Destaques

quinta-feira, maio 10, 2007

Cabeça a prêmio

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Fiasco total: o São Paulo se apequenou de novo, perdeu ontem por 2 a 0 para o Grêmio, no Sul (foto), e está fora da Libertadores. Não vou comentar o jogo, especificamente - até porque, neste ano, já me acostumei com a idéia de que o Tricolor não vai ganhar nem par ou ímpar na saída de bola. Observo, aqui, a recorrente esquizofrenia da mídia esportiva (ah, a mídia esportiva!). Primeiro, endeusaram o Muricy Ramalho e o elenco do São Paulo, "o melhor do Brasil". Agora, pedem a cabeça do técnico, o mesmo que quase foi excomungado pela imprensa quando perdeu a Libertadores de 2006 e depois recebeu loas e mais loas com a conquista do Brasileirão. Esquecem os coleguinhas jornalistas, colunistas e palpiteiros remunerados que, mais do que o Muricy, o grande responsável pelos recentes fracasos foi o tal "melhor elenco do Brasil". O técnico pode até ter errado o esquema tático ou titubeado na escalação e nas substituições, mas com Jadílson, Hugo, Souza e Leandro sumidos em campo, não dá pra fazer milagre. Só que agora gritam "Fora, Muricy!" e repetem, com isso, o que fizeram com Leão: de gênio a imbecil em menos de um ano. No futebol de resultados, prazo de validade de treinador é menor do que de leite de saquinho.

quarta-feira, maio 09, 2007

Habemus Papa!

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O Bentão acabou de descer no aeroporto de Guarulhos. Meio assustado, com aquela cara sem graça de quem dedica a vida ao cumprimento de protocolos, o Papa foi recebido pelo presidente Lula um tanto engasgado (efeito da Zeca-feira?) e por uma sonolenta companheira Marisa (efeito da feijoada?). Em seguida, Herr Ratzinger embarcou num helicóptero king-size para sobrevoar São Paulo, conhecer o buraco do metrô e, quem sabe, fazer uma participação especial - e celestial - no boletim de trânsito da CBN. No mosteiro do xará São Bento, milhares de fiéis aguardam o alemão sob uma garoa gelada muito agradável, nessa Paulicéia congelada. O Kassab também já está lá perfilado, com aquela cara de Kassab. Mas acho que barraram o engravatado Henry Sobel. Ao que se sujeita um Santo Padre...

Tanta farofa realmente justifica o plantão ao vivo da Globo: segundo um estudo divulgado semana passada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a porcentagem de católicos no Brasil, que caiu abruptamente na década de 1990, manteve-se estável de 2000 a 2003, passando de 73,89% para 73,79%. Em números absolutos, segundo a pesquisa, a população católica no Brasil atingiu 129,76 milhões em 2003, contra 125,53 milhões em 2000. De acordo com a FGV, se a tendência à estabilidade for mantida, o número de católicos no Brasil atualmente pode ser estimado em 139,24 milhões. Haja hóstia!
Por essas e outras, Tio Joseph resolveu fazer uma visita de camaradagem aos "bons meninos" do clero brasileiro. Os gerentes regionais cumpriram suas metas e o diretor da franquia está satisfeito. Resta-nos agüentar três ou quatro dias nessa lenga-lenga e a cara do Papa em todo bendito jornal, TV, revista e congêneres. O Roberto Carlos vai cantar, o Padre Marcelo vai pular, o Cid Moreira vai gravar mais uns salmos e todo mundo vai esquecer a Emenda 3 por um tempo. O consolo é saber que, assim como o BelzeBush, o Papão vai embora logo. Amém! E paga uma! Ou melhor, XVI...

Palmeiras quase na bolsa de valores

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Depois de conseguir da Caixa Econômica Federal financiamento para 1.200 títulos da Sociedade Esportiva Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo avança ao campo de ataque. Agora a Palestra Investimentos Ltda. quer concentrar parte dos direitos de uma cesta de atletas que atuam no clube. A valorização – com títulos e boas atuações – nos passes iria para o fundo.

Diferente do que se viu na co-gestão com a Parmalat nos anos 90 – e de tragédias no Parque São Jorge – a gestão ficaria nas mãos do clube, assim como 80% do valor dos passes dos atletas. A matéria saiu no Valor Econômico, e em todo resto da imprensa.

