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quarta-feira, agosto 27, 2014

Douglas vai, Leandro Damião pode ir, Ronaldinho Gaúcho não vem e Nilmar (dizem que) ainda pode vir

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Douglas no Barcelona: inacreditável
Das quatro notícias que agitam o futebol paulista, a mais surpreendente, sem dúvida, é a ida do lateral-direito Douglas para o Barcelona. Confesso: meu queixo não caiu, despencou. Se o São Paulo perdeu R$ 20 milhões que o Metalist, da Ucrânia, ofereceu pelo (esforçado) lateral-esquerdo Cortez em dezembro de 2012, hoje emprestado ao Criciúma, receber R$ 7,2 milhões pelo (esforçado) Douglas, correspondentes aos 40% do valor total de R$ 12 milhões a que o Tricolor tem direito, é pra comemorar com fogos, passeata e banda de música. Não sei quem foi que intermediou esse mirabolante negócio, nem o que os dirigentes do Barcelona andam bebendo ou usando, mas dirijo-lhes meus mais sinceros e comovidos agradecimentos. E obrigado também ao Douglas. Por ir embora.

Leandro Damião vale R$ 48 milhões?
Quanto ao Leandro Damião, desejado por Milan e Benfica, é a oportunidade para o Santos reaver o dinheiro de uma aposta que, até o momento, não vingou. Se a proposta de compra dos italianos de R$ 48 milhões for mesmo verdadeira e o alvinegro praiano aceitar, não só recuperará os incríveis R$ 42 milhões que gastou para ter o atacante como ainda sairá com um belo - e providencial - lucro. Ou seja, tudo o que a diretoria do Corinthians gostaria que acontecesse com Alexandre Pato. De minha parte, não sou dos que chegaram a considerar Damião um excelente centroavante nem dos que agora o destratam como perna de pau. Apenas fico perplexo, como no caso do Douglas, com a disposição dos europeus de investirem grana alta em atletas que não são destaque (nem longe disso, aliás) aqui no Brasil. Enfim...

Ronaldinho no Palmeiras (só que não)
E o fiasco do Ronaldinho Gaúcho no Palmeiras, hein? Se a versão de que o acordo selado melou no último momento porque a diretoria alviverde não acertou "prêmio por título" neste ano, então o tal presidente Paulo Nobre é mesmo completamente maluco. Título? Neste ano? Olha, se isso realmente tivesse chance de acontecer, com o time se matando para escapar do rebaixamento no Brasileirão (e, por isso mesmo, poupando jogadores na Copa do Brasil), então a diretoria tinha mais é que pagar o prêmio que fosse! Afinal, título nessas competições levaria o clube à Libertadores, o que renderia um dinheiro em 2015 muito maior para o clube que qualquer prêmio para jogador. Depois dos R$ 5 mil negados ao salário de Alan Kardec, que também melou negócio e provocou sua ida para o São Paulo, essa do Ronaldinho foi ainda mais inacreditável.

Nilmar na seleção: faz (muito) tempo
Por fim, o Corinthians tenta repatriar o atacante Nilmar. Bom jogador, com passagem excelente pelo próprio clube do Parque São Jorge. Mas quer R$ 800 mil de salário, sendo que o alvinegro paulistano oferece apenas metade. Complicado. Com o desfalque de Guerrero, que vai servir a seleção peruana, o técnico Mano Menezes aperta a diretoria por alternativas. O mercado de centroavantes no futebol brasileiro, aliás, não tem ajudado os clubes. Luís Fabiano vive machucado (ou suspenso), Damião não corresponde no Santos, Fred foi o "vilão" da Copa e está sendo contestado no Fluminense. E ninguém garante que Nilmar, aos 30 anos e isolado no futebol árabe há dois, justificaria investimento tão alto pelo Corinthians. Se bem que, hoje, é o único dos "grandes" paulistas que tem patrocínio master. Enfim...


domingo, abril 27, 2014

Brasileirão 2014: Empate de Santos e Coritiba acende o sinal de alerta na Vila. Ou deveria acender..

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Em seu segundo jogo no Campeonato Brasileiro, o Santos mais uma vez fez uma atuação ruim, algo que vem acontecendo desde a semifinal do Paulista, quando a equipe suou sangue para derrotar o Penapolense. Mas, naquela ocasião, ainda conseguiu fazer três gols, desempenho que não se repetiu nas quatro pelejas seguintes, quando fez apenas dois tentos em duas partidas, ficando no zero em outras duas.

