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Nos dias que
antecederam a partida contra o Criciúma, aventou-se a possibilidade
de Claudinei Oliveira, sem poder contar com Alison e Cícero,
suspensos, armaria o time com três atacantes. Não foi o que
aconteceu, com Renê Júnior e Leandrinho entrando na equipe, e
Willian José pondo Gabriel no banco. Em entrevista à rádio
Bandeirantes, antes da peleja começar, o treinador justificou
dizendo que um dos motivos da entrada de Willian, que marcou o gol de
empate contra o Grêmio no meio de semana, também era “manter a
altura da equipe”, principalmente nas bolas paradas. Vê-se que o
discurso defensivista está presente até quando entra um atacante...
Mas muito mais
interessado em não tomar gol era o treinador catarinense Sílvio
Criciúma. Tanto que adotou uma formação com três zagueiros e,
entre contusões, suspensões e opções táticas, a equipe entrou
com cinco alterações em relação à última partida. O Peixe
pressionou desde o início, com Montillo mais inspirado e também
muito em função de subidas constantes de Cicinho pela direita,
tirando a sobra da zaga rival.
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Willian José, efetivo quando finaliza (Foto Santos FC) |
Não demorou para o
Alvinegro abrir o placar, aos 19 minutos, em uma jogada de escanteio
muito semelhante à do primeiro tento alvinegro contra o
Internacional, só que do lado oposto. Montillo cobrou pelo lado
canhoto, Gustavo Henrique deu uma casquinha e Thiago Ribeiro fez,
posicionado no segundo pau. Antes, Montillo já havia acertado o
travessão catarinense em cobrança de falta.
O segundo tento veio em
lance do volante Renê Júnior, que, quando entra, tem tido boas
atuações. Ele cruzou do lado esquerdo e Montillo conseguiu dominar,
rolando para William José, aos 41, acertar de primeira uma bela
finalização.
Para a segunda etapa, o
Criciúma desfez o sistema com três zagueiros, com a saída de
Matheus Ferraz e a entrada do volante Henik. Os vistantes adiantaram
a marcação e passaram a marcar melhor no meio de campo,
equilibrando a partida. Chegou a ameaçar duas vezes o gol peixeiro,
exigindo uma grande defesa de Aranha em bola que tocou no chão e
subiu e em uma saída de bola providencial do goleiro nos pés de
Wellington Paulista.
Mas Claudinei “prendeu”
Arouca, que ainda não está em condições físicas ideais, mais à
frente dos zagueiros e compactou a equipe. Voltando a trocar passes e
aproximar mais, os santistas retomaram o domínio e criaram chances,
evitando o assédio do adversário. Mas, em lance isolado, uma
cobrança de falta aos 34 minutos, o Criciúma marcou. Ironicamente,
com uma casquinha do zagueiro Leonardo, marcado por … Willian José,
aquele que entrou também com o objetivo de melhorar a marcação nas
bolas áreas.
Àquela altura, o
Santos já não tinha Leandrinho, que fez boa partida, mas saiu para
dar lugar a Renato Abreu, diminuindo a mobilidade do meio de campo.
Observar o meia nas pelejas é um desafio à lógica do mero
torcedor. Além da cobrança de faltas e/ou escanteios, ganha um doce
ou uma cerveja quem descobrir a função que o meia exerce quando
entra. Aos 37, o técnico alvinegro ainda sacou Montillo e Willian
José, colocando Pedro Castro e Giva. Este último poderia ter
facilitado a vida do já agoniado santista se tivesse aproveitado um
lançamento de Thiago Ribeiro em que o jovem fez quase tudo errado:
matou mal, contou com a sorte e pegou a bola de novo, quase perdeu, e
finalizou pra fora, na cara do goleiro Helton Leite.
Ao fim, a marca do
pragmatismo da vitória em um lance no qual o Santos ganhou dois
minutos com cobranças curtas de escanteio e lateral no campo rival.
Como definiu Montillo, o time tomou um “sufoco que a gente não
pode tomar”, dado que o rival esteve dominado em parte dos 90
minutos e, mesmo atordoado, o Peixe não levou o Criciúma à lona.
Parte pela ansiedade, parte por, talvez, uma preocupação excessiva
em defender mesmo quando tem a possibilidade de matar a peleja. Mutia
retórica defensivista às vezes causa esse mal, o hábito faz o
monge, mas também o treinador e o jeito de jogar do time.
Agora, como melhor
paulista do Brasileirão – o que não chega a ser aqueeela
vantagem, dada a campanha dos coirmãos bandeirantes, o time tem pela
frente o Náutico, em partida atrasada da 11ª rodada, na Vila. Tem a
oportunidade de encostar no G-4, caso vença, chegando à 5ª
colocação. Se não for vitorioso, já se sabe que o destino será o
pelotão intermediário. O torcedor espera que o Santos lute até o
fim, das partidas e também da competição.