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sexta-feira, março 12, 2010

PQFMTMNETA 10 - Furacão 2008 (2008)

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Breve introdução aos que não conhecem a série: PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Nesse espaço, mostraremos eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento.

Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim - Furacão 2008 (2008)
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No romântico e cada vez mais distante futebol do passado, obter feitos memoráveis não era algo tão difícil assim. Justamente pelo conceito de "memorável". Hoje, os times só querem saber de Libertadores e, se der tempo, um Campeonato Brasileiro; por isso algo anteriormente épico como títulos estaduais, por exemplo, nos dias de hoje acabam caindo em desprezo.

Por conta disso, não é raro vermos clubes de hoje igualando ou até mesmo superando feitos do passado. É só verem esse Santos de 2010, que atingiu a marca de 10 vitórias seguidas: se esse time não for campeão de tudo o que disputar esse ano, de que valerá a marca? Nada, rigorosamente nada!

E foi exatamente isso o que aconteceu com o Atlético-PR em 2008. O Campeonato Paranaense daquele ano começou e o Atlético derrotou, de maneira initerrupta, a Rio Branco, Real Brasil, Engenheiro Beltrão, Coritiba, Cascavel, Paraná, Portuguesa Londrinense, Adap e Londrina e, finalmente, em 16 de fevereiro, enfiou inapeláveis 8x1 no Iguaçu.

A goleada igualava uma marca histórica que o Atlético havia obtido em 1949 - e que foi o que rendeu o apelido de "Furacão" ao clube. Foi justamente essa sequência que fez com que o rubro-negro paranaense obtivesse o apelido que carrega até os dias atuais.

Veio então a rodada seguinte e a diretoria atleticana, conhecida pela sua tradição marketeira, criou uma baita festa. Convidou os jogadores de 1949 para o evento, e eles entraram em campo acompanhados dos de 2008. A bola rolou e o Atlético venceu mais uma vez: tá certo que foi um magro 1x0 sobre o Cianorte, mas foi o suficiente para que aquele time alcançasse a marca e entrasse pra história do rubro-negro.

Entrar pra história mesmo? Tem certeza? Não necessariamente! Justamente pelos fatores que elenquei no começo do post: depois do "feito", o Atlético-PR de 2008 acabou não fazendo nada de muito relevante ao longo de toda a temporada. Acabou a primeira fase do estadual na liderança, mas no fim das contas perdeu o título para o arqui-rival Coritiba; foi bizarramente eliminado da Copa do Brasil pelo Corinthians do Alagoas, em plena Arena da Baixada; ficou apenas em 13º lugar no Brasileiro, quatro posições abaixo do rival coxa-branca; e na Sul-Americana, não foi além da segunda-fase.

O técnico daquele time era Ney Franco, que hoje treina curiosamente o Coritiba. E os "craques" eram nomes como Pedro Oldoni, Irênio e Danilo, hoje zagueiro do Palmeiras. No elenco atual, apenas Claiton e Netinho fizeram parte daquele grupo que "fez história" - ainda que para derrubar mitos do passado, mas fez.

terça-feira, dezembro 22, 2009

PQFMTMNETA 9 - O dia em que um Preá virou herói (2008)

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PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Série que iniciei no Futepoca em novembro de 2008 e que, por esquecimento, permaneceu sem atualizações desde abril deste 2009 que está acabando. A ideia é Nesse espaço mostrare eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento. Agradeço sugestões!


PQFMTMNETA 9 - O dia em que um Preá virou herói (2008)

Palmeiras e Portuguesa se enfrentavam no Parque Antarctica pela 17ª rodada da primeira fase do Campeonato Paulista de 2008. Depois de uns tropeços iniciais (com direito a uma derrota por 3x0 para o Guaratinguetá), o Alviverde se aprumava e dava mostras de ser o melhor time da competição. O grupo comandado por Vanderlei Luxemburgo ostentava uma invencibilidade de oito jogos e uma sequência de cinco vitórias consecutivas - duas delas nos clássicos contra Corinthians e São Paulo.