O que aconteceu com aquele time que marcava gols, era ofensivo e ensaiava promover candidatos a estrelas no cada vez mais pobre tecnicamente futebol brasileiro? Pode-se arriscar algumas explicações, mas a diretoria do clube deve estar atenta para conseguir corrigir o rumo da equipe antes que a vaca afunde de forma célere no brejo dos arredores da Vila famosa.
Gabriel: paciência que ele vai render (Ricardo Saibun/Santos FC)
Gabriel: paciência que ele vai render (Ricardo Saibun/Santos FC)
 
Os jovens sentiram?

Uma explicação bastante recorrente para explicar a queda de rendimento do Santos é o fato de parte dos atletas ser jovem, os ditos novos Meninos da Vila. Geuvânio, Gabriel e outros que costumam frequentar o gramado como Alan Santos, Emerson e Alison. Os homens da frente não têm rendido, em especial Geuvânio, que experimentou o banco de reservas ontem e só entrou no segundo tempo.

É possível que tenham sentido a pressão e/ou se deslumbrado um pouco com o oba-oba da reta final do Paulista. Mas seria injusto colocar a culpa somente nos garotos. Jogadores mais velhos também não corresponderam e têm mostrado dificuldades para liderar ou comandar uma reação. Não é à toa: jogadores experientes que são titulares não estão acostumados a decidir.

Cícero, 29 anos, tem três títulos na carreira: uma Copa do Brasil pelo Fluminense em 2007 e dois triunfos menos expressivos, um estadual de Santa Catarina em 2006 e o título da Sul-americana em 2012, sendo reserva no São Paulo. Thiago Ribeiro era reserva no título mundial tricolor de 2005, e foi escanteado por Muricy Ramalho quando a equipe foi campeã brasileira em 2006. Fora isso, tem os títulos mineiros de 2009 e 2011. Vejam o currículo de outros titulares da equipe e verão que, exceção feita a Arouca, louros importantes são raros.

Não se trata de desmerecer os jogadores mais velhos, mas tentar entender que eles também podem sentir a pressão, como os garotos parecem ter sentido. Ainda que haja diferenças. Thiago Ribeiro tem sempre buscado o jogo, ainda que de forma improdutiva em boa parte dos lances, já Cícero tem sido menos vistoso. Sobre ele, falamos a seguir.
Cícero não pode conduzir a equipe  (Ricardo Saibun/Santos FC)
Cícero não pode conduzir a equipe (Ricardo Saibun/Santos FC)
 
Cícero não pode ser protagonista

Pelo fato de ser um meia e fazer gols, Cícero por vezes é tido pela torcida, e até mesmo por Oswaldo de Oliveira, como solução para decidir pelejas. Mudanças recorrentes do treinador levam sempre o atleta à frente para que possa ser aproveitado seu poder de definição, já que sua finalização de longa distância é muito boa, assim como o cabeceio. Mas quando isso acontece, em geral acaba o fator surpresa daquele volante/meia que vem de trás e pega o sistema defensivo com o calção na mão.

Ontem, faria mais sentido Cícero vir buscar a bola para fazer a transição para o ataque, já que o Santos perdeu o meio de campo para o Coxa e não conseguia levar a redonda à frente. Ao invés disso, ele foi empurrado para jogar junto aos atacantes na segunda etapa. Mudança manjada e que não tem funcionado. E, assim, Cícero vive a paradoxal condição que em geral é vivida por aqueles “centroavantes-centroavantes”: se faz o gol, jogou bem; se não fez, não jogou. Na prática, seus tentos e a bola parada disfarçam o mau desempenho que tem ao exercer algumas funções na meia. Em alguns contextos, também teria que merecer um banco. Como aconteceu com Damião ontem.
Leandro Damião não engatou. Mas não pode ser bode expiatório (Ricardo Saibun/Santos FC)
Não engatou. Mas não pode ser bode expiatório (Ricardo Saibun/Santos FC)
 
O fator Damião

Leandro Damião é a contratação mais cara dentro da história do futebol brasileiro. É mais que natural que seja cobrado e que se espere dele algo diferente. Não tem acontecido. Damião também parece sentir a pressão, ainda mais pelo fato de torcida não ter com ele a paciência que reserva a outros jogadores, até pela expectativa que gerou a sua vinda.

