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quarta-feira, fevereiro 25, 2015

A ciência do óbvio ataca outra vez: álcool é mais letal que maconha

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Estudo recentemente publicado na Scientific Reports, subsidiária da revista Nature, aponta que o álcool é 144 vezes mais letal que a maconha. A pesquisa procurou quantificar o risco de morte associado ao uso de várias substâncias tóxicas e os cientistas descobriram que, de longe, a maconha é a droga "mais segura". No lugar de focar a contagem de morte, como outros estudos, os autores do relatório compararam doses letais de cada substância com a quantidade que uma pessoa comum usa. 


 Ao elencar as drogas mais mortais, a maconha apareceu no final da lista, enquanto álcool, heroína, cocaína e tabaco lideram. A maconha era a única que representava um risco de mortalidade baixo entre os usuários, apesar de não ser inexistente - e agora é, de fato, "mais segura do que o álcool". A pesquisa da Scientific Reports aparece logo após a polícia do Colorado, primeiro estado americano a legalizar a droga, dizer que em um ano tudo está bem e o trabalho policial passou praticamente inalterado.


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quinta-feira, janeiro 10, 2013

Aplicativos para beber até cair

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O vício em eletrônicos ou mesmo na internet (ou no Facebook) é um problema grave, já foi tema de muito verso e prosa, mas não é o assunto aqui. Aplicativos e softwares simulam e brincam com o exercício e até os efeitos da bebedeira ou do consumo de outros entorpecentes variados.

O tema alcoólico e as trapalhadas dos embriagados flagrados por policiais, câmeras indiscretas ou notícias de veracidade duvidosa populam em colunas de tabloides e no noticiário bizarro. Também já transbordaram por estas mal-traçadas linhas em profusão (bota profusão nisso...).

O Futepoca adverte: desde o começo, "apenas ampliou o alcance do balcão" no que toca à conversa de bar. Mas jamais propôs aceitar brindes entre copos virtuais e coisas do gênero. Pelo direito ao bar, sem dirigir depois e com moderação (seja lá o que isso signifique).

A brincadeira começa com o aplicativo iBeer, que simula, em iPhone e Android, um copo de cerveja pilsen dentro do smartphone. O telefone esperto usa os sensores de movimento para sacolejar as imagens do líquido dourado e brincar de entorná-lo virtualmente, como demonstra o vídeo. Não mata a sede, mas rende performances inspiradas em stand-up show aos montes no escritório...

 

 Há variações semelhantes aplicadas ao uso de cocaína e de cigarro de maconha. É claro que há diversas outras versões da mesma coisa.

Outro efeito comum do uso concentrado de etílicos é alcançar aquele estágio conhecido em certos fóruns como "estágio nove", ou "fronteira final". Trata-se, segundo a literatura - nunca estive lá, juro -, da apresentação de sintomas específicos, bem depois da etapa alegrinha, da fase de debates acalorados, da sedutora, da valentona e até da aquietada... O caso aqui é o da condição em que a afeição, o carinho e os mais profundos e ocultos sentimentos afloram. Em geral, afloram para cima de qualquer um, para o lado ao qual o nariz estiver virado. Pode-se ver a manifestação disso por declarações como: "Cê tá ligado que eu te considero pra c..." Ou: "Você é meu amigo, cara, eu te amo, cara! Te amo!" E por aí vai.

Há poucos registros de pessoas que voltaram para contar o que acontece depois de tanto uso de goró. O que importa para este caso é que até mesmo isso tenta ser simulado via web.

O The Nicest Place on the Inter.net é praticamente uma rede social em que pessoas dos quatro cantos da mesa de bar, ou melhor, do planeta, compartilham vídeos de um abraço no Youtube. Não é o abraço corporativo nem o "free hugs".

