Destaques

sexta-feira, abril 11, 2008

Atlético-PR inova mais uma vez...

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

... resta saber se pra bem ou pra mal.

Ontem, o rubro-negro do Paraná divulgou para a imprensa que passaria a cobrar das emissoras de rádio interessadas em transmitir jogos do clube na Arena da Baixada. O valor? "Míseros" R$ 15 mil reais por transmissão, a partir da estréia do clube no Campeonato Brasileiro. Para todos os 38 jogos do clube na Série A, os interessados podem fechar um pacote a módicos R$ 456 mil.

A justificativa do clube é essencialmente financeira. Alegam dirigentes do Furacão que as emissoras usam instalações e nome do clube sem dar nenhum retorno em dinheiro - e, se as TVs precisam pagar para transmitir, então o mesmo deveria ser cobrado das emissoras de rádio. Há quem ache que a medida até valorizará o trabalho dos radialistas, já que espantará emissoras menores e, por consequência, trará anúncios mais polpudos às que tiverem condições de bancar a cota estipulada pelo Atlético.

Os radialistas curitibanos, como esperado, rejeitaram a medida. Dizem que o valor é inviável e que, na avaliação deles, o principal prejudicado na história será o torcedor atleticano sem dinheiro para ver o jogo "pessoalmente" ou nos pay-per-views da vida, que ficará sem opções para curtir a partida no seu radinho.

Falando para a Gazeta do Povo, Marcelo Ortiz, da rádio curitibana Banda B, traçou o seguinte paralelo: “pagamos US$ 70 mil dólares (cerca de R$ 118 mil) pelas transmissões da última Copa do Mundo, e foi por toda competição, por um evento e todos os jogos inclusos. Isso pra você ver como está completamente fora de questão esse preço pedido pelo Atlético”.

Vale lembrar que a medida também vale para rádios de outros estados que porventura iriam até a Arena da Baixada para narrar jogos de clubes de suas localidades contra o Atlético-PR.

No Brasil, nenhum clube age dessa forma. E não sei qual o procedimento dos times do exterior para as transmissões radiofônicas.

Confesso que até agora não consegui formar opinião conclusiva sobre o fato. Acho viável o Atlético querer ganhar algum dinheiro em cima das transmissões, tal qual se faz com as TVs - que, lembrando, pagam aos clubes o que é hoje uma das suas principais fontes de renda. Mas o valor é sem-noção demais.

Faço um prognóstico, mais um chute do que qualquer outra coisa. Acredito que o Atlético vai manter a idéia, mas com um valor muito mais camarada do que esse inicialmente proposto. Como toda negociação, aliás.

E se isso vingar, preparem-se para uma avalanche que deve ser repetida por todos os clubes, ao menos os maiores.

5 comentários:

Marcão disse...

Confirmando seu prognóstico, Olavo, o assunto já é caso pensado: a coluna "Pelo Brasil", do Lance! de hoje (pág.21), afirma que esta situação já ocorreu, neste ano, em Santa Catarina. Os clubes catarinenses decidiram cobrar das rádios, que boicotaram alguns jogos. Depois, as rádios se reuniram com a liderança dos clubes, pediram a diminuição da cota e deram publicidade gratuita aos clubes. Tudo se resolveu...

Mas eu acho que tem que cobrar, sim. As rádios são todas controladas por mafiosos e eles ganham uma puta de uma grana. Se TV paga, rádio tem que pagar também.

Glauco disse...

Isso é uma questão delicada. Pra mim, a chave está no trecho "Há quem ache que a medida até valorizará o trabalho dos radialistas, já que espantará emissoras menores e, por consequência, trará anúncios mais polpudos às que tiverem condições de bancar a cota estipulada pelo Atlético."

"Espantar emissoras menores" é concentrar mais a transmissão de rádio. Ou seja, quem pode, paga. Se todo mundo reclama do monopólio da Globo, vai agora achar bonito que aconteça o mesmo no rádio? Obviamente que o preço do Atlético (PR) é proibitivo para os menores e alguém imagina, por exemplo, uma rádio do interior ou de alguma cidade de time da Copa do Brasil ter que pagar isso pra trasmitir jogos?

Isso é uma forma disfarçada de cobrar direito de arena por transmissão radiofônica, algo que não está amparado na lei, segundo as rádios. Nada novo para o Atlético, que também limita a presença de repórteres dentro de campo, e permite o acesso apenas aos que trabalham para TVs que transmitem o evento. No rádio vai ser igual? A Globo vai rir à toa...

Marcão, não li o Lance!, mas vi na internet que em Santa Catarina as rádios garantiram por liminar concedida pela Justiça o direito de transmir os jogos.

Em tempo: alguém acha mesmo que os profissionais do rádio serão valorizados com concentração de poder de poucas emissoras? Em que outro momento histórico isso aconteceu?

Anselmo disse...

claro que não. e outra: sempre é possível assitir o jogo no estúdio, assistindo tv para fazer a transmissão. a cbn parece fazer isso as vezes em sao paulo.

os clubes cobrarem pode nao ser sem sentido, mas se for pra restringir o acesso das rádios, fica complicado. Será que se cobrassem um valor pra uam posiçao mais favorável ou exigisse pagamento pra montar parafernalha de estúdio na cabine de transmissão resolveria?

Se bem que ficaria parecendo motel. Tem a cabine luxo, a super master e a suíte, ops, a cabine master luxo. Pegaria mal demais.

Marcelo Lima disse...

Para não montar uma tese, isso é reflexo da Lei Pelé... os times não tem mais o 'poder' e agora usa o próprio prestígio para aumentar sua arrecadação, agora nas mãos dos empresários!

Anônimo disse...

Acho justo ganhar com isso, faça cada um de vocês uma pesquisa nas principais rádios de sua cidade para saber o quanto cada uma cobra pelos comerciais durante as transmissões, é dinheiro gente.

"ANTES DE PENSAR NAS RÁDIOS, PENSEM NO RETORNO FINANCEIRO QUE ISSO TRARÁ PARA NOSSO CLUBE."

Edson (guarionline@ig.com.br)