Além de pressionar por uma gestão mais qualificada e profissional do Palmeiras, seria uma importante força interessada em ver títulos voltarem, o que só aumenta o prêmio pelo investimento. Mais: os donos da grana são torcedores, diferente dos capitalistas sem pátria nem amor ao futebol (malditos!).

Pela bagatela de RS 50 mil a R$ 300 mil, qualquer parmerista abastado pode entrar no clubinho. Nas 74 páginas de um livreto que explica o plano, tudo funciona como time entrosado. E olha que um bando de torcedores ricaços já se mostraram interessados. Foram 300 na apresentação realizada no clube.

Deles, se quer arrancar de R$ 28 milhões (UOL Esportes) a R$ 50 milhões (Máquina do Esporte), a depender da fonte, em participações de 14 a 15 jogadores. Num primeiro momento, a expectativa é de levantar R$ 4 ou 5 milhõezinhos. A amplitude da bolada precisa ser aprovada pelo Conselho de Orientação Fiscal (COF)¹. Com transações a longo prazo, viriam lucros e dinheiro para novos reforços.

De cara, o goleiro Diego Cavalieri, os meias Valdívia, William, Wendel e Francis estariam entre os “vendidos” para a cesta. Faltam nove ou dez para completar.

O modelo tem os clubes europeus negociados em bolsas de valores como meta a perder de vista. Mas a prática do clubinho do fundo milionário vem, vejam só, do Boca Juniors. Para delírio de nosso mascote, el boludo Esteban, o clube argentino implantou o modelo de 1999 a 2003, período em que faturou três Libertadores. Quando tudo ia bem e 90% do capital investido já tinha retornado, veio a crise, a moratória e tudo – tudo mesmo – foi a bancarrota.

Além das duas iniciativas, a terceira fonte de renda do Parmera, na mente de Belluzzo, é a construção de uma “arena multi-uso”, como explicava o Só Palmeiras, em 25 de abril. Um estádio que poderia servir de palco para shows de música e até para futebol (opa!) e, quem sabe, para a Copa do Mundo de 2014, no lugar do Panetone, como diz o Parmerista.

Os torcedores já acreditam que o modelo de negócios vai dar tão certo que todos os outros clubes terão de fazer o mesmo. Disseram a mesma coisa da Parmalat, no que dizia respeito à profissionalização da gestão. Deu certo, mas não durou. Agora, parece, a coisa vai. E há pressa, já que o déficit de 2006, de R$ 37,2 milhões, não dá muito sinal de que vá tombar por mágica em 2007. Viva²!


¹ O Conselho de Orientação Orçamentária do Futepoca, de atribuições análogas, reuniões fantasmas e nenhum tostão furado em mãos, exceto virtuais, aceita qualquer gorjeta que não couber entre os milhões que sobram...
² O “Viva” tem por função única e exclusiva enquadrar o
post no hall dos “laudatórios” na próxima pesquisa.

Viva os estaduais!

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Edu Maretti (de celular)
Já encheu o saco o discurso de algumas sumidades da chamada crônica esportiva contra os campeonatos estaduais de futebol. Mesmo que no varejo (uma estocadinha aqui, outra ali), não perdem a oportunidade de alimentar a campanha, meio fragilizada ultimamente. Pra mim, esse é um pensamento neoliberal aplicado ao futebol.

Outro dia o Juca Kfouri citou a NBA (o basquete showbusiness dos Estados Unidos) como um horizonte, um sonho de consumo (é só decupar a fita do Linha de Passe da ESPN-Br de dez ou 17 dias atrás, ou 24 dias, no limite). Não sou adepto dessa idéia de o esporte ser mais uma das atividades humanas a ser regida pelo deus mercado. Eu detestaria ver o Santos, o Palmeiras, o Flamengo ou o Atlético/MG serem vendidos (literalmente, como o Manchester ou o Chelsea, por exemplo) a um gangster internacional. Michael Jordan é um gênio, mas o Chicago Bulls não parece uma bandeira. Tem que se respeitar Juca Kfouri, uma referência no mar de jornalismo esportivo medíocre que há por aí. Mas bandeira é bandeira, e a Ferroviária de Araraquara, o Juventus, a Portuguesa Santista, os Américas do Rio e de Minas podem ressurgir um dia.

