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segunda-feira, novembro 26, 2007

Eu e a torcida adversária

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Tania Lima, amiga de Carminha, eminência parda desse blogue, foi pela primeira vez a um estádio de futebol no jogo da seleção contra o Uruguai. Mas ficou na torcida celeste... Abaixo, o texto dela, feito para o Futepoca, que conta como foi.


Ontem foi minha estréia. Passada a injustificada aversão pelo futebol, que gradativamente foi perdendo força no decorrer dos últimos cinco anos, vi-me, de corpo e espírito presentes, no estádio do Morumbi. Em tempo: já via-me, na noite que antecedeu a partida, misturada à turba de torcedores vestidos de verde-amarelo. Mas o ingresso que caiu-me às mãos, físico, palpável, legível e com indicação de setor e assento, no dia da partida, colocava-me junto à torcida adversária! Não é como estar avizinhada, ou ter no entorno etc., é exata e especificamente estar imiscuída!

Pouco dada a eventos que reúnam multidões, e por consequência não familiarizada com o ambiente, embora a partida tivesse seu início marcado para as 21h45, antecipei-me, e às 18h em ponto disse aos colegas de trabalho: me estoy yendo. E fui. Andei errante entre um e outro portão de acesso até ver-me instalada cerquita a los hermanos. Iniciado o espetáculo, os uruguaios, em intervalos, entoavam entusiasmados: “Soy, celeste, soy celeste, soy celeste, celeste, soy, soy !!!” Havia uma lista de alternativas para o “celeste” do refrão, que eu não conseguia decifrar, por mais que disponibilizasse os dois ouvidos, dúvida que após uma consulta, no intervalo, a um uruguaio, muy guapo, ficou esclarecida, deixando claro a relação do celeste do refrão com a cor da camisa da seleção uruguaia. A ignorância decididamente aprisiona, e é lindo o azul do céu que nos cobre a todos.

Não ponho resistência ao que se configura previsível, e como costumeiramente acontece, emocionei-me com o hino nacional brasileiro, e desafinada, inclusive porque no peito dessa desafinada indubitavelmente bate um coração brasileiro, cantei solitária, altiva e orgulhosa de meu hino que é, dentre todas e muitas belezas, uma primazia em música e verso.

Há num estádio de futebol, com algo aproximado a 80 mil pessoas presentes, uma energia reinante, sob o efeito da qual nos sentimos inebriados e, sem qualquer autonomia, somos movidos por sentimentos e sensações que oscilam e se intercalam entre o desalento e a euforia, ao sabor de qualquer passe incerto ou drible magistral. Seguramente a aversão passada se transformou ontem em paixão.



2 comentários:

Anônimo disse...

óooooooooooooooo

Olavo Soares disse...

Ainda não tive a experiência de assistir a um jogo no estádio no meio dos adversários. Mas já levei dois amigos para isso - um corintiano e um palmeirense, em duas partidas distintas. Em ambas, o Peixe levou a melhor.