Destaques

segunda-feira, maio 07, 2007

Um domingo perfeito

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Reproduzo embaixo um texto do Blog da Bia. Pra quem é santista, sabe que é assim mesmo...

O programa para o domingo já estava combinado: o boteco do Português para comemorar o título do Azulão. E a concentração para a grande conquista começou cedo, antes mesmo do meio-dia:

- Seu Manoel, hoje é dia de comer peixe! – gritou o corinthiano Paulo, vestindo uma camisa azul do Chelsea (Abramovich, Kia, “é nóis!”), antes de ser informado que a primeira rodada de cerveja e bolinhos de bacalhau era por conta da casa. Afinal, a Lusa tinha acabado de ser campeã da série B do Paulistão. Agora vai!

Maurício, o são-paulino, era o mais ansioso. Vestia azul do tênis importado aos óculos de grife:

- O céu está dessa cor em homenagem ao São Caetano! – dizia de 5 em 5 minutos.

Bruno, o amigo palmeirense, era o mais contido. Os anos de ditadura Mustafá finalmente acabaram, mas o ânimo dos palestrinos continua na Série B. Nos últimos domingos, só conseguiu ver seu ídolo Edmundo em ação como jurado, no quadro “Dança dos Famosos”, do Domingão do Faustão. Mesmo assim, vestiu um “azul bebê”, para entrar na farra dos outros dois amigos secadores.

- Onde é que está o Renato?

- Ah, seu Manoel! O sardinha foi pro estádio! Ele ainda acredita! – disse Maurício, para a gargalhada de todos da mesa.

- Um brinde ao Azulão e à saída do Roger do Timão! – propôs Paulo.

- Ué! O Galisteu não é mais o queridinho da Fiel?

- O ciclo do Roger acabou. Ele agora está com a Débora Secco e a Fiel está com o Lulinha!

- Ah, a narração é do Cléber Machado! Ele é sardinha! Bota no Sportv que o Milton Leite é da Fiel!

Maurício, que passou a semana inteira saboreando a vitória do São Caetano por 2x0, fazia questão de que todos no bar ouvissem sua opinião sobre a equipe santista:

- Finalmente a máscara caiu! Esse time é horrível! Hugo e Lenílson jogam muito mais do que o Zé Roberto! Eles não têm um Leandro Guerreiro, não têm raça. Voltaram da Venezuela na quinta-feira, estão cansados e, pra melhorar, em crise! O Luxemburgo cai amanhã e o Santos já era!

- O estádio está cheio, até que os sardinhas estão confiantes... – disse Bruno, que aproveitou para relembrar os bons (e velhos) tempos do Palmeiras, como a defesa de Marcos no pênalti de Marcelinho Carioca, em 1999.
- Se o Santos não marcar até os 15 minutos a torcida vai jogar contra! – secava fervorosamente Maurício, com unhas só (e ainda) nos pés.

Aos 24 minutos e após muitas chances desperdiçadas, Pedrinho cobrou o escanteio e Adaílton marcou com uma cabeçada certeira: Santos 1 a 0.

No intervalo, Renato pensou em ligar para os amigos. Desistiu. Assim como os outros 60 mil santistas no estádio, ele tinha jogado com o time durante os primeiros 45 minutos. Estava exausto. E ainda tinha o segundo tempo pela frente!

- Como joga bola esse tal de Rodrigo Souto...

- Muito melhor do que o Magrão! – disse Bruno, aproveitando a deixa do amigo corintiano para explicitar a mágoa que tem do ex-jogador do Palmeiras.

- O Josué é infinitamente melhor do que os dois! – retrucou Maurício, se retirando da mesa pela décima vez para usar o banheiro.

Após jogada na área entre Maldonado e Triguinho, os meninos pedem um pênalti, não dado pelo juíz:

- Apito amigo santista! – gritam, esperando a opinião do ex-árbitro, comentarista, sobre o lance: “Não houve rigorosamente nada! Acertou o juíz!”

A alegria só voltou com a anulação do gol de Cléber Santana, que estava impedido. No estádio, o jogo caminhava para seu momento mais crítico: os últimos 10 minutos. Renato e os outros torcedores viram que era hora de aumentar o volume da voz e o barulho das palmas.