O Paulo Vinícius Coelho é um jornalista esportivo diferenciado porque não pretende aparecer politicamente. É competente, e só.

Um dos 32 mil pagantes que subiram a rampa do Pacaembu para ver aquele Bragantino 0 x 0 Santos em 14 de abril de 2007, o Olavo (deste blog) me disse na fila pra entrar no estádio: “e depois vêm dizer que o estadual não tem apelo” (citação de memória). O Brasil é muito grande. O campeonato paulista é mais difícil de conquistar do que a maioria dos nacionais europeus. Não é ótimo ser campeão cearense, paranaense, paraense, baiano... paulista?
O post da Thalita abaixo tem a ver com isso. Palmas à Portuguesa de Desportos. Torço para que o clube (um dos historicamente mais roubados do futebol nacional) suba no Brasileirão também.
E a foto deste post, acima, da arquibancada do Morumbi no dia do bicampeonato do Santos, embora tecnicamente ruim (pois de celular), é a que eu tenho, como testemunha ocular da história. Mas serve pra afirmar o meu apoio aos campeonatos estaduais de futebol no Brasil. E para responder a um amigo palmeirense, o Flávio, que estranhou o fato de eu não me manifestar no blog sobre esse histórico título de bicampeão, do Santos, em 2007.

terça-feira, maio 08, 2007

Antes tarde

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Pedindo perdão pelo injustificável atraso, escrevo este post para deixar registrado o título mais importante do final de semana. A Portuguesa foi campeã da série A2 do Campeonato Paulista. É o primeiro título da equipe em 34 anos. Ou o primeiro título inteiro em 57 anos.
Além disso, foi a primeira conquista da Lusa ganha no Canindé.
A colônia portuguesa (da qual minha casa faz parte) está em festa! Merecida. Afinal, vai saber quando teremos outra dessas.

O tempo perdido do agora

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Saiu essa nota no blog do Juca Kfouri no último dia 4. O Dan Stulbach, para quem nõa lembra ou não sabe, é aquele ator da Globo (estava na novela Mulheres Apaixonadas, na qual seu personagem batia na esposa) que parece com o Tom Hanks (e que deve odiar essa comparação). Nunca simpatizei muito com ele, por causas insondáveis que nos levam a ir ou não com a cara de um completo desconhecido que vemos na TV. Mas ganhou muito, muito pontos com essa carta.


Do blog do Juca

Convite maravilhosamente recusado

Neste país em que a norma é se curvar diante de quaisquer rapapés, o ator Dan Stulbach acaba de dar um exemplo que, além do mais, revela como devem agir os verdadeiros corintianos.

Abaixo, o convite que ele recebeu.

E sua resposta.

O CONVITE:

"Caro Dan Stulbach,

Em nome do Sport Club Corinthians Paulista e do Sr. Alberto Dualib, presidente, venho por meio deste, convidar o ator Dan Stulbach para conhecer o Memorial, localizado na sede do clube.

Para reviver grandes emoções, três telões gigantes mostram as defesas, as jogadas, os dribles e também os gols importantes de jogos memoráveis. De repente, você se depara com um enorme painel repleto de fotos de equipes corintianas, desde sua fundação em 1910, ano a ano, até os dias atuais.

Para finalizar essa viagem no tempo, uma sala de cinema resgata, através de filmes, todos os gols e as narrações das conquistas de todos os títulos.

Aguardamos sua resposta, já que você é um corintiano Ilustre.

Ana Paula Silva

Assessoria de Comunicação"

A RESPOSTA:

"Cara Ana Paula Silva,

Primeiramente, muito obrigado.

Mas, do Sr. Alberto Dualib, só aceitaria um convite para o dia de sua saída da presidência do querido Sport Club Corinthians Paulista. Creio ser este, hoje, o verdadeiro desejo de um corinthiano.

Ainda mais, não posso aceitar o convite porque todos consideram o Memorial lindíssimo e muito bem feito. Portanto, com certeza eu sentiria fortes emoções ao reviver as lembranças de nossas conquistas. E naturalmente, ao reconhecer no todo uma identidade agora perdida.

Celebrar o passado glorioso, a nossa história; frente ao nosso triste presente e a um previsível igualmente vergonhoso futuro, seria emoção demais. Seria triste demais.

