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quarta-feira, abril 16, 2008

Há (quase) 37 anos, direto do túnel do tempo...

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Na polêmica sobre o gol de mão de Adriano no clássico de domingo, muitos recuperaram a história de outro prejuízo alviverde, há quase 37 anos. Vale relembrar: em 27 de junho de 1971, mais de 103 mil pessoas pagaram ingresso para ver a decisão do Campeonato Paulista entre São Paulo e Palmeiras, no Morumbi. O Tricolor abriu o placar logo aos 6 minutos de jogo, com Toninho Guerreiro. Precisando da vitória, o Palmeiras partiu com tudo para o ataque. Aos 22 minutos do segundo tempo, um cruzamento da direita encontrou Leivinha à frente da marca do pênalti. O atacante cabeceou forte e mandou a bola para o fundo das redes. Porém, o árbitro Armando Marques anulou o gol, dizendo que havia sido marcado com a mão. Como mostra a imagem acima, além de não ter usado as mãos, Leivinha ainda teve a camisa puxada, na área, pelo são-paulino Edson Cegonha. Mesmo que o juiz tivesse validado o gol, o empate ainda garantia o título para o Tricolor. Mas os palmeirenses dizem que, com a vibração, o time teria ido pra cima e conquistado a virada e o caneco. Tudo bem, só que, aí, ficamos só na hipótese. Outro dia, na TV Gazeta, um jornalista (não me lembro quem) afirmou que, em 1974, durante uma excursão da seleção brasileira na Europa, Armando Marques teria se aproximado de Leivinha e confessado que errou e que o gol foi legal. Se fez isso, é muita cara-de-pau...

10 comentários:

Glauco disse...

Se houvesse toda a quantidade de recursos de vídeo disponíveis hoje, naquela época, o Armando Marques não apitaria nem jogo de futebol de botão.

pedro disse...

Desculpe Glauco, você viu o vídeo do gol? Mais claro impossível, não precisa recurso extra nenhum.

Quanto a esse suposto penalty, ninguém reclamou. E ninguém reclamou não é porque foi gol mas sim porque não houve falta no lance.

O Leivinha não sentiu, ninguém percebeu, não influiu em nada. Não houve penalty. Foto não determina o que é falta. Encostar a mão na camisa vale. O que não vale é puxar pela camisa, e para haver um puxão a outra pessoa tem que ser puxada, não basta balançar a camisa.

Pedro.
PS. Sorte que não sou São Paulino. Daqui a pouco São Paulinos escreverão suas frustrações por aqui que muito me envergonhariam... se eu fosse um deles.

Glauco disse...

Pedro, o que quis dizer da questão dos recursos de vídeo é que Armando Marques errou um outro sem-número de vezes, e isso ficaria mais claro se houvesse a tecnologia disponível hoje. Não falaríamos APENAS desse erro do Leivinha, ou do fato dele dar meio título pra Portuguesa, da predileção por expulsar o Pelé... Falaríamos de outras tantas falhas que ficariam mais claras.

Marcão disse...

O Raul Plasmann contou que uma vez, jogando pelo cruzeiro no Pacaembu, debaixo de chuva torrencial, deu uma voadora no peito do César Maluco, do Palmeiras, dentro da área. Pensou: "-Ferrei meu time. É pênalti e eu tô expulso". Mas o Armando Marques não marcou nada, o lance seguiu e os jogadores, estupefatos, nem abriram a boca. Duas décadas depois, Raul viu Armando dentro do avião, na ponte Rio-São Paulo. Ainda intrigado com o lance inexplicável, chegou para o ex-árbitro e relembrou a história. Segundo Raul, Marques respondeu: "-E você acha que eu ia marcar um pênalti contra você, um dândi com aquela camisa amarela molhada, e favorecer aquele horroroso do César? Jamais!". Desconcertado, Raul diz que balbuciou qualquer coisa, virou e se escondeu no fundo do avião.

pedro disse...

Tá certo Glauco, concordo.

Até certo ponto acredito que os juízes erram menos hoje do que antigamente. Principalment nos casos de impedimento mudou muito o comportamento de levantar a bandeira quando vê alguém na frente. O bandeira atualmente sabe que vai ter a TV para lhe dar razão.