A classificação para as semifinais parecia de certo modo garantida, mas não convinha vacilar.

Do outro lado, a Portuguesa fazia uma campanha intermediária mas ainda almejava a classificação para as semifinais. Vencendo no Parque Antarctica e triunfando também nas duas partidas que restavam - e com alguns tropeços dos concorrentes - a Lusa ainda poderia beliscar uma posição entre os quatro melhores do torneio.

Mas o jogo passou e o Palmeiras não conseguia furar o bloqueio luso. A Portuguesa atacava vez ou outra, mas o que mais se via no Palestra Itália era um Palmeiras que detinha a posse de bola mas que não transformava isso em chances claras de gol.

Até que aos 48 do segundo tempo a bola foi alçada na área lusitana. E, segundo aquele roteiro típico da dramaticidade que só o futebol pode proporcionar, pipocou por entre pés, mãos e cabeças até alcançar a chuteira de Jorge Preá, que a estufou para as redes.

Um gol histórico, emocionante, que marcou a campanha do Palmeiras naquele campeonato - que, como se sabe, culminaria no título paulista, obtido após uma fácil final contra a Ponte Preta e uma gaseificada semifinal contra o São Paulo.

Jorge Preá comemorou a conquista e colocou a faixa de campeão paulista no peito. Mas não teve vida longa no Parque Antarctica. Poucos meses depois de ser herói foi emprestado ao Atlético-PR, como contrapeso na transação que levou o zagueiro Danilo ao Verdão. Também não se destacou no Furacão, e pouco depois estava no Bragantino. Mais insucesso: sua passagem na terra da linguiça não foi das mais memoráveis, e a partir do Paulistão de 2010 Jorge Preá tentará a vida no Mogi Mirim, onde terá como companheiro o volante Baraka.

Seu retorno ao Parque Antarctica poderá acontecer logo na primeira rodada do Paulistão 2010 - Palmeiras x Mogi é um dos jogos que abre o certame. Resta saber como a torcida alviverde recepcionará Jorge Preá que, em 26 de março de 2010, foi o maior herói da história do Palmeiras, ao menos naquele dia.

sexta-feira, abril 24, 2009

PQFMTMNETA 8 - Botafogo, campeão estadual (2006)

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Breve introdução aos que não conhecem a série: PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Nesse espaço, mostraremos eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento.

PQFMTMNETA 8 - Botafogo, campeão estadual (2006)

A partir de domingo, Botafogo e Flamengo começam a decidir o Estadual do Rio. Será a terceira final seguida protagonizada pelos dois clubes. E a quarta em série que terá a participação do clube da estrela solitária.

Participando de finais desde 2006, em apenas uma ocasião o Botafogo foi o campeão estadual. Alguém saberia dizer quando, contra qual adversário, e quem era o técnico na conquista? As respostas são: no próprio ano de 2006, contra o surpreendente Madureira, e comandado por Carlos Roberto (foto).

O Cariocão de 2006 foi pródigo em zebras. O sistema de disputa daquele ano era similar ao de 2009 (e temporadas anteriores), com dois turnos, que eram decidos em semifinais e posteriores finais. Ou seja: a cada turno, quatro eram as equipes semifinalistas. E o inusitado é verificar que, de todos os times grandes, apenas o Botafogo disputou uma semifinal. E apenas a do primeiro turno (a famosa Taça Guanabara), quando venceu o América na decisão e se classificou para a finalíssima do estadual. Os outros times que jogaram aquela semifinal foram Americano e Cabofriense.

Na Taça Rio, os mesmos América, Americano e Cabofriense lutaram pelo título, acompanhados pelo Madureira, que foi quem se sagrou o campeão da etapa. O Botafogo, neste segundo turno, talvez tranquilizado por já estar garantido na decisão, fez campanha pífia, ficando na lanterna de sua chave, com apenas uma vitória em seis partidas.