Assim, prefiro não ir.

Naquela que chama de viagem no tempo, eu só pensaria no tempo perdido do agora.

Sem mais, do nem tão ilustre assim,

Dan Stulbach"

Amai-vos uns aos outros

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Dizem que este encontro casual ocorreu em 1939, quando a Alemanha invadiu a Polônia e desencadeou a 2ª Guerra Mundial:
Um soldado nazista e um resistente polonês trocavam tiros perto de um prédio em escombros. A munição do jovem polonês terminou e ele tentou fugir, mas foi alcançado pelo alemão.
- Por favor, não faça nada comigo! Sou um homem religioso! Meu nome é Karol Wojtyla e um dia quero ser Papa!
- Tudo bem, fique frio. Também sou religioso e só vou te dar uns cascudos. Meu nome é Joseph Ratzinger e um dia quero ser Papa também.

segunda-feira, maio 07, 2007

Um domingo perfeito

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Reproduzo embaixo um texto do Blog da Bia. Pra quem é santista, sabe que é assim mesmo...

O programa para o domingo já estava combinado: o boteco do Português para comemorar o título do Azulão. E a concentração para a grande conquista começou cedo, antes mesmo do meio-dia:

- Seu Manoel, hoje é dia de comer peixe! – gritou o corinthiano Paulo, vestindo uma camisa azul do Chelsea (Abramovich, Kia, “é nóis!”), antes de ser informado que a primeira rodada de cerveja e bolinhos de bacalhau era por conta da casa. Afinal, a Lusa tinha acabado de ser campeã da série B do Paulistão. Agora vai!

Maurício, o são-paulino, era o mais ansioso. Vestia azul do tênis importado aos óculos de grife:

- O céu está dessa cor em homenagem ao São Caetano! – dizia de 5 em 5 minutos.

Bruno, o amigo palmeirense, era o mais contido. Os anos de ditadura Mustafá finalmente acabaram, mas o ânimo dos palestrinos continua na Série B. Nos últimos domingos, só conseguiu ver seu ídolo Edmundo em ação como jurado, no quadro “Dança dos Famosos”, do Domingão do Faustão. Mesmo assim, vestiu um “azul bebê”, para entrar na farra dos outros dois amigos secadores.

- Onde é que está o Renato?

- Ah, seu Manoel! O sardinha foi pro estádio! Ele ainda acredita! – disse Maurício, para a gargalhada de todos da mesa.

- Um brinde ao Azulão e à saída do Roger do Timão! – propôs Paulo.

- Ué! O Galisteu não é mais o queridinho da Fiel?

- O ciclo do Roger acabou. Ele agora está com a Débora Secco e a Fiel está com o Lulinha!

- Ah, a narração é do Cléber Machado! Ele é sardinha! Bota no Sportv que o Milton Leite é da Fiel!

Maurício, que passou a semana inteira saboreando a vitória do São Caetano por 2x0, fazia questão de que todos no bar ouvissem sua opinião sobre a equipe santista:

- Finalmente a máscara caiu! Esse time é horrível! Hugo e Lenílson jogam muito mais do que o Zé Roberto! Eles não têm um Leandro Guerreiro, não têm raça. Voltaram da Venezuela na quinta-feira, estão cansados e, pra melhorar, em crise! O Luxemburgo cai amanhã e o Santos já era!

- O estádio está cheio, até que os sardinhas estão confiantes... – disse Bruno, que aproveitou para relembrar os bons (e velhos) tempos do Palmeiras, como a defesa de Marcos no pênalti de Marcelinho Carioca, em 1999.
- Se o Santos não marcar até os 15 minutos a torcida vai jogar contra! – secava fervorosamente Maurício, com unhas só (e ainda) nos pés.

Aos 24 minutos e após muitas chances desperdiçadas, Pedrinho cobrou o escanteio e Adaílton marcou com uma cabeçada certeira: Santos 1 a 0.

No intervalo, Renato pensou em ligar para os amigos. Desistiu. Assim como os outros 60 mil santistas no estádio, ele tinha jogado com o time durante os primeiros 45 minutos. Estava exausto. E ainda tinha o segundo tempo pela frente!

- Como joga bola esse tal de Rodrigo Souto...

