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quarta-feira, março 06, 2013

Hugo Chávez, Eduardo Galeano e o pobre que deixou de ser invisível

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Quando o primeiro Fórum Social Mundial, grande encontro de movimentos sociais e das esquerdas em geral de todo o mundo, aconteceu em 2001, o que prevalecia era o neoliberalismo e o pensamento único personificado pelo pensamento de Francis Fukuyama, filósofo e economista quem em 1992 publicou o livro O fim da história e o último homem, decretando a vitória do neoliberalismo e o triunfo do capital e da tese do Estado mínimo.

Tempos difíceis, nos quais esquerdistas eram chamados de “jurássicos” pelo presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso. Menem era o mandatário da Argentina; Fujimori, o do Peru. Todos, mais tarde, julgados e condenados, pela Justiça ou pelo povo de seus países. Apenas na Venezuela um chefe de Estado destoava do resto do continente.

Foto via Twitter da Cynara Menezes
Essa introdução é só para lembrar que as coisas precisam ser avaliadas em seu contexto. Aquele era um país que até então tinha vivido sob governos que se serviam da receita do petróleo para concentrar a renda, mas passava àquela altura a ter outra direção. Hugo Chávez, eleito em 1998 e reeleito três vezes, conseguiu dados sociais expressivos. No período de seus governos, o desemprego caiu de 14,9% para 5,9%, e o índice Gini, que mede a desigualdade social, em 1999 era de 0,46 e em 2012 chegou a 0,39. Conseguiu também praticamente erradicar o analfabetismo, de acordo com a Unesco. Mesmo o candidato da oposição em 2012, Henrique Caprilles, falou durante a campanha em manter as conquistas sociais da Era Chávez. Nada pode ser mais sintomático do legado chavista, ainda mais vindo de uma oposição que várias vezes bateu abaixo da cintura do ex-presidente.

Como em 2002, quando parte do empresariado, da classe política, e, principalmente, da mídia venezuelana derrubaram Chávez por dois dias. Mas ele retornou apoiado por parte da população, a mais pobre, que não admitiu abrir mão dos avanços que havia obtido. Aqui no Brasil, vi um jornalista “democrata” na televisão saudando o “golpe cívico”, expressão usada para dizer que aquilo não era bem um golpe, quase uma revolução branca, do tipo burguesa, sabe? Nada surpreendente tratando-se de um ex-membro do Comando de Caça aos Comunistas. Mas estávamos no século 21...

Fora os avanços em áreas sociais, o governo venezuelano também estimulou a participação popular por meio de referendos e plebiscitos. O próprio presidente submeteu seu mandato à avaliação popular e chegou a perder duas votações, algo incomum para um “ditador” como costuma(va)m chamá-lo alguns dos próceres da imprensa brasileira.

E, voltando ao início, impossível não enxergar a marca de Hugo Chávez na eleição de todos aqueles presidentes de centro-esquerda e de esquerda que vieram na América Latina depois dele, evidente principalmente em figuras como Rafael Corrêa e Evo Morales. Mas ninguém pode definir melhor Chávez do que Eduardo Galeano, no vídeo abaixo (provavelmente de 2004/2005 e que chegou por meio do Twitter do Lino Bocchinni), Confira a transcrição/tradução (mais ou menos livre) em que o autor de As Veias Abertas da América Latina explica Chávez.


O caso mais escandaloso de manipulação da opinião pública mundial é o caso da Venezuela. No grande teatro do bem e do mal há distribuição de funções entre anjos e de demônios e Hugo Chávez é um dos principais demônios. É um ditador, do ponto de vista da fábrica da opinião pública mundial. Um estranho ditador, ganhou cinco eleições em oito anos, e agora, recentemente, em um referendo, foi o primeiro presidente da história da humanidade que pôs o seu cargo à disposição do povo. E ganhou de 6 a 4, 60% a 40%, e em uma eleição que assisti como observador e posso dar o testemunho de que foram eleições transparentes, nas quais pela primeira vez se evitou que os mortos votassem. Eles que na Venezuela tinham o mau hábito de votar. E também se evitou que a mesma pessoa votasse várias vezes... Por Mal de Parkinson, muitos colocavam os mesmos votos na urna...