Ter um jogador que atua abaixo do esperado atrapalha, mas atribuir a sua escalação todas as desgraças da equipe é exagero. “Ah, mas o Gabriel jogava melhor quando estava como homem de área.” Pode até ser, mas a média de gols da equipe não caiu com a entrada de Damião, em que pese seus gols perdidos irritarem qualquer um. Aliás, Gabriel também tem desperdiçado, como aconteceu com o Sport e ontem. A questão é que, em muitos aspectos, o ex-centroavante do Internacional tem sido prejudicado com o jeito que o Santos joga. Nos 180 minutos da final do Paulista, recorde-se quantas vezes ele recebeu a bola de costas para a área, com um marcador no cangote, e sem ninguém aproximando para receber. Resultado de uma maldita ligação direta que o Santos tem se habituado a fazer. Aí entra o problema do meio de campo... 

Cadê o substituto do Montillo?

Impossível dizer que o meia argentino teve uma passagem gloriosa pelo Santos, mas o jogador vinha 
crescendo de produção e foi o responsável pelas mais belas jogadas do Alvinegro no segundo semestre de 2013. Foi negociado para o futebol chinês e não houve reposição. Parecia que a providência divina tinha ajudado, com Geuvânio por vezes fazendo a função, compartilhada em algumas ocasiões com Thiago Ribeiro e mesmo Gabriel.
Montillo, mesmo sem ter sido brilhante, ainda faz falta (Ricardo Saibun/Santos FC)
Montillo, mesmo sem ter sido brilhante, ainda faz falta (Ricardo Saibun/Santos FC)

Ou seja, nenhum especialista na função que era do atleta portenho. E, no banco, Oswaldo ainda não achou por bem utilizar o promissor meia Serginho. Se não confia nele, o clube tem que contratar. É no meio de campo que a equipe tem penado. Não há substituto com as características de Arouca, por exemplo. Alison é o volante-volante, mais pegada do que técnica, e Alan Santos é, por enquanto, um volante que acha que pode jogar como meia. Mas não pode.

Sem reforços no meio ou alguma solução caseira de Oswaldo, o time vai continuar dependente de atacantes atuando como meias, o que poderia ser uma alternativa de jogo, e não quase uma obrigação. Com zagueiros que têm uma saída de bola ruim, e laterais/alas que também não costumam fazer essa transição. O Peixe vai continuar rifando a bola e sofrendo com desfalques.

Já era o Brasileiro?

Claro que não. Além do intervalo da Copa do Mundo, que costuma mudar o andar da competição, existe ainda a possibilidade, mencionada acima, de se arrumar a equipe com o que há na base. Algum lateral disputando posição ou mesmo um meia que veio de baixo se tornando titular é uma possibilidade. Mas Oswaldo armou uma equipe que apostava em dar uma condição confortável para que os homens da frente resolvessem, muitas vezes individualmente. Eles não têm resolvido e, ao que parece, um e/ou outro deve ir para a reserva.

Teste de criatividade para Oswaldo. E de paciência para o torcedor.
Oswaldo de Oliveira terá que quebrar a cabeça (Ricardo Saibun/Santos FC)
Oswaldo de Oliveira terá que quebrar a cabeça (Ricardo Saibun/Santos FC)

sábado, abril 06, 2013

Brasil sacola a frágil Bolívia com dois de Neymar

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Neymar botou dois na conta e uma bola na trave (Foto: Aizar Raldes/AFP)

Com um primeiro tempo divertido e um segundo tempo de muitas experiências, o amistoso entre Brasil e Bolívia, em Santa Cruz de La Sierra, foi excelente programa para deixar passar a ressaca na tarde deste sábado. Acabou num 4 a 0, primeira vitória de Felipão na nova fase, fruto em grande parte da extrema fragilidade dos bolivianos, oitavos colocados nas eliminatórias para a Copa 2014 e praticamente sem carimbo para visitar o Brasil ano que vem.