- Muito melhor do que o Magrão! – disse Bruno, aproveitando a deixa do amigo corintiano para explicitar a mágoa que tem do ex-jogador do Palmeiras.

- O Josué é infinitamente melhor do que os dois! – retrucou Maurício, se retirando da mesa pela décima vez para usar o banheiro.

Após jogada na área entre Maldonado e Triguinho, os meninos pedem um pênalti, não dado pelo juíz:

- Apito amigo santista! – gritam, esperando a opinião do ex-árbitro, comentarista, sobre o lance: “Não houve rigorosamente nada! Acertou o juíz!”

A alegria só voltou com a anulação do gol de Cléber Santana, que estava impedido. No estádio, o jogo caminhava para seu momento mais crítico: os últimos 10 minutos. Renato e os outros torcedores viram que era hora de aumentar o volume da voz e o barulho das palmas.

Kléber deve ter entendido o recado e, mesmo após dois cruzamentos errados, não se deixou abater: na terceira tentativa, encontrou a cabeça de Moraes, um outro Menino da Vila, que deixou os 60 mil santistas no estádio e outros tantos pelo mundo, girando a camisa no alto em um só coro: “Ooooo Vamos ser Bi Santoooooooooooooos, vamos ser Bi Santoooooooooooooooos, vamos ser Bi Santoooooooooooooooooooooooooooos...”

Paulo observava a festa santista em silêncio. Maurício, assim como Vanderlei Luxemburgo, resolveu ir embora antes do apito final. Já Bruno, tentava esconder as lágrimas que surgiram após ver Pedrinho chorando, na beira do gramado. Seu Manoel tratou de providenciar um caldo verde para o palmeirense.

- Que festa linda! – dizia, sem conseguir deixar de pensar em sua Lusa, a outra campeã do domingo. Dessa vez, sem ter que fugir do vestiário ou dividir o título com outro clube. Do estádio, Renato teve vontade de ligar para os amigos que passaram a semana inteira o “azulcrinando”, e de xingar todos os jornalistas que aparecessem no caminho. Mais uma vez, desistiu. Comemorar outro título era bem mais interessante.

Meu nome é Senhor Enéas!

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Faleceu ontem, como todos já devem saber, Enéas Carneiro, fundador e guru do recém-falecido PRONA, engolido pelo PL. Tornou-se folclórico em sua três candidaturas presidenciais, quando popularizou o jeito rápido de falar e o bordão “Meu nome é Enéas!”, dito com raiva. Entre suas propostas, estava o desenvolvimento da bomba atômica e a defesa do nióbio, metal importante que estaria “sendo vendido a preço de banana” por nossos governantes entreguistas.

Eu e outros membros deste blog tivemos a oportunidade de entrevistá-lo durante um trabalho da faculdade, durante as eleições de 2002. Ali surgiram coisas interessantes. Perguntado sobre suas referências políticas, citou De Gaulle e não gostou da comparação com o extrema-direita Jean-Marie Le Pen. Disse que não se considerava de direita e, em tom de desabafo, declarou: “Todo mundo que quer pôr ordem nas coisas é chamado de fascista. Pronto, falei”.

Em determinado momento, na condição de entrevistador, dirigi-me ao então candidato:

Eu – Você acredita que... (interrupção)

Enéas – Olha, eu gostaria que o senhor me respeitasse como eu o respeito. O senhor tem idade para ser meu neto e eu o estou tratando por “senhor”. Gostaria de receber o mesmo tratamento.

Depois de uns segundos de silêncio constrangido e desculpas, continuamos. Esse era o doutor Enéas, como se referem a ele seus admiradores e correligionários. Queria ordem nas coisas.

Blog é condescendente com Santos e São Paulo

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Seguindo a escola estatística do companheiro Marcão e motivado por torcedores insatisfeitos com suposto favorecimento ou desfavorecimento do seu time de coração, o Observatório Manguaça fez um levantamento dos posts a respeito dos quatro grandes de SP nesse blog.

A idéia foi avaliar o conteúdo dos posts que tratam desses times em Laudatório, texto que só tem intenção de jogar confete, não baseado em qualquer critério mais racional; Positivo, texto que, baseado em algum critério mínimo, fala bem do time; Neutro, aquele que, em geral, só repercute uma notícia sem fazer juízo de valor; Negativo, o post que fala mal, mas com critério; e Negativo com sarcasmo, ironia ou escárnio, aquele que fala mal, mas com venalidade.

