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terça-feira, janeiro 23, 2007

Som na caixa, manguaça! (Volume 5)

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O ébrio
Vicente Celestino
Na foto, como protagonista do filme "O Ébrio", de 1946
(Composição: do próprio)

Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer
Aquela ingrata que eu amava e que me abandonou
Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer
Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou
Só nas tabernas é que encontro meu abrigo
Cada colega de infortúnio é um grande amigo
Que embora tenham como eu seus sofrimentos
Me aconselham e aliviam os meus tormentos
Já fui feliz e recebido com nobreza até
Nadava em ouro e tinha alcova de cetim
E a cada passo um grande amigo que depunha fé
E nos parentes... confiava, sim!
E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então
O falso lar que amava e que a chorar deixei
Cada parente, cada amigo, era um ladrão!
Me abandonaram e roubaram o que amei!
Falsos amigos, eu vos peço, imploro a chorar
Quando eu morrer, à minha campa nenhuma inscrição
Deixai que os vermes pouco a pouco venham terminar
Este ébrio triste e este triste coração
Quero somente que na campa em que eu repousar
Os ébrios loucos como eu venham depositar
Os seus segredos ao meu derradeiro abrigo
E suas lágrimas de dor ao peito amigo


(Do CD "In Memorian", BMG Ariola, 1993)

2 comentários:

Glauco disse...

Como diria a portentosa dona Maricota ao ouvir Vicente Celestino, "que saudades do major..."

Marcão disse...

Voltando de uma festa brega da Medicina da USP em Ribeirão Preto, em 93, dentro do primeiro ônibus que circulava, às 5 da matina, eu, com meia garrafa de Cinzano na mão, inventei de cantar essa música. O motorista brecou e mandou descer. Não teve apelo...