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quarta-feira, dezembro 02, 2015

Os pingos nos is OU carmelita descalça no puteiro

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FHC, herói da Veja: Delcídio estaria em seus diários?
Ninguém aqui quer defender o PT, o governo Dilma, o Lula ou nunseiquelá, nunseiquelá, nunseiquelá. Não integramos suas assessorias de imprensa e, para esse tipo de defesa, sempre existem advogados bem dispostos - e (muito) bem remunerados. Mas, como observou meu colega jornalista Lobão (Rogério Castro), sobre as cobranças do "santo" Aécio Neves (PSDB) à presidente Dilma em relação à prisão do senador Delcídio Amaral (PT), "sei que não adianta explicar para quem não quer entender, mas não custa nada encher o saco dos cidadãos de bem, defensores da moralidade pública, que infestam as redes sociais: com a prisão de André Esteves, um ex-presidente do Banco Central de FHC assumiu o comando do BTG Pactual. Pô, parem de bancar a carmelita descalça dentro do puteiro!".

Exatamente. A esses "cidadãos de bem, defensores da moralidade pública, que infestam as redes sociais" e saem nas ruas com camisa da seleção brasileira, louvando militares, Bolsonaros e Malafaias, complemento o lembrete do Lobão com um belo texto que circula pela internet e é assinado por Maria Fernanda Arruda:


Está claro para vocês o desenrolar dos acontecimentos recentes ou querem que eu desenhe o fato óbvio de que o caso de corrupção que está sendo investigado na Lava-Jato não começou em 2003 e não se encerra na Petrobras!? [OBS: por favor, compartilhem até chegar ao Sr. Moro, porque parece que ele está por fora disso tudo aí.]"

Por hoje é só.


sexta-feira, janeiro 17, 2014

O bicho pegou

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- Está borracho! Está borracho!

Foi assim que, durante uma blitz na Cidade do México, um periquito denunciou o condutor do carro em que estava, o veterinário Guillermo Reyes Torres. Alertados pelo bicho, os policiais, que já iam liberar o borracho (bêbado, em espanhol), fizeram com que ele soprasse o bafômetro. E não deu outra: o teste confirmou o alerta do periquito e comprovou que o motorista estava embriagado. Segundo o jornal "La Jornada", Guillermo foi detido e o "periquito delator" levado pela Brigada de Vigilância Animal. Porém, mesmo tendo sido entregue pelo bicho, o veterinário pediu que a ave ficasse junto dele. Assim, depois de alguns dias, o periquito passou a dividir a mesma cela com ele. Ou seja: agora, o bicho não é o único engaiolado...

Alguns futepoquenses exclamariam, em vez de jumento, 'Ô, periquito Fia da P.!'

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Arruda tem prisão decretada, mas ficará pouco tempo

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O Superior Tribunal de Justiça decretou, por doze votos a dois, nesta tarde, a prisão preventiva do governador de Brasília, José Roberto Arruda, e outros envolvidos no Mensalão do DEM, também conhecido como panetonegate.


A prisão foi pedida e concedida por conta da tentativa de "subornar" uma testemunha para que mudasse de opinião.

Neste momento, segundo sua assessoria, o governador está indo para a Polícia Federal, onde irá se entregar.

Antes que alguém comemore a instalação da moralidade, é bom saber que a prisão provisória deve durar pouco, porque ela é decretada apenas para que não atrapalhe as investigações ou constranja testemunhas. Aposto com quem quiser que, logo logo, ele consegue um habeas corpus, provavelmente emitido pelo paladino da liberdade dos ricos, o ministro Gilmar Mendes.

É o mesmo que aconteceu com Daniel Dantas e um pouco antes com Paulo Maluf. Vale mais pela imagem de moralidade que pela moralidade em si.