Alguns posts foram ignorados, como os que falam dos quatro ao mesmo tempo. Todos do genêro eram puramente noticiosos e, nesse caso, acabavam se "anulando". Já os que falavam de dois ou três times foram considerados. Assim, abaixo está o resultado:

Vê-se que, do total de posts, a maioria se refere ao Corinthians. Isso significaria que os blogueiros de cá são corintianos? O gráfico a seguir diz que não...

No total, são 86,7% dos posts falando mal do Corinthians. Para efeito de comparação, vejam o que se fala de Santos e São Paulo.



O Santos é o time com menos posts negativos, um total de 37,1% e o São Paulo vem em seguida, com 45,9%. Já o Palmeiras tem 60,7%. Quando se trata de textos laudatórios, o Tricolor lidera com 10,8%, enquanto o Santos tem 5,7%. A preferência clara dos membros do Futepoca é falar mal, dos times alheios ou do próprio. Mas tem um time que é claramente agraciado nesse quesito:




Outro detalhe contra o Corinthians é que, enquanto os outros torcedores falam mal do próprio time e são responsáveis por boa parte dos comentários negativos destes, no caso do Timão, a coisa inverte. Ele é basicamente esculachado por rivais.

É bom dizer, para esclarecer os leitores, que o blog tem três santistas (sim, em algum lugar fora da Baixada somos maioria), dois sãopaulinos, um palmeirense, um corintiano e um atleticano. Fora isso, estatísticas do gênero são feitas em geral de madrugada ou sob efeito de álcool, o que pode comprometer a lisura dos números. Mas é por aí mesmo. (Gráficos por Anselmo)

Erramos da Folha, sem comentário

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Erramos: Santos, Flamengo, Atlético-MG e Grêmio conquistam títulos estaduais Ao contrário do que afirma a reportagem Santos, Flamengo, Atlético-MG e Grêmio conquistam títulos estaduais (Esporte 06/05/2007 - 21h14), o nome do campeão paranaense de 2007 é Paranavaí, em não Paravaí.

O bi do Santos

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Como qualquer torcedor que se preze, que aposta no imponderável e teima em adivinhar o futuro, acordei em busca de sinais. Comecei a ler o jornal e vi o artigo de Juca Kfouri, que vaticionou: "Hoje é o dia do Santos". Dizia ele no texto: "eu não economizaria o dinheiro do ingresso porque a situação é tão desfavorável ao Santos que algo me diz que sua torcida viverá uma tarde de intensa felicidade."


Pra mim, tudo bem, já tinha o ingressso. Mas... o Kfouri costuma errar previsões. Fiquei ressabiado. Li outro jornal e vi uma enquete entre internautas. A maioria acreditava que o São Caetano seria campeão. Ali sim, me veio à mente outra lembrança. A última enquete de jornal de que me recordava nesse tipo de situação foi uma em que, antes de um clássico com o Corinthians, a maioria apontava Carlitos Tevez como o possível destaque, à frente de Robinho. O Santos venceu por três a zero e o Rei do Drible dançou a cúmbia.


Pra mim, era o sinal. Então, confiei. Quando cheguei ao Morumbi, fui ao banheiro e, ali dentro, a torcida, mesmo preocupada com outro tipo de necessidade, não parava de cantar: "Vamos ser bi, Santos!". O grito, como um mantra, ecooou o tempo todo, antes, durante e depois do jogo. Vi o estádio lotado, pensei que o Santos começava a vencer. Em um comentário em um blog parceiro, havia dito que o time, na prática, precisava dizer quem era o time grande. A torcida já mostrava. Quase 60 mil pessoas, o maior público do Morumbi no ano.


Na partida, o domínio era total. O São Caetano não chegava. O Santos criava. Gol de Adaílton. O que era esperança começava a se tornar certeza. No segundo tempo, tensão. O time dominava, mas com menos ímpeto do que na primeira etapa. Luxemburgo coloca Moraes, garoto de 20 anos, filho de Aloísio Guerreiro. Lembrei de Luxemburgo colocando em campo um desconhecido (assim permaneceu) Juari em uma final de Rio-São Paulo em 1997. E ele fez o gol. Moraes saiu do banco para entrar pra História.