A Venezuela é um país estranho em que ocorre isso e que, ao mesmo tempo, se assistem denúncias sobre falta de liberdade de expressão. Vejo a televisão, há um senhor que diz que não há liberdade de expressão; ligo o rádio e uma voz clama “aqui não há liberdade de expressão”; abro o jornal e há um título enorme que diz que na Venezuela não há liberdade de expressão.

Um só meio de comunicação foi fechado na Venezuela nos últimos cinco anos, o canal 8 de televisão, mas não foi fechado por Chávez, e sim por esses democratas que tomaram o poder por 48 horas e nessas 48 horas fecharam tudo, a Assembleia Nacional, a Constituição... Estranha ditadura e estranhos democratas.

Acredito que há aí um divórcio exemplar entre a “realidade real” e a realidade virtual que os meios mostram como a única possível. E qual a explicação? Na Venezuela, havia cinco milhões de pessoas sem direitos civis, porque não tinham documentos e os filhos não podiam ir à escola porque não tinham certidão de nascimento. Porque em pleno paraíso petroleiro, no que se chama a Venezuela saudita, havia um milhão e meio de analfabetos que agora estão se alfabetizando e isso explica a fúria dos grandes meios chamados de comunicação, que não nos comunicam. E também explica o resultado desta eleição e das anteriores porque há um povo que resume sua atitude perfeitamente por meio de uma frase de um venezuelano pobre que foi entrevistado recentemente, que é mais expressiva que qualquer discurso: “Eu não quero que Chávez saia, porque não quero voltar a ser invisível”.

quarta-feira, janeiro 02, 2013

Obama e Chávez são os líderes mundiais mais seguidos no Twitter. Dilma é a 6ª

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Desde 2009 o Digital Policy Council's divulga um relatório anual que analisa como líderes mundiais e instituições governamentais utilizam o Twitter e de que forma seus governos se comunicam por esse meio com seus cidadãos. E o relatório referente ao ano de 2012 mostra que 123 mandatários de 164 países possuem contas no microblogue, um avanço considerável de 78% em relação a 2011, quando somente 69 deles tinham um perfil.

Obama e Chávez: os líderes mais seguidos no Twitter
No Top 10 dos líderes mundiais mais seguidos, há dois novos integrantes. O quinto mais popular, o presidente russo Dmitry Medvedev mantém duas contas, uma na qual fala em seu próprio idioma e outra, que conta com muito mais seguidores, na qual se expressa em inglês, tendência observada também por outros líderes como os primeiros-ministros do Japão, Tailândia e Cazaquistão.

O outro novato da lista é o presidente colombiano Juan Manuel Santos, oitavo colocado. Aliás, dos dez, metade dos líderes é da América Latina: Hugo Chávez, o segundo na lista; Dilma Roussef, sexta colocada, Cristina Kirchner, sétima, e o presidente do México, Enrique Peña Nieto. Obama, o mais seguido, conseguiu 15 dos 24 milhões de seguidores que tinha ao fim de 2012 justamente no ano passado, em que conseguiu sua reeleição. O tuíte no qual celebrou sua vitória, com os dizeres “Four more years” e uma foto sua com a primeira-dama Michelle Obama foi o mais retuitado na ainda curta história do microblogue.

Algo que diferencia os perfis é o uso que cada líder dá a ele. Enquanto Obama, na campanha de 2012, misturou mensagens pessoais com outras postadas por sua assessoria (ambas identificadas), potencializando o uso do Twitter como fator mobilizador, o último tuíte da presidenta Dilma Rousseff data de 13 de dezembro de 2010.

Rania Al Abdullah, rainha da Jordânia
Confira abaixo a lista dos dez líderes mais seguidos:


1 – Barack Obama – EUA (desde 5/3/2007) – 24.611.982

2 – Hugo Chávez – Venezuela (desde 28/4/2010) – 3.802.177

3 – Abdullah Gul – Turquia (desde 9/12/2009) – 2.576.101

4 – Rania Al Abdullah – Jordânia (desde 29/4/2009) – 2.459.935

5 – Dmitry Medvedev – Rússia (desde 9/6/2010) – 2.070.287

6 – Dilma Roussef – Brasil (desde 10/4/2010) – 1.752.669

7 – Cristina Kirchner – Argentina (desde 30/4/2010) – 1.461.245

8 – Juan Manuel Santos – Colômbia (desde 11/8/2009) – 1.455.179

9 – Enrique Peña Nieto – México (desde 29/3/2007) – 1.361.667

10 - Mohammed bin Rashid Al Maktoum – Emirados Árabes Unidos /Dubai (desde 3/6/2009) – 1.342.864

domingo, fevereiro 13, 2011

Revista da Editora Abril chama Chico Buarque de 'moleque' por defender Lula, Dilma, Chávez e Fidel