A pedida é de um carinho. Mas, depois de "encher a cara" de iBeer, virtualmente bêbado (sic), o manguaça do simulacro pode querer desabafar, manifestar o quanto ele preza os seus sentimentos. Pode tentar isso pelas mídias sociais mais comuns, mas vai chegar uma hora em que tudo o que esse hipotético e sóbrio bêbado vai poder querer é um ombro amigo.



E nem os efeitos a longo prazo escapam da sanha digital por simular o entorpecimento desregrado e inconsequente. O "Espelho da Bebida", aprimorado pelo governo escocês - em uma iniciativa anti-Manguaça Cidadão - promete mostrar o efeito de longo prazo da bebida sobre o rosto de mulheres. A exemplo do que se pode fazer filtros para simular a idade ou uma corriqueira transmutação em zumbis, o aplicativo "engorda" e "envelhece" a imagem. Em dois ou três cliques.

Embora pareça sexista, a ideia foi apelar para a vaidade feminina no intuito de alertar para os efeitos duradouros do consumo de álcool acima dos patamares recomendados pelas autoridades de saúde da Escócia. Assim como os homens, elas também usam saias e andam afogando as mágoas cada vez mais, sempre de acordo com a visão governamental.

Fotos: Divulgação

Antes e depois.
















Até a ressaca é tema de aplicativos, seja para "calcular" o humor, seja para indicar modos para remediar a situação.

Com bebedeira virtual será o fim da bebedeira-arte, da bebedeira-moleque, da bebedeira-magia?

terça-feira, setembro 07, 2010

O lado dos entorpecentes OU maconha é de esquerda, cocaína é de direita

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A teoria do cartunista Angeli é simples. "Maconha é socializante, todo mundo fuma no mesmo baseado e dá risada depois. Cocaína, não. É de quem tem, e você se submete a esse poder pra cheirar uma fileirinha no cantinho do mármore do banheiro." Por isso, em entrevista à revista Trip de agosto, ele disse que "cocaína é de direita e maconha é de esquerda".

Autorretrato/Grafar

A fórmula foi empregada por ele para conseguir se livrar do vício mantido por 10 anos de inalação do pó sintetizado a partir de folhas de coca. Aparentemente funcionou, mas para alguém que considera – e demonstra isso em seu trabalho – seu ideário anarquista e punk, a década de "convívio" com o psicotrópico reacionário pode colocar a teoria em xeque.

Mês passado, o ator José de Abreu, em entrevista ao Futepoca, ofereceu a teoria de que "toda cachaça é de esquerda". Segundo ele, a chave para a compreensão está no fato de que a "relação da política com o prazer vem da esquerda".

Do ponto de vista do cartunista Angeli, a cervejinha consumida no boteco seria de esquerda. A caipirinha no churrasco, o vinho num jantar e a cachaça numa prosa, idem. Ao passo que o uísque tomado solitariamente em casa, estaria à direita. Pela análise de Zé de Abreu, seria preciso garantir prazer a qualquer desses processos para o vínculo se estabelecer.

Foto: Louise Joly/Wikipedia
O fato é que pensar nos entorpecentes com lado e posição no espectro político é curioso. Os opióides seriam de direita? A crítica de Karl Marx à religião, classificando-a de "ópio do povo" – numa das frases mais citadas e parafraseadas de sua bibliografia – por seu efeito analgésico, de euforia e posterior sonolência conferiria esse caráter? E isso seria ruim?

Renderia melhor em um simpósio realizado no fórum adequado (a mesa do bar). Mas quem sabe os comentaristas do Futepoca ajudam a elucidar tão inquietante questão.

segunda-feira, abril 05, 2010

Da maconha para o high society

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sexta-feira, janeiro 08, 2010

