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sexta-feira, dezembro 24, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 64

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MINHA HISTÓRIA (GESUBAMBINO)
(Dalla/ Pallotino - versão: Chico Buarque)

Chico Buarque

Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar
Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar
Sei que tinha tatuagem no braço e dourado no dente
E minha mãe se entregou a esse homem perdidamente, laiá, laiá,laiá, laiá

Ele assim como veio partiu não se sabe prá onde
E deixou minha mãe com o olhar cada dia mais longe
Esperando, parada, pregada na pedra do porto

Com seu único velho vestido, cada dia mais curto, laiá, laiá,laiá, laiá
Quando enfim eu nasci, minha mãe embrulhou-me num manto
Me vestiu como se eu fosse assim uma espécie de santo
Mas por não se lembrar de acalantos, a pobre mulher
Me ninava cantando cantigas de cabaré, laiá, laiá, laiá, laiá
Minha mãe não tardou alertar toda a vizinhança
A mostrar que ali estava bem mais que uma simples criança
E não sei bem se por ironia ou se por amor
Resolveu me chamar com o nome do Nosso Senhor, laiá, laiá, laiá,laiá

Minha história e esse nome que ainda carrego comigo
Quando vou bar em bar, viro a mesa, berro, bebo e brigo
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de menino Jesus, laiá, laiá
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de menino Jesus
Laiá, laiá, laiá,laiá

(Do LP "Construção", Philips, 1971)

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 63

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TURMA DO FUNIL
(Antonio Carlos Jobim/ Chico Buarque/ Mirabeau/ Oliveira/ Castro)

Tom Jobim, Miúcha e Chico Buarque

Quando é tão densa a fumaça
Que o tempo não passa
E a porta do bar já fechou
Quando ninguém mais tem dono
O garçom tá com sono
e a primeira edição circulou
Quando não há mais saudade, nem felicidade
Nem sede, nem nada, nem dor
Quando não tem mais cadeira
tomo uma besteira de pé no balcão
Eis que da porta do fundo
Do oco do mundo
Desponta o cordão

Chegou a turma do funil
Todo mundo bebe
Mas ninguém dorme no ponto
Ah, ah, ah, ah!
Mas ninguém dorme no ponto
Nós é que bebemos
e eles que ficam tontos, morou
Eu bebo sem compromisso
É o meu dinheiro
Ninguém tem nada com isso
Enquanto houver garrafa
Enquanto houver barril
Presente está a turma do funil

(Do LP "Miúcha & Tom Jobim", RCA Victor, 1979)

terça-feira, dezembro 07, 2010

Um 'Programa do Jô' bêbado é mil vezes melhor!

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Um velho projeto do Futepoca seria o de produzir o "Mesa quadrada futebol manguaça", um desses programas televisivos em que se debate os jogos da rodada, só que transmitido ao vivo direto do bar, com todos os apresentadores bebendo cerveja. Garanto que seria muito mais interessante que todos esses chatos, dispensáveis e moralistas programas estilo "mesa redonda" que empesteiam a programação brasileira. No mínimo, geraria muitos vexames e discussões surreais. Pois agora descubro que algo do gênero já foi produzido, só que na linha do talk show: o músico, cantor e compositor gaúcho Júpiter Maçã apresentou na MTV, totalmente encachaçado, um arremedo de "Programa do Jô", com direito até a um bongô como o que o comediante às vezes se atreve a tocar. A entrevista com o colega Rogério Skylab é memorável. Júpiter torce a língua o tempo todo e o papo descamba para o delírio nonsense. Se você assistir bêbado(a), melhora mais ainda:

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 62

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CHUVA, SUOR E CERVEJA
(Caetano Veloso)

Caetano Veloso

Não se perca de mim
Não se esqueça de mim
Não desapareça
A chuva tá caindo
E quando a chuva começa
Eu acabo de perder a cabeça
Não saia do meu lado
Segure o meu pierrot molhado
E vamos embolar
Ladeira abaixo
Acho que a chuva
Ajuda a gente a se ver
Venha, veja, deixa
Beija, seja
O que Deus quiser...