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Depois do despropósito de enfiar uma foto de José Serra no encarte de um CD de Chico Buarque, a Editora Abril volta a fustigar o artista carioca. Chico está na capa da edição de fevereiro da revista "Alfa Homem" (à direita), o que me convenceu a comprá-la. O mote da reportagem, que visitou o entrevistado em seu apartamento no Leblon, no Rio de Janeiro, é a sua volta à música: ele deve entrar em estúdio até abril, para gravar um novo álbum, depois do jejum imposto pela produção do (muito premiado) livro "Leite derramado". Até aí, tudo bem. A materinha conta trivialidades curiosas, como o fato de hoje Chico só beber moderadamente, com uma tacinha de vinho ou de grappa (cachaça italiana) após o jantar, depois de livrar-se do consumo forte de álcool nos anos 1980, ao ingerir ervas amazônicas do "bruxo" Lourival; e também sua paixão pelo futebol, que o levou, certa vez, a identificar-se como "um famoso jogador" no aeroporto de Paris. "E aquela caixa de violão na esteira?", perguntou, cético, o funcionário. "É o disfarce para as minhas chuteiras", respondeu o artista.

Porém, o texto de Regina Zappa guarda um certo tom de "desagravo", uma linha condutora que leva a crer que a reportagem louva Chico Buarque "apesar de alguma coisa". E essa "alguma coisa", lógico, é sua posição política. Chico se engajou publicamente na campanha de Dilma Rousseff, em 2010 (contra José Serra, o candidato da família Civita, proprietária da Editora Abril). E nunca deixou de defender Fidel Castro e as transformações em Cuba ou mesmo Hugo Chávez e os avanços sociais na Venezuela. Isso, para a revista Alfa Homem, é pecado. "(Chico) É amado, respeitado, invejado, celebrado - e odiado, muitas vezes por causa de suas posições políticas de esquerda", opina o texto de Regina Zappa. "Deixou claro, várias vezes, seu apreço a Lula e apoiou Dilma Rousseff durante a campanha. 'Dilma é uma mulher corajosa', declarou no programa eleitoral. Para o bem ou para o mal, nunca causou surpresa nessa área. Chico sempre foi de esquerda", prossegue a matéria.

Mas o acusatório "para o bem ou para o mal" não foi suficiente. Os editores resolveram agregar um "desagravo" ainda mais contundente para o "hediondo defeito" de Chico Buarque. Escalaram um tal de Caco de Paula para escrever um breve - e inacreditável - textinho para ser agregado à reportagem, sob o singelo título de "Não chute o poeta". Diz um trecho (o grifo é nosso): "Sua obra tem grande importância, independentemente de suas opiniões favoráveis aos dinossauros de Cuba e da Venezuela. Por crença pessoal, estilo, molecagem, necessidade de seguir contra a corrente, ou tudo isso junto, Chico se mantém fiel ao ideário romântico e utópico que em alguma esquina da história acabou fulanizado nas imagens patéticas de Fidel e Chávez". E mais: "Chico tem o direito de expressar sua opinião sobre os 'comandantes' e pode perfeitamente ser criticado por quem os considera, estes sim, os verdadeiramente imperdoáveis" - como se Chico precisasse ser "perdoado"...

Tá, eu também tô careca de saber a posição política da Editora Abril e de suas publicações, de seu conservadorismo, fascismo ou o que seja. Basta dar uma olhada nas capas da Veja, não precisa nem abrir para ler. Mas dessa vez eles estão usando (repito: usando) alguém que não compartilha de suas opiniões, mas que é simplesmente Chico Buarque, para dizer que "sim, ele é legal, mas não devemos odiá-lo por apoiar essa corja esquerdista; você deve considerá-lo apenas um genial artista, mas, em política, é uma besta". E, para fazer essa patifaria, eles vão até a casa do cidadão, partilham de sua privacidade e boa vontade, colocam sua cara na capa para vender mais revistas e, depois disso tudo, enxertam um textinho classificando de "molecagem" sua militância e postura política. Quando a gente acha que já viu de tudo, eles conseguem se superar. Ô, racinha, essa tucanada "iluminada"...

sexta-feira, abril 30, 2010

Ao distribuir camisas do Brasil, Lula escala seleção de presidentes

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O presidente da venezuela Hugo Chávez foi agraciado, em visita ao Brasil na quarta-feira, 28, com uma camisa da seleção brasileira. Com a camisa 6, o mandatário venezuelano foi escalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na lateral-esquerda.