Baby boom

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Pode ser exagero, mas estimo que quase metade das pessoas que conheço faz aniversário em janeiro. Quando eu era adolescente, fazíamos todo ano um churrasco dos nascidos especificamente em janeiro de 1974 e acho que eram mais de 20 pessoas. Tinha gente do dia 2, do 3, do 5, do 7, do 8, do 10, enfim, ia intercalando até uma menina que era do dia 29. Em Campinas, na faculdade, era a mesma coisa. Em Fortaleza, onde morei por um tempo, idem. E aqui em São Paulo não é diferente: de hoje até domingo são cinco festas, churrascos e cervejadas de amigos e agregados. Hoje eu conversava com um deles, Fernando, que no dia 16 vai comemorar 28 anos fazendo um churrasco na laje, lá em Guaianases, em homenagem aos 30 anos da prisão do Paul McCartney por porte de maconha, no Japão (!!). Vai daí, ele me perguntou:

- O que será que acontece em abril pra nascer tanta gente em janeiro?

- Feriado de Páscoa, respondi.

- Ué, mas tem feriado o ano inteiro, ele rebateu.

- Pois é, mas neste as pessoas enchem a cara de vinho e enforcam o Judas!

segunda-feira, novembro 23, 2009

Contra FHC, qualquer um ganharia para presidente

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O dado mais significativo da pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje não é a diferença de apenas 10 pontos percentuais entre o preferido nas intenções de voto, José Serra, do PSDB (31,8%), para a segunda colocada, Dilma Rousseff, do PT (21,7%). Para mim, o maior aval que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva poderia receber da população é que 49,3% responderam que não votariam de forma alguma em um candidato apoiado pelo ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. Isso significa simplesmente que qualquer um, mas QUALQUER UM mesmo, até o bonecão inflável do posto de gasolina, ganharia em primeiro turno contra um candidato de FHC. Impressionante! Conhecendo o mau gênio do governador de São Paulo, eu temeria pela minha vida se fosse o Fernando Henrique...

Mas o folclórico presidente que falava francês continua dando motivos e mais motivos para amealhar a antipatia popular. Senão, vejamos:

Não fumou e não gostou, mas defende
Incomodado com a popularidade de Lula (segundo a mesma pesquisa CNT/Sensus, 51,7% dos entrevistados votariam ou poderiam votar em candidato apoiado pelo presidente da República, ao mesmo tempo que sua aprovação pessoal subiu para 78,9%), FHC arrumou mais um factóide para voltar à mídia. Como forma de rivalizar com a polêmica criada pelo filme "Lula, o filho do Brasil", que será visto pelo protagonista em São Bernardo do Campo, Cardoso resolveu tocar em um ponto melindroso de sua carreira (ops), a maconha. Mesmo jurando que não fumou e não gostou, o tucano aparece no documentário "Rompendo o silêncio", do xará Fernando Grostein Andrade, defendendo a descriminalização da Canabis sativa, como integrante da Comissão Latino Americana de Drogas e Democracia. Pois é, a democracia permite a circulação de drogas. Prova disso é o próprio FHC, que circula livre por aí.

Um pé na cozinha, outro na cozinheira
Há 15 anos, quando venceu as eleições para presidente da República, o sociólogo Fernando Henrique se enrolou ao responder questões sobre a miscigenação brasileira por afirmar que também tinha "um pé na cozinha" - o que ele tentou negar depois, mas a Falha de S.Paulo garantiu ter a frase gravada. Porém, só agora é que a afirmação ganha sentido, pois, segundo o nefasto Cláudio Humberto, o ex-presidente estaria para reconhecer mais um filho, Leonardo, de 20 anos, que teve fora do casamento, dessa vez com sua ex-cozinheira Maria Helena Pereira. Consta que a mulher teria ameaçado fazer teste de DNA no Programa do Ratinho (mais povão que isso, nem o Lula conseguiria ser!). Neste ano, FHC já havia decidido reconhecer Tomás, de 18 anos, fruto de outra pulada de cerca, com a jornalista da Globo Miriam Dutra (foto). Os reconhecimentos são um gesto nobre, mas pegam mal por acontecerem só agora, após a morte da esposa oficial do tucano, Ruth Cardoso. E pensar que Lula foi avacalhado pela mídia em 1989 por causa de sua filha Lurian...

