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terça-feira, outubro 16, 2012

Empate histórico e desclassificações nas eliminatórias da Copa de 2014

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Mais uma rodada das eliminatórias para a Copa de 2014 e, obviamente, alguns resultados surpreendentes. O que mais chamou a atenção foi a reação incrível da Suécia, que perdia por 4 a 0 da Alemanha, e obteve um empate heroico em Berlim. Após fazer três gols em 14 minutos, o nórdicos empataram a partida aos 48 do segundo tempo. Requintes de crueldade que não tiraram a liderança dos alemães, à frente do grupo C das eliminatórias europeias com 10 pontos em quatro jogos. Os suecos têm sete em três pelejas.



Quem se deu mal foram os portugueses, que empataram em casa com a Irlanda do Norte, por 1 a 1. A seleção de Cristiano Ronaldo está em terceiro lugar no grupo F, com sete pontos em quatro partidas, mesma pontuação de Israel, que supera os lusos em saldo de gols. A Rússia lidera com dez pontos.

A atual campeã do mundo e da Euro, a Espanha, também foi surpreendida em casa pela França. O 1 a 1 obtido em cima da hora pelos franceses quebrou uma fantástica sequência de 25 vitórias seguidas em casa dos espanhóis. Ambos dividem o topo do grupo I com 7 pontos em três partidas, com a Fúria levando vantagem no desempate, dois gols a mais de saldo.

A lógica na Concacaf, disputa acirrada entre os asiáticos

A Concacaf definiu o seu hexagonal final com choro e ranger de dentes para algumas seleções. No Grupo A, a Guatemala enfrentou os EUA fora de casa, precisando de um empate para avançar. Saíram na frente mas sofreram a virada, perdendo por 3 a 1. Ainda assim, tinham chances caso a Jamaica não fosse bem contra a lanterna Antígua e Barbuda. Mas os jamaicanos derrotaram os rivais por 4 a 1 e ficaram com a segunda vaga do grupo por dois gols a mais de saldo.

Quem também ficou de fora com o resultado da última rodada foi o Canadá. Os vizinhos dos EUA sofreram uma goleada maiúscula de 8 a 1 da líder Honduras e terminaram um ponto atrás do Panamá, que jogou com o regulamento embaixo do braço e só precisou empatar com Cuba para garantir sua vaga um ponto a frente do Canadá. No Grupo B, tudo tranquilo: o México já estava classificado e a Costa Rica goleou por singelos 7 a 0 a Guiana, se classificando na segunda colocação.

Na Ásia, impera o equilíbrio. Ao fim do primeiro turno, todas as seleções ainda têm chances de vir ao Brasil. No grupo A, Coreia do Sul e Irã lideram com sete pontos, mas o Uzbequistão tem cinco e Catar e Líbano, quatro cada. As duas melhores equipes se classificam direto e a terceira colocada enfrenta a terceira do grupo B, para ter direito a enfrentar o quinto colocado da América do Sul.

Quem tem a situação mais tranquila no continente é o Japão, que lidera o grupo B com dez pontos, cinco a mais que o segundo colocado, a Austrália. Omã conta com cinco pontos também, a Jordânia vem na sequência com cinco e o Iraque, de Zico, tem dois pontos.

Argentina folgada, Uruguai em queda

Os argentinos conseguiram duas vitórias fundamentais na semana, um 3 a 0 contra o Uruguai e um 2 a 1 contra o Chile, em Santiago. Assim, se isolaram como líderes na primeira rodada do segundo turno, com uma sequência de cinco vitórias e dois empates. O Equador assegurou a segunda colocação depois do empate fora de casa com a Venezuela, três pontos atrás dos portenhos e um à frente da Colômbia, que tem uma partida a menos.

Abaixo dos colombianos, a confusão. Quatro pontos aquém da seleção de Falcão Garcia, Venezuela, Uruguai e Chile (pela ordem de desempate) estão com 12 pontos. Os uruguaios vem na descendente, com as goleadas sofridas contra a Argentina e contra a Bolívia, 4 a 1, e a disputa deve ser acirrada, ainda mais levando-se em conta que os paraguaios também respiraram depois da vitória contra o Peru, por 1 a 0. Bolivianos e peruanos têm oito pontos e o Paraguai, sete.