O criador do PSUV, no poder há 11 anos, foi apenas o mais recente dos presenteados com o brinde. É só vir um presidente visitar o Brasil ou uma comitiva do Executivo nacional chegar a uma nação amiga que o protocolo do Itamaraty não hesita. Saca uma camisa da seleção brasileira e inclue o mimo, qual espelhinho para índio, ao interlocutor.

Foto: Ricardo Stuckert/Pr

A estratégia vem se intensificando e há quase uma seleção escalada com chefes-de-Estado e personalidades internacionais. Para alguns, o uniforme vem autografado pelos 22 preferidos pelo encarregado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Outros tem até nome atrás. Em um terceiro grupo, estão os sem número. Isso sem falar nos que tentam mas não conseguem a vaga.

No time, jogam ocidentais e orientais – médios ou extremos. Com ajuda dos jornalistas Vitor Nuzzi, Jéssica Santos Souza e do sistema de busca das fotos oficiais do presidente, o Futepoca apresenta a escalação do time se Lula fosse Dunga.

A 41 dias do início da Copa, o xará de anão tem dúvidas em duas ou três dúvidas na convocação. Lula também mantém algumas posições vagas. Vai ver é para manter poder de barganha nas relações bilaterais.


O escrete

Lula pega no gol, porque se ele não distribuiu a 1 de Júlio César a ninguém é para guardar a posição. A maior prova disso foi a entrega em reunião do G-5, entre Brasil, China, Índia, África do Sul e México. O mandatário canarinho parecia mesmo técnico entregando colete em treino coletivo.

Foto: Ricardo Stuckert/Pr


Dai Bingguo, representante do presidente chinês Hu Jintao, ficou com a 2 na ocasião. Na posição de Lúcio, capitão do selecionado de Dunga, endereçou-se a Manmohan Singh, primeiro-ministro da Índia, com a 3. A 4 ficou com o sul-africano Jacob Zuma, enquanto a 5 foi para Felipe Calderón.

Mas nem todos desses têm vida fácil no time de Lula. A lateral-direita tem outros dois candidatos. Nicolas Sarkozy, da França, e Hosni Mubarack, presidente do Egito, também tinham, nas costas, o número disputado entre Maicon e Daniel Alves.

Foto: Ricardo Stuckert/Pr
Quase tão grave fica a situação para o mexicano. Ninguém menos do que Barack Obama, dos Estados Unidos, também tem a 5 na galeria de presentinhos da Casa Branca. Ele não é o cara da seleção de Lula, mas que se segure o Calderón!


Foto: Ricardo Stuckert/Pr
Só sem saber quem é o Gilberto Silva para mostrar
esse sorriso todo ao receber a 5

Foto: Ricardo Stuckert/Pr

Aliás, quem viu coerência em alocar Chávez na lateral-esquerda, por suas posições anti-imperialistas, pode tirar o cavalinho da chuva. A cara de poucos amigos do conservador presidente italiano Silvio Berlusconi é um sinal de que ele também vem para brigar pela meia dúzia.

A 10 é a mais disputada. Michael Sleiman, do Líbano, Jan Peter Balkenende, primeiro-ministro da Holanda, tiveram esse deleite. Até o cantor Bono Vox, votalista do U2, também recebeu a sua. A camisa que já foi de Pelé só é concedida com o nome do presenteado estampado.

A vantagem fica para Balkenende, que retribuiu uma 10 da Holanda com o nome de Lula nas costas. Se politicagem influenciar o brasileiro, a escalação na meia-esquerda da Laranja Mecânica pode ajudar. Bono Vox não entra, porque a seleção é só de chefes-de-estado.

Foto: Ricardo Stuckert/Pr
Lula ou Van Lulen?

O iraniano Mahmoud Ahmadinejad também tem a sua, mas o número não é conhecido. Quando Miguel Jorge, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, foi visitar a nação persa, apenas um fotógrafo compareceu ao troca-troca de agrados. A equipe do Desenvolvimento não pode ser muito retranqueira, mas nunca se sabe quando se trata de alguém que, por mais que se contraponha aos Estados Unidos e a Israel, representa um governo que é fundamentalista religioso.