Apesar de ter um retrospecto pior que o Madureira na somatória dos dois turnos, o Botafogo não teve dificuldades para vencer o Tricolor Suburbano na decisão. Ganhou os dois jogos (2x0 e 3x1) e assim conquistou o seu 18º título estadual, o último até a decisão que começará a ser jogada depois de amanhã. Azar de Odvan (ele mesmo) e Djair (ele mesmo), que jogaram aquela final do lado do Madureira.

O craque do Botafogo naquele título foi Dodô, que justificou na decisão sua fama de "artilheiro dos gols bonitos" (confira no vídeo abaixo). Além dele, fizeram parte da campanha outros célebres como Ruy (o popular "Cabeção"), Scheidt (de bom começo de carreira no Grêmio e passagem caótica pelo Corinthians), Lúcio Flávio, hoje no Santos, e Zé Roberto, que está no Flamengo que encarará o próprio Botafogo na final de 2009.




Quanto ao técnico Carlos Roberto, ele permaneceria no comando do Botafogo até a sétima rodada do Brasileiro daquele ano, sendo demitido por Cuca - que permaneceu no time por muito mais tempo, mas, diferentemente do antecessor, não ganhou nenhum título. E alguém sabe por onde anda Carlos Roberto hoje em dia? Admito que nunca mais ouvi falar...

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

PQFMTMNETA 7 - Ademar Braga, técnico corintiano (2006)

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Breve introdução aos que não conhecem a série: PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Nesse espaço, mostraremos eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento.


PQFMTMNETA 7 - Ademar Braga, técnico corintiano (2006)

A última participação do Corinthians em uma Libertadores está na mente de quase todos os aficcionados por futebol. Pudera: o desfecho da empreitada alvinegra foi inesquecível. A derrota, a eliminação e, principalmente, o quebra-quebra que se viu no Pacaembu após o Corinthians perder para o River Plate ficaram em definitivo como um dos episódios mais marcantes do futebol brasileiro.

Mas apesar dessa lembrança, há um aspecto daquele jogo que dificilmente é respondido no bate-pronto por quem gosta de futebol. Quem era o técnico do Corinthians naquele dia? Antônio Lopes, campeão brasileiro meses antes? Geninho, imortalizado pelo "pega-pega" diante do mesmo River em 2003? Daniel Passarella, figura emblemática da parceria MSI/Corinthians?

Nada disso. O treinador alvinegro era Ademar Braga.

Braga é mais um entre tantos os interinos do futebol brasileiro que acabam ficando no cargo por mais tempo que previam. Ele integrava a comissão técnica do Corinthians desde 2005, como auxiliar. Chegou ao Parque São Jorge após uma carreira vasta, que teve início no futebol do Rio e passagens pelo chamado "mundo árabe".

Era apenas um assistente no Timão quando Antônio Lopes começou a balançar no cargo. O delegado nunca tinha chegado a emplacar no Parque São Jorge, verdade seja dita, apesar de ser o técnico do título brasileiro de 2005. Quando ele caiu, Ademar veio à tona e assumiu como interino. Mas de repente a diretoria corintiana resolveu bancar Braga, e afirmou que ele seria o técnico do time até o final da Libertadores.

Vale lembrar que aquela Libertadores era uma verdadeira obsessão no Corinthians. Trata-se do título mais importante que o clube não tem (e que todos os rivais têm, o que intensifica a meta), e, no contexto de 2006, era o que coroaria o projeto MSI. Todas as fichas do Corinthians e sua parceira estavam naquele campeonato. Mas não deu certo. O time até que fazia boa campanha no torneio, mas desandou quando teve o River pela frente. Perdeu por 3x2 na Argentina e até se animou para o jogo de volta; mas, no Pacaembu, o River sufocou o Corinthians e venceu, de virada, por 3x1.