Kléber deve ter entendido o recado e, mesmo após dois cruzamentos errados, não se deixou abater: na terceira tentativa, encontrou a cabeça de Moraes, um outro Menino da Vila, que deixou os 60 mil santistas no estádio e outros tantos pelo mundo, girando a camisa no alto em um só coro: “Ooooo Vamos ser Bi Santoooooooooooooos, vamos ser Bi Santoooooooooooooooos, vamos ser Bi Santoooooooooooooooooooooooooooos...”

Paulo observava a festa santista em silêncio. Maurício, assim como Vanderlei Luxemburgo, resolveu ir embora antes do apito final. Já Bruno, tentava esconder as lágrimas que surgiram após ver Pedrinho chorando, na beira do gramado. Seu Manoel tratou de providenciar um caldo verde para o palmeirense.

- Que festa linda! – dizia, sem conseguir deixar de pensar em sua Lusa, a outra campeã do domingo. Dessa vez, sem ter que fugir do vestiário ou dividir o título com outro clube. Do estádio, Renato teve vontade de ligar para os amigos que passaram a semana inteira o “azulcrinando”, e de xingar todos os jornalistas que aparecessem no caminho. Mais uma vez, desistiu. Comemorar outro título era bem mais interessante.

Meu nome é Senhor Enéas!

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Faleceu ontem, como todos já devem saber, Enéas Carneiro, fundador e guru do recém-falecido PRONA, engolido pelo PL. Tornou-se folclórico em sua três candidaturas presidenciais, quando popularizou o jeito rápido de falar e o bordão “Meu nome é Enéas!”, dito com raiva. Entre suas propostas, estava o desenvolvimento da bomba atômica e a defesa do nióbio, metal importante que estaria “sendo vendido a preço de banana” por nossos governantes entreguistas.

Eu e outros membros deste blog tivemos a oportunidade de entrevistá-lo durante um trabalho da faculdade, durante as eleições de 2002. Ali surgiram coisas interessantes. Perguntado sobre suas referências políticas, citou De Gaulle e não gostou da comparação com o extrema-direita Jean-Marie Le Pen. Disse que não se considerava de direita e, em tom de desabafo, declarou: “Todo mundo que quer pôr ordem nas coisas é chamado de fascista. Pronto, falei”.

Em determinado momento, na condição de entrevistador, dirigi-me ao então candidato:

Eu – Você acredita que... (interrupção)

Enéas – Olha, eu gostaria que o senhor me respeitasse como eu o respeito. O senhor tem idade para ser meu neto e eu o estou tratando por “senhor”. Gostaria de receber o mesmo tratamento.

Depois de uns segundos de silêncio constrangido e desculpas, continuamos. Esse era o doutor Enéas, como se referem a ele seus admiradores e correligionários. Queria ordem nas coisas.

Blog é condescendente com Santos e São Paulo

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Seguindo a escola estatística do companheiro Marcão e motivado por torcedores insatisfeitos com suposto favorecimento ou desfavorecimento do seu time de coração, o Observatório Manguaça fez um levantamento dos posts a respeito dos quatro grandes de SP nesse blog.

A idéia foi avaliar o conteúdo dos posts que tratam desses times em Laudatório, texto que só tem intenção de jogar confete, não baseado em qualquer critério mais racional; Positivo, texto que, baseado em algum critério mínimo, fala bem do time; Neutro, aquele que, em geral, só repercute uma notícia sem fazer juízo de valor; Negativo, o post que fala mal, mas com critério; e Negativo com sarcasmo, ironia ou escárnio, aquele que fala mal, mas com venalidade.

Alguns posts foram ignorados, como os que falam dos quatro ao mesmo tempo. Todos do genêro eram puramente noticiosos e, nesse caso, acabavam se "anulando". Já os que falavam de dois ou três times foram considerados. Assim, abaixo está o resultado:

Vê-se que, do total de posts, a maioria se refere ao Corinthians. Isso significaria que os blogueiros de cá são corintianos? O gráfico a seguir diz que não...

No total, são 86,7% dos posts falando mal do Corinthians. Para efeito de comparação, vejam o que se fala de Santos e São Paulo.