Na de Nursultan Nazarbayev, presidente do Cazaquistão, também não tinha número. É o segundo polivalente dessa equipe.

Gordon Brown, premiê britânico, bem que tentou. Entregou a 7 de Beckham a Lula, mas não recebeu o troco. Cortado. Pior ainda para o candidato independente à Presidência do Chile, Marco-Enríquez Ominam, que além de não ter sido eleito, tampouco recebeu o manto auriverde.

Falando em quem não está lá, na seleção brasileira de presidentes falta ataque. A 7, 8 a 9, a 11 não foram distribuídas. Talvez seja uma uma questão de contenção de gastos.

Mas se for um 4-4-2, poderia ser escalado assim:

1- Lula

2- Hu Jintao/China (Nicolas Sarkozy/França; Hosni Mubarack/Egito)
3- Manmohan Singh/Índia
4- Jacob Zuma/África do Sul
6- Silvio Berlusconi/Itália (Hugo Chávez/Venezuela)

5- Felipe Calderón/México (Barack Obama/Estados Unidos)
7- Nursultan Nazarbayev/Cazaquistão
8- Mahmoud Ahmadinejad/Iraniano
10- Jan Peter Balkenende/Holanda (Michael Sleiman/Líbano)


9- ???
11- ???

Mesmo improvisando os sem-número no time, falta gente para o ataque. De duas, uma. Vai ver Lula montou um time mais retranqueiro do que o Henrique Meirelles no Banco Central.

Ajude o Lula nessa escalação.

terça-feira, março 03, 2009

Líbia terá o "Hugochavão"

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Deu no Yahoo Esportes: a cidade de Benghazi, na Líbia, o país da bandeira mais criativa do mundo (confira aqui), dará o nome de Hugo Chávez ao seu novo estádio.

O ditador Muammar Kadafi homenageará seu quase-colega por causa das "valentes posturas humanas, especialmente em apoio e solidariedade com a população de Gaza na recente agressão israelense" do venezuelano, segundo a explicação oficial.

É inusitado ver um presidente vivo da Venezuela, um país sul-americano, ser homenageado na distante África. Será que faltam heróis líbios que mereceriam a honraria?

Os detalhes do estádio ainda não estão definidos, mas tudo indica que Chávez dará seu nome a um bom recinto. Benghazi é uma das principais cidades da Líbia, sendo sede de seu maior porto. E é uma cidade moderna e bonita, como se pode ver na foto.

Teremos Líbia x Venezuela na inauguração do Hugochavão? Tem tudo pra ser um jogaço.

domingo, fevereiro 22, 2009

O carnaval engajado

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“E um dia afinal/tinham direito a uma alegria fugaz/uma ofegante epidemia/que se chamava carnaval”. Era assim que Chico Buarque, em um quase samba-enredo, fazia o epitáfio da ditadura militar brasileira na épica “Vai Passar”. Não foi o primeiro e nem será o último a misturar a temática do carnaval com política. Aliás, a música foi utiilizada também para a derrotada campanha de FHC à prefeitura de São Paulo em 1985. O contexto da democratização facilitou a vida do então peemedebista, mas parece que Chico Buarque não se orgulha muito do fato não...

Curiosamente, no Brasil, em geral quem é muito afeito ao debate político costuma rejeitar as folias momescas, preferindo o descanso ou o refúgio daquilo que alguns chamam de apologia da alienação, festa comercial, exaltação de narcotraficantes, coisificação da mulher e várias outras críticas das bem pertinentes, aliás. Mas há muitos exemplos de associação de um dos temas-chaves desse blogue com os festejos celebrizados no Brasil.  

Se o evento midiático mais forte do carnaval é o desfile das esolas de samba do Rio de Janeiro, lá também surgiram alguns sambas-enredo bem-feitos e "engajados". A Caprichosos de Pilares se notabilizou na arte de trabalhar temas algo espinhosos com muito bom humor e seu apogue aconteceu no ano de 1985 (vídeo abaixo). Pedindo eleições diretas, o samba lembrava o passado sem inflação e pedia "Quero votar!". "Diretamente, o povo escolhia o presidente/Se comia mais feijão/Vovó botava a poupança no colchão/Hoje está tudo mudado/Tem muita gente no lugar errado".