Pois então: FHC é ou não é um mito? Bota ele na campanha já, Serra!

terça-feira, setembro 15, 2009

Minc candidato

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Num show a banda Tribo de Jah, na Chapada dos Viadeiros (GO), o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc subiu no palco e não teve papas na língua. Falou da preservação da Amazônia e do cerrado, lembrou Bob Marley e Chico Mendes, falou da vitória do Brasil sobre a Argentina por 3 a 1 e defendeu a descriminalização da maconha.

"Vou dar o meu recado: ontem (dia 5) o Brasil meteu 3 a 1 na Argentina. Mas tem outro placar que a gente tá perdendo da Argentina. Os juízes da Argentina descriminalizaram. O usuário não é criminoso. Nesse jogo a gente tá perdendo aqui. Nós vamos virar esse jogo para acabar com a hipocrisia", disse o ministro.

Discurso direto, simples, com bandeiras bem definidas e adequadíssimo ao público – que gostou bastante, aliás: aplausos gerais e gritos lembrando o ministro do pré-sal. Sugiro aos colegas cariocas o lançamento do Minc como candidato a alguma coisa.

sexta-feira, setembro 11, 2009

A relação entre o Vaticano e a General Motors

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Tendo ouvido com mais atenção a música "Awaiting on you all" ("Aguardando por todos vocês"), de George Harrison, me deparei com versos intrigantes:

And while the Pope owns 51% of General Motors
And the stock exchange is the only thing he's qualified to quote us
(E enquanto o Papa possui 51% da General Motors
E a bolsa de valores é a única coisa que ele está qualificado para nos citar)


Confira abaixo e preste atenção a partir de 2:09:



Curioso, procurei fuçar alguma coisa que relacionasse a montadora de veículos com o Papa da época em que a canção foi feita (1970), o italiano Paulo VI - ou Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini, que mandou no Vaticano por 15 anos. A fonte mais interessante que encontrei foi uma resenha do livro "Money and ther rise of the Modern Papacy" ("O dinheiro e a ascensão do Papado Moderno"), de John Pollard, publicado pela Universidade de Cambridge, Inglaterra, em 2005. "As finanças do Vaticano são, desde muito tempo, questão de especulação. E, nas últimas décadas, alguns jornalistas em particular, tornaram-se fascinados por isso", diz o texto.

"Mas foi só a partir da reforma da cúria romana por Paulo VI, em 1967, e a criação da Prefeitura dos Assuntos Econômicos da Igreja, para coordenar o trabalho de todos os organismos financeiros, significativamente o Banco do Vaticano, que algumas das contas passaram a ser de domínio público".
Efígie do Papa Paulo VI (à esquerda) em moeda do Vaticano de 1963

Entre as especulações que os segredos financeiros da Igreja Católica geraram, o resenhista cita exatamente a música de Harrisson como melhor exemplo. "Nem é preciso dizer que, embora seja quase certo que o Vaticano possui ações da General Motors, é extremamente improvável que ele jamais teve qualquer coisa que se aproxime de uma participação maioritária", observa, ao comentar os 51% da letra (51, esse número mítico...). Porém, mesmo que o ex-beatle tenha carregado na tinta, o livro de John Pollard parece confirmar que embaixo desse angu tem osso. "O Papado se tornou uma instituição financeira global, não obtendo sua renda dos assuntos do Estado Papal, mas das ofertas dos fiéis de todo o mundo e também de retorno sobre um crescente portfólio de investimentos na agricultura, mercado imobiliário, indústria transformadora, comércio e finanças distribuídos ao longo das capitais financeiras do Antigo e do Novo Mundo - na própria Roma, Milão, Genebra, Lausanne, Londres, Nova York, Boston, Chicago, Buenos Aires e Rio de Janeiro, para mencionar as mais importantes", destaca o texto.

