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quinta-feira, maio 19, 2011

Motivo justo

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terça-feira, novembro 16, 2010

Mortes em rodovias no feriado: a culpa é do Lula

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A campanha de esgoto que o tucano José Serra fez este ano, nas eleições presidenciais, conseguiu trazer para os holofotes os setores mais atrasados, conservadores e extremistas da sociedade brasileira e acentuou à tensão máxima o ódio, o preconceito e a divisão raivosa entre nós. Como nunca antes na História desse país, a xenofobia entre compatriotas esteve tão explícita, orgulhosa e falando em tão alto e bom som.

Depois do revelador manifesto "São Paulo para os paulistas", que diz muito sobre o PSDB perpetuar-se no Palácio dos Bandeirantes desde 1995 (ou desde 1983, considerando que é praticamente o mesmo grupo que chegou ao poder com Franco Montoro), presenciamos a lamentável sequência de barbaridades no Twitter e a escalada oficial do preconceito em plena mídia de informação.

O mais recente (e triste) exemplo vem de Santa Catarina. No jornal da RBS, retransmissora da TV Globo no Sul do país, o comentarista Luiz Carlos Prates afirmou, sobre a alta incidência de mortes nas estradas no feriadão que se estendeu até segunda-feira (grifos nossos): "Antes de mais nada, a popularização do automóvel. Hoje, qualquer miserável tem um carro. O sujeito jamais leu um livro, mora apertado numa gaiola que hoje chamam de apartamento, não tem nenhuma qualidade vida, mas tem um carro na garagem".

Depois de dizer que o tal "miserável" ainda tem problemas matrimoniais e por isso desconta suas frustrações abusando da velocidade no trânsito, o comentarista volta à carga: "Popularização do automóvel, resultado deste governo espúrio, que popularizou pelo crédito fácil o carro para quem nunca tinha lido um livro. É isso".

Ou seja, o Lula é culpado por ter distribuído renda e dado o direito ao consumo e ao lazer aos "miseráveis analfabetos", culpados por todo e qualquer acidente de automóvel. Pelo o que dá a entender, os ricos, esses iluminados, nunca morrem nem matam ninguém no trânsito. Será?

Parabéns, José Serra. Colha com prazer o que você semeou:



Ps.: É sintomático que os lamentáveis comentários tenham vindo de Santa Catarina, estado que, a exemplo de São Paulo ("dos paulistas"), de Minas Gerais e do Paraná, também elegeu governador do PSDB. Vejam aí mais um exemplo da xenofobia que a campanha repulsiva dos tucanos fez emergir:

sexta-feira, abril 24, 2009

Geladeira escondia casa de jogos em buteco

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Essa aconteceu na simpática cidade catarinense de Itajaí, onde pude conhecer a tradicional festa portuguesa Marejada, há 18 anos: durante revista em um buteco, em março, os policiais resolveram abrir a geladeira - não sei com quais intenções... - e descobriram uma passagem secreta para uma casa de jogos clandestina (foto). Com fundo falso e embutido na parede nos fundos do bar, o eletrodoméstico ocultava um pequeno recinto com duas máquinas caça níqueis, cujo uso é proibido. Isso me lembrou de um episódio de mais de dez anos, na cidade em que nasci, no interior de São Paulo. Era dia de eleições e imperava a lei seca. Sem nada pra fazer e doidos pra molhar o bico, eu e outros dois colegas fomos a um bar obscuro para tentar beber qualquer negócio, pois um dos comparsas jurava que o dono do estabelecimento conhecia seu pai e iria se apiedar de nossa abstinência forçada.

Chegando no local, o camarada revelou nosso problema e o proprietário da birosca, solícito, pediu pra gente segui-lo por um corredor escuro. Na cozinha, arrastou um freezer vertical imenso, que escondia uma porta. Ele pegou uma chave, destrancou a passagem, nos deu uma garrafa de "uísque" Drurys e advertiu: "Daqui duas horas vocês saem". Lá dentro, em meia dúzia de mesas, umas 15 pessoas, homens e mulheres, bebiam, fumavam, conversavam, riam, cantavam e jogavam baralho. Acho que estavam ali desde o dia anterior. Puxamos copos e cadeiras e aderimos à saudável celebração da desobediência civil, sendo resgatados pontualmente duas horas depois. Mas o flagrante de Itajaí me fez recordar, também, de um certo buteco de esquina da rua Butantã, em São Paulo, que "mocozou" (ou "moscozou") duas máquinas caça níqueis semelhantes num espaço em frente aos sanitários, ao lado dos butijões de gás. Alguém aí também conhece?

sábado, abril 12, 2008

Atlético (PR), rádios e a experiência de Santa Catarina

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Ainda sobre a intenção do Atlético (PR) em cobrar das emissoras de rádio para utilizarem as cabines de transmissão da Arena da Baixada, é bom lembrar que em Santa Catarina já houve um precedente nesse sentido. Porém, com duas diferenças fundamentais: primeiro, os clubes estavam unidos na peleja, não era uma iniciativa individual; segundo, a exigência para o uso de cabines e acesso ao gramado era a inserção de 900 comerciais por clube nos intervalos. Esse termo, na prática uma permuta, facilitava a vida das menores que já têm como prática isso para vender seus espaços de valor reduzido. Já as grandes estariam pagando de forma direta.

