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segunda-feira, março 30, 2009

Degustação do Futepoca: cervejas Colorado

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Na sexta à noite, antecipando a comemoração pela vitória do meu time no dia seguinte (arrogância sãopaulina), fui até o apartamento do compadre Luciano para degustar as cervejas Colorado, produzidas em Ribeirão Preto (SP). Ele comprou um kit com os quatro tipos (foto acima), numa embalagem prática de papelão, e ganhou um copo com a logomarca. O companheiro Nivaldo estava escalado para o rega-fígado, mas, por problemas telefônicos, não compareceu. Daí, fizemos um molho de tomate bem apimentado, com carne e fatias de pão, e demos início aos trabalhos. Abrimos primeiro a Colorado do tipo Cauim, uma Pilsen. Fermentada com farinha de mandioca, tem um acento estranho no sabor. É como cerveja de trigo, mas diferente.

Ela nos pareceu meio aguada, mesmo com os 4,5% de teor alcoólico. No rótulo, eles informam que o nome Cauim vem do Tupi e se refere a "uma antiga bebida fermentada de cereais e mandioca, fabricada pelos índios brasileiros". E acrescentam que "a Cervejaria Colorado realiza diversas ações de cunho social em parceria com o Cineclube Cauim, uma das mais importantes organizações culturais de Ribeirão Preto". Bom, de zero a 10, numa escala sem o menor padrão ou critério, eu daria 6 para a Cauim. Acho que Don Luciano não concederia mais que 4. Na média, 5. Passa.

A próxima que abrimos foi a Demoiselle, cerveja escura. No primeiro gole, Luciano já adiantou que era a campeã, mesmo antes de experimentar as duas restantes. Trata-se de uma Porter, feita com café e maltes importados. "O nome Demoiselle é uma singela homenagem ao grande brasileiro Alberto Santos Dumont, cuja família era proprietária de fazendas de café na região de Ribeirão Preto", explica o rótulo. O aeroplano Demoiselle foi criado por ele em 1907, depois do pioneiro 14 bis. A Colorado desse tipo ganhou a medalha de ouro, na categoria Porter, do prêmio European Beer Star 2008, um dos mais importantes "testes cegos" de jurados cervejeiros do mundo todo.

Esse episódio encerrou a "briga" entre o dono da Cervejaria Colorado, Marcelo Carneiro da Rocha (foto à esquerda), e o mestre cervejeiro Fergal Murrey (abaixo, à direita), da fábrica irlandesa Guinness, que, numa degustação em São Paulo, desqualificou a Demoiselle como sendo apenas "café, gelo e álcool". "Escrevi uma carta pessoal para ele e uma nota de repúdio em todos os blogs que conheço porque achei uma falta de educação do cara e resolvi reagir", reclama o carioca Rocha, conhecido em Ribeirão Preto como "Marcelo da Colorado", em reportagem publicada, providencialmente, por uma revista chamada Revide. "O prêmio acabou encerrando a polêmica", acrescenta ele, adiantando que, ainda em 2009, deverá lançar no mercado uma cerveja de sabor bem forte, com mais de 11% de álcool.

Bom, voltando à degustação, creio que a Demoiselle mereceu da gente uma média 9, sendo 10 do Luciano e 8 de mim. Logo em seguida, porém, provamos a que seria minha favorita: a Indica, mistura de malte, lúpulo e rapadura. Apesar desse último ingrediente, não tem nada de doce, pelo contrário: é amarga, vermelha e com teor alcoólico de 7%. "Nossa receita é baseada numa antiga receita inglesa de cerveja, que nos tempos do Império Britânico era enviada a Índia", diz o rótulo. "Nossa IPA mereceu do maior crítico inglês de bebidas malteadas Sir Michael Jackson (homônimo do cantor) três estrelas no seu Pocket Beer Guide conhecido como o Guia Michelin das cervejas e atualmente recebemos o prêmio de TOP 50 das cervejas nacionais e importadas mais consumidas no Brasil, pela Revista Prazeres da Mesa, edição 56 – Fevereiro 2008", resume. Eu daria nota 9. Com um 7 do Luciano, que não se entusiasmou tanto, teria média 8.

Por último, experimentamos a Appia, que leva mel na receita. Só que o gosto mais acentuado é o de trigo e, para quem aprecia cerveja feita com esse ingrediente, é realmente muito boa. O rótulo diz que "esta cerveja ligeiramente doce e refrescante revela todas suas qualidades quando degustada bem gelada com uma fatia de limão ou laranja presa à borda do copo. Tem teor alcoólico de 5,5%". Com notas iguais, ela fica com 7 pontos. Pelo meu paladar e o do camarada Luciano, as melhores Colorados seriam, portanto, a Demoiselle (nota 9), Indica (8), Appia (7) e Cauim (5). Cabe ressaltar, novamente, que a absoluta falta de medida ou critério, o grau etílico dos "jurados" (acima, à esquerda) e a preferência de cada um dos manguaças que fazem ou leem este blogue permitem resultados bem diferentes em futuras avaliações. De toda forma, a Colorado está de parabéns pela proposta e pelos produtos finais.

4 comentários:

Anselmo disse...

nem pra chamar os irmão... tem duas belgas na geladeira esperando degustadores.

Marcão disse...

Mal aí, Anselmo (e todos os outros futepoquenses). Chegamos a falar com o Glauco, mas ele também não pôde ir. De toda forma, foi tudo na correria e improviso e quatro cervejas não dá pra nada. Teremos que providenciar degustações mais bem servidas, coletivas e abrangentes. Abraços!

Cassol disse...

Dá-lhe Colorado!

Grande aniversariante do mês de abril.

Glauco disse...

Ainda tenho receio da rapadura. Sem trocadalhos.