Com dois gols marcados, dribles e boas tabelas, Neymar foi o destaque da partida. Outro foi Ronaldinho Gaúcho, que jogou muito bem, protegeu a bola, limpou as jogadas e deu belos passes. Foi o grande organizador do time em sua primeira atuação convincente com a camisa amarela em um bom tempo. De uma tabela entre os dois saiu o tento mais bonito da peleja, o terceiro. Damião fez um gol – e como centroavante, é isso que dele se espera. Os dois últimos ganharam pontos na disputa por vaga no grupo da Copa das Confederações.

Os defensores Rever e Dedé foram muito pouco exigidos, mas corresponderam. André Santos até participou de algumas boas jogadas no ataque, mas deixou espaços na zaga e forçou lances de habilidade em momentos equivocados. Outro que sai valorizado é Jean, que teve atuação correta na lateral-direita. Como joga também de volante e até arrisca de meia, a polivalência é seu trunfo para estar no grupo.

Na meia cancha, Paulinho também se destacou, marcando, armando e chegando ao ataque com competência. Impressiona a enorme faixa de campo em que atua. Seu vizinho Ralph errou alguns passes no início, mas se acalmou e melhorou. Faltou Jadson, que foi bem, deu assistência par ao primeiro de Neymar e participou do lance do primeiro tento. Mas sumiu em certos momentos e não conseguiu armar nada na segunda etapa, quando o fardo foi lançado sobre seus ombros com a saída de Gaúcho.

Sobre a segunda etapa, pouco haveria a dizer, não fossem tantas as substituições. Com a vantagem estabelecida, os brasileiros desaceleraram de forma preguiçosa, permitindo ao ataque boliviano demonstrar toda a sua fraqueza. Felipão trocou de monte: Neymar por Osvaldo, que se mexeu bastante e levou perigo; Damião por Pato, que pouco fez, mas pode alegar que a leseira coletiva não deixou a bola chegar até ele; Gaúcho por Leandro, que jogou pouco mas deixou o dele na única jogada bem tramada dos 45 minutos finais; e Dedé por Dória, que mal vi em campo.

Felipão parece estar começando a se entender melhor no novo cargo. Resta saber se Gaúcho consegue jogar no mesmo nível contra marcações mais fortes. Se sim, deve ganhar com méritos a vaga na armação central e resolver o maior pepino do time desde os tempos de Mano.

Malandragem, dá um tempo – o jogo foi marcado pelas federações brasileira e boliviana com o nobre pretexto de destinar sua renda para a família do menino Kevin Espada, morto na partida entre San José e Corinthians. No entanto, o pessoal do país de Evo Morales deu uma de esperto e inclui outros dois destinos para a arrecadação: os jogadores da seleção boliviana campeã da Copa América em 1963 e, surpresa, ela mesma, a confederação. Os pais lamentaram o uso do nome do menino para promover a partida. Feio.

segunda-feira, novembro 19, 2012

Em clima de ensaio, Corinthians ganha de um Inter desorganizado

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Para o corintiano, esse campeonato brasileiro tem sido um pouco como dançar com a irmã. É divertido, vale o treinamento para situações futuras, mas você sabe que não passa disso. Não quero com isso, destaco, dizer que naõ me importo com o nacional. Pelo contrário, adoraria não ter perdido aqueles pontos odos no comecinho e estar disputando o título até o final. E os resultados recentes do time, após entrar oficialmente na fase final de preparação para o Mundial da Fifa, mostram que daria pra brigar pelo caneco tupiniquim.

Peguemos o jogo deste domingo, contra o Inter, no Beira Rio. O Corinthians venceu sem forçar muito o ritmo, mas mantendo a organização coletiva e com boas atuações de Douglas, Danilo e Guerrero. Não levou sustos e criou bem mais que o Colorado, que teria até mais motivos para correr por jogar em frente a uma torcida já bem descontente pela temporada mais ou menos.

Um parágrafo para o centroavante peruano, que depois de um período de adaptação ao time, marcou em 3 dos últimos 4 jogos, como informou o colega Ricardo, do Retrospecto Corintiano. Se continuar assim, estará bem acima dos donos da posição que passaram pelo time nos últimos tempos e mesmo dos outros atacantes, talvez com exceção de Sheik. Nosso árabe voltou ontem, aliás, depois de temporada no estaleiro que coincidiu precisamente com a fase do campeonato que não interessava. Não, não chamei ninguém de chinelinho, essa acusação fica por sua conta.