O Santos é o time com menos posts negativos, um total de 37,1% e o São Paulo vem em seguida, com 45,9%. Já o Palmeiras tem 60,7%. Quando se trata de textos laudatórios, o Tricolor lidera com 10,8%, enquanto o Santos tem 5,7%. A preferência clara dos membros do Futepoca é falar mal, dos times alheios ou do próprio. Mas tem um time que é claramente agraciado nesse quesito:




Outro detalhe contra o Corinthians é que, enquanto os outros torcedores falam mal do próprio time e são responsáveis por boa parte dos comentários negativos destes, no caso do Timão, a coisa inverte. Ele é basicamente esculachado por rivais.

É bom dizer, para esclarecer os leitores, que o blog tem três santistas (sim, em algum lugar fora da Baixada somos maioria), dois sãopaulinos, um palmeirense, um corintiano e um atleticano. Fora isso, estatísticas do gênero são feitas em geral de madrugada ou sob efeito de álcool, o que pode comprometer a lisura dos números. Mas é por aí mesmo. (Gráficos por Anselmo)

Erramos da Folha, sem comentário

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Erramos: Santos, Flamengo, Atlético-MG e Grêmio conquistam títulos estaduais Ao contrário do que afirma a reportagem Santos, Flamengo, Atlético-MG e Grêmio conquistam títulos estaduais (Esporte 06/05/2007 - 21h14), o nome do campeão paranaense de 2007 é Paranavaí, em não Paravaí.

O bi do Santos

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Como qualquer torcedor que se preze, que aposta no imponderável e teima em adivinhar o futuro, acordei em busca de sinais. Comecei a ler o jornal e vi o artigo de Juca Kfouri, que vaticionou: "Hoje é o dia do Santos". Dizia ele no texto: "eu não economizaria o dinheiro do ingresso porque a situação é tão desfavorável ao Santos que algo me diz que sua torcida viverá uma tarde de intensa felicidade."


Pra mim, tudo bem, já tinha o ingressso. Mas... o Kfouri costuma errar previsões. Fiquei ressabiado. Li outro jornal e vi uma enquete entre internautas. A maioria acreditava que o São Caetano seria campeão. Ali sim, me veio à mente outra lembrança. A última enquete de jornal de que me recordava nesse tipo de situação foi uma em que, antes de um clássico com o Corinthians, a maioria apontava Carlitos Tevez como o possível destaque, à frente de Robinho. O Santos venceu por três a zero e o Rei do Drible dançou a cúmbia.


Pra mim, era o sinal. Então, confiei. Quando cheguei ao Morumbi, fui ao banheiro e, ali dentro, a torcida, mesmo preocupada com outro tipo de necessidade, não parava de cantar: "Vamos ser bi, Santos!". O grito, como um mantra, ecooou o tempo todo, antes, durante e depois do jogo. Vi o estádio lotado, pensei que o Santos começava a vencer. Em um comentário em um blog parceiro, havia dito que o time, na prática, precisava dizer quem era o time grande. A torcida já mostrava. Quase 60 mil pessoas, o maior público do Morumbi no ano.


Na partida, o domínio era total. O São Caetano não chegava. O Santos criava. Gol de Adaílton. O que era esperança começava a se tornar certeza. No segundo tempo, tensão. O time dominava, mas com menos ímpeto do que na primeira etapa. Luxemburgo coloca Moraes, garoto de 20 anos, filho de Aloísio Guerreiro. Lembrei de Luxemburgo colocando em campo um desconhecido (assim permaneceu) Juari em uma final de Rio-São Paulo em 1997. E ele fez o gol. Moraes saiu do banco para entrar pra História.


A partir dali, o time grande mostrava porque era grande. E o pequeno caía na real e lembrava que não podia ser o que não era. Já era bi do Paulista. Desde 1994 isso não acontecia. E eu estava lá pra ver.


*****


Na segunda-feira, minha frase no MSN dizia "Santos 5X2 Fluminense". A sãopaulina não perdeu a chance de provocar.


- Faz tempo esse jogo, não?

- Faz. Mas é pra inspirar.

- Ah, mas ficou difícil agora...

- Difícil, mas não impossível.