Pouco após a eliminação na Libertadores acabava a era Ademar Braga. Ele perdeu o cargo para Geninho, que conseguiu fazer campanha ainda mais pífia. Foi o desfecho de uma rápida estada no mainstream de um técnico que chamou a atenção menos por inovações táticas do que pelo seu comportamento - a fala richarlysoniana e uma auto-declarada metrossexualidade fizeram de Ademar figura rara no mundo do futebol.

terça-feira, janeiro 20, 2009

PQFMTMNETA 6 - Guerra campal no Palestra; Edmundo se mostra um pacifista (2006)

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Breve introdução aos que não conhecem a série: PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Nesse espaço, mostraremos eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento.

PQFMTMNETA 6 - Guerra campal no Palestra; Edmundo se mostra um pacifista (2006)

O Palmeiras pegou o Cerro Porteño pela última rodada da fase de grupos da Libertadores com um certo clima de amistoso. O Verdão já estava classificado para a segunda fase; os paraguaios, por sua vez, praticamente eliminados. Não havia muita ambição em nenhum dos lados, a não ser uma busca pelo primeiro lugar na chave, do lado palmeirense.

O que parecia uma barbada. O Palmeiras lideraria o grupo com uma simples vitória contra o Cerro. Nada mais natural do que apostar num triunfo dos mandantes: o alviverde fazia boa campanha na competição, era o líder do grupo, havia empatado (0x0) com o Cerro fora de casa e ostentava um tabu de quase 30 anos sem derrotas para estrangeiros pela Libertadores dentro dos seus domínios.

Mas, quando a bola rolou, a história foi outra. O Cerro conteve as iniciativas do Palmeiras e segurou o 0x0 num primeiro tempo tenso. Os goleiros - Sérgio de um lado e Barreiro do outro - trabalharam bastante e conseguiram conter o ímpeto dos atacantes.

Até que no final do primeiro tempo houve a questão que ditaria o ritmo da partida. Washington, atacante palmeirense, e seu "colega" Baéz, do Cerro, discutiram fervorosamente, com direito a um leve empurra-empurra. As equipes foram para o intervalo e, no retorno dos vestiários, a arbitragem resolveu fazer justiça: expulsou Baéz e... Douglas, um zagueiro do Verdão que não tinha rigorosamente nada a ver com a história. Inconformado, o jogador protestou, protestou e protestou até que conseguiu irritar o próprio Baéz, que o empurrou. Foi o estopim para uma verdadeira guerra entre os jogadores das duas equipes. Nada mais de inocentes empurra-empurras; o que se viu no gramado do Palestra Itália foram socos, chutes, voadoras, briga boa mesmo.

Mas o mais inusitado de tudo não foi a briga em si - até porque esta não tinha nada de diferente das "cenas lamentáveis" que volta e meia acontecem no futebol. O bizarro, o surpreendente da situação foi a postura de Edmundo. O Animal, célebre pelas confusões aprontadas dentro de fora de campo durante toda a carreira, permaneceu o tempo todo apenas como um espectador da contenda. Ficou no círculo central do campo, com os braços na cintura, esperando a briga passar.

Curiosamente, houve até quem criticasse a atitude de Edmundo. Para alguns, ao não se envolver na situação, o atacante foi "populista" e "não companheiro". É mole?

Depois da briga, o segundo tempo se iniciou e foi a vez do Palmeiras apanhar na bola. O Cerro mostrou um futebol surpreendente e marcou inapeláveis 3x2 em cima do Verdão.

Para o Palmeiras, o prejuízo acabaria sendo dos maiores: a derrota deixou o time em segundo lugar na chave e o colocou no caminho do São Paulo, então campeão da Libertadores e que despacharia o Verdão do torneio, como fizera um ano antes.

Abaixo, um vídeo com a briga.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

PQFMTMNETA 5 - O quarto goleiro do Grêmio vai para a seleção principal

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Breve introdução aos que não conhecem a série: PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Nesse espaço, mostraremos eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento.