O Taiti ficou pelo caminho

Não deu pro Taiti... (OFC)
A notícia triste da rodada ficou para uma seleção já garantida na próxima Copa das Confederações. O Taiti vem ao Brasil, mas não para o Mundial. Após perder para a Nova Zelândia por 3 a 0, os campeões do continente continuam sem pontos em quatro jogos. Já os neozelandeses continuam firmes na briga por uma vaga a ser disputada contra o quarto colocado da Concacaf, com 12 pontos em quatro partidas. Se baterem a Nova Caledônia, única equipe que ainda pode tirar sua vaga, se garantem com uma partida de antecipação. Contudo, o aguardado jogo só vai acontecer em março de 2013.

A título de curiosidade, a Nova Caledônia pertence à França, mas é considerada um território ultramarino. Descoberta pelo explorador inglês James Cook, a ilha recebeu o nome de “Caledônia” por ser parecida com a costa escocesa (na visão do “descobridor”, obviamente), já que o termo significa “Escócia” no latim antigo. Se conseguirem a vaga para 2014, o ano será decididamente histórico para os habitantes da ilha, que também definirão no mesmo período se optarão pela independência do local.

quinta-feira, julho 14, 2011

Brasil faz quatro com protagonismo do ataque

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Foi o jogo com mais gols da curtíssima “Era Mano” na seleção brasileira. Se não encantou e desbundou os amantes do bom futebol ao redor do globo, o time venceu bem e podia ter feito mais gols. Uma inversão parece ter acontecido: quando o ataque jogou bem, a defesa decidiu falhar. 

Uma pergunta técnica: 4 a 2 pode ser definido como goleada?

Pato e Neymar fizeram dois cada. Robinho, o terceiro elemento, fez um, mal anulado, no finalzinho e meteu uma bola na trave. Os três se mexeram bastante, fizeram boas tabelas. Gostei bastante do segundo de Pato, coisa de centroavante mesmo. É um tento que contradiz a sensação de “a gente é bom e ganha quando quiser” que uma galera (eu inclusive) suspeitou nos primeiros jogos.

Neymar também tentou menos dribles, que não estão dando tão certo assim ainda, e chutou mais para o gol. O protagonismo ficou com os jovens.

Robinho fez boa parceria com o melhor jogador em campo, o lateral-direito Maicon. Se é verdade que ficou bravo com a substituição, creio que Daniel Alves vai ter que se contentar. Na outra lateral, André Santos deu um passe perfeito para o gol de cabeça de Pato e jogou bem. Parece mais preso lá atrás no esquema de Mano, precisaria jogar mais solto.

Ganso deu um passe magistral, no giro do corpo, para o primeiro de Neymar. Mas participa menos o jogo do que no Santos, talvez por ser mais marcado. Uma hipótese que levanto agora é a falta de um outro jogador para colaborar nas tabelas pelo meio. Ramires deveria ser esse cara, mas ele tem errado muitos passes. Está jogando muito na marcação e chegando pouco. Talvez Elias seja uma boa opção para melhorar o passe – a tabela dele com Robinho no gol anulado mostra o potencial.


Os problemas se repetiram na defesa, com Júlio Cesar engolindo um frangaço no primeiro gol e um galináceo menos desenvolvido no segundo. Duas falhas que foram acompanhadas de erros de Lúcio e Thiago Silva. Vi gente falando que falta proteção para a zaga. Ora, se queremos que o time jogue pra frente, a zaga vai sobrar mais rojão lá atrás. Com o tempo, um sistema de marcação começando no ataque pode (e deve) ser desenvolvido – o que até já aconteceu em jogos da seleção. Mas por enquanto, o pessoal vai ter que aguentar.

No geral, foi um bom jogo, que só teve risco de fato por conta das falhas do goleirão. Mas o bom desempenho do ataque é um ponto positivo. Capaz que o pessoal tire um pouco o peso das costas e se encontre mais daqui pra frente.