Ela não estava sozinha. Durante toda semana escutei rivais e a portentosa imprensa paulistana darem como certo o título da equipe do ABC. Foi a primeira vez que um time conseguiu reverter uma vantagem de dois gols no mata-mata do campeonato paulista. Também a primeira que o Azulão perde em jogos eliminatórios do Paulistão. Um time que nasceu de bairro, se tornou mundialmente conhecido e vem de uma cidade com menos de meio milhão de habitantes está acostumado a fazer o impossível. E fez.


sábado, maio 05, 2007

Para inspirar

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Como não quero nem saber do que acontecerá na final do mineiro neste domingo, já que se ganhar é meio óbvio e se o Galo deixar de ganhar terei de arrumar uma ponte para pular, vai aí o vídeo do gol da final de 1971 entre Botafogo e Atlético, no Maracanã, que deu o primeiro título Brasileiro para o Galo.

Apenas inspiração para quinta-feira.


Ah, o devido crédito, o vídeo estava postado no blogue parceiro Na Coruja.

sexta-feira, maio 04, 2007

Flashes de uma manifestação

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Local: Favela Chácara Boa Vista, Zona Norte
Motivo: manifestação de moradores contra abuso policial

Cena 1: moradores reclamam com o Coronel da PM das agressões físicas e morais que sofrem quase diariamente.
Resposta do coronel: São denúncias muito vagas. Como vamos apurar se não sabemos o nome do policial?
Comentário: puxa... agora o policial agressor se identifica. "Boa noite, eu sou o PM Fulano, e vim aqui quabrar a sua cara".

Cena 2: duas mulheres contam que estavam num pagode de madrugada quando os policiais chegaram e agrediram os músicos sem mais nem menos.
Resposta do coronel (cara de desprezo): Mas ninguém agrediu o policial antes? Não tinha ninguém bêbado?

As cenas acima foram registradas pela imprensa, que estava em peso no local. Imagina o que os caras não falam e fazem quando não tem ninguém para registrar.

Renovação de elenco

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O Milan renovou o contrato com o lateral-direito Cafu até o meio do ano que vem. Ele terá 38 anos.

Ambev condenada por danos morais

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Deu no Invertia. A poderosa Ambev foi condenada a pagar R$ 100 mil por danos morais a um funcionário que exercia uma função que certamente muitos membros desse blog sonham. O cidadão era degustador de cerveja, mas, por conta da árdua tarefa, virou alcoólatra.

Em primeira instância, a Justiça havia considerado o pedido indenizatório improcedente. Mas o mesmo entrou com recurso alegando que a empresa não oferecia condições saudáveis de trabalho. Durante mais de uma década ele ingeriu de 16 a 25 copos de cerveja em um turno de oito horas, cinco ou seis dias por semana. Uma média digna de bar do Vavá. Ademais, o funcionário acusou a empresa de fornecer gratuitamente uma garrafa de cerveja a cada final de expediente.

A decisão é da 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região e ainda cabe recurso. Segundo a decisão, a empresa teve "conduta negligente uma vez que atribuiu ao empregado a função de degustador, apesar de sua condição de saúde, bem como não fiscalizou o consumo da bebida". Além disso, "Propiciar uma garrafa de cerveja aos empregados no final do expediente constitui incentivo à persistência do vício, bem como à adesão de outros empregados ao consumo diário de cerveja".

Pontapé inicial do Banco do Sul sai na Copa América

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Ministros da Economia de seis países sul-americanos divulgaram o plano de lançar o Banco do Sul em 22 ou 26 de junho. Argentina, Bolívia, Brasil, Equador, Uruguai e Venezuela irão compor o capital da instituição. A informação é da AFP.

Ao mesmo tempo, eles esperam dar o primeiro passo para adotar uma moeda sul-americana. As decisões foram divulgadas em encontro de ministros da Economia desses países reunidos em Quito, capital do Equador.

Uma das possibilidades é fazer a data coincidir com a Copa América, em Caracas. Se der errado, vai ser só na reunião do Mercosul, no Paraguai.

O Banco do Sul ora é retratado com o FMI dos pobres, quer dizer, do sul, ora como um Banco Mundial (ou até um BNDES) sul-americano.