A gente se embala
Se embora se embola
Só pára na porta da igreja
A gente se olha
Se beija se molha
De chuva, suor e cerveja...

Não se perca de mim
Não se esqueça de mim
Não desapareça
A chuva tá caindo
E quando a chuva começa
Eu acabo de perder a cabeça
Não saia do meu lado
Segure o meu pierrot molhado
E vamos embolar
Ladeira abaixo
Acho que a chuva
Ajuda a gente a se ver
Venha, veja, deixa
Beija, seja
O que Deus quiser...

A gente se embala
Se embora, se embola
Só pára na porta da igreja
A gente se olha
Se beija se molha
De chuva, suor e cerveja...

(Do LP "Muitos Carnavais", Philips, 1977)

sexta-feira, novembro 26, 2010

A coisa já tava russa pro velhinho manguaça...

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Polad Bülbüloglu foi um ídolo da música jovem soviética nos anos 1960, trasnformando-se depois num expoente da música romântica - uma espécie de Roberto Carlos dos comunistas, mais ou menos. Curioso é que, após a extinção da URSS, tornou-se político e embaixador do Arzebaijão na Rússia. Na foto acima, aparece cumprimentando o primeiro-ministro russo Vladimir Putin. Mas gostaria de registrar aqui um vídeo de 1967 com sua hilária interpretação da não menos hilária "Shake", musiquinha estilo "jovem guarda" (expressão que, ironicamente, foi criada por outro Vladimir russo, o Lenin). Polad se esmera na dancinha, nos gritos "ô-ô-ô-ô" e num intraduzível "arabá-papêrebê-pepepê", ou coisa que o valha. Porém, o mais bizarro é o velhinho manguaça que aparece lá pelo 01:22, com sua garrafa de vodka e batendo palma sem saber pra onde ou por quê. No finzinho do vídeo, ele nem espera a música acabar para abastecer o copo novamente:



Ps.: E pra quem ainda conjectura sobre a origem da expressão "trololó", comumente usada por José Serra, vai uma pista na voz do "feliz" barítono russo Eduard Khil, o "Senhor Trololó", em performance incrível, indescritível, inenarrável e inacreditável de 1976. Absolutamente imperdível:

sábado, novembro 20, 2010

Pagão pediu para Chico incluir Canhoteiro

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No encarte de um CD do Chico Buarque de 1989, relançado esta semana por uma coleção já comentada aqui, há um comentário sobre a música "O futebol" (veja o vídeo abaixo), em que o compositor, fanático pelo esporte, homenageia seus jogadores mais admirados. E Paulo César de Araújo, o Pagão, célebre centroavante do Santos nos anos 1950, logo que Pelé chegou à Vila Belmiro, é chamado de "O ídolo do ídolo", ou seja, aquele que Chico gostaria de ter sido. A admiração é tanta que, quando o ex-jogador visitou a sede do Polytheama, time criado pelo cantor carioca (foto acima), este pediu uma camisa autografada e, recentemente, confessou que ainda vigia a empregada para que ela nunca lave o "troféu". Sempre que assina súmula jogando pelo Polytheama, Chico escreve "Pagão".

Antes de Mengálvio e Coutinho chegarem à Vila, a fantástica linha de ataque do Santos em 1958: Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe (143 gols em 38 jogos pelo Campeonato Paulista)

"Ele me contou que o principal jogador no seu time de futebol de botão tinha o meu nome. Isso me deixou muito emocionado", disse Pagão ao Jornal do Brasil, quando o disco com a homenagem foi lançado. Antes de gravar "O futebol" em estúdio, Chico enviou uma gravação caseira para o ex-craque. Até aquele momento, a letra citava apenas os nomes dos ex-botafoguenses Mané (Garrincha) e Didi, e dos ex-santistas Pagão e Pelé. Foi então que, para completar a linha de ataque imaginária, Pagão sugeriu que o compositor incluísse o ponta-esquerda Canhoteiro, que brilhou no São Paulo. "Esse ataque nunca jogou junto. Mas, se tivesse jogado, teria sido arrasador", arriscou Pagão, que faleceria dois anos depois, em 1991. Vai daí, os últimos versos da canção ficaram sendo:

Para Mané para Didi para Mané
Mané para Didi para Mané para Didi
Para Pagão para Pelé e Canhoteiro


Pagão foi um centroavante rápido, de dribles curtos, muito habilidoso e objetivo. Fez 159 gols em 345 jogos pelo Santos (foto à direita), entre 1955 e 1963. Depois transferiu-se para o São Paulo, onde marcou 14 vezes em 59 partidas, até 1966, quando encerrou a carreira, aos 32 anos. Curiosamente, esteve presente em um dos momentos mais folclóricos envolvendo os dois clubes, em 14 de agosto 1963, no Pacaembu, pelo Campeonato Paulista. Quando a partida estava empatada em 1 a 1, o juiz Armando Marques expulsou o santista Coutinho e, logo em seguida, Pelé, por reclamação. O São Paulo ampliou para 4 a 1 (o último gol foi justamente de Pagão) e, diante da possibilidade de um placar ainda mais elástico, três jogadores do Santos simularam contusão e deixaram o campo, obrigando Marques a encerrar a partida aos 11 minutos do segundo tempo. O jogo ficaria conhecido como "San-São do cai-cai".

"Eu me achava muito parecido com o Pagão. Eu limpava o lance. O Pagão era mestre, fácil. Saía com toque de bola rápido." - Washington Cardoso Salvador, o saudoso Vavá, em nosso Post 1000.

quarta-feira, novembro 17, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 61

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TIOZÃO DE BAR
(Érika Machado/ Cecilia Silveira)

Érika Machado

Tive tempo pra desenvolver
Incríveis qualidades
Fui funcionário do mês
Campeão de xadrez
Tanta gentileza até me fez perder freguês

Quando ninguém mais está por perto
Exercito habilidades
Com os canudinhos do bar
Faço esculturas pra quê
Pra bater o recorde de espera por você

Não me preparo para o que vem vindo
Segunda-feira é a mesma coisa que domingo
Sempre colado aqui nesta cadeira
Tão só, tão só, tão só, tão só

Tive até vontade de pular de pára-quedas
Mas fiquei com medo de morrer
Meu escritório é o bar
Minha razão pra viver
E eu ainda tenho tantas latas pra beber

Eu me preparo assim desta maneira
A mesa o copo o isopor e a saideira
Estou colado aqui nesta cadeira
Tão só, tão só, tão só, tão só

(Do CD "Bem me quer mal me quer", Tratore, 2009)

quarta-feira, setembro 08, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 60

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HINO NACIONAL DOS CACHACEIROS DO BRASIL
(Composição: Elton Saldanha)

Cairon e Gustavo

Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
A minha casa é uma alambique, eu moro dentro do barril
Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
Esse é o hino nacional dos cachaceiros do Brasil

Amigo me dá licença, mas preciso me benzer
Arado não lavra sem boi e eu não canto sem beber
Atraca uma talagada, me dá um trago de água benta
Um lisão de pinga pura pra nós regular a lenta

Certa vez eu fiz promessa de deixar a pinga em paz
Mas esqueci da palavra e cada vez eu bebo mais
Eu sei os dez mandamentos, eu rezo e tiro o chapéu
O corpo se vai pro chão e alma se vai pro céu

Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
A minha casa é uma alambique, eu moro dentro do barril
Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
Esse é o hino nacional dos cachaceiros do Brasil

Amigo sou biriteiro, me serve sem cerimônia
Diz que a cachaça dá sono e eu to sofrendo de insônia
No concurso de pinguço sou eu que escrevo o exame
Eu vou ficar muito rico se vender meu vasilhame

Minha mulher pra me agradar toma banhos de licor
Mulher com cheiro de pinga dá mais tesão pro amor
Fui batizado com mé na festa dos bodegueiros
Eu canto de quatro pé, o hino dos cachaceiros

Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
A minha casa é uma alambique, eu moro dentro do barril
Eu bebo dez, eu bebo cem, eu bebo mil
Esse é o hino nacional dos cachaceiros do Brasil

(Do CD "Sertanejo Universitário Ao Vivo", Independente, 2009)



Sugestão de Moriti Neto

terça-feira, agosto 24, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 59

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UM CHOPE PRA DISTRAIR
(Paulo Diniz)

Paulo Diniz

Ela passou
Deixando um sorriso no chão
Deu um banho de beleza nos meus olhos
E aí começou o verão
Mil cores pintando o painel
Copacabana...