A boa sequência do Timão inclui uma sacolada no Coritiba e vitórias contra o café-com-leite Atlético Goianiense e o Vasco, que disputava vaga para a Libertadores – de nada, tricolores. Fecha o Brasileirão contra Santos e São Paulo, duas pedreiras, ainda que o Peixe não conte com Neymar por uma decisão questionável da arbitragem. Está hoje em quinto lugar, posição nada desonrosa para uma equipe que jogou a meia bomba metade do torneio.

Ano que vem, espero um planejamento que consiga realmente disputar Libertadores e Brasileiro para ganhar, mesmo com esse calendário estranho e picotado que CBF e Comenbol propõem e os clubes aceitam ano após ano. Se não vão brigar por uma organização das datas que seja mais razoável para seus interesses, que se virem para montar elencos que aguentem o tranco.

Inter

Fernandão protagonizou uma situação eticamente duvidosa algum tempo atrás quando, como diretor remunerado do Inter, presumivelmente participou da decisão de demitir Dorival Júnior, e assumiu seu cargo. Os resultados não foram até agora lá grande coisa: o time que focou exclusivamente o Brasileiro está em 8º lugar, com 51 pontos, longe da Libertadores mais ainda do título. Pior que isso: o time que vi ontem está desorganizado, apesar de ter bons nomes como D'Alessandro, Leandro Damião e Forlan, craque da última Copa e uma das maiores contratações do ano no país.

O uruguaio, aliás, é um exemplo do problema. Não sei se por falta de adaptação (o que Seedorf no Botafogo desmente), problemas pessoais ou seja lá o que for, o cara não jogou nada. Mas tenho aqui uma teoria: Fernandão o colocou aberto pela ponta direita, longe de Damião, deixando os dois isolados e distantes um do outro no ataque. Forlan jogou como centroavante boa parte da carreira e na Copa, como uma espécie de meia-atacante centralizado, de onde distribuia passes e aproveitava seus excelentes chutes de fora da área.

Pode não ser sua culpa, mas o treinador estreante não está conseguindo retirar o melhor de uma contratação milionária. Outro problema do time pode ser o vício em seus dois ídolos argentinos, D'Alessandro e Guiñazu, donos do time há várias temporadas. Uma renovação – ou um enquadro bem feito – podem ser necessários para 2013.

Ah, e se Forlán quiser aparecer no Corinthians e disputar a centroavância com Guerrero, será bem vindo. O convite também vale para Leandro Damião.

Palmeiras

Não pretendo tripudiar sobre o rebaixado alvi-verde, como fizeram corintianos mais cruéis da torcida e do elenco. Só destacar duas informações interessantes, uma de cada lado da moeda.

Primeira: no fatídico jogo contra o Flamengo, o grito de parte da torcida palmeirense foi este: “Olele, Olalá, se cair pra Série B, se prepara pra apanhar”. Não é exatamente um convite para que bons jogadores venham reforçar o fraco elenco do Palmeiras.

A outra pode ser algum alento: de acordo com o PVC, Arnaldo Tirone e os presidenciáveis do clube, que tem eleições no próximo janeiro, se reuniram para formar um comitê de transição e montar a equipe que enfretará o paradoxo de disputar a Série B e a Libertadores ano que vem. Gilson Kleina fica, pelo jeito.

Um adendo de menor relevância: o colunista Clóvis Rossi escreveu na Folha de hoje um texto assumindo sua traição ao verdismo e seu novo amor pelo Barcelona. De minha parte, achei pra lá de tosco.

terça-feira, agosto 07, 2012

Ataque resolve e Brasil chega à final dos Jogos Olímpicos

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A Seleção Brasileira de futebol de campo bateu a Coreia do Sul por 3 a 0 na tarde desta terça-feira e se classificou para a semifinal dos Jogos Olímpicos. Aquele apressado trabalhador que viu só os primeiros minutos da peleja achará improvável que tal placar tenha sido atingido. A Coreia começou o jogo em cima do Brasil, marcando a saída de bola e criando boas chances. Ajudada, sempre, pela fragilidade da defesa e do goleiro canarinhos.


Mano Menezes deve estar muito arrependido de não ter levado David Luiz. O técnico deve ter confiado que o goleiro Rafael e Thiago Silva segurariam a onda, mas a contusão do santista deixou a defesa brasileira com uma fragilidade alarmante.