A partir dali, o time grande mostrava porque era grande. E o pequeno caía na real e lembrava que não podia ser o que não era. Já era bi do Paulista. Desde 1994 isso não acontecia. E eu estava lá pra ver.


*****


Na segunda-feira, minha frase no MSN dizia "Santos 5X2 Fluminense". A sãopaulina não perdeu a chance de provocar.


- Faz tempo esse jogo, não?

- Faz. Mas é pra inspirar.

- Ah, mas ficou difícil agora...

- Difícil, mas não impossível.


Ela não estava sozinha. Durante toda semana escutei rivais e a portentosa imprensa paulistana darem como certo o título da equipe do ABC. Foi a primeira vez que um time conseguiu reverter uma vantagem de dois gols no mata-mata do campeonato paulista. Também a primeira que o Azulão perde em jogos eliminatórios do Paulistão. Um time que nasceu de bairro, se tornou mundialmente conhecido e vem de uma cidade com menos de meio milhão de habitantes está acostumado a fazer o impossível. E fez.


sábado, maio 05, 2007

Para inspirar

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Como não quero nem saber do que acontecerá na final do mineiro neste domingo, já que se ganhar é meio óbvio e se o Galo deixar de ganhar terei de arrumar uma ponte para pular, vai aí o vídeo do gol da final de 1971 entre Botafogo e Atlético, no Maracanã, que deu o primeiro título Brasileiro para o Galo.

Apenas inspiração para quinta-feira.


Ah, o devido crédito, o vídeo estava postado no blogue parceiro Na Coruja.

sexta-feira, maio 04, 2007

Flashes de uma manifestação

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Local: Favela Chácara Boa Vista, Zona Norte
Motivo: manifestação de moradores contra abuso policial

Cena 1: moradores reclamam com o Coronel da PM das agressões físicas e morais que sofrem quase diariamente.
Resposta do coronel: São denúncias muito vagas. Como vamos apurar se não sabemos o nome do policial?
Comentário: puxa... agora o policial agressor se identifica. "Boa noite, eu sou o PM Fulano, e vim aqui quabrar a sua cara".

Cena 2: duas mulheres contam que estavam num pagode de madrugada quando os policiais chegaram e agrediram os músicos sem mais nem menos.
Resposta do coronel (cara de desprezo): Mas ninguém agrediu o policial antes? Não tinha ninguém bêbado?

As cenas acima foram registradas pela imprensa, que estava em peso no local. Imagina o que os caras não falam e fazem quando não tem ninguém para registrar.

Renovação de elenco

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O Milan renovou o contrato com o lateral-direito Cafu até o meio do ano que vem. Ele terá 38 anos.

Ambev condenada por danos morais

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Deu no Invertia. A poderosa Ambev foi condenada a pagar R$ 100 mil por danos morais a um funcionário que exercia uma função que certamente muitos membros desse blog sonham. O cidadão era degustador de cerveja, mas, por conta da árdua tarefa, virou alcoólatra.

Em primeira instância, a Justiça havia considerado o pedido indenizatório improcedente. Mas o mesmo entrou com recurso alegando que a empresa não oferecia condições saudáveis de trabalho. Durante mais de uma década ele ingeriu de 16 a 25 copos de cerveja em um turno de oito horas, cinco ou seis dias por semana. Uma média digna de bar do Vavá. Ademais, o funcionário acusou a empresa de fornecer gratuitamente uma garrafa de cerveja a cada final de expediente.

A decisão é da 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região e ainda cabe recurso. Segundo a decisão, a empresa teve "conduta negligente uma vez que atribuiu ao empregado a função de degustador, apesar de sua condição de saúde, bem como não fiscalizou o consumo da bebida". Além disso, "Propiciar uma garrafa de cerveja aos empregados no final do expediente constitui incentivo à persistência do vício, bem como à adesão de outros empregados ao consumo diário de cerveja".

Pontapé inicial do Banco do Sul sai na Copa América

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Ministros da Economia de seis países sul-americanos divulgaram o plano de lançar o Banco do Sul em 22 ou 26 de junho. Argentina, Bolívia, Brasil, Equador, Uruguai e Venezuela irão compor o capital da instituição. A informação é da AFP.

