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Tonico no tempo em que vivia Zé Carneiro |
Personagem Ascânio: 'vagabundo e bêbado' |
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Luto pelo Brasil
Globo, ajudando a bater em que já está no chão.
Globo 45 e PSDB: TUDO A VER! |
Na primeira negociação em que a Globo não teria mais privilégios nas negociações sobre os direitos de TV, em que nas palavras do presidente do Galo, Alexandre Kalil, levaria quem desse o maior cheque, o que se vê é um aparente racha entre os clubes que formaram o Clube dos 13.
Foi na edição do Jornal Hoje que a âncora Sandra Annenberg resumiu o que se viu durante o dia nas redes de TV noticiosas.
– Parece um filme, só que ao vivo, né? 10 milhões de brasileiros assistiram Tropa de Elite 2, a gente vive falando dessas invasões de favelas, e estamos acompanhando ao vivo.
Tá logo no comecinho. Vale assistir (apesar do comercial).
O noticiário virou um reality show, com notas de Tropa de Elite. Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), roteirista do filme, foi fonte obrigatória tanto para a Globo (promovido a assessor de segurança da emissora), como para outros veículos. Ele foi assertivo em todas as suas falas, apesar de dizer que a operação "superou a ficção", porque José Padilha não poderia ter imaginado algo assim.
A história deve ter garantindo ibope gordo à atração da emissora, porque a edição se estendeu e foi monopolizada pelo tema.
As cenas foram mesmo impressionantes. O deslocamento de pessoas, a maioria de homens, entre a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão, mostrava uma ação de formiguinha dos supostos traficantes, que estariam levando armas e sabe-se lá mais o quê.
Em toda a cobertura televisiva de todos os canais, mais do que nunca, a terminologia "bandidos" predominou. "Criminosos" e "suspeitos" por pouco não desapareceram. Estes últimos só eram mencionados ao referir-se aos mortos. Todos foram julgados, condenados e taxados da forma mais pejorativa que poderia ser publicável.
Reality show e o retrato jornalístico
O mais curioso foi a sequência da ter se dado no mesmo dia em que JB Oliveira, o Boninho, diretor do Big Brother Brasil, o reality show de ofício mais visto da TV brasileira, ter se pronunciado sobre o programa. Primeiro, disse, pelo Twitter, que valeria tudo "até porrada" e bebida alcóolica ("chega de bebida de criança") etc.
Depois, mais a noite, ponderou: "BBB11 não será um ringue".
Ufa.
Mas não consigo parar de pensar que ele passou o dia assistindo à GloboNews e percebeu que se o Capitão Nascimento virasse reality show, o BBB ficaria sem graça.
A campanha de esgoto que o tucano José Serra fez este ano, nas eleições presidenciais, conseguiu trazer para os holofotes os setores mais atrasados, conservadores e extremistas da sociedade brasileira e acentuou à tensão máxima o ódio, o preconceito e a divisão raivosa entre nós. Como nunca antes na História desse país, a xenofobia entre compatriotas esteve tão explícita, orgulhosa e falando em tão alto e bom som.
Depois do revelador manifesto "São Paulo para os paulistas", que diz muito sobre o PSDB perpetuar-se no Palácio dos Bandeirantes desde 1995 (ou desde 1983, considerando que é praticamente o mesmo grupo que chegou ao poder com Franco Montoro), presenciamos a lamentável sequência de barbaridades no Twitter e a escalada oficial do preconceito em plena mídia de informação.
O mais recente (e triste) exemplo vem de Santa Catarina. No jornal da RBS, retransmissora da TV Globo no Sul do país, o comentarista Luiz Carlos Prates afirmou, sobre a alta incidência de mortes nas estradas no feriadão que se estendeu até segunda-feira (grifos nossos): "Antes de mais nada, a popularização do automóvel. Hoje, qualquer miserável tem um carro. O sujeito jamais leu um livro, mora apertado numa gaiola que hoje chamam de apartamento, não tem nenhuma qualidade vida, mas tem um carro na garagem".
Depois de dizer que o tal "miserável" ainda tem problemas matrimoniais e por isso desconta suas frustrações abusando da velocidade no trânsito, o comentarista volta à carga: "Popularização do automóvel, resultado deste governo espúrio, que popularizou pelo crédito fácil o carro para quem nunca tinha lido um livro. É isso".
Ou seja, o Lula é culpado por ter distribuído renda e dado o direito ao consumo e ao lazer aos "miseráveis analfabetos", culpados por todo e qualquer acidente de automóvel. Pelo o que dá a entender, os ricos, esses iluminados, nunca morrem nem matam ninguém no trânsito. Será?