Culpa das limitações do zagueiro Juan e dos goleiros Gabriel e Neto, sem dúvida, mas também das atuações muito ruins de Sandro. O volante não faz bem a cobertura, não arma, não faz nada. Na última partida, foi substituído pelo ex-peixeiro Danilo, de quem não sou fã, mas pelo menos pode ajudar na saída de bola.

Para tentar corrigir o defeito, Mano sacou Hulk e lançou o lateral-esquerdo Alex Sandro no meio campo, como um terceiro volante. Com Neymar voltando para judar na armação, em tese, teríamos uma superioridade na meia cancha e menos pressão sobre a zaga. Não foi o que aconteceu, pelo menos no começo da partida. Outra ponderação possível é: porque levar um atacante acima de 23 anos para ficar no banco? As contingências ajudam, mas não explicam completamente o improviso.

Mas daí, após roubada de bola de Neymar, Oscar faz bela jogada e quem marca é o volante Rômulo, que ganhou mais liberdade na nova formação. Pois é, às vezes dá certo. O primeiro tempo seguiu meio esquisito, sem domínio claro de ninguém, ainda que o Brasil levasse mais perigo.

Na segunda etapa, o time botou a cabeça no lugar e melhorou. Sofreu uma pressão básica dos coreanos no começo – que contou com um pênalti claro do ainda fraco Sandro, não marcado pelo árbitro – mas controlou a partida depois de uns 10 minutos.

O segundo gol saiu numa bela tabela de Marcelo com Neymar, que cruzou para Leandro Damião detonar o goleiro coreano – fraquinho, por sinal. O terceiro veio de nova tabela, essa  de Neymar com Oscar, e que deu errado. Mas o corte do zagueiro sobrou para Damião que demonstrou faro de centroavante: com a bola colada no corpo, achou um chute rápido e no canto, tirando do goleiro Lee. Zerada a fatura, o Brasil tocou a bola com mais tranquilidade.

Ataque na final

Se a defesa é o ponto fraco da equipe, o ataque tem funcionado bastante bem. Essa matéria do Trivela mostra que Neymar, Damião e Oscar participaram de 14 dos 15 gols marcados pela seleção até aqui. Damião, que eu não canso de chamar de grosso, fez meia dúzia, artilheiro isolado do torneio, e deu uma assistência. Neymar, estrela da companhia, fez 3 e deu 4 para os colegas. Com números mais modestos, Oscar fez 1 e deu três assistências – mas o camisa 10 participa e muito das ações coletivas, fazendo o time jogar mais.

Boas notícias para o time, que enfrenta o México na final olímpica, estágio que não atinge desde 1988, em Seul, quando perdeu para a gloriosa União Soviética. O jogo será neste sábado, às 11h, em Wembley.
Vai, Brasil!

quinta-feira, setembro 15, 2011

No 0 a 0 de Brasil e Argentina, Galvão Bueno merece uma nota

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Durante a Copa do Mundo de 2010, todo mundo se divertia com o Galvão Bueno nas transmissões da competição. Mas era um se divertir ruim, sarcástico, cheio de críticas, do Cala boca Galvão no Twitter. Nenhum problema com essa modalidade de humor mal humorado.

Mas nesta quarta-feira, 14, minha diversão na transmissão foi diferente. Achei o tantas vezes odioso Galvão Bueno divertido mesmo. Teve momentos em que me ocorreu a ideia de que Galvão tivesse tomado um vinho de Mendoza durante a cena em Córdoba, antes de ir ao Estádio Mário Alberto Kempes. Ou um Fernet Bianco, para descontrair.

O cidadão me soou mais leve e bem menos pretensioso do que o normal. Admitiu que não sabia o número do Casemiro porque "na lista não tem", mandou o comentarista de arbitragem Arnaldo César Coelho pastar (por duas vezes), tomou uns pedalas de volta, reclamou dos bons tempos em que os jogadores eram revelados na várzea, lamentou a atuação do árbitro, disse que Neymar "apanhou da bola"...

Como não assisto nem acompanho Fórmula 1, em cujas transmissões, consta, abundarem asneiras, nem  sei se foi exceção ou se anda sendo nova regra.