De qualquer forma, George Harrison era um aficcionado por automobilismo (vizinho por um tempo, amigo íntimo e padrinho de um dos filhos do piloto brasileiro Emerson Fittipaldi) e não parece de todo improvável que tenha ouvido alguma fofoca sobre as participações acionárias da GM. Mas a letra de "Awaiting on you all" não cutuca só o Papa. Como já comentei em outro post, o período entre 1970 (quando a letra foi escrita) e 1974 (quando a "companhia" Beatles foi desfeita legalmente) foi de troca de ofensas e de "recados" entre Harrison, John Lennon e Paul McCartney.

Nos primeiros dois versos da música em questão, como pode ser vista no vídeo postado lá no início desse texto, os petardos de George são contra a iniciativa de Lennon de ter transformado sua lua de mel com Yoko Ono em um evento hippie chamado "Bed in" ("Na cama pela paz"), quando o casal passou quase uma semana deitado, de pijamas, cantando, "militando" e dando entrevistas. Apesar de trocar o nome para "Love in", que não tem tradução mas pode ser entendido como gíria para qualquer piração bicho-grilesca inócua dos anos 1960, Harrison foi sarcástico ao limite ao dizer que ninguém precisa de uma bed pan (aparadeira, foto à esquerda), sugerindo que no "Bed in" John não saía da cama nem para ir ao banheiro. E ainda tira um sarro da fixação doentia de Yoko Ono por horóscopo e ocultismo:

You don't need no love in
You don't need no bed pan
You don't need a horoscope or a microscope
To see the mess that you're in
(Você não precisa de um evento paz & amor
Você não precisa de uma aparadeira
Você não precisa de um horóscopo ou um microscópio
Para ver a bagunça em que você está)


O curioso é que no ano seguinte, em 1971, John Lennon também decidiu irritar o Vaticano, produzindo uma antológica gravação do maluco novaiorquino David Peel, "The Pope smokes dope" ("O Papa fuma maconha"). Ouça um remix recente desse hino da porralouquice:



Buenas, mas se você acha que essa esculhambação não passa de gracinha riponga, então me despeço com o vídeo abaixo, que prega seriamente que "Jesus was a mushroom" ("Jesus era um cogumelo"). Perto disso, o Papa comandar a General Motors parece a coisa mais plausível do universo...

sexta-feira, junho 05, 2009

ONG inglesa atira: "Gente boa usa drogas"

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A ONG britânica Release pôs nos ônibus de Londres uma campanha publicitária favorável ao debate sobre legalização das drogas. Nos ônibus da cidade, lê-se a faixa: "Gente boa usa drogas" (tradução livre para "Nice people take drugs"). A organização luta, há 40 anos, por reformas na política de drogas no Reino Unido. Os motivos são vários. "Mais gente usou maconha do que votou para os trabalhistas na última eleição", sustenta a página da campanha.

Foto: Divulgação

"Gente boa usa drogas", estampa cartaz em ônibus

A estratégia é chamar atenção para o debate, porque eles acreditam que é a hora da mudança no debate por uma legislação mais segura e adequada para a questão. Segundo a página da campanha, um terço dos adultos da Inglaterra e da Irlanda usaram drogas ilícitas e 13 mil crianças e adolescentes foram presos por questões relacionadas às drogas em 2006 e 2007 – os autores do Futepoca nas terras da rainha garantem nunca ter sido consultados em qualquer pesquisa.

"Essa foi ousada", escreveu Marisa Felicissimo, psiquiatra radicada na Bélgica e pesquisadora da questão das drogas. "Imaginem se lançássemos uma campanha dessas no Brasil, seríamos todos presos por apologia às drogas?" Em maio, edições da Marcha da Maconha em nove capitais foram proibidas pela Justiça, acusadas de apologia ao uso de tóxicos ilícitos.