Independentemente da definição, o Futepoca desde já sustenta duas propostas. Uma linha de financiamento para os times de futebol baratearem os ingressos em estádios de futebol e outra para viabilizar o Manguaça-Cidadão – programa de transferência de renda para fomentar os botecos do continente.

quinta-feira, maio 03, 2007

Bicho solto

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Piada fácil do Terra.

- Gallo coloca Pato na reserva.

Teria sido involuntário?

Curiosidade histórica

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Hoje faz 88 anos da primeira vitória do Corinthians sobre seu arquirival Palmeiras. Foi em 1919, dia 3 de maio, no campo do Floresta, vitória do Timão por 3 a 0. Nos cinco primeiros jogos entre as duas equipes, foram três vitória do então Palestra Itália e dois empates.

Percebam na escalação dos times a descrição do esquema tático (os ponto-e-vírgula, para esclarecer aos mais leigos). Jogava-se num 2-3-5, esquema que foi utilizado na seleção brasileira até a Copa de 1938. Em 1950, pela primeira vez, adotamos o WM.

Vai a ficha técnica:

Corinthians 3 x 0 Palestra Itália
Amistoso - Taça Pinoni
Data: 03/05/1919
Estádio: Floresta (SP)

Corinthians: Medaglia; Nando, e César Nunes; Gano, Bororó e Roverso; Américo, Alberto, Garcia, Rogério e Dante
Capitão: Nando

Palestra Itália: Fiosi; Egildo e Grimaldi; Bertolini, Pedretti e Valle II; Caetano, Imparato, Mazzuchi, Aldighieri e Martinelli

Gols: Américo e Garcia (1º tempo); Roverso (2º tempo)

Empate para quem?

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Como sou o único futepoquense que acompanha a Copa do Brasil, já que alguns nem disputaram e outros foram vergonhosamente eliminados, vai a estranheza de quatro empates nos quatro jogos disputados nas quartas-de-final.

0 a 0 entre Galo e Botafogo, 1 a 1 Fluminense e Atlético (PR) e 2 a 2 nos confrontos entre Náutico e Figueirense e Brasiliense contra Ipatinga. Em tese, vantagem para os times que jogaram fora e que podem se classificar em casa com uma vitória simples.

Mas o problema é que, com o regulamento da Copa do Brasil, nem todo empate é igual. O time que não tomou gol tem pequena vantagem porque qualquer gol feito na segunda rodada vai obrigar o time de casa a fazer dois.

É o caso do jogo a que assisti, Galo e Botafogo: parecia futebol europeu, não pelos craques em campo, longe disso, mas pela aplicação tática e a disposição dos dois times.

Praticamente, não houve chance de gols, embora o jogo fosse bastante movimentado.

Com o 0 a 0 o Botafogo precisa ganhar porque se o placar for repetido vai para os pênaltis e qualquer outro empate leva o Galo à semifinal. O que fará que o próximo jogo tenha caractarésticas diferentes. Provavelmente o Bota vai ter de se abrir e tentar o gol, se conseguir logo, vantagem. Se não (êta, esperança), pode ser alvo de contra-ataques.

Nos outros casos os times de casa pode segurar o 0 a 0. Embora, empolgados pelas torcidas, possam se entusiamar e sofrerem contra-ataques.

Quem empatou em 2 a 2 leva boa vantagem.

Mas é bom lembrar o vexame do Curinthia, que empatou com o Náutico pelo mesmo placar e tomou 2 a 0 em casa. Se bem que tem certas coisas que só acontecem no Parque do Dualibi.

Resumindo: na rodada, empate bom para quem?

Como diria o filósofo de boteco (também pode ser o homem da planta), há mais coisas entre o empate e a vitória do que pode supor o vão torcedor (ops!!!).

A cada dois assaltos a banco, pasta de Saulo de Castro só contou um

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Desde 2004, o estado de São Paulo teve 1.053 assaltos a banco, 566 a mais do que o registrado pela Secretaria de Segurança estadual. A diferença é 116% superior aos 487 divulgados. A informação está no jornal Folha de S.Paulo desta quinta-feira. A partir da diferença constatada, todas as estatísticas sobre crimes desde 2004 serão revistas.

