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terça-feira, outubro 28, 2008

No butiquim da Política - A eleição na capital

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CLÓVIS MESSIAS*

Todo mundo sabe que os candidatos Geraldo Alckmin, do PSDB, e Marta Suplicy, do PT (fotos à direita), foram os grandes derrotados nas eleições municipais de São Paulo. E essa também é a avaliação da maioria dos deputados e assessores aqui no Palácio 9 de Julho. Segundo se afirma, o remédio principal para os dois será o tempo. As projeções de um mês atrás não servem para mais nada, devido os resultados atuais. Aqui no buteco especulam-se nomes para as futuras eleições majoritárias. Os partidos não rejuvenesceram, não apareceram novos líderes. As agremiações, em nome dos debates internos, sufocam novidades administrativas. Os militantes votam em cima do convencionalismo partidário e, conseqüentemente, o novo desaparece. Nesse momento, as conversas vão do céu ao inferno num estalar de dedos.

Amuados, os perdedores estão retornando com a impressão de que a Assembléia Legislativa não os projeta, não lhes dá destaque. Mas os culpados são eles mesmos, já que não sabem politizar os debates sócio-econômicos (afinal, o poder se destaca através dos seus membros). A verdade é que as convenções partidárias, com ou sem acordos, deixaram hematomas que não desaparecerão tão cedo. Dessa vez, a omissão das direções partidárias não foi o senhor da sabedoria. No PSDB, como se nada estivesse acontecendo, Aloysio Nunes Ferreira, chefe da Casa Civil do governador José Serra, continua acertando os ponteiros com o PTB, PV, PR e PMDB. Ninguém faz contraponto, mas o partido está em notória ebulição.

Do outro lado, com sua forma descontraída de participar da eleição, votando em Luiz Marinho (foto à esquerda) para prefeito de São Bernardo do Campo, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, projetou um novo líder petista estadual. Agora, com quase todos os nomes desgastados no PT, Marinho surge como um nome forte para futuras eleições. Numa das mesas alguém comenta que ele é um sindicalista vencedor. Como líder metalúrgico, por hábito, ouve bastante antes de tomar atitudes. Está na hora do partido voltar às origens, mas com novas lideranças. Na capital, o PT perdeu nas zonas Leste e Sul da capital e também nos bolsões da classe média. As propostas, aqui no buteco, são de reestruturação total. Lógico, isso é um pouco de exagero. Mas o novo é a construção.

Já os DEMocratas, vencedores na capital com Gilberto Kassab, não se abalam. Continuam compondo chapas. Estão contentes aqui no Legislativo de São Paulo.


*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.

6 comentários:

Glauco disse...

Alckmin e Marta são nomes quase naturais para a disputa estadual, embora tenham tido derrotas marcantes. o Aloysio vai ter que convencer é o PSDB e não partido aliados, esses vêm comer na mão facinho depois.

Quanto ao Marinho, melhor esperar o desempenho dele na prefeitura de São Bernardo, que não deve decepcionar. Pra 2010, está muito cedo...

Olavo Soares disse...

Caso o Aécio seja o nome tucano para o Planalto, o governo do estado fica mesmo na mão do Burns, certo?

Então o PT pode lançar algum boi de piranha. Talvez até mesmo o Marinho, para que ele seja mais conhecido em São Paulo e volte em 2014 com tudo.

Nicolau disse...

A parte as candidaturas para 2010, a questão da renovação partidária é importantíssima. O processo é muito lento. No caso do PT paulista a coisa é ainda mais grave, por conta dos escândalos que queimaram o filme de boa parte das lideranças tradicionais e memso de algumas ascendentes (como o ex-deputado Prof. Luizinho, que não conseguiu se eleger vereador em Santo André...).

Jogo Aberto disse...

marta perder pro gilberto com mais de 3 milhoes de votos, 60%.

Anselmo disse...

o que o DEM encolheu nessa eleição foi uma grandeza. Junto com o PPS foram os partidos que mais perderam em número absoluto e proporcional respectivamente.

Mas a maior cidade do país tem peso mesmo.

Concordo com a reestruturação total. mas tenho dúvidas se Marinho é uma liderança tão nova assim... pelo que sei, é um negociador nato, daqueles que amarra em acordos até três gerações futuras. Vamos ver como se sai na prefeitura de SBC. Mas acho um erro ele pensar em sair com menos de dois anos de mandato depois de tanto tempo sem o PT conseguir ganhar por lá.

Saulo disse...

Eu me surpreendi com a derrota do Geraldo Alckmin. Não esperava.