Claro que pintaram bobagens, elogios desnecessários ao Mano Menezes, comentários sobre o futuro de Neymar (incluinco "bronca" do técnico Mourinho e as pretensas necessidades de driblar menos e de ganhar mais massa muscular). E menção a um suposto medo dos argentinos durante o jogo. Mas foi bem mais agradável do que eu imaginaria.

Jogo chato

Apesar de o Brasil ter colocado duas bolas na trave, com Leandro Damião, o jogo foi chato. Claro, se não fosse assim, o Galvão Bueno nunca teria ido parar no topo deste post. O melhor teria sido se a bola tivesse entrado na chance com direito a carretilha do atacante do Inter. Mas a defesa mostrou fragilidades, mesmo com três volantes. Enquanto o meio e o ataque tiveram dificuldade de fazer jogadas e permitir que se chegasse com qualidade no campo de ataque.

A Argentina jogou pouca bola e teve pouca vontade e disposição para ganhar. Com um pouco mais de qualidade, e o marcador teria sido alterado para o lado dos hermanos.

A ideia de ressuscitar a Copa Roca é legal, apesar de a partida só com jogadores que atuam nos respectivos países ter uma terrível aparência de vitrine para vender jogador. Ainda mais num período de crise econômica nos países ricos com falta de grana para contratações.

Dá o que pensar a história de que o troféu foi criado com nome de cartola paraguaio, Nicolás Leoz, e desenhado por um artista uruguaio, Carlos Páez Vilaró. Seria Mercosul demais?

E a rivalidade entre Brasil e Argentina já foi bem mais nervosa do que hoje. Muita cordialidade para um confronto de tanta história e tanta rusga.

quinta-feira, setembro 01, 2011

Internacional 3 X 3 Santos - Borges fez a diferença no empate heróico

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No dia 30 de julho, o treinador santista Muricy Ramalho respondia assim a uma pergunta sobre quando Paulo Henrique Ganso atingiria seu auge novamente: “Nesses 40 dias em que vamos jogar quarta e domingo. Se não tiver problemas, vai melhorar muito a parte física e técnica”. Faltam menos de dez dias para esse período definido pelo técnico acabar mas, se o gol feito e perseguido há algum tempo pelo Dez peixeiro no clássico de domingo reacendeu as esperanças do torcedor alvinegro, sua atuação ontem contra o Internacional voltou a ser abaixo da crítica. E, para piorar, Neymar fez uma das suas mais modestas apresentações em 2011.


Sem poder contar com a dupla de craques na frente, o Peixe sofreu atrás, principalmente com aquele que tem sido o principal ponto fraco do time: a bola aérea. Os dois primeiros gols colorados foram marcados de cabeça ainda no primeiro tempo e advindos de lances de bola parada. O terceiro tento, vindo de um pênalti duvidoso (mas há de se ressaltar que o Inter foi prejudicado também com a marcação de um impedimento inexistente) parecia ser a pá de cal na equipe de Muricy, treinador que não está habituado a ver times que comanda tomarem três gols em uma partida. Mas, à frente do Santos nesse Brasileiro, já aconteceu mais do que qualquer alvinegro gostaria...

Se Neymar não brilha, ele resolve

Sem Elano e Arouca de novo, e com Pará e Adriano como titulares, o Santos perde em altura, e em técnica também. Para tentar reverter o resultado adverso, Muricy trocou no intervalo Pará por Alan Kardec. De acordo com ele, para "incomodar" a zaga do Internacional, que estava muito "confortável" no primeiro tempo. Pudera, Neymar voltava muito para o meio, Ganso e Danilo erravam muitos passes e não conseguiam chegar perto da área. Borges estava isolado. Mais tarde, o técnico colocou Felipe Anderson no lugar de Adriano. Danilo voltou a fazer a lateral e a equipe ganhou mais consistência no meio, tendo alternativas ofensivas.


E, aproveitando os espaços deixados pela marcação dura em cima de Neymar e a atenção especial sobre Ganso, foram os avantes que decidiram. Borges, que além de finalizações precisas tem demonstrado a garra que faz sorrir o santista, descontou aos 30. E, ele mesmo, que não desistiu de um lance no lado direito do ataque, cruzou para Alan Kardec fazer, aos 35, um belo tento. E em jogada individual, Borges, de novo, fez o seu segundo (e bonito) gol na peleja. Em 11 minutos, os atacantes peixeiros, em especial o camisa nove, artilheiro do campeonato, com 14 gols em 14 jogos disputados, fizeram o que parecia impossível, até pelo volume de jogo mostrado pelo Peixe na partida, principalmente no primeiro tempo.