Parabéns, José Serra. Colha com prazer o que você semeou:
Ps.: É sintomático que os lamentáveis comentários tenham vindo de Santa Catarina, estado que, a exemplo de São Paulo ("dos paulistas"), de Minas Gerais e do Paraná, também elegeu governador do PSDB. Vejam aí mais um exemplo da xenofobia que a campanha repulsiva dos tucanos fez emergir:
No dia em que o metrô paulistano parou por 3 horas e gerou o caos na cidade - além de criar mais um movimento piadista no Twitter, a novela Ti-ti-ti da Globo foi cenário de uma menção elogiosa ao sistema.
Na cena em questão, a personagem Jaqueline pergunta a Julia Spina onde fica a vila em que ela morava antigamente. A resposta: "fica na travessa da... como é mesmo o nome? Ah, não sei, também as ruas estão todas mudando de nome com essas obras do metrô".
Achei bastante curioso. Primeiro, a menção sem contexto a obras do metrô. Ficou tão natural quanto aquelas cenas em que os atores são obrigados a mostrar o rótulo de produtos que compram espaço publicitário na novela. Depois, o fato de essa menção não ser como normalmente as pessoas vêem as obras antes de elas ficarem prontas - ou seja, transtornos. Em terceiro lugar, me espantou a mentira descarada, já que o Belenzinho fica próximo à estação Belém do Metrô, na linha Vermelha, que existe quase 29 anos. Não existem obras do metrô hoje no Belenzinho, nem há projeto disso.
E aí, será que o PSDB pelo menos pagou bem pelo merchã? Ou é só campanha mesmo?
O post vai ao ar sem a cena, que ainda não foi publicada no site da novela. Depois atualizo.
ps: a equipe de TI do Futepoca pode me corrigir, mas não dá pra incorporar o vídeo da novela aqui no post. Para ver a cena, entre aqui e procure a cena "Jacques se revolta com as artimanhas de Valentim" (Cláudia Raia contracenando com Nicete Bruno a partir do 1:44 no vídeo).
O imbróglio entre Dunga e a Globo rendeu mais uma adaptação de cena de filme... E, pasmem, dessa vez não foi com aquele trecho de A Queda!
PS: Quem tiver ojeriza a palavrões, não assista. E não faça leitura labial em técnicos da Copa também.
(Via Vinícius Souza e Francisco Reis.).
Mais Copa do Mundo, com cobertura bem humorada, só no Copa na Rede.
Já estou cansado de discutir a parcialidade da grande imprensa, mas esta foi um pouco demais.
Mesmo não sendo a primeira vez, não consigo me acostumar à canetada da Globo que passa uma das partidas da rodada para a quarta-feira seguinte só para ter um jogo para exibir para São Paulo. Dezoito times jogam no final de semana e dois aguardam a programação da "onipotente". Sem contar que muda os horários das partidas a hora que quer.
Para quem duvida da queda do PIG, segue uma prova cabal, tirada do excelente blog Cloaca News. Sem comentários.
Inspirado nos companheiros do Observatório Verde, que fazem crítica de mídia em relação àquilo que é noticiado sobre o Palmeiras, vi uma nota hoje no Uol que não pode deixar de passar por esse tipo de análise.
O portal anunciava: "Sem Corinthians, ibope do futebol cai 11% na Globo". A nota, assinada por Daniel Castro, começava assim: "A queda do Corinthians para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro evidenciou ainda mais a importância do clube [grifo meu] para o desempenho da Globo no Ibope de São Paulo."
No que o colunista de televisão se baseava para fazer tal afirmação? Segundo dados de audiência do Ibope sobre a Série A do Brasileirão, a emissora registrou média de 19,7 pontos na Grande São Paulo, contra 22,2 do mesmo período em 2007, o que representaria uma queda de 11%.
A grande questão é: por que isso evidenciaria a importância do Timão para o Ibope da emissora? No pé da nota, por exemplo, há uma informação interessante. O Brasileirão na Band cresceu 21% em audiência, passando de uma média de 4 pontos em 2007 para 4,9 neste ano. Ou seja, a queda do Corinthians, segundo a tese, só fez mal para a vênus platinada...
Mas outros fatos não são ditos. Por exemplo, a simples evidência de que a Globo vem perdendo audiência ano a ano desde 2004, passando de 22,6 pontos de média para 18 no primeiro semestre. Nada a ver com o time do Parque São Jorge estar na Série A ou B. Em se tratando de Campeonato Brasileiro, em 2007, a audiência do Timão (na primeira divisão) na TV aberta (Globo e Bandeirantes) caiu 16% em relação ao ano anterior. Uma queda, diga-se, inferior à geral do Brasileirão (18,5%), que chegou no ano passado a 26 pontos (21,8 na Globo), enquanto em 2006 foram 31,9 pontos (25,8 na Globo).