A próxima partida é contra o Paraguai, domingo, às 16h. Já é fase eliminatória. O primeiro jogo foi difícil, com os paraguaios apertando a saída de bola e forçando erros da antes sólida defesa. Vamos ver o que pega.

terça-feira, outubro 13, 2009

Uruguai e Equador são Brasil nas eliminatórias

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Nesta quarta-feira, 14, uma combinação de resultados pode tirar a Argentina da Copa do Mundo. Basta Uruguai e Equador vencerem suas partidas que os hermanos podem cancelar suas passagens para a África do Sul e guardar o passaporte.

Depois de vencer o Peru com ajuda da arbitragem – gol impedido nos acréscimos – a seleção comandada por Diego Armando Maradona precisa vencer em Montevidéu para garantir a vaga. Se empatar, tem que torcer contra um milagre operado pelo Equador contra o Chile em Santiago que compensasse os quatro gols a menos de saldo que o país de Rafael Correa tem em relação à Argentina, já que haveria empate em número de pontos.

Agora, se a Argentina perder do Uruguai e o Equador vencer o Chile, adeus Argentina na Copa.

Então, o Futepoca, pela pilhéria, pela chacota e pela troça, adere à campanha do Blablagol:

De repente é aquela corrente pra frente



Vai Uruguai! Vai Equador!

domingo, março 29, 2009

Seleção à altura de seu técnico

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Podem falar de altitude, podem falar de dia ruim, podem falar de qualquer coisa. Mas nunca em 30 anos acompanhando a seleção brasileira (minúsculas mesmo) vi um time ser tão acuado por um adversário. 


E qua adversário era esse? A Holanda de 1974? A Argentina de Maradona? A França de Zidane? Não, era o Equador de Valencia.

Obra e criador merecem um prêmio por este ponto conquistado por uma das maiores atuações de um goleiro que vi nesse mesmo tempo de futebol.  Júlio César foi um bravo, fez milagres enquanto pôde.

O problema é ter o técnico brasileiro reduzido o futebol brasileiro à sua altura. A selecinha do anão depende de seu goleiro para não tomar de 10 do Equador. De dez, sim. Porque foram mais de vinte finalizações do time de amarelo, com quanse metade defendida pelo goleiro da Internazionale.

Tanto que o Equador, até pela cor, parecia ele sim aqueles times do Brasil que até perdiam, mas jogavam futebol. Este...

Depender de um gol de sorte, em contra-ataque de Julio Baptista, para empatar com o Equador dá a medida de onde chegamos... Fora, Dunga... Fica, Júlio César...

quinta-feira, julho 03, 2008

Um par de sapato com salto alto para Renato Gaúcho

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Uma estátua para Thiago Neves. Era o título que estava pronto na minha cabeça para a partida final da Libertadores. Mas a LDU é o primeiro clube equatoriano a vencer a Libertadores, e o foco muda.

Um camisa 10 que apareceu como meia, como centroavante e como craque. No começo do ano, recusou proposta do Palmeiras para ficar e disputar o continental. Mesmo que tenha sido por mais visibilidade, mesmo que não tenha sido por amor à camisa – se os mais pragmáticos não quiserem –, ele ficou. E foi o primeiro jogador a marcar três gols em uma final de Libertadores.

Foto: Fim de Jogo

Maracanã lotado e em festa. Mais fotos na cobertura online do Fim de Jogo.

Mas o "nunca antes" que vai ser lembrado é outro. Nunca antes, um tombo de salto alto ficou tão restrito a uma pessoa só, que estava lá no banco.

Ainda que tenha sido nos pênaltis. Toda responsabilidade a Renato Gaúcho. Ainda que decisão dessa forma tenha uma dose de imponderável. E que três dos quatro batedores da representação das Laranjeiras tenham desperdiçado.



Tensão

Foi um jogo pra lá de tenso pros torcedores. Os equatorianos marcaram primeiro e o tal do 10 virou.

Dodô entrou para acender o jogo. O time ficou ligado só até o terceiro gol, depois murchou. Foi o momento em que a LDU melhorou e a defesa tricolor mostrou que é cheia de furos – ou que tem um sádico gosto por emoção.

A LDU catimbou bem. Mas também jogou bola. E teve um gol anulado injustamente. Nessa hora não consegui mais torcer pros cariocas como vinha fazendo desde o início do jogo.