Na quinta-feira, 4, o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vanicchi, pediu um "debate sem preconceitos" sobre a legalização ads drogas. A declaração ocorreu no lançamento de programas emergenciais do Ministério da Saúde para lidar com álcool e drogas ilícitas.

Antes dele, o próprio titular da pasta da Saúde, José Gomes Temporão, e o do Meio Ambiente, Carlos Minc, manifestaram-se favoráveis ao debate. Até Fernando Henrique Cardoso, aquele que fumou, tragou, mas não gostou, se posicionou favoravelmente à legalização regulamentada da questão.

Pelo plano lançado, há previsão de R$ 117,3 milhões na rede de atenção e saúde mental do Sistema Único de Saúde (SUS) para ampliação do acesso, capacitação e ações intersetoriais. Isso quer dizer 92 Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSad) no Distrito Federal e nos 26 estados brasileiros. Os centros são serviços extrahospitalares de base comunitária e atenção diária. Uma equipe multiprofissional – psicólogo, psiquiatra, assistente social, terapeuta ocupacional, clínico geral, enfermeiro e outros garantem a política de redução de danos. A promessa é chegar 200 CAPSad em todo o país – uma cobertura de apenas 57% da população brasileira.

É tudo jogada para aparecer ou há disposição mesmo para o debate?

quinta-feira, setembro 18, 2008

Sobriedade, proibição, porcarias e febre de consumo

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Li certa vez uma entrevista do John Lennon dizendo que, se todas as drogas fossem proibidas e destruídas no mundo, incluindo o álcool e o tabaco, as pessoas iam começar a se chapar com qualquer outra coisa, como pasta de dentes ou folhas de bananeira, por exemplo. Para o finado inglês, "ninguém suporta ficar muito tempo sóbrio". Concordo, pois, como diria Chico Buarque em "Meu caro amigo", parceria com Francis Hime, "sem a cachaça ninguém segura esse rojão". Da minha adolescência pra cá, a proibição das chamadas "drogas leves" mais comuns - chá de cogumelo, maconha (foto) etc - fez com que eu conhecesse ou ouvisse falar do consumo das coisas mais bizarras ou improváveis, como pó de aspirina no cigarro, baseado de folha de samambaia, xarope infantil na cerveja e até chá de fita cassete. Porcarias potencialmente prejudiciais à saúde - e ao cérebro.

Pois agora um amigo me manda um texto do The New York Times sobre a Salvia divinorum, uma planta que vem provocando bastante polêmica. Diz a matéria: "Christopher Lenzini, 27, de Dallas, tomou uma dose de Salvia divinorum, considerada a mais poderosa erva alucinógena do mundo, e começou a imaginar que estava em um barco com pequenos homens verdes. E não demorou a cair, às gargalhadas." E prossegue: "Há uma década, o uso de sálvia estava limitado a pessoas que buscavam revelações com xamãs em Oaxaca, no México. Hoje, esse membro alucinógeno da família da hortelã está legalmente disponível, nos EUA, pela internet e em lojas de produtos naturais, e se tornou uma espécie de fenômeno entre os jovens. Mais de 5.000 vídeos no YouTube documentam as jornadas dos usuários à incoerência e à perda da coordenação motora. Alguns já foram vistos 500 mil vezes." Tem maluco que planta o negócio no quintal (acima).

Sei lá. Ao mesmo tempo que esse tipo de coisa me dá curiosidade, também dá receio. Porque acredito no ensinamento do pai de uma amiga: "tudo em excesso é exagero" (que pode parecer redundância, mas não é). Fico com a impressão de que a raça humana dita "civilizada" sempre consegue complicar as coisas mais simples. Primeiro descobre as drogas e substâncias alucinógenas, depois proíbe (sem critério ou justificativa que convença) e, conseqüentemente, o que foi proscrito cai na propaganda boca-a-boca e desemboca numa previsível febre de consumo. Qual será a próxima onda? Pasta de amendoim mentolada? Condicionador de cabelos oleosos? Banha de porco-espinho javanês? Buenas, não sou do tipo de seguir a boiada. Vou ficar na minha, com manguaça e coisas mais sossegadas. E salvia-se quem puder!