Ao mesmo tempo, eles esperam dar o primeiro passo para adotar uma moeda sul-americana. As decisões foram divulgadas em encontro de ministros da Economia desses países reunidos em Quito, capital do Equador.

Uma das possibilidades é fazer a data coincidir com a Copa América, em Caracas. Se der errado, vai ser só na reunião do Mercosul, no Paraguai.

O Banco do Sul ora é retratado com o FMI dos pobres, quer dizer, do sul, ora como um Banco Mundial (ou até um BNDES) sul-americano.

Independentemente da definição, o Futepoca desde já sustenta duas propostas. Uma linha de financiamento para os times de futebol baratearem os ingressos em estádios de futebol e outra para viabilizar o Manguaça-Cidadão – programa de transferência de renda para fomentar os botecos do continente.

quinta-feira, maio 03, 2007

Bicho solto

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Piada fácil do Terra.

- Gallo coloca Pato na reserva.

Teria sido involuntário?

Curiosidade histórica

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Hoje faz 88 anos da primeira vitória do Corinthians sobre seu arquirival Palmeiras. Foi em 1919, dia 3 de maio, no campo do Floresta, vitória do Timão por 3 a 0. Nos cinco primeiros jogos entre as duas equipes, foram três vitória do então Palestra Itália e dois empates.

Percebam na escalação dos times a descrição do esquema tático (os ponto-e-vírgula, para esclarecer aos mais leigos). Jogava-se num 2-3-5, esquema que foi utilizado na seleção brasileira até a Copa de 1938. Em 1950, pela primeira vez, adotamos o WM.

Vai a ficha técnica:

Corinthians 3 x 0 Palestra Itália
Amistoso - Taça Pinoni
Data: 03/05/1919
Estádio: Floresta (SP)

Corinthians: Medaglia; Nando, e César Nunes; Gano, Bororó e Roverso; Américo, Alberto, Garcia, Rogério e Dante
Capitão: Nando

Palestra Itália: Fiosi; Egildo e Grimaldi; Bertolini, Pedretti e Valle II; Caetano, Imparato, Mazzuchi, Aldighieri e Martinelli

Gols: Américo e Garcia (1º tempo); Roverso (2º tempo)

Empate para quem?

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Como sou o único futepoquense que acompanha a Copa do Brasil, já que alguns nem disputaram e outros foram vergonhosamente eliminados, vai a estranheza de quatro empates nos quatro jogos disputados nas quartas-de-final.

0 a 0 entre Galo e Botafogo, 1 a 1 Fluminense e Atlético (PR) e 2 a 2 nos confrontos entre Náutico e Figueirense e Brasiliense contra Ipatinga. Em tese, vantagem para os times que jogaram fora e que podem se classificar em casa com uma vitória simples.

Mas o problema é que, com o regulamento da Copa do Brasil, nem todo empate é igual. O time que não tomou gol tem pequena vantagem porque qualquer gol feito na segunda rodada vai obrigar o time de casa a fazer dois.

É o caso do jogo a que assisti, Galo e Botafogo: parecia futebol europeu, não pelos craques em campo, longe disso, mas pela aplicação tática e a disposição dos dois times.

Praticamente, não houve chance de gols, embora o jogo fosse bastante movimentado.

Com o 0 a 0 o Botafogo precisa ganhar porque se o placar for repetido vai para os pênaltis e qualquer outro empate leva o Galo à semifinal. O que fará que o próximo jogo tenha caractarésticas diferentes. Provavelmente o Bota vai ter de se abrir e tentar o gol, se conseguir logo, vantagem. Se não (êta, esperança), pode ser alvo de contra-ataques.

Nos outros casos os times de casa pode segurar o 0 a 0. Embora, empolgados pelas torcidas, possam se entusiamar e sofrerem contra-ataques.

Quem empatou em 2 a 2 leva boa vantagem.

Mas é bom lembrar o vexame do Curinthia, que empatou com o Náutico pelo mesmo placar e tomou 2 a 0 em casa. Se bem que tem certas coisas que só acontecem no Parque do Dualibi.

Resumindo: na rodada, empate bom para quem?

Como diria o filósofo de boteco (também pode ser o homem da planta), há mais coisas entre o empate e a vitória do que pode supor o vão torcedor (ops!!!).