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quarta-feira, maio 30, 2007

"Não se caga não, garoto!"

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Venho de uma entrevista, há pouco, com o volante de origem/ lateral improvisado Dionísio, revelação do Santos FC. Ele é de Santo André, mas nasceu em São Bernardo. Vamos publicar uma matéria no ABCD Maior, mas seleciono aqui, de antemão, um trechinho da conversa para o Futepoca. Perguntei a ele como foi estrear como profissional, aos 19 anos, em um Santos x Corinthians na Vila Belmiro - em 29 de março deste ano, pelo Campeonato Paulista, 2 a 1 para o Peixe (na foto, Dionísio em lance desse jogo). Só para a gente imaginar como deve ter sido essa estréia para ele, cometo uma inconfidência: o atleta não admite, mas me entregaram que é santista de infância. Segue o papo:

Dionísio - Quando eu fui relacionado pro banco, já tava alegre (risos). Já tava feliz pra caramba. Até quando eu vi que o Tonhão (Antônio Carlos) machucou, só tinha eu de volante no banco, o resto era tudo meia-atacante. O professor (Vanderlei Luxemburgo) me chamou e só falou pra eu jogar tranqüilo, do jeito que eu vinha treinando. O professor Vanderlei falou pra mim não se cagá (sic): "-Não se caga não, garoto!" (risos). Eu entrei, joguei, fui bem graças a Deus. A Vila tava toda lotada. No começo, quando entra, dá um frio na barriga, mas depois passa. No futebol, você esquece tudo que tá de fora.

E foi assim, no susto. Dionísio entrou depois dos 30 do segundo tempo e ainda teve tempo de levar uma entrada do zagueiro corintiano Gustavo, que foi expulso no lance. Depois desse batismo de fogo, a maior sinuca de bico para o garoto foi a atuação improvisada como lateral-direito contra o Caracas, na Venezuela, pela Libertadores. Num choque casual, o adversário caiu gritando e o juiz puxou o amarelo. Como já tinha levado um no jogo, foi pro chuveiro mais cedo. "O Luxemburgo viu que não foi falta e não me deu bronca. Ele até brincou, mais tarde, que fui eu quem dei moral pro time ser campeão paulista alguns dias depois, porque, jogando com um a menos numa oitava-de-final da Libertadores, fora da Vila, e o time quase conseguiu ganhar, isso deu muita força", diverte-se o "motivador" Dionísio.

2 comentários:

Glauco disse...

Grande ordem do "estrategista" Luxemburgo... Quanto à falta em Caracas, a TV venezuelana simplesmente não passou o lance e, mesmo assim, narradores e comentaristas (todos vendo o jogo de São Paulo) culparam a "inocência" do Dionísio.

fredi disse...

O que me causa espécie é o alto nível da instrução. Será de cunho estratégico ou motivacional?