PQFMTMNETA 5 - O quarto goleiro do Grêmio vai para a seleção principal (2007)

Em março de 2007, a seleção brasileira tinha dois amistosos, contra Chile e Gana, agendados. Como de costume, Dunga fez sua convocação sem muitas surpresas. Os nomes para o gol seriam Júlio César (Internazionale) e Hélton (Porto). Acontece que o ex-vascaíno sofreu uma lesão e não poderia integrar o escrete canarinho. Para o seu lugar, Dunga resolveu inovar: chamou Cássio, do Grêmio.

Dois meses antes, em janeiro de 2007, Cássio havia sido um dos principais nomes da seleção brasileira que conquistara com sobras o Sul-Americano Sub-20. Mas suas boas atuações pela seleção jovem não o fizeram ter destaque no Grêmio: no elenco tricolor, Cássio era apenas a quarta opção para a meta, atrás de Saja, Marcelo Grohe e Galatto.

Dunga justificou a convocação de Cássio por três motivos. O primeiro foi o bom desempenho no Sul-Americano; o segundo, a dificuldade de desfalcar algum clube com a convocação às pressas de outro nome; e o terceiro, a intenção de observar Cássio já tendo em vista os Jogos Olímpicos de Pequim, que aconteceriam em pouco mais de um ano e meio.

Cássio nem chegou a entrar em campo pela seleção principal. O que é quase uma regra quando se trata de goleiros reservas, aliás. Mas a fama que obteve certamente colaborou para que, dois meses depois do chamado de Dunga, o atleta fosse negociado com o PSV da Holanda, por pouco menos de R$ 4 milhões. Ele deixou o futebol brasileiro sem praticamente ter jogado pela equipe principal do Grêmio.

Apesar de ter recheado o bolso e de estar curtindo as belezas da Holanda, a vida de Cássio desde então não foi das mais fáceis. Entrou em campo uma única vez pelo PSV e não foi convocado para a Olimpíada - os goleiros que Dunga levou para a China foram Diego, do Almería, e Renan, à época no Inter de Porto Alegre e hoje titular do Valencia.

Mas 2009 parece que será um ano agitado para Cássio: sua transferência para o Vasco está bem encaminhada, e ele tem tudo para ser o arqueiro que o clube da Colina precisa desde a saída de Hélton - coincidentemente, o mesmo jogador que abriu a vaga para que o então quarto goleiro do Grêmio fosse chamado para a seleção.

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segunda-feira, dezembro 15, 2008

PQFMTMNETA 4 - Nilton Santos, "consultor técnico" do Botafogo

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Breve introdução aos que não conhecem a série: PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Nesse espaço, mostraremos eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento.

Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim 4 - Nilton Santos, consultor técnico do Botafogo (2005)

Há um clichê por aqui que diz que o "brasileiro não tem memória". O que é verdade em muitos casos, mas não é em outros. Um ícone para o qual certamente essa história não se aplica é Nilton Santos. O ex-atletas, maior lateral esquerdo e um dos maiores jogadores no geral da história do futebol brasileiro, sempre foi figurinha carimbada na mídia esportiva nacional - muito merecidamente, diga-se de passagem. É claro que o dia em que ele morrer (o que não deve demorar muito, infelizmente, já que Nilton sofre de um Alzheimer que evolui de maneira incontestável) vai chover gente dizendo que o Brasil não respeita os ídolos, que não valoriza o passado, que qualquer um que dê três chutes na bola hoje é ídolo e o que realmente merece elogios é o antigamente...

Pois bem: justamente por todo esse contexto, valorizar um ícone do passado é algo que ganha aprovação imediata de todos os setores, inclusive da às vezes irritante mídia esportiva. Nada melhor para "fazer o filme" de uma instituição do que relacioná-la com alguém dos antigamentes e que tenha reputação elevada. Foi exatamente isso o que o Botafogo fez com Nilton Santos em 2005.