O secretário de José Serra (PSDB), Ronaldo Marzagão não quis, segundo o jornal, falar se houve má-fé com o objetivo de manipular os dados para baixar as estatísticas, mas prometeu apuração (agora vai). Cláudio Lembo (DEM), ex-governador e (ex-?) ídolo de 30% dos autores do Futepoca, disse confiar no então titular do cargo, Saulo de Castro Abreu Filho. Reclamou da tentativa de reescrever a história e jurou que tudo tinha sido transparente. Geraldo Alckmin (PSDB), nos Estados Unidos de férias, quer dizer, a estudos sociológicos sobre afazeres domésticos e a sina da dupla jornada, não foi localizado.

O reconhecimento da diferença ocorreu depois que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) publicou o número de roubos a banco, superiores aos oficiais. Os banqueiros, esses subversivos comunistas, disseram ter recebido mais informes de assaltos do que apontavam os dados da Secretaria em abril. Com a revisão, promovida a partir de boletins de ocorrência na polícia, o número final revelou-se ainda maior do que o da entidade, já que os bancos não são obrigados a informar à Febraban, mas precisam registrar ocorrência na polícia para poder receber o seguro – setor para o qual não falta recursos.

A fatura deve sobrar para os policiais que registraram os assaltos fora do padrão. O título do post recai sobre o então secretário de Segurança, responsável politicamente pelas ações da entidade. O rigor jornalístico exigiria ainda outra ressalva: o número registrado de assaltos a banco era inferior à metade do novo índice.

Na capital
Curioso que a informação é divulgada no mesmo dia em que a Terra Magazine publica cálculo próprio – ou melhor, de José Roberto Toledo – realizado a partir do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade da Prefeitura de São Paulo (Pro-Aim). Segundo a revista eletrônica "por Bob Fernandes", no último ano os homicídios caíram 18%. No acumulado desde 2000, a redução foi de 63%. Naquele ano, o último da gestão Celso Pitta na capital, os trágicos números bateram recordes, foram de 57,3 por grupo de 100 mil habitantes. Em 2006, foram 21,3/100 mil. A redução foi mais acentuada para os jovens de periferia, segundo o texto: 4,4 mil deixaram de morrer assassinados.

Registre-se: a diferença para mais apontada por Marzagão e cia. diz respeito ao estado. A conta de Toledo que indica a redução vale para o município da capital.

quarta-feira, maio 02, 2007

De novo, o Rei

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Colega de Paulo Cesar Araújo, o escritor Paulo Coelho partiu para o ataque na coluna Tendências e Debates, na Folha de S.Paulo desta quarta-feira. Como faço parte do time dos que não leram e não gostam do best seller brasileiro, sou obrigado a atribuir a dica de leitura ao Glauco.

Coelho manifesta-se publicamente pedindo que a editora Planeta, que publica atualmente seus livros – a mesma que soltou Roberto Carlos em detalhes, recém-censurada em acordo na 20ª Vara Criminal da Barra Funda –, explicite qual é o "contexto desfavorável" que levou a empresa a acatar a exigência do biografado (o Rei, não o jogador, como obrigatoriamente observado antes no Futepoca).

O esclarecimento público solicitado por meio do jornalão paulista foi feito, segundo o autor, também diretamente à editora. E, a não ser por motivo de calúnia, Coelho diz considerar a decisão da Planeta perigosa para sua profissão.

Critica o Rei, de quem diz ser fã, por ignorar que sua vida pública não tem dono, na medida em que é alvo de críticas, fotos inconvenientes e jornalistas malas (redundância pleonástica?). Cita como exemplo de sua, digamos, tolerância, um trecho da análise Jerônimo Texeira da revista Veja, de seu livro A Bruxa de Portobello. O trecho destacado, atribuído a "um jornalista da mais importante revista brasileira", considera o escritor nocivo a ponto de ser imperdoável apesar do sucesso. Houve quem dizesse que a crítica tinha fundo político, pela proximidade do escritor com o ex-ministro-todo-poderoso e atual blogueiro José Dirceu. Pessoalmente, minha oposição a Veja não é tão forte.