A lembrança de outros tempos promovida pela letra também tinha uma auto-crítica, sobre a mudança de estilo dos desfiles de então e evocando a saudação aos sambistas antigos, culminando em um dos refrões mais célebres da história do carnaval. "Onde andam vocês, ô ô ô/Antigos carnavais?/Os sambistas imortais/Bordados de poesia/Velhos tempos que não voltam mais/E no progresso da folia.../Tem bumbum de fora pra chuchu/Qualquer dia é todo mundo nu...".

Sambas reflexivos e excelentes também foram a tônica de 1988, centenário da abolição da escravatura. Se a Vila Isabel venceu o carnaval homenageando Zumbi, figura à época ainda negligenciada por boa parte dos historiadores e ignorada nos livros de escola, certamente o samba mais cantado foi entoado por Jamelão, na Mangueira (vídeo abaixo). A letra questionava as condições do negro depois da abolição:"Será/Que já raiou a liberdade/Ou se foi tudo ilusão/Será/ que a Lei Áurea tão sonhada/Há tanto tempo assinada/Não foi o fim da escravidão". O refrão é, sem dúvida, um dos mais significativos da história da Sapucaí. "Pergunte ao Criador/Pergunte ao Criador/ quem pintou essa aquarela/Livre do açoite da senzala/Preso na miséria da favela". Virou até aula no exterior...



Ainda no Rio de Janeiro, também não dá pra esquecer o samba campeão da Vila Isabel em 2006, Soy loco por ti América - A Vila canta a latinidade. A polêmica surgiu por conta do patrocínio da PDVSA, estatal petrolífera venezuelana. Claro que a celeuma se deu por envolver Hugo Chávez, outros apoios financeiros comuns, como de prefeituras, governos de estado e até de ongs ambientalistas foram - e continuam sendo - solenemente ignorados e pouco discutidos pela mídia dita imparcial...

Mas o importante é que hoje carnaval e política se misturam à vontade sim. Sindicatos, como os bancários do Rio de Janeiro, que aproveitam a data para dar seu recado e defender o uso de preservativos, por exemplo. E serve até, quem diria, para explicar Karl Marx (vídeo abaixo). Portanto, não se envergonhe em curtir o samba nesse carnaval, ó, amante da política! Engajamento é que não vai faltar...

sábado, junho 07, 2008

Uma Venezuela em ascensão

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Claro que perder para a Venezuela no futebol, em se tratando de uma seleção pentacampeã como o Brasil, não deixa de ser vexatório. Mas o fato é que a equipe do país de Hugo Chávez vem mostrando uma evolução grande desde o final das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. Antes um mero saco de pancadas, agora os atletas locais começam a mostrar que a lanterna sul-americana é coisa do passado.

O esporte mais popular do planeta perde para o beisebol e o basquete no país, competindo com o ciclismo e o boxe na preferência dos venezuelanos, o que talvez explique o desempenho pífio da seleção ao longo da história. Até as eliminatórias para a Copa do Japão/Coréia do Sul, a equipe tinha vencido somente duas partidas na competição: contra a Bolívia em 1981 (1 a 0) e contra o Equador em 1993 (2 a 1). Em 1998, primeira edição disputada em pontos corridos, o time ficou em último, com três pontos, resultado repetido em todas as edições anteriores.

No entanto, nas cinco últimas rodadas da fase eliminatória para 2002, os venezuelanos ganharam quatro partidas, perdendo para o Brasil de Felipão na última rodada (não se esqueçam que muitos torcedores temeram a Venezuela antes do embate). Naquele torneio, a Venezuela protagonizou uma das maiores zebras das eliminatórias sul-americanas, vencendo o Uruguai por 2 a 0 em San Cristóbal. Depois, derrotou o Chile pelo mesmo placar, em Santiago; venceu o Peru em casa, por 3 a 0 e superou o Paraguai por 3 a 1. Em cada um desses jogos, a Venezuela conseguiu um resultado histórico.

Terminou pela primeira vez uma eliminatória fora da lanterna (que ficou com o Chile), obtendo 16 pontos e cinco vitórias (venceu também a Bolívia por 4 a 2). Já nas eliminatórias de 2006, conquistou cinco vitórias e três empates, com destaque para a partida contra a Colômbia, vencendo na casa do adversário, e um fantástico 3 a 0 contra o Uruguai em Montevidéu.