O "Enciclopédia" foi convidado pelo técnico botafoguense à época, Paulo César Gusmão, para ser o "consultor técnico" do clube. O cargo era livre: Nilton iria a General Severiano quando pudesse, sem nenhum compromisso de horário ou de qualquer outra espécie.

A apresentação de Nilton no "cargo" foi uma festa. Como se fosse o mais fanático dos torcedores do clube, Paulo César Gusmão conduziu a chegada de Nilton Santos ao treinamento do clube, o apresentou aos jogadores, tomou a iniciativa de apresentá-lo à imprensa, foi um verdadeiro cicerone. Na ocasião, Nilton falou diretamente ao seu "colega de profissão", o lateral-esquerdo do Botafogo de então, Oziel: disse a ele que deveria evitar os carrinhos durante as partidas. Oziel recebeu o conselho com alegria e prometeu segui-lo. Sumiu completamente no mundo do futebol.

A atuação de Nilton Santos como consultor de Botafogo terminou inócua, exatamente da mesma maneira como começou. Sabem aquelas coisas que se esquece "intencionalmente", até que sumam de vez? Foi esse o caminho. Não durou muito tempo a passage de Nilton pelo cargo, assim como também foi breve a estada de Paulo César Gusmão como técnico do Botafogo.

De modo que o que ficou daquela história foi o exemplo de homenagem "para inglês ver" que o Botafogo fez. Não que Nilton Santos não seja digno de todas as honrarias; mas talvez seja o caso de pensá-las com mais qualidade, e não tratá-las como um carnaval para agradar a opinião pública.

terça-feira, dezembro 02, 2008

PQFMTMNETA 3 - A probição dos jogos após as 21 horas

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Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim 3 - A proibição dos jogos após às 21 horas (2006)

Há pouco menos de dois anos, no final de dezembro de 2006, a Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovou um projeto polêmico. A medida, de autoria de Tião Farias (PSDB, na foto), determinaria que não seria permtida a realização de jogos de futebol profissional após às 21 horas na cidade.

A alegação do parlamentar era a dificuldade de acesso e retorno que envolve as partidas realizadas nas horas mais avançadas do dia. Jogos iniciados às 22 horas terminam, em média, por volta da meia-noite, quando o transporte público é mais escasso (ou até mesmo inexistente). Farias, assim, atendia a uma reclamação que volta e meia se houve nos bares por aí, e que é bem procedente - quem já foi a um jogo que começou às 22 horas e tentou voltar de ônibus sabe bem o aperto que isso representa.

A lei tinha um destinatário direto: a Rede Globo. As partidas de futebol da quarta-feira são marcadas para às 22 horas justamente para atender à programação da emissora família Marinho, que contempla a transmissão da peleja após o encerramento da novela das oito (que cada vez mais começa próxima das nove). Ou seja: Tião Farias teria um adversário de peso na disputa.

O curioso da época foi ver o apoio maciço que a Record deu ao projeto. Solidariedade ao torcedor? Que nada. A "TV dos bispos" havia acabado de perder os direitos de transmissão que compartilhara com a Globo por alguns anos, que desde então passaram para a Bandeirantes. A Record estava mordida com a perda e precisava cutucar a Globo sempre que possível. Então seus programas transmitiam reportagens sobre o projeto de Farias, entrevistas com outros vereadores favoráveis à medida, análises positivas de comentaristas e depoimentos do "povão", sempre concordantes com a lei e que contavam o sofrimento de usar o transporte público após um jogo tardiamente iniciado.

O burburinho gerado pelo assunto - inclusive aqui no Futepoca - durou menos de um mês. Em 15 de janeiro de 2007, menos de um mês após a aprovação da lei pela Câmara, o projeto foi vetado pelo recém-empossado Gilberto Kassab, que havia acabado de assumir a prefeitura na vaga de José Serra. Kassab vetou a lei alegando "inconstitucionalidade e ilegalidade", como conta a Folha. Segundo o despacho do prefeito, questões desportivas devem ser julgadas pela União e estados, e não pelos municípios, e por isso que a cidade de São Paulo não poderia tomar uma decisão desse nível.