Não deixa de ser uma pena pra um time que também tem outros bons jogadores, como Junior Cesar, que bateu o arremesso como um lançamento para o segundo gol. Um lance menos comum do que soa. Tem também Arouca, Washington e Conca.

Nota para futuras gerações
Para os estudos de gerações futuras sobre a arte de secar adversários, passei a maior parte da partida torcendo para os cariocas, depois da virada relâmpago. Depois, parei. Ou seja, não sequei. Tentei pagar contas pela internet. Pela conexão ou pela falta do complemento pro navegador, essa tarefa durou duas horas. E ainda não acabou. Diferentemente de outra situação, nada de pão.

quinta-feira, junho 26, 2008

LDU supera o Flu, que precisa de três para fazer história

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O Victor já avisava, "se me perguntarem qual o adversário mais difícil, a resposta tem de ser uma: LDU". E explicava: "não é papo de tricolor para diminuir a responsabilidade, mas a LDU é um time que não é zebrona. Já jogou diversas vezes contra brasileiros e foi duro. A LDU não é um daqueles times da altitude. É um time que joga bola também. E joga na casa do adversário."

Re-confirmando a ascenção do futebol equatoriano, deu LDU, por 4 a 2. Como não tem mais a história de que gol fora de casa vale mais, o Fluminense precisa faturar por três de diferença pra resolver. Ou dois pros pênaltis. Não adianta culpar o Lula.



Golear um time que sabe bem jogar retrancado nunca foi fácil. Nem no Maracanã. E aí, Renato Gaúcho, como vai ser?

sexta-feira, junho 06, 2008

LDU confirma bom momento equatoriano

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Ao despachar o América, a Liga Deportiva Universitária de Quito - que aqui costumamos abreviar como LDU, mas no Equador é grafada como LDUQ - avançou à sua primeira final de Libertadores. E levou o país de volta à decisão do principal torneio interclubes sul-americano depois de 10 anos.

Em 1998, o Barcelona de Guayaquil fez a final da Libertadores com o Vasco. Aliás, há uma série de coincidências entre a final de 1998 e a de agora. É um equatoriano contra um brasileiro; mais precisamente, um equatoriano contra um carioca; e é uma decisão composta por dois times que nunca venceram o torneio.

Ainda nesse sentido, cabe uma comparação interessante. Na Europa, o último campeão inédito foi o Borussia Dortmund, em... 1997! Esse ano o Chelsea quase repetiu o feito, mas ficou no quase. De lá pra cá, a América do Sul viu campeões inéditos em 1998, 1999, 2004, 2006 e verá de novo em 2008. E com três decisões entre "calouros" - além dos já citados Vasco x Barcelona e Fluminense x LDU, houve também o Palmeiras x Deportivo Cáli de 1999.

Mas retomando: a chegada à decisão premia um bom momento que a LDU vive nos últimos anos. Não sei como o time se portou nos campeonatos locais, mas me termos de Libertadores é fato que a LDU se tornou a principal referência equatoriana. Como santista, sei bem; o Santos teve a LDU como adversária em 2004 e 2005. Em 2004, inclusive, imprimiu um sufoco danado ao Santos nas oitavas de final. O Peixe perdeu lá por 4x2, venceu aqui por 2x0 e só avançou nos pênaltis (bons tempos em que não havia a "regra dos gols fora"). O São Paulo também sentiu a força equatoriana: na fase de grupos de 2004, levou 3x0 lá em Quito.

Vale lembrar que entre as seleções o Equador vem se consolidando como a quarta força do continente. Nunca havia disputado uma Copa do Mundo; se classificou em 2002, repetiu a dose em 2006 e é favorito a ter uma das vagas sul-americanas para 2010. Quem sabe um título de Libertadores não é o que o Equador precisa para ser mais respeitado no mundo do futebol?

quarta-feira, março 05, 2008

EUA x "Terroristas": Escolham bem seus medos

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A manchete da Folha de S. Paulo de hoje (aqui, para assinantes) traz George W. Bush declarando seu esperado apoio à Colômbia na crise que ela mesma criou e criticando o que chama de "provocações" de Hugo Chávez. Apoio esperado por dois motivos. Primeiro, porque os Estados Unidos são os grandes financiadores de Uribe na luta contra a guerrilha. De acordo com o próprio jornal, já foram US$ 4 bilhões nos últimos quatro anos para combater "o narcotráfico e a guerrilha" (até a Folha separa as duas coisas).

