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quinta-feira, maio 31, 2007

Serra cede a pressão de estudantes ou Aperta que ele confessa

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Curiosa essa história do Serra com as universidades. Aqui na frente de casa, no Butantã, vi a passeata que estudantes, funcionários e professores de diversas universidades (vi faixas da USP, Unicamp e Unesp) fizeram até o Palácio dos Bandeirantes.

No mesmo dia, Serra, anunciou uma modificação no texto dos decretos para, segundo ele, deixlos mais claros e eliminar a interpretação, incorreta, de que eles ameaçariam a autonomia universitária. Eu, particularmente, não li os decretos, e não tenho como avaliar as intenções do excelentíssimo governador (frisando que, em geral, discordo dele). Mas achei interessantes as abordagens da imprensa a respeito.

No Uol Educação, eu vi e mostrei para um amigo um texto cujo título era algo como “Após negociar com reitores, Serra 'edita' decreto”. Dessa forma, não seria um recuo de Serra, uma derrota imposta pelas manifestações de estudantes e funcionários, mas uma “edição” no sentido jornalístico de modificação sem alteração de sentido. Deixa claro também que se trata de um acordo com os reitores das universidades, com a intelligentsia, coisa de homens de bem. Não fruto da baderna feita por um bando de “depredadores de prédios públicos”, como denominou a revista Veja, citada pelo Centro de Mídia Independente.

Agora, o Uol Educação tem esse texto no ar, menos desequilibrado, com horário semelhante ao que eu tinha visto antes. O sempre citado Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, deu o seguinte título à matéria sobre o recuo de Serra: Estudantes ganham e Serra volta atrás. Eu fico com este.


PS: A matéria da Veja merece uma olhadela. Cito o abre, novamente tirado do CMI, e deixo os comentários para os leitores:


No caminho certo
O governador Serra enfrenta o atraso que ainda reina na USP

Camila Pereira

O obscurantismo abomina o conhecimento. A queima de livros durante a Inquisição, a depredação, no ano passado, de um centro de pesquisas da companhia Aracruz por uma horda de 2 000 militantes teleguiada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Os exemplos atravessam eras e continentes. O obscurantismo pode tornar-se pior quando combinado com a praga do corporativismo. Foi o que ocorreu no último dia 3 na Universidade de São Paulo, a maior instituição de ensino superior e pesquisa do país. Um bando de 300 alunos invadiu o prédio da reitoria, depredou suas dependências e ocupou o gabinete da reitora Suely Vilela. Os manifestantes passaram a usar internet e telefone livremente para divulgar seu protesto, que, na última sexta-feira, já durava uma semana. Qual é a razão para tanto vandalismo? Entre reivindicações oportunistas, como a melhor conservação dos prédios da universidade, os depredadores de prédios públicos querem impedir que o governador José Serra exija mais transparência dos gastos das três universidades estaduais - além da USP, a Unesp e a Unicamp.

7 comentários:

Angélica disse...

ei nicolau, uma sugestão:

já que a matéria da Veja abre com o obscurantismo histórico, esqueceu de acrescentar que, tanto quanto botar a polícia na porta do palácio, há o método medieval dos fossos recheados com jacarés para impedir o acesso da plebe. a "democracia" é a mesma, só os animais diferentes....

Anselmo disse...

bravo! comentário impagável!

Marcão disse...

Nunca acreditei em "demônio", "cramunhão" ou mesmo o tal "inimigo" tão temido pelos evangélicos. Mas a figura do Serra tem me instigado ultimamente a rever meus conceitos...

Glauco disse...

Angélica, não dá idéia que de repente o Serra adota os fossos com jacarés pra economizar efetivo policial...

Anônimo disse...

Aracruz e depredação da USP ai meu deus!!! A Veja, sempre tendenciosa mesmo, né? Sobre a Aracruz, quem quiser ver tá aqui: Segundo matéria da Carta Maior, "As acusações contra a Aracruz são inúmeras, indo desde a destruição de 50 mil hectares de Mata Atlântica, nas décadas de 60 e 70, até o financiamento de campanhas eleitorais em troca de favores, passando por aplicação de agrotóxicos que contaminam as fontes de água de diversas comunidades, implantação de extensas áreas de monoculturas desrespeitando a legislação ambiental, poluição e desvio ilegal de rios que abastecem comunidades - apenas para garantir água suficiente para suas fábricas de celulose ."

Mas deturparam a imagem das pessoas que saíram às ruas contra as ações da Aracruz no Brasil. recomendo a leitura deste link pra quem quiser ver o caso: http://www.sindromedeestocolmo.com/archives/2006/03/a_historia_por.html#comments

E agora a Veja, limpando a imagem do Serra, vem com essa de "Depredadores da USP". O Serra subestima a inteligência de estudantes e doutores quando insinua que interpretamos errado seu decreto, mas não veio, até agora, que eu me lembre, a público falar COMO o decreto dele age sem tirar a autonomia e o dinheiro das faculdades. Será que ele poderia nos dar esta explicação já que somos tão burrinhos? É cada uma, viu?

Anônimo disse...

Corrigindo o link que passei:

http://www.sindromedeestocolmo.com/archives/2006/03/a_historia_por.html#comments

Anônimo disse...

http://www.sindromedeestocolmo.com/
archives/2006/03/a_historia_por.html#
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