A vida de Tião Farias a partir daí não foi fácil. Ele foi o único vereador do PSDB que participou, pra valer, da fracassada candidatura de Geraldo Alckmin à prefeitura paulistana em 2008. Fracassada também foi sua corrida para manter o cargo de vereador. Com 19.440 votos, ele foi apenas o 15º candidato mais votado do PSDB e ficou com a segunda suplência do partido.

terça-feira, novembro 18, 2008

PQFMTMNETA 2 - Maradona bate bola com Pelé em seu show na televisão (2005)

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Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim 2 - Maradona bate bola com Pelé em seu show na televisão (2005)


O ano era 2005. Diego Armando Maradona vivia a melhor fase da sua vida após o término de sua carreira (futebolística, que fique claro). Já não estava mais obeso e sua saúde, aparentemente, andava nos conformes. Sua popularidade na Argentina estava inabalada como sempre; então, para celebrá-la, nada melhor do que um programa de televisão com exibição nacional e, naturalmente, repercussão internacional. Nascia assim La Noche del Diez, que durou seis meses em 2005.

Logo na estréia, o programa adotou uma estratégia perfeita para atrair a atenção de todo o planeta. Quem melhor para dialogar com Maradona que o Rei do Futebol, Édson Arantes do Nascimento? Eles praticamente não jogaram bola ao mesmo tempo - Pelé pendurou as chuteiras em 1977, e Maradona era apenas um garoto quando, um ano antes, iniciou no Argentinos Juniors - mas protagonizam a maior rivalidade entre atletas do futebol mundial. A discussão sobre quem é melhor entre os dois motiva muita gente, principalmente nos lados de lá do Rio da Prata. Embora se discute se realmente Maradona é o segundo melhor jogador da história, é inegável que ele é, abaixo somente de Pelé, a maior figura (seja lá o que isso quer dizer) do futebol mundial em todos os tempos.

O formato de La Noche del Diez era de "talk show". Ou seja, num contexto a lá Jô Soares, Pelé se deslocaria até os estúdios do Canal Trece argentino para responder algumas perguntas formuladas pelo apresentador Maradona. Obviamente que o papo não seguiu essa rotina. Ao invés de entrevista, o que se viu foi uma boa conversa entre os dois lados. Pelé questionou a Maradona sobre a história da água na Copa de 1990; o argentino confirmou o fato, mas negou-se a citar nomes, respondendo com um já clássico "eu digo o pecado, mas não digo o pecador". Ambos também falaram sobre drogas, problema que os envolve diretamente, já que Maradona é viciado confesso e Edinho, filho do Rei, já passou algum tempo em cana por conta dos entorpecentes.

E o momento de auge do programa foi uma mostra de habilidade dos dois. Eles ficaram jogando a bola, cabeça a cabeça, de um para o outro, por cerca de trinta segundos. A sequência foi interrompida por Maradona, e só porque a situação poderia ficar chata para os telespectadores - tenho certeza que, se não houvesse preocupações com o tempo, a troca de bolas poderia durar dezenas de horas. Confira abaixo:



La Noche del Diez acabou no final de 2005. Mike Tyson foi o último entrevistado. Além de Pelé e do ex-campeão de boxe, o programa contou com outras personalidades como Fidel Castro e Xuxa. Havia a expectativa que o programa fosse retomado em 2008 - mas a indicação do ex-craque para o cargo de técnico da seleção argentina certamente frustrou os planos de quem queria ver Diego novamente apresentando um programa na televisão.

terça-feira, novembro 04, 2008

PQFMTMNETA 1 - Santos, Bragantino e a drenagem do Morumbi (2007)

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No meu blog pessoal, o Mais ou menas, eu mantinha, tempos atrás, uma série chamada Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim. A idéia era discutir episódios do chamado passado recente, que geraram repercussão em sua época e depois caíram no pleno esquecimento.

