Destaques

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

"Minha vida é que atrapalha a minha cerveja"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Impagável essa entrevista do Zeca Pagodinho à Folha de S.Paulo:


FOLHA - O que acha do Zé da Feira [Eri Johnson], o sambista de "Duas Caras" inspirado em você?
PAGODINHO - As dificuldades de subir na carreira têm a ver comigo. É um cara que lutou, teve dificuldades, o vício da bebida, conheci várias pessoas assim.
FOLHA - O fato de ele ser alcoólatra não incomoda?
PAGODINHO - Mas eu não sou alcoólatra, não ando caído de bobeira na rua. Ele é inspirado, porra, não é o Zeca Pagodinho.

FOLHA - A cerveja não atrapalha a sua vida em nenhum momento?
PAGODINHO - Minha vida é que atrapalha a minha cerveja. Quando tô bebendo, tem sempre alguém pra falar comigo.

FOLHA - Você se irrita por sempre ser procurado para falar de cerveja?
PAGODINHO - Não, isso é porque tô no auge. Se tivesselá embaixo, ninguém lembrava de mim.

FOLHA - O que pensa sobre o projeto de tornar crime dirigir após tomar mais de duas latas de cerveja?
PAGODINHO - É certo. Fizemos o bloco da Cachaça; a letra do samba dizia que "volante com cachaça não combina, sou um cachaça, mas não sou burro". Fiz um outdoor "Se beber, vá de táxi". Já tão achando que levei uma nota dos táxis, do Detran, não levei porra nenhuma, levei sim uma luta pela vida.

FOLHA - Você dirige após beber?
PAGODINHO - Não, nem antes.

FOLHA - Você não dirige?
PAGODINHO - É porque tô renovando minha carteira, nunca dá, e pra não ficar me aporrinhando vou andando a pé, tem motorista, entro em qualquer carro, "me deixa ali cumpade".

FOLHA - Continua irritado com o ministro da Saúde [que propôs que artistas não anunciassem bebida]?
PAGODINHO - Não, não é um cara de bobeira não, sabe o que faz. Mas tem que ter um projeto mais de educação do que punição. Aí vai prender, e qualquer dia essa porra vai virar só grade.

FOLHA - E a reclamação dos gays que não gostaram da tradução de "happy hour" para "hora alegre" em seu comercial da Brahma?
PAGODINHO - Falei pros caras que ia dar problema, mas eles mandam. Não tinha a intenção de ofender. Eu me dou bem com todo mundo, tem uma porrada de veado que vem aqui em casa, cada um na sua, eles pra lá, eu pra cá. Quem quer dar dá, quem quer comer come, cada um viva a sua vida.

9 comentários:

Nicolau disse...

Quando eu crescer, vou beber que nem o Zaca Pagodinho. E também vou ter a grana dele pra bancar.

Olavo Soares disse...

Não consigo não achar esse cara um dos mais insuportáveis do nosso Brasil varonil.

Marcão disse...

Eu não tenho saco é pra ouvir as músicas dele, ou mesmo ver show, DVD. Um pagodinho muito enjoativo. Mas "Sou um cachaça, mas não sou burro" é um belo slogan para uma campanha social...

Olavo Soares disse...

Isso é.

Anselmo disse...

não acho o cara insuportável. não que acrescente mta coisa, mas é divertido. a vida do cara é uma conversa de bar, com direito a roda de samba.

mas tbem nao ouço o q ele toca.

Glauco disse...

Acho o pagode dele bem-humorado, e, pelo visto, um baita entrevistado. Prefiro tomar cerveja com ele do que com a Ivete Sangalo.

Anônimo disse...

pior é que eu ouvi a marchinha do sou cachaça mas não sou burro, que o fredi me emprestou o cd. é moralistinha e sem graça e ganhou o concurso de marchinha do carnaval deste ano, tem condição?
e com votação pelo fantástico...
de resto acho o pagode dele divertido.
e ele é um partideiro competente, que sabe valorizar uma manguaça.

Fernando Augusto disse...

O que vocês já ouviram do Zeca? "Descobri que te amo demais..descobri em você minha paz"??

Nicolau disse...

Olha, acho o cara divertido e sem dúvida seria um belo entrevistado. Sobre a música dele, eu gosto, o acústico é bem legal, com uns arranjos mais estilosos. Além disos, já me salvou a vida em dezenas de churrascos e outros convescotes. O pessoal queria botar Exaltasamba e outras pérolas do pagode com teclado e eu mandava o Zeca como opção conciliatória.