Trocando em miúdos, a média geral de audiência da emissora carioca vem caindo antes de 2008, assim como a do Brasileirão. Atribuir a queda de agora ao Timão na Série B é de um achismo digno de nota. Aliás, segundo os números e a análise pouco cuidadosa, a manchete bem poderia ser:
O assunto não é novo, mas como continua a acontecer, merece menção. Ontem, após secar Roger Federer e assistir a um jogo épico na final de Wimbledon, vi o restinho da partida entre Atlético (MG) e e Palmeiras. Parecia até que o confronto era no Palestra Itália. Só se escutava a torcida do Verdão, de forma tão nítida que chegava a rivalizar com a narração e os comentários. Em franca minoria entre os 35 mil pagantes no Mineirão, a Globo fez com que chegassem aos nosso ouvidos a adaptação da torcida verde de Asa Branca, praticamente uma segunda morte de Luiz Gonzaga, e outra “versão”, do Dale Boca, pra mim prova do complexo de vira-latas eterno que volta e meia se manifesta nesse pais, além de brutal falta de criatividade (antes que digam, não é exclusividade da torcida palestrina).
Na final a Copa do Brasil, os corintianos, que representavam pouco mais de 5% da torcida na Ilha do Retiro, tinham seus gritos transmitidos para todo Brasil, enquanto o correto Cléber Machado narrava quase com lamentação os gols do Sport. O assunto foi pauta no Extracampo e no De Primeira, onde o colunista Julio Moreira explicou o recurso: “O áudio foi captado e divido em 3 canais - o do narrador, o da torcida do Corinthians e o geral do estádio. Então, o diretor técnico aumenta o volume do canal da torcida do Corinthians e diminui o volume geral do estádio.”
Fiquei impressionado com esse tipo de recurso quando, na partida entre Cruzeiro e Santos, mesmo com o time paulista perdendo por 1 a 0, só se ouviam os santistas cantarem em pleno Mineirão. Mesmo com a goleada, de novo o “fora Leão” que se gritava superava uma maioria feliz no estádio. O mesmo se repetiu no domingo retrasado, no jogo entre Cruzeiro e São Paulo.
A lógica, pra variar, é comercial. Como a partida não é transmitida para a praça em que ela acontece (exceção à final da Copa do Brasil), busca-se privilegiar o mandante, ainda mais sendo de São Paulo, foco principal dos anunciantes. Mas existe uma clara distorção da realidade, ainda mais quando o locutor corrobora a farsa dizendo: “e olha como canta a torcida do [time paulista].”
Transmissões esportivas têm um caráter de espetáculo, de entretenimento, e os recursos eletrônicos e palpiteiros de cabine estão aí pra isso. Mas também merecem um tratamento jornalístico, e isso a Globo faz bem, com repórteres de campo competentes e outros profissionais que dão uma bela retaguarda ao que acontece na rodada. Entretanto, quando falseia o som ambiente de forma tão grotesca, acaba jogando por água abaixo qualquer esforço de todos ali envolvidos, reforçando bairrismos e ludibriando o espectador comum.
Se for pra abandonar o critério jornalístico, talvez seja melhor contratar os humoristas do Pânico para fazer reportagens de jogo e, quem sabe, a Lucia Hippolito para comentar da cabine, para ouvirmos mais análises e ilações de nível como a descrita aqui. Já que é circo...
A informação é de Ricardo Feltrin, colunista do UOL e autor da saudosa coluna Ooops!, da Folha Online.
O jogo entre Corinthians e Barueri, ontem à noite, registrou uma das piores audiências em futebol na Globo. Em todos os tempos. De quebra, a novela Caminhos do Coração, da Record, venceu a emissora carioca por todo o capítulo.
A nota:
"A transmissão do jogo Corinthians x Barueri (1 a 1) jamais será esquecida pela Rede Globo. E a lembrança será dolorosa, segundo os dados de ibope, antecipados nesta quinta-feira por Ooops!.
De acordo com o "minuto a minuto", o jogo teve uma das piores audiências já registradas em um jogo de futebol exibido pela Globo, em São Paulo." (link para a nota completa aqui)
Estaria a Fiel abandonando o Timão? Até pela TV?
Acho que não é política, nem futebol, nem cachaça, mas a Globo conseguiu perder a liderança por mais de uma hora, no domingo, para algo inédito e exclusivo: o desenho A Turma do Pica-Pau.
O placar, segundo a Folha Ilustrada, foi 9 para a Record contra 8 da Globo, das 11h24 às 12h44.
Os Marinho que se cuidem quando começarem as reprises do Bipe-bipe, o Papaléguas com o Coiote, e a Corrida Maluca, com direito a Penélope Charmosa.
O nível da TV está parecendo o do futebol brasileiro.
Perdoem-me os são-paulinos, não é nenhum pedido para que passem a reprise de Bambi.