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quarta-feira, novembro 11, 2015

Manguaça medicinal

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(Da parede de um buteco na região da Praça da Sé, no Centro de São Paulo)


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sexta-feira, fevereiro 14, 2014

O homem que tem uma cervejaria dentro do corpo

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Mathew Hogg fica bêbado comendo pão
O sonho de muito manguaça pode ser, na verdade, um pesadelo. O inglês Mathew Hogg sofre da síndrome de fermentação intestinal, na qual um excesso de levedura preso ao intestino delgado cria álcool, que é absorvido diretamente pela corrente sanguínea. Ou seja, ele é uma espécie de "cervejaria ambulante": toda vez que come açúcar ou carboidratos, seu corpo converte em etanol e ele acaba meio bêbado ou de ressaca (portanto, para ele, aquela conversa de "pão líquido", apelido de cerveja, é literalmente verdadeira!). Pode parecer interessante, mas não é. A síndrome é ininterrupta e, muito mais do que sentir o alegre torpor da embriaguez, Hogg sofre constantemente com fadiga, dores musculares, dor de cabeça crônica, diminuição da capacidade mental e oscilações de humor, entre outros sintomas ruins.

Confira trechos de uma entrevista do "Homem-Cervejaria" ao site vice.com:

Quando você percebeu que seu intestino produzia álcool?
Matthew Hogg - Sofri de problemas estomacais durante toda a infância. Fui diagnosticado inicialmente com síndrome do intestino irritável, no entanto, na adolescência, experimentei uma piora severa dos sintomas, como inchaço e gases depois das refeições — eram tão fortes que eu conseguia sentir a fermentação borbulhar no meu baixo abdômen.

E você ficava de ressaca?
Sim, no final da adolescência, experimentei ressacas alcoólicas severas, geralmente nas manhãs depois de comer refeições ricas em carboidratos. Eu tinha dores de cabeça terríveis, náusea severa, às vezes com vômito, desidratação, boca seca, suores frios e mãos trêmulas. Era como se eu tivesse saído na noite anterior e bebido o bar inteiro, mas eu não tinha consumido nada de álcool.

E quando você foi diagnosticado com síndrome de fermentação intestinal?
Me indicaram um especialista em Londres. Os exames confirmaram que meu intestino produzia grandes quantidades de etanol de levedura, além de quantidades significativas de outros álcoois associados ao metabolismo de várias bactérias.

Como a doença afetou sua vida?
Ela teve um impacto devastador em minha vida. Até os 16 anos, eu era um aluno nota A, e achava o trabalho acadêmico divertido e recompensador. Eu era um bom atleta também, e tinha uma vida social ótima. Conforme a síndrome de fermentação intestinal começou a se estabelecer, tudo mudou. Eu me vi sofrendo na escola quando, na minha cabeça, eu sabia que não devia estar tendo problemas. Também tive que abandonar os esportes, porque me sentia exausto depois de uma corrida curta, e me vi lutando para conseguir levantar de manhã. Fiquei apavorado, eu não sabia o que estava acontecendo, eu ficava frustrado e nervoso por não ser mais capaz de funcionar no mesmo nível de antes. Minha vida social degringolou, eu me sentia sozinho e deslocado, e não tinha energia e motivação para fazer parte das coisas.

Ao ingerir carboidratos, Hogg sente-se como se tivesse 'bebido o bar inteiro'
Com que frequência você se sente bêbado ou de ressaca? É uma coisa diária?
Se eu tivesse uma dieta normal contendo grãos, frutas e comida processada com a adição de açúcar, eu experimentaria os sintomas que descrevi todo dia, mas aprendi a adaptar minha dieta para minimizar a fermentação em meu intestino. Há muito tempo venho fazendo algo parecido com uma dieta da Idade da Pedra, baseada em carne, vegetais, nozes e sementes. Apesar disso, a causa principal de minha condição não está sendo tratada com sucesso, então, ainda sofro com os sintomas crônicos como fadiga, dores, intolerância a exercícios e stress e disfunção cognitiva, mas não os sintomas de uma ressaca aguda e severa.

Você já comeu um monte de alimentos açucarados para ficar bêbado, por razões recreativas?
Francamente, às vezes, em situações sociais — ou quando não tenho mais nada disponível, se estou longe de casa — sou forçado a comer doces ou alimentos ricos em amido. Mas, como regra, prefiro manter a dieta de baixo carboidrato porque as consequências negativas superam o prazer momentâneo. Na maioria das vezes, eu me sinto mais de ressaca do que bêbado como resultado da síndrome de fermentação intestinal, então, apesar de as pessoas acharem que essa condição é um jeito barato de ficar bêbado para propósitos recreativos, essa, infelizmente, não é a realidade.

Enquanto sua namorada bebe vinho, Matthew 'bebe' pães
Mas você pode ficar bêbado comendo açúcar e carboidratos, certo?
Sim. Muitas vezes, especialmente nos últimos anos no colegial, tive momentos de embriaguez sem ter consumido nenhum álcool. Eu descreveria mais como períodos do que como momentos, já que eles duravam algumas horas de cada vez. Esses períodos sempre vinham depois de uma refeição e após algumas horas — que é o período de tempo típico para a digestão e absorção — os efeitos passavam e eu sentia minha consciência normal retornar.