Mas isso é discutível.

Pedro.

Anônimo disse...

Um detalhe desse jogo: quem estava sentado no banco de reservas do São Paulo era o Laudo Natel. Esse mesmo. O "governador" paulista, que na época não era eleito pelo voto popular e, sim, indicado pelos milicos que faziam o que queriam com o Brasil e os brasileiros. Hoje, o Palmeiras reclama da presença do coronel Marinho em campo. Pois o Brasil melhorou. Naquela época, não houve quem reclamasse publicamente da presença do interventor da ditadura no banco sãopaulino. Muito menos o Armando Marques...

Anselmo disse...

armando marques foi presidente da comissão de arbitragem da cbf. arnaldo cezar coelho e josé roberto godoy, comentaristas de arbitragem. José Roberto Wright também, e este era conhecido pelo tratamento nada carinhoso dedicado aos atletas.

A arbitragem é e continua a ser amadora, os cabras precisam ter outras atividades paralelas, para completar renda e pra pensar em aposentadoria (o que fazer depois que não puder mais apitar).

Anônimo disse...

Outro detalhe dessa foto: o camisa 10 do São Paulo. Ninguém menos do que o Gérson, o Canhotinha de Ouro. Aquele que tinha apelido de Papagaio porque falava o tempo todo em campo. Depois, ficou conhecido pela "lei de gerson" por causa de uma infeliz propaganda que ele fez para os cigarros Continental. Gerson sabia tudo de bola. Boleiro cracasso. Foi substituído, depois, por outro craque, o uruguaio Pedro Rocha. Pois é... no Palmeiras, naquela época, o camisa 10 era o Ademir da Guia. No Corinthians, o garoto do Parque Rivellino. E, no Santos, oras... é preciso ainda falar que era o Pelé?? Eita futeborzinho mais ou menos, sô!!!...

Marcão disse...

Benedito, entendi sua crítica (e concordo), mas acho que você trocou as bolas: o Laudo Natel sentou no banco do São Paulo na partida que definiu o Paulistão de 1970, em setembro daquele ano. O campeonato era por pontos corridos e o Tricolor precisava vencer o Guarani em Campinas - o que de fato aconteceu (2 a 1). Mas o São Paulo tomou um baita sufoco até o apito final e, dizem, só conseguiu refresco quando os refletores do Brinco de Ouro se apagaram misteriosamente por alguns minutos. Aquele título era capital para Laudo Natel: o Tricolor estava há 13 anos sem vencer o Paulistão e, depois de inaugurado o Morumbi, o time contratou Pedro Rocha, Gérson e Toninho Guerreiro. Se deixasse o título escapar, Natel se veria em maus lençóis. Por isso, foi para o banco, como governador do Estado, fazer pressão. Um absurdo só imaginável nos anos de chumbo do governo Médici.

Sergio Telles disse...

Só para ilustrar os "feitos" de Armando Marques, no mesmo ano de 1971 (nem era nascido), Fluminense e Botafogo fizeram a final do Carioca, e o Fluminense levou a melhor com ampla vista grossa da arbitragem.

Nilton Santos, já ex-jogador e que fazia parte da Comissão Técnica do Fogão, empurrou Armando Marques pelas escadas ao final do jogo.

A foto que testemunha o ocorrido ganhou o Prêmio Esso de fotografia daquele ano, e pode ser vista em http://fantasmadomaracana.blogspot.com/2007/05/nos-tempos-do-futebol-arte.html

O mesmo Armando errou contagem de pênaltis em 1973 (Portuguesa e Santos, se não me engano) e por muito tempo foi comentarista na TV Manchete, além de ter sido presidente da Comissão de Arbitragem.

Infelizmente a arbitragem é uma porcaria, e os clubes prejudicados em geral são os mesmos até hoje em dia. Domingo passado, o Botafogo mais uma vez sofreu com uma arbitragem absurdamente ruim e contra, e contra o Flamengo já sabemos que será a mesma coisa. E em São Paulo, me parece que Palmeiras e Santos, assim como os times pequenos, são os que mais sofrem com erros sempre.

Fora a imprensa que também torce pra Flamengo e Corinthians, sempre.