O resultado traz confiança para a equipe, que vinha tendo dificuldades em reagir a placares adversos. E também deixa claro que o Santos, por mais dependente que seja da sua dupla (nada de mal nisso, até a seleção é...), não conta só com eles para definir.No duelo entre os dois últimos campeões da América, deu empate, mas no embate entre Borges e Leandro Damião...

domingo, maio 22, 2011

Santos 1 X 1 Internacional - empate dentro de casa é vitória

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Desde o dia 20 de abril, quando bateu o Deportivo Táchira no Pacaembu e garantiu a vaga na fase de mata-mata da Libertadores, o Santos tem jogado uma decisão atrás da outra. Pelo Paulista, pegou Ponte Preta, São Paulo e duas vezes o Corinthians; e na competição continental foram mais duas partidas com o América-MEX e dois confrontos contra o Once Caldas. Ontem, na estreia do Campeonato Brasileiro contra o Internacional, foi a hora do descanso para os titulares, um pequeno respiro no calendário. Nem o técnico santista, gripado, comandou os reservas na Vila Belmiro.

Retrato do jogo: atletas não se entendem com a bola (Divulgação)
A partida foi realizada no novo horário de jogos do Brasileirão: 21h do sábado. A tabela do campeonato prevê 14 pelejas disputadas nesse questionável horário e o próximo é São Paulo e Figueirense, no dia 28. Mesmo sem jogadores importantes como D'Alessandro e Rafael Sóbis, o Colorado tinha a oportunidade de quebrar uma longa escrita: desde 1959, na primeira Taça Brasil, quando superou o Grêmio por 4 a 1, com dois gols de Jair Rosa Pinto, um de Coutinho e outro de Urubatão, o Santos não perde para um time gaúcho na Vila famosa.

Desde o início da partida o Inter tentava comandar as ações contra um Alvinegro que entrou não só com uma equipe “alternativa”, como dizem os comentaristas (tucanaram o time B), como também um sistema de jogo alternativo, com três zagueiros. Sem criatividade, a maior parte dos ataques gaúchos redundava em nada, e o desentrosado dono da casa tampouco conseguia articular jogadas ofensivas. O zero no placar só saiu por conta de uma jogada individual. O “menino da Vila” Thiago Alves, 17 anos, recebeu pela esquerda, a zona de Neymar, e partiu para o drible dentro da área em cima de Daniel, que se precipitou e fez o pênalti. Keirrison cobrou e fez o que Zé Eduardo não faz há 14 partidas, aos 28 minutos: um gol.

Seis minutos depois, Oscar fez boa jogada na esquerda do ataque e e conseguiu um cruzamento para Zé Roberto chutar, sozinho na área. A finalização, aparentemente mal feita, chegou até o ângulo esquerdo de Aranha. Indefensável. O empate poderia prenunciar alguma esperança de bom futebol no segundo tempo, mas não foi o que aconteceu.



Na segunda etapa, com a partida um pouco mais equilibrada, o atacante Richely, contratado junto ao Santo André, estreou pelo Alvinegro. Participou de um dos principais lances ofensivos do time em um cruzamento pela esquerda que Keirrison quase alcançou. Foi do 9 santista outra oportunidade, quando passou pelo arqueiro Renan, mas não conseguiu concluir. O Colorado teria sua chance de ouro quando já não conseguia mais ir ao ataque, aos 46, mas Leandro Damião – que, aliás, foi afoito e pouco técnico em alguns lances, não justificando nesses 90 minutos sua convocação para a seleção – não conseguiu marcar em bela jogada de Tinga.

Dadas as circunstâncias, um empate com sabor de vitória para o time B do Santos. O Alvinegro continua sem estrear com três pontos pelo Brasileirão desde 2005, mas conseguiu ganhar um e tirar dois do Colorado, que pode ser um adversário pelo título do campeonato mais à frente. É aguardar os titulares contra o Cerro Porteño, na quarta-feira no Pacaembu, e provavelmente os reservas de novo no sábado, no Engenhão, contra o Botafogo.