Planeta
O recuo na biografia não-autorizada de Roberto Carlos ocorre praticamente um ano e dois meses depois de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a favor da mesma Planeta, envolvendo Na toca dos leões, de Fernando Morais. O autor best seller de biografias e livros-reportagem conta, na obra, a trajetória da agência de publicidade W/Brasil, incluindo um episódio em que o candidato à Presidência em 1989 Antonio Caiado – então o mais jovem na disputa – teria externado uma de suas "propostas" para resolver o problema do Brasil. A reunião tinha como motivação o interesse do ruralista, até hoje no Congresso, de contar com os préstimos dos marqueteiros. Caiado acusava o autor e a editora de pôr em sua boca idéias de extermínio de nordestinos. O STF arquivou o pedido, por considerar que, apesar de não haver provas de que o candidato teria dito, a idéia de extermínio de nordestinos não estava colocada no trecho.

No processo relatado por Eros Grau, o trecho problemático estava na página 301:

– Só não dá para fazer para o Ronaldo Caiado, porque a vulcabrás não fabrica botinas. Era uma provocação ao candidato do PSD, também presidente da UDR - União Democrata Ruralista, organização que arregimentava fazendeiros de todo o Brasil contra defensores da reforma agrária.
Se a W/Brasil não se interessava por Caiado, no entanto, a recíproca não era verdadeira. Logo depois de Maluf, foi ele quem apareceu na agência em busca de ajuda. Chegou acompanhado de uma dúzia de agroboys, como eram chamados seus seguidores, e foi recebido por Gabriel
(Zellmeister) e Washington (Olivetto). Mas a conversa durou pouco, segundo Gabriel:
– O cara era muito louco. Contou que era médico e tinha a solução para o maior problema do país, "a superpopulação dos estratos sociais inferiores, os nordestinos".
Segundo seu plano, esse problema desapareceria com a adição à água potável de um remédio que esterelizava as mulheres. Fiuuu! O papo acabou aí.
Isso tem alguma coisa de "contexto desfavorável"?

Que golaço do Kléber!

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Por ter sido obrigado a correr para Santo Amaro no horário de rush, não pude assistir ao jogo entre Santos e Caracas no atípico horário já discutido no Futepoca. Vi os melhores momentos da primeira partida das oitavas-de-final da Libertadores no intervalo da transmissão do jogo entre Grêmio e São Paulo, que acontece neste momento em que escrevo.

Só parei para elogiar o golaço marcado pelo lateral-esquerdo do Santos, o segundo do time visitante. Os melhores momentos (este link abriu num programa externo ao navegador; não sei que bicho dá) estão no GloboEsporte. Aos 19 minutos, na cobrança de falta no lado esquerdo do ataque do time da Baixada, a defesa do Caracas tentou afastar no que seria chamado de "balão de beque fazenda" lá de onde eu venho. Apesar da quadratura da sobra, Kléber dominou no peito em dois tempos – nunca vi isso. Amansou a redonda, limpou o zagueiro e colocou, com direito a curva, no ângulo direito do arqueiro Toyo.

Sobre o jogo, no mesmo GloboEsporte há dois títulos, um na página inicial e outro na matéria. "Santos cede empate em Caracas" é a terceira chamada do site. Já a reportagem sobre o jogo trazia: "Peixe conquista empate suado em Caracas". Pequena a diferença, né? Pelos melhores momentos, o Santos sobrou em campo até sair na frente. Foi dando espaço até que Dionísio foi expulso aos 9 da segunda etapa. Na falta em que o lateral-direito levou o segundo amarelo, saiu o primeiro gol dos venezuelanos. O Peixe voltaria à dianteira no marcador, mas cedeu o empate. Não sem contar com belas defesas de Fábio Costa. Aliás, Dionísio entrou em campo aos 39 do primeiro tempo, no lugar de Dênis, contundido, assim como Antônio Carlos. Ambos os machucados devem desfalcar o Peixe na decisão do Paulista.

Quem assistiu pode dizer qual das manchetes do Globo Esporte tem razão.

