para levar a bola ao ataque não foi alguém do meio, mas o lateral-esquerdo Léo, que fez talvez a sua melhor partida, taticamente falando, desde que retornou à Vila Belmiro.

Esse problema no meio fez com que a defesa fosse exigida e, ao contrário do que aconteceu contra o São Caetano, a atuação foi exemplar, exceção feita a uma lambança de Durval no primeiro tempo dentro da área. Com a volta de Arouca e a entrada de Charles, o problema pode ser resolvido. Mas como futebol é dinâmico, como diriam os filósofos, ninguém duvide que os laterais que hoje estão na seleção sub-20, Danilo e Alex Sandro, possam eventualmente ocupar uma vaga no meio de campo peixeiro. Com mais opções, Adílson Batista pode ter uma formação que passe menos aperto e deixe o torcedor mais calmo. Tomara.

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Ah, sim, na preliminar houve futebol feminino, Santos contra Juventus. E Marta fez um gol de placa, que vale ser visto.Sobre o jogo (5 a 1 pro Alvinegro), leiam quem sempre cobre o futebol feminino.

domingo, outubro 28, 2007

Lateral Léo descarta retorno ao Brasil

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O lateral-esquerdo Léo, campeão brasileiro pelo Santos em 2002 e 2004, disse ao sítio português A Bola que pretende renovar seu contrato com o Benfica. O atleta vinha sido cogitado pelos lados da Vila Belmiro como possível reforço e substituto de Kléber, que pelo jeito não vai comer panettone nas praias da Baixada. O Flamengo também tentou contato com o ex-peixeiro.

Segundo o sítio lusitano, o advogado de Léo, Breno Tanuri, viajará para Lisboa na próxima semana para acertar os termos da renovação do jogador, que declarou à imprensa: "Fico feliz pelo interesse do Santos e do Flamengo, mas estou muito bem no Benfica e está tudo encaminhado para renovar por dois anos."

A notícia vem ao encontro do que Léo já havia dito ao Lancepress no meio da semana . "O carinho que consegui em cinco anos no Santos, adquiri em dois aqui. Já conversei com o presidente do Benfica e a coisa está encaminhada para eu renovar por mais dois anos", afirmou, em uma declaração que deveria fazer torcedores daqui refletirem. "Santos e Flamengo seduzem a gente. Pelo carinho com o Santos, pelo carinho pelo futebol carioca, pelo Flamengo, que todos sabem que é meu clube do coração. No momento, posso falar que não pretendo voltar para o futebol brasileiro, mas o futebol oscila muito."