Ela parou
Na loja de discos e escutou
A canção que eu fiz pra ela
A minha mensagem de amor
É tudo que eu tenho pra dar
Chorei de amor
Eu sei, chorei de amor
E um chope pra distrair...

Um chope pra distrair,
Um chope, chope, pra distrair...

(Do LP "Quero voltar prá Bahia", Odeon, 1970)

sexta-feira, agosto 13, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 58

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MANDE UM ABRAÇO PRA VELHA
(Rita Lee, Arnaldo Baptista, Sérgio Dias, Liminha)

MUTANTES

Já faz tempo pacas
Que eu não vinha aqui cantar no festival
Eu não vou ganhar
Quem sabe até eu vou perder
Ou empatar

Nós não estamos nem aí
Nós queremos é piar
Nós estamos é aqui
E sua mãe onde é que está?

Mande um abraço pra velha
Diga pra ela se tratar

Você pensa que cachaça é água
Mas cachaça é água não
É não

Você pensa que eu estou brincando
Mas brincando eu não estou não
Estou não
Estou não

Imagine um festival
Sem caretas e no sol
Imagine um festival
Com a sua mãe e o Juvenal

(Compacto simples, Polydor, 1972)

terça-feira, agosto 03, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 57

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VIVA O CHOPP ESCURO
(Ronnie Von)

Ronnie Von

Eu não quero saber quem sou
Enquanto o mundo gira eu vou
Não me importa saber da dor
Por onde ando vejo amor

Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey

Viva o sol e o mar, eu digo
Viva o azul e o verde, eu penso
Viva o chopp escuro no calor!

Vamos todos viver a vida
Pois ela acaba na avenida
A verdade está no céu aberto
E a felicidade tão perto

Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey

Viva o sol e o mar, eu digo
Viva o azul e o verde, eu penso
Viva o chopp escuro no calor!

Eu não quero saber quem sou
Enquanto o mundo gira eu vou
Não me importa saber da dor
Por onde ando vejo amor

(Do LP "A máquina voadora", Polydor, 1970)

'Gravo bebendo cerveja, pra voz ficar rouca'

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Zeca Pagodinho acaba de finalizar "Vida da Minha Vida", seu próximo disco. E revela: "Eu gravo bebendo cerveja, pra voz ficar rouca. Se a voz sair muito certinha, ninguém vai acreditar que é o Zeca Pagodinho cantando". Uma das faixas do novo CD é "Orgulho do Vovô", única assinada por Pagodinho (em parceria com Arlindo Cruz), e dedicada ao seu neto, recém-nascido. "Meu compadre Arlindo foi ver o meu neto. Nós nos embriagamos mais uma vez, fizemos essa música e nem o menino ele viu. Esqueceu. Depois disso, me ligou: 'Zeca, precisamos marcar outra cerveja pra eu conhecer a criança'."

terça-feira, julho 27, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 56

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LEVE DESESPERO
(Fê Lemos, Flávio Lemos, Dinho, Loro Jones)

Capital Inicial

Eu não consigo mais me concentrar
Eu vou tentar alguma coisa para melhorar
É importante, todos me dizem
Mas nada me acontece como eu queria

Estou perdido, sei que estou
Cego para assuntos banais
Problemas do cotidiano
Eu já não sei como resolver

Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui

Então é outra noite num bar
Um copo atrás do outro
Procuro trocados no meu bolso
Dá pra me arrumar um cigarro?