Depois de conseguir pela primeira vez passar para a segunda fase da Copa América, em 2007, nas atuais eliminatórias os venezuelanos já venceram o Equador, fora de casa, por 1 a 0, e superaram a Bolívia em um empolgante 5 a 3. Estão em quinto lugar, o que lhes daria o direito de disputar uma vaga para a Copa do Mundo contra uma equipe da Concacaf. Será que é dessa vez que a Venezuela irá para o Mundial?

*****

Não é só no futebol que a Venezuela tem surpreendido. No vôlei, pela primeira vez irão às Olimpíadas. Em dose dupla! O masculino, após a histórica vitória contra o Brasil de Bernardinho no Pan de 2003, venceu a Argentina na casa do rival para assegurar sua vaga. Já as meninas selaram sua classificação contra o Peru, uma das seleções mais tradicionais do continente.

*****

Não é possível mensurar ao certo se a evolução no futebol tem relação com os investimentos do governo de Hugo Chávez. Mas o fato é que tem sido feito um esforço para massificar a prática esportiva nas escolas e treinadores estrangeiros chegam para preparar atletas, como é o caso do brasileiro Ricardo Navajas, do vôlei. Para se ter uma idéia, em 2006, os investimentos na área foram de US$ 510 milhões, além de terem sido gastos US$ 700 milhões para financiar as obras da Copa América de 2007.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

A Venezuela de Raúl Isaías Baduel e Hugo Chávez

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Independentemente de se concordar ou não, com o todo ou as partes, o texto do Bob Fernandes Porque Chávez perdeu e Baduel ganhou, no Terra Magazine, merece ser lido.

sábado, junho 23, 2007

Ninguém na Copa América

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Seleção mista para a Copa América na Venezuela. Entre os 22 convocados por Bob Bradley, técnico dos Estados Unidos, há apenas nove atletas na disputa da Copa Ouro, o análogo promovido pela Concacaf na América do Norte e Central. Apenas sete atuam na Europa, o restante ganha a vida na Liga Americana de Futebol (MLS). A satisfação de desconhecer 100% dos nomes é sem igual (desafio?). Sorte da Argentina no Grupo C.

Enquanto isso, Hugo Sanchéz, o dono da caneta na seleção do México, não terá Pável Pardo, Ricardo Osorio e Carlos Salcido. Todos três pediram dispensa. Sorte do Brasil?

Dunga, como se sabe, não conta com Kaka, nem Ronaldinho Gaúcho. Não dá para dizer que é um mistão, mas os meias vinham sendo, com ou sem razão, os grandes nomes das convocações do capitão do tetra (que orgulho).

Tantos desfalques levantam a suspeita: tudo não passa de um boicote ao presidente venezuelando Hugo Chávez, por aquilo que ele representa para ele representa para o pimpolismo de esquerda no continente?

Nem tanto. Registre-se que o canal de TV educativo que ocupa a banda concessionada antes à RCTV, TVes, será o dono dos direitos de transmissão da Copa, como forma de garantir audiência ao evento esportivo mais importante sediado no país desde o Panamericano de 1983. Mas Chávez, que investiu US$ 1 bilhão no evento, promete se esconder. Embarca para a Rússia e o Irã na terça-feira, 26.

Até ele boicota?

Foto: AloPresidente.gob.ve

"¡Uh, ah, Chávez no se va!" Nem o presidente venezuelano
estará no país para assistir à competição de futebol. Se for por
radicalismo de preferência ao beisebol, pode haver uma
debandada definitiva do Futepoca para a oposição.

sexta-feira, junho 01, 2007

Imortalidade e imortalidade risível

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"O [presidente venezuelano, Hugo] Chávez tem que cuidar da Venezuela, eu tenho que cuidar do Brasil, o [presidente dos EUA, George] Bush tem que cuidar dos Estados Unidos e assim por diante."
A cada semana que passa, mais clara fica a diferença entre Lula e Chávez. O presidente brasileiro, um líder que tem noção do que é liderança, das responsabilidades que isso implica, da grandeza que exige. O venezuelano, um chefe de estado que até merece respeito, mas, como líder, um fanfarrão que pode estar cavando a própria sepultura sem saber, de tanta fanfarronice.
Isso me lembra A Imortalidade, de Milan Kundera: uns nascem para a imortalidade, outros para a imortalidade risível.
(a matéria da Agência Brasil que contém as aspas acima estão aqui).