Recordar é viver

É inevitável não relembrar neste momento: "Vote num careca e ganhe dois"

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Baby boom

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Pode ser exagero, mas estimo que quase metade das pessoas que conheço faz aniversário em janeiro. Quando eu era adolescente, fazíamos todo ano um churrasco dos nascidos especificamente em janeiro de 1974 e acho que eram mais de 20 pessoas. Tinha gente do dia 2, do 3, do 5, do 7, do 8, do 10, enfim, ia intercalando até uma menina que era do dia 29. Em Campinas, na faculdade, era a mesma coisa. Em Fortaleza, onde morei por um tempo, idem. E aqui em São Paulo não é diferente: de hoje até domingo são cinco festas, churrascos e cervejadas de amigos e agregados. Hoje eu conversava com um deles, Fernando, que no dia 16 vai comemorar 28 anos fazendo um churrasco na laje, lá em Guaianases, em homenagem aos 30 anos da prisão do Paul McCartney por porte de maconha, no Japão (!!). Vai daí, ele me perguntou:

- O que será que acontece em abril pra nascer tanta gente em janeiro?

- Feriado de Páscoa, respondi.

- Ué, mas tem feriado o ano inteiro, ele rebateu.

- Pois é, mas neste as pessoas enchem a cara de vinho e enforcam o Judas!

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Cachaceiro tem saudade da prisão

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Publico aqui uma contribuição do Mouzar Benedito. Além de acompanhar de perto a guerrilha urbana durante a ditadura (não há um líder de grupo de esquerda em atividade nos anos 60 e 70 que não tenha se sentado ao lado dele num boteco), Mouzar visitou dezenas de presos políticos nos anos 70, fazendo reportagens sobre as prisões. E, manguaça experimentado que é, já foi jurado em concursos de cachaça.

A crônica que apresento a seguir fará parte de um livro de memórias burlescas da ditadura militar a ser publicado em breve pela editora Publisher Brasil.


Pinga de abacaxi

Por Mouzar Benedito



É tradicional entre todos os tipos de preso a tentativa de fazer uma bebida alcoólica qualquer, já que é proibida a entrada de álcool nos presídios. E para quem está preso, ah... que saudade!

Nos presídios “comuns”, é muito conhecida uma bebida chamada “maria louca”, feita de casca de laranja, e restos de muitos alimentos. Quem já tomou diz que é péssima. Só mesmo preso para beber isso.

Os presos políticos pesquisaram bastante sobre a possibilidade de fazer cachaça na cadeia, principalmente a matéria-prima. Foram experimentando que frutas davam boas cachaças. Macetavam as frutas, punham para fermentar em baldes escondidos nas celas e, quando a fermentação atingia o ponto certo, destilavam de madrugada, quando os carcereiros não apareciam por ali, usando uma panela de pressão. Ligavam uma serpentina (feita por eles mesmos, às vezes uma mangueirinha) à válvula da panela de pressão e faziam a serpentina passar por um balde de água fria, para condensar o vapor que passava pela serpentina.

Fubá, milho e muitas frutas foram experimentadas, mas o que deu mais certo foi o abacaxi. Meu amigo e conterrâneo José Roberto Rezende [Mouzar é de Nova Rezende, Minas Gerais], que fez essas experiências nos presídios por que passou, tornou-se o melhor alambiqueiro da cadeia, no Rio de Janeiro.

Muitas visitas levavam abacaxi para os presos, e imagino que os carcereiros deviam imaginar: “Como esses presos gostam de abacaxi!”.

Eu mesmo entrava no presídio da rua Frei Caneca, no Rio, para visitar os presos, e às vezes saía de lá meio de fogo. Gostava da pinga feita pelo Zé Roberto e pelo Mané Henrique, o segundo melhor alambiqueiro.

O Zé Roberto tinha sido condenado a duas prisões perpétuas e mais 69 anos de cadeia. Brincávamos muito, dizendo que ele teria que morrer duas vezes e ressuscitar para cumprir a pena. Depois da Lei da Anistia e da revisão das condenações, sua pena ficou reduzida a quinze anos, e ele cumpriu oito anos e sete meses de cana. Quando saiu, ficou morando no Rio, onde só existiam cachaças muito ruins, na época, e um dia perguntei – de propósito – se ele não tinha saudade de alguma coisa da cadeia. Ele sapecou:

Olha, saudade, nenhuma. Tem uma coisa que pode parecer cinismo, mas a pinga que a gente fazia lá é melhor do que essas que vendem nos botecos do Rio.

Concordei.