Para explicar mais da experiência de Santa Catarina, o Futepoca conversou com o jornalista Marcos Castiel, do blog do Castiel, que faz a cobertura do futebol do estado. Confira abaixo:

Futepoca - Na sua opinião, o que motivou a Associação de Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina a tentar trocar espaços comerciais em troca do uso das cabines de rádio?

Marcos Castiel - Esta é uma questão comercial, por um lado; um jogo de poder, de outro. A Associação de Clubes antecipa, de forma abrupta, uma questão que será bastante polêmica num futuro próximo. A relação da mídia com os clubes é uma via de mão dupla, as rádios não vivem sem os clubes, os clubes precisam das rádios. Se houver radicalismo, ambos perdem. Em princípio, é uma atitude que prejudica, ou "amarra", as rádios de menor poder aquisitivo e que, num futuro, pode intensificar o monopólio da informação e concentrá-la em mãos de emissoras mais poderosas.

Todos sabemos que em uma Copa do Mundo, por exemplo, a cobertura, no caso da TV, só é feita por quem compra - e por muito dinheiro - a exclusividade no seu país. Ou, no caso das rádios e jornais, por quem já tem tradição na cobertura, que conquistou, no caso das rádios, sua cadeira cativa. No futuro, o acesso também será cobrado. No caso brasileiro, no entanto, o rádio tem um cunho social, já que a característica de nosso torcedor/consumidor é distintinta do europeu.

Portanto, o monopólio nesta área seria, na conjuntura brasileira, um perigo. Do ponto de vista comercial, o valor agregado de uma transmissão esportiva é muito maior que o simples aluguel de uma cabine. Ronaldinho Gaúcho tem o "gordo" de seus proventos na mídia e não no salário. Assim é o retorno para os clubes, com espaços diários nas rádios. Já imaginou se perdessem tal espaço?. Acho que esta medida, em grandes eventos, seria um filtro, por exemplo, na cobertura de uma final. No cotidiano, vai voltar-se contra o clube.

Futepoca - A questão acabou na Justiça. Houve tentativa de acordo entre as partes? Como está a situação hoje?

Castiel - Houve um acordo anterior à Justiça, em que cada grupo encontrou sua solução para o início da competição. Até hoje, é veiculado nas rádios da Capital pequenas inserções de mídia dos clubes. Não sei os detalhes, mas as emissoras menores aceitaram os termos, as de maior porte negociaram uma fórmula de inserção menos abrangente do que a inicialmente proposta. Preciso contatar o corpo jurídico de ambas as partes para saber detalhes da ação para fazer uma resposta mais fundamentada sobre como está a situação hoje. Até onde sei, há uma liminar favorável às emissoras até julgamento do mérito, mas fico devendo uma resposta mais consistente.

Futepoca - Em média, quantas emissoras fazem transmissão dos jogos do Campeonato Catarinense? Que tipo de prejuízo as emissoras menores poderiam ter com a exigência dos clubes?

Castiel - Na Capital, são três emissoras de rádio, duas AM e uma FM. Em Criciúma, três emissoras AM. Em Joinville, duas emissoras AM. Nas demais regiões, em geral, são duas emissoras (Tubarão, Lages, Chapecó, Itajaí). Nos municípios menores, geralmente uma rádio cobre (Ibirama, Jaraguá do Sul etc). O prejuízo não é formal, no momento. A troca é por mídia. No futuro, estas rádios menores, que não puderem pagar, ficariam alijadas da cobertura, assim como seus ouvintes perderiam o democrático poder de escolha.

Futepoca - Houve uma divisão entre as emissoras grandes e as menores?

Castiel - Houve divisão entre as emissoras. Se houvesse união e ninguém transmitisse os jogos, imagine o prejuízo para os clubes em termos de mídia. Mas imediatamente as rádios menores aceitaram as condições. Não sei as condições com precisão no interior, mas, na Capital, Guarujá e CBN/Diário não aceitaram a medida e, por pouco, não transmitiram os jogos da primeira rodada.

Futepoca - Baseado na experiência de Santa Catarina, você acha que a iniciativa do Atlético Paranaense vai ser exitosa?

Castiel - A iniciativa do Atlético é ousada. Nem certa, nem errada, mas radical. Será fruto, com certeza, de iniciativa judicial pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio. E, conforme, o que ficar definido, pode reverter contra o clube em forma de boicote, já que a iniciativa é individual e, não, coletiva, como em SC. Nesse caso, o clube sairia perdendo, e muito, sem sua exposição na mídia em nível nacional.