Agora trago essa série ao Futepoca. Apresentarei assuntos ocorridos há, no máximo, cinco anos e que sumiram em definitivo da memória coletiva - mas, que em sua época de acontecimento, despertaram paixões e geraram polêmicas respeitáveis.

Não falarei, por exemplo, da anulação dos jogos do Brasileirão de 2005, ou do fracasso da seleção na Copa de 2006. Esses são assuntos que ainda aparecem nas discussões por aí. A idéia é meio que tirar temas do fundo do baú.

Isto posto, vamos à primeira edição de...

Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim - Santos, Bragantino e a drenagem do Morumbi (2007)

A rivalidade entre São Paulo e Santos esteve em alta nos últimos anos. Por questões puramente esportivas, como a eliminação do favorito Tricolor no Brasileiro de 2002, e também por assuntos extra-campo, como as acirradas disputas pelas contratações de Zé Roberto, Tcheco (!) e Lenílson (!!).

Nos primeiros meses de 2007, essa contenda ganhou novos capítulos com a definição das semifinais do Paulistão. Santos e São Paulo, respectivamente primeiro e segundo colocados na fase inicial do Estadual, apareciam como os principais favoritos para a disputa do título do certame. E muito antes de se confirmarem como finalistas do Campeonato já travavam uma verdadeira guerra nos bastidores - onde seriam jogados os clássicos san-são que decidiriam o título?

O Santos requisitava a Vila Belmiro, seu alçapão, e apresentava como justificativa o fato de ter tido a melhor campanha na fase primeira do Paulista. Já o São Paulo dizia que o Morumbi era o estádio mais seguro do estado e o único em condições de receber uma final de grande porte. A FPF, por sua vez, mantinha-se em cima do muro com um impreciso regulamento que dizia que as finais teriam "mando de campo da Federação". Pois é.

O "detalhe" é que todos se esqueciam que Santos e São Paulo ainda teriam que superar Bragantino e São Caetano, respectivamente, para chegar à final do torneio. Coisa que o Tricolor não conseguiu - com um incontestável 4x1, o Azulão, comandado pelo hoje corintiano Douglas, despachou o São Paulo em pleno Morumbi e garantiu-se na final do campeonato.

Era a vez do Santos fazer a sua parte. Peixe e Bragantino se enfrentaram em 22 de abril de 2007, pelo segundo jogo das semifinais do Paulista, no Morumbi. Na primeira partida, 0x0, o que decretava que um novo empate seria o suficiente para o elenco comandado por Vanderlei Luxemburgo. O Santos tinha um ótimo meio-campo, em que se destacavam Zé Roberto e Cléber Santana, e discutia se jogaria pelo resultado ou se faria jus ao renomado elenco e atropelaria o Bragantino.

Mas o futebol acabou ficando em segundo plano. A capital paulista foi castigada, naquele domingo, por uma chuva agressiva que deixou o Morumbi em condições impraticáveis. Nunca, ao menos na minha pequena memória, o gramado do estádio são-paulino esteve tão ruim em um jogo.

E aí começaram as acusações. Os santistas diziam que o São Paulo havia desligado a drenagem do estádio, para dificultar a vida do Peixe; já os tricolores diziam que a drenagem era automática e rebatiam afirmando que o Santos não cuidara bem do Morumbi. Um episódio nos camarotes envolvendo o presidente Marcelo Teixeira só fez aumentar a ira dos praianos.

No fim das contas, o Santos repetiu o 0x0 com o Bragantino e foi a final do estadual. Semanas depois, acabaria superando o São Caetano (também fazendo uso da vantagem do empate) para ser bi-campeão paulista, no mesmo Morumbi que anteriormente amaldiçoara.

E, de lá pra cá, o gramado do Cícero Pompeu de Toledo nunca mais apresentou condições tão péssimas quanto naquele 22 de abril de 2007.

Foto: Sports Magazine