Milan x Liverpool, de novo

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Ficou decidido hoje o confronto final da Copa dos Campeões da Europa. Milan e Liverpool se enfrentarão novamente, desta vez em Atenas, no dia 23 de maio. Os times se enfrentaram na final de 2005, com vitória dos Vermelhos nos pênaltis, em uma das maiores amareladas do futebol mundial.
Desta vez, o Liverpool passou pelo Chelsea nos pênaltis, em mais uma reedição do campeonato de 2005. Naquele ano, as equipes se encontraram nas semi-finais. O resultado foi o mesmo. No primeiro confronto deu Chelsea, no segundo deu Liverpool, ambos por 1 x 0. Nos pênaltis, 4 x 1 para o time da terra dos Beatles.
Já o Milan despachou o favoritíssimo Manchester United, do craque sensação Cristiano Ronaldo. No primeiro jogo - um jogão, não devidamente postado aqui por conta da movimentação para nosso milésimo post - deu 3 x 2 para os ingleses. Na volta, o Milan atropelou por 3 x 0, fora o baile. É verdade que não vi o jogo com atenção, mas no pouco tempo que assisti o Manchester não chegou perto da área do Milan.
E agora? O Milan vai querer se vingar pela vexaminosa derrota de 2005. Já o Liverpool se vale do retrospecto: chega à sétima decisão da Champions League, buscando o sexto título. Quem vence?

Branco e preto na final da Copa do Brasil

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Como o blogue anda se des(ops) viando em discussões homofóbicas, cá vai uma constatação boba sobre futebol, aquilo que junto com a política e a cachaça (e outros alcóois) faz parte de sua essência.

Pelos emparceiramentos da Copa do Brasil há 75% de chances de que um time alvinegro chegue à final. É simples a conta. Dos oito classificados, três são branco-pretenses: Galo, Bota e Figueirense. E todos estão do mesmo lado da chave. A única exceção entre os quatro é o Náutico, alvi-rubro. Por modéstia não vou dizer que a chance é de 100%, já que o futebol é uma "caixinha de surpresas (rarará). Mas poderia ser, matematicamente, se o Curinthia não tivesse dado vexame na estréia de Carpegiani.

Outra constatação que não serve para nada. Do outro lado entre os quatro não há nenhum alvinegro.

Desculpem falar de Copa do Brasil, assunto que não interessa aos outros futepoquenses, já que alguns não estão nem aí porque não participaram e outros querem esquecer porque seus times foram desclassificados vergonhosamente por Ipatinga e Náutico.

Mas que Caracas!

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O Santos enfrenta o Caracas da Venezuela numa situação estranha, nesta quarta-feira, às 17h15 de Brasília (16h15 no horário local). O estádio Olímpico de Caracas passa por uma série de reformas necessárias à realização da Copa América em junho, e as obras em andamento incluem as das cabines de imprensa e arquibancadas inacabadas.

O mais curioso: o estádio está sem eneregia elétrica. Por isso, a Conmebol marcou o jogo para um horário em que ainda há luz natural. É impressionante.

Quanto ao adversário em si, o Caracas está meio cabisbaixo, já que perdeu o Torneio Clausura para o Unión Atlético Maracaibo. “Ter perdido o Clausura depois de estar tão perto é um golpe muito forte”, disse o técnico Noel "Chita" Sanvicente, segundo o jornal El Universal, o maior da Venezuela. “Os jogadores vão ter que trabalhar muito o psicológico”, emendou.

O jornal faz sua avaliação do Santos que pega o Caracas hoje: “Um balanço de 18 gols a favor e apenas um contra não deixa dúvidas. É uma equipe brasileira com tudo que isso implica”, conclui o periódico.

Som na caixa, manguaça! (Volume 13)

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Bar da Noite

Alcione
Composição: Haroldo Barbosa/ Bidu Reis

Garçom, apague essa luz
Que eu quero ficar sozinha
Garçom, me deixe comigo
Que a mágoa que eu tenho é minha

Quantos estão pela mesa bebendo
Tristeza querendo ocultar
O que se afoga no copo
Renasce na alma, desponta no olhar

Garçom, se o telefone bater
E se for pra mim
Garçom, repita pra ele
Que eu sou mais feliz assim

Você sabe bem que é mentira
Mentira noturna de bar
Bar, tristonho sindicato
De sócios da mesma dor
Bar, que é refúgio barato
Dos fracassados do amor

(Do CD "Alcione ao vivo - Nos bares da vida", Universal Music, 2001)