Qual seu conselho para pessoas que sofrem de síndrome de fermentação intestinal?
Eu gostaria que seus leitores que suspeitam ter a síndrome de fermentação intestinal saibam que existem tratamentos efetivos por aí, ainda mais se a condição for diagnosticada logo no começo. A síndrome era algo completamente desconhecida quando fiquei doente, e passei os primeiros dez anos fazendo tudo errado e tornando a situação muito pior e mais difícil de recuperar depois. Espero que minha história ajude as pessoas a reconhecer essa condição, em si mesmo ou em pessoas próximas, e que elas procurem ajuda profissional o quanto antes.

segunda-feira, maio 30, 2011

Quase!

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Médica: "-Ela já teve pneumonia?"

Pai (manguaça): "-Não."

Filha - "-Quase tive!"

Pai (manguaça): "-Como assim? Não lembro disso!"

Médica: "-Quando foi isso, menina?"

Filha: "-Todo dia! Quando eu acabo de tomar banho, o papai fala pra eu vestir meu roupão, senão pego uma pneumonia! Daí, eu visto rapidinho e escapo da doença por pouco!"

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Agora falando sério

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Aqui neste blogue, sou eu quem costuma brincar, frequentemente, com pesquisas sobre o hábito de manguaçar - como aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e mais aqui. Mas tem hora que é preciso falar sério: segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo de álcool mata mais que Aids, tuberculose e violência. Materinha da Reuters registra que cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem anualmente por causas relacionadas ao álcool, ou 4% das mortes no mundo todo, segundo o"Relatório Global da Situação sobre Álcool e Saúde".

O texto observa que "as políticas de controle do álcool são fracas e ainda não são prioridade para a maioria dos governos, apesar do impacto que o hábito causa na sociedade: acidentes de carro, violência, doenças, abandono de crianças e ausência no trabalho, de acordo com o relatório [da OMS]". "O uso prejudicial do álcool é especialmente fatal em grupos etários mais jovens e beber é o principal fator de risco de morte no mundo entre homens de 15 a 59 anos", afirma o relatório.

Na Rússia e na Comunidade dos Estados Independentes (CEI), uma em cada cinco mortes ocorre devido ao consumo prejudicial, a taxa mais elevada do planeta. A OMS acrescenta que tal comportamento tem aumentado no Brasil, Cazaquistão, México, Rússia, África do Sul e na Ucrânia. Além disso, cerca de 11% dos consumidores de álcool bebem bastante em ocasiões semanais e os homens adotam comportamento de risco em níveis muito mais elevados do que as mulheres, em todas as regiões.

Sem comentários. Os dados falam por si. Portanto, consciência!

segunda-feira, maio 24, 2010

Beba moderadamente. Mas beba!

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Mais pesquisa manguaça: estudo de cientistas franceses publicado pelo European Journal of Clinical Nutrition grante que as pessoas que bebem moderadamente são mais saudáveis do que abstêmios. Isso mesmo. Os bebuns ocasionais são menos propensos a problemas do coração, obesidade e depressão do que os que evitam totalmente o álcool. "O consumo moderado de álcool é um poderoso marcador de nível social, de saúde e ainda diminui os riscos de se desenvolver uma doença cardiovascular", garantiu Boris Hansel, do Hospital Pitié-Salpêtrière, de Paris.Os pesquisadores analisaram os prontuários de 150 mil pessoas da capital francesa, que se submeteram a exames médicos entre 1999 e 2005. Os voluntários foram divididos em quatro grupos: pessoas que não bebem, pessoas que bebem pouco, pessoas que bebem moderadamente e pessoas que bebem muito. Além de reduzir as chances de se desenvolver doenças do coração e depressão, o álcool moderado tende a diminuir os níveis de colesterol e os níveis de açúcar no sangue, sugere a pesquisa francesa. Os especialistas ainda descobriram que a quantidade moderada de álcool está associada ao crescimento socioeconômico e ao hábito de praticar exercícios físicos. Apesar disso, o estudo não defendeu o uso medicinal de vinho ou de outras bebidas alcoólicas.

segunda-feira, maio 03, 2010

Mosquito não é bobo

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E a ciência continua comprovando obviedades: segundo um estudo australiano recente publicado pela PloS One, o banco de dados online da Public Library of Science, pernilongos e outros mosquitos preferem sangue de quem bebe cerveja (o que desmonta a teoria do repelente no meio do mato). Para chegar a essa brilhante conclusão, os pesquisadores reuniram um bando de manguaças de 20 a 43 anos em Burkina Faso, na África, e analisaram a reação dos insetos diante de um grupo que bebeu cerveja e outro que bebeu água - e eu ressalvo que acho um absurdo esse tipo de tortura científica.

Os bêbados foram divididos em tendas com um complexo sistema de tubulação para circulação do ar entre as barracas. Ao final da experiência, os cientistas verificaram que o grupo dos bebedores de cerveja atraiu 47% dos mosquitos que foram colocados na tenda, contra 38% dos que beberam apenas água. "Desconsiderando características individuais de cada voluntário, o consumo de cerveja aumentou consistentemente a atratividade aos mosquitos", escreveram os autores do estudo.

Porém, a campanha anti-manguaça pode ganhar mais um motivo para proibir nosso sagrado direito de biritar: o estudo mostra relação entre álcool e aumento de doenças transmitidas por mosquitos e pernilongos. No caso da África Ocidental, região afetada massivamente pela malária, os cientistas sugerem que o consumo de cerveja seja mais controlado. Para quem insistir em beber, lembre-se que há malárias quem vem para o bem...