O outro motivo é mais amplo. Os EUA nunca viram problema nenhum em invadir e bombardear o territóro alheio, desde que isso sirva a seus propósitos. Foi assim recentemente no Iraque, onde a ocupação atroplelou proposições de todos os organismos multilaterais. Foi assim na Nicarágua, no Panamá, no Afeganistão e quase foi em Cuba, no mal sucedido episódio da Baía dos Porcos.

Lutam contra a ditadura no Iraque, mas vendem (e compram) tudo o que podem para a China. Criticam o "atraso" no Afeganistão, nos apavorando com burcas, e abraçam com ardor o petróleo da Arábia Saudita, ditadura sangrenta onde as mulheres (mesmo estrangeiras em visita) não podem dirigir, ocupar cargos importantes ou andar na rua com a cabeça descoberta (mais detalhes em reportagem da revista Fórum). Ameaçam o Irã (que é muito mais liberal em termos de costumes) por pretender possuir bombas nucleares, mas guardam muito bem as suas além de entopir Israel com tudo que podem. Atacam as prisões polítcas de Cuba e torturam prisioneiros em Guantánamo, rasgando códigos e convenções internacionais de guerra.

Tem uma galera aí contra o "terrorismo" das Farc, ou seja lá o que for. Não foi nenhum grupo guerrilheiro que apoiou o golpe militar no Brasil, nem na Argentina, nem no Chile, onde o presidente foi assassinado na sede do governo (por aqui, alguns devem se lembrar – meu pai certamente se lembra –, terroristas e subversivos eram os termos utilizados pela ditadura militar para desiginar quem lutava contra ela, pela democracia). Também não foi nenhum grupo guerrilheiro que colocou Saddam Hussein no poder para tirá-lo anos depois, nem que financiou o Taleban e Osama Bin Laden contra os soviéticos para transformá-los mais tarde na encaração das hordas do inferno.

Hoje, da mesma foram que bancam a guerra interna de Uribe (e bancarão um conflito regional também), bancam o massacre (não há outra palavra) que Israel promove contra o povo palestino, classificado coletivamente como "terrorista".

Os Estados Unidos foram e são o maior fomentador de guerras e massacres nesse mundo, não se enganem. Consideram um direito (e de seus aliados) fazer o que quiserem, do jeito que quiserem, onde quiserem. Atropelam soberanias nacionais, direitos humanos, convenções internacionais, democracia e o que quer que esteja em seu caminho. Cuidado com seus medos.

terça-feira, março 04, 2008

Divagações sobre a crise entre Colômbia, Equador e Venezuela ou Lembranças dos anos 60

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O governo colombiano de Álvaro Uribe parece estar metendo os pés pelas mãos de forma grotesca nos últimos dias. Primeiro, bombardeou parte do território do vizinho Equador em busca de acampamentos das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, grupo que uns dizem ser de guerrilha marxista outros de narcotraficantes), em clara violação da soberania do país. É como se, digamos, “inimigos internos” (para usar um termo da época da ditadura) da Argentina se escondessem no Mato Grosso e os platinos mandassem bombas no Pantanal. Acho que nós brasileiros não iríamos gostar nem um pouco.

Depois do malfeito, Uribe pediu desculpas meio acanhadas pela invasão. Com a reação de Rafael Correa, presidente do Equador, e do mandatário venezuelano Hugo Chávez, aliado próximo do governo equatoriano, que envolveu inclusive movimentação de tropas para as fronteiras e retirada de embaixadores, Uribe divulgou informações de que tanto Correa quanto Chavéz teriam acordos com as Farc, o que provaria que a Colômbia estava sendo atacada por “terroristas”. Do jeito que eu entendo, isso quer dizer que os dois são inimigos do governo colombiano, o que nos coloca num cenário de guerra.

Hoje, o vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, disse que as Farc estavam tentando adquirir material radioativo para fabricar uma “bomba suja”. Quer dizer, o que nenhum grupo terrorista