Eu não consigo mais me concentrar
Eu vou tentar alguma coisa para melhorar
Já estou vendo TV como companhia

Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui

Talvez se você entendesse
O que está acontecendo
Poderia me explicar
Eu não saio do meu canto
As paredes me impedem
Eu só queria me divertir

As paredes me impedem
Eu já estou vendo TV como companhia

Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui

Sob um leve desespero
Que me leva, que me leva daqui

(Do CD "Acústico MTV", Abril Music, 2000)

segunda-feira, junho 07, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 55

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CACHAÇA MECÂNICA
(Erasmo Carlos/ Roberto Carlos)

Erasmo Carlos

Vendeu seu terno, seu relógio e sua alma
E até o santo ele vendeu com muita fé
Comprou fiado pra fazer sua mortalha
Tomou um gole de cachaça e deu no pé

Mariazinha ainda viu João no mato
Matando um gato pra vestir seu tamborim
E aquela tarde, já bem tarde, comentava
Lá vai um homem se acabar até o fim...

João bebeu toda cachaça da cidade
Bateu com força em todo bumbo que ele via
Gastou seu bolso mas sambou desesperado
Comeu confete, serpentina e a fantasia...

Levou um tombo bem no meio da avenida
Desconfiado que outro gole não bebia
Dormiu no tombo e foi pisado pela escola
Morreu de samba, de cachaça e de folia...

Tanto ele investiu na brincadeira
Prá tudo, tudo se acabar na terça-feira...

Vendeu seu terno
E até o santo
Comprou fiado
Tomou um gole
João no mato
Matando um gato
Naquela tarde
Lá vai o homem...

João bebeu toda cachaça da cidade
Bateu com força em todo bumbo que ele via
Gastou seu bolso mas sambou desesperado
Comeu confete, serpentina e a fantasia...

Levou um tombo bem no meio da avenida
Desconfiado que outro gole não bebia
Dormiu no tombo e foi pisado pela escola
Morreu de samba, de cachaça e de folia...

Tanto ele investiu na brincadeira
Prá tudo, tudo se acabar na terça-feira...

Prá tudo, tudo se acabar na terça-feira...(3x)

(Do compacto "Cachaça mecânica", Polydor, 1976)

terça-feira, maio 25, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 54

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NÃO BEBAS MAIS NÃO

Frankito Lopes

Meu amor, não é bebendo
Que você vai esquecer de mim
Não é fugindo
Que o nosso o amor vai chegar ao fim

Não é bebendo que você vai esquecer de mim
Não é fugindo que o nosso o amor vai chegar ao fim
Podes beber, podes fugir para onde quiser
Que mesmo assim lembrarás de mim aonde estiver

Foi a mentira, foi o ciúme que tem compaixão
Quiseram ferir e magoar o seu coração
Amar não é crime, beber não redime a tua paixão
Ouça o que eu lhe digo: fique aqui comigo e não beba mais não

Quanto mais distante estiver
Mais vontade terás em me ver
Sentirá meus lábios beijando os teus
Em todas as taças que você beber

Ui-ui-ui-ui-ui-ui

Quanto mais distante estiver
Mais vontade terás em me ver
Sentirá meus lábios beijando os teus
Em todas as taças que você beber

quarta-feira, abril 28, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 53

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PEITO VAZIO
(Cartola/ Elton Medeiros)

Cartola

Nada consigo fazer
Quando a saudade aperta
Foge-me a inspiração
Sinto a alma deserta
Um vazio se faz em meu peito
E de fato eu sinto em meu peito um vazio
Me faltando as tuas carícias
As noites são longas
E eu sinto mais frio

Procuro afogar no álcool a tua lembrança
Mas noto que é ridícula a minha vingança
Vou seguir os conselhos de amigos
E garanto que não beberei nunca mais
E com o tempo esta imensa saudade
Que sinto se esvai

(Do LP "Cartola", Discos Marcus Pereira, 1976)