segunda-feira, março 31, 2008

Richards: proibição da bebedeira arruinou América

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Depois de confessar que cheirou as cinzas do próprio pai, de negar isso e reafirmar a bizarrice, o eterno guitarrista dos Rolling Stones, Keith Richards (foto) , volta a criar polêmica. Em entrevista ao jornal inglês The Sun, o stone assumiu fumar maconha em tempo integral. "Mandei muita fumaça para minha cabeça. Eu fumo maconha o tempo todo", assumiu. “Mas essa é minha erva benigna. É só isso que eu consumo. Mas, sim, eu fumo, e consigo um haxixe do bom". O guitarrista está trabalhando em sua autobiografia e, de acordo com o jornal, vem enfrentando "problemas". "Não consigo nem me lembrar do que aconteceu ontem. E já que eu não tive um diário, tem sido um pouco difícil", lamentou o siderado Richards. Em agosto de 2007, o músico comeu seus próprios cigarros em um show em Londres, em protesto contra a lei que proíbe fumar em locais fechados. "É um atraso, porque você tem que congelar suas bolas para acender um cigarro, precisa ir lá fora. É cruel. É uma besteira social e politicamente correta. Mas eles vão superar isso. É como aquela vez em que tentaram proibir a bebedeira. Veja o que aconteceu. Isso arruinou a América", sentenciou.

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Presidenciável dos EUA defende uso de álcool de maconha

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Se por essas bandas o presidente Lula se tornou o mais ferrenho defensor do etanol derivado da cana de açúcar como forma de inserir o Brasil na onda dos biocombustíveis, o pré-candidato à presidência do Partido Republicano, Ron Paul, defende que os EUA utilizem álcool derivado cânhamo. Pra quem não sabe, a plantinha é uma variedade da Cannabis Sativa, de onde se faz a maconha.

O único problema do presidenciável, guardião máximo dos valores liberais da redução ao máximo do Estado, é que a plantação de cânhamo é proibida nos EUA, assim como na maioria dos páises do planeta. Segundo ele, o etanol da erva psicotrópica é mais "fácil e limpo" do que o álcool derivado do milho, bastante produzido nas plagas do Tio Sam.

Apesar de parecer um corpo estranho em seu partido, notadamente conservador em questões como as drogas, a postura de Paul é coerente com o ideário liberal e com a defesa dos direitos individuais. Ele crê que “a proibição das drogas causa o crime” e prefere delegar às pessoas a responsabilidade de seus atos, sem prejuízo, obviamente, das pesadas penas de uma lei específica para as drogas e o seu consumo.

Como congressista representando o Texas, terra dos Bush Ron Paul, já havia aparesentado em duas ocasiões projeto que legalizaria a agricultura do cânhamo nos Estados Unidos, mas só encontrou apoio de rivais do Partido Democrata. Para ele, a mudança poderia ajudar "os agricultores estadunidenses e reduzir o déficit comercial - tudo isso sem gastar um único dólar do contribuinte". Como se vê, o homem pode ser de direita, mas não peca pela incoerência. Será que está aí o futuro do Gabeira?

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Licor à base de maconha é lançado na Holanda

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Um licor feito com a planta canabis, o extrato ativo da maconha, foi apresentado numa feira em Amsterdã, na Holanda, nesta segunda-feira, 7 de janeiro. A bebida é composta por 14,5 % de álcool e extrato de maconha, segundo a agência AFP. A Horecava é uma feira em que são apresentadas novidades nos setores de alimentos e bebidas, exclusiva para profissionais do comércio. Na tarde de domingo (06/01), freqüentadores experimentaram a novidade feita com maconha.