sexta-feira, abril 09, 2010

Melhor ficar em casa

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Já há algum tempo venho destacando aqui o movimento silencioso que, aos poucos, vai cercando, vigiando, policiando, proibindo e destruindo o nosso fórum mais adequado: o bar. Aqui em São Paulo, além de não poder mais fumar em paz nas mesas dos butecos, estamos ameaçados de ter que pagar 20% de caixinha para o garçom e de ir embora pra casa à meia noite. É incongruente. A gente sai de casa exatamente para beber, fumar e voltar bem tarde - e, de preferência, gastando pouco. E agora vem outra ação anti-manguaça: acabar com o bate papo. Isso mesmo, querem extinguir qualquer som ambiente nos butecos. Já tem lugar onde, se você quer dançar ou curtir uma música, tem que ouvir num fone. Imagine um monte de gente dançando, cada um num ritmo, e o bar em completo silêncio. "É meio ridículo, olhando de fora", resumiu Vinicius Ferreira à Folha de S.Paulo. E o pior é que, com os ouvidos ocupados, fica impossível conversar. Pois é, já não podemos fumar, conversar ou esticar além da meia noite. Repito: só falta proibir a venda de bebida alcoólica no bar. Ou, como diria o De Massad, "não dá ideia".

sexta-feira, abril 02, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 52

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COISAS DA VIDA
(Benito Di Paula)

Benito Di Paula

Olha, que a vida é essa, eu sentado sozinho
E pensando, o que pensa essa gente
Que olha e desolha
É palavra cruzada
Eu decifro, e repasso
E no passo eu já vou

Eu também quero ir, eu também quero ir
Eu também quero ir, ah, eu também

É a feira acabada, é a festa no fim
É o copo, cheirando a bebida
Quem foi que bebeu
Que caiu por aqui
E chorou, e dormiu
E no sono partiu

Eu também quero ir, eu também quero ir
Eu também quero ir, ah, eu também

É o menino que chega na escola chorando
E confessa por quê que apanhou
Na noite passada, ele ouviu dizer "Eu já vou!"
Respondeu, sem saber, respondeu

Eu também quero ir, eu também quero ir
Eu também quero ir, ah, eu também

É o carro do ano, é a nave que acopla
É a crise, o petróleo, a geada, o café
É a viola cansada
É meu samba já todo enfeitado, dizendo "Eu já vou!"

Eu também quero ir, eu também quero ir
Eu também quero ir, ah, eu também

É o livro já lido, futebol consumido
É Pelé, que se foi, ninguém disse "Ele vem"
Essa grana refresca qualquer cuca quente
Eu também vou cantar, é com esse que eu vou!

Eu também quero ir, eu também quero ir
Eu também quero ir, ah, eu também

É o meu paraíso, é Adão enfeitado
É a Eva sorrindo, o desejo, o pecado
Mas nem sempre é azul
A amor que se faz
Quem não fez, não faz mais
Eu não fico pra trás

Eu também quero ir, eu também quero ir
Eu também quero ir, ah, eu também

É o jornal atrasado, é o charuto fumado
É o classificado, é o crucificado
É a prece, é a chama, é a minha oração
Na igreja de portas abertas!

Eu também quero ir, eu também quero ir
Eu também quero ir, ah, eu também

Eu também quero ir, eu também quero ir,
Ah, eu também ...

(Do LP "Benito Di Paula e seus amigos", Copacabana, 1975)

quinta-feira, março 25, 2010

Cerva da pesada

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Em evento hoje no Retro Pub, em São Bernardo, no ABC paulista, será lançada a cerveja Sepultura Weissbier (à direita), produzida pela microcervejaria Fábrica do Chopp, de São Paulo. O lançamento da bebida de trigo do tipo Bavária, "com aroma frutado de cravo e maçã" (segundo a divulgação), serve como marco dos 25 anos da banda Sepultura, ícone do heavy metal, completados em 2009. Os integrantes prometem comparecer ao evento. O guitarrista e sãopaulino Andreas Kisser (à esquerda), 41 anos, é de São Bernardo.

terça-feira, março 23, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 51

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CACHAÇA NÃO É ÁGUA NÃO
(Mirabeau Pinheiro/ Lúcio de Castro/ Héber Lobato/ Marinósio Filho)

Colé e Carmen Costa

Você pensa que cachaça é água?
Cachaça não é água não
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão

Pode me faltar tudo na vida
Arroz, feijão e pão
Pode me faltar manteiga
E tudo mais não faz falta não

Pode me faltar amor
Disto até acho graça
Só não quero que me falte
A danada da cachaça

(Do 78 R.P.M. "Cachaça"/"O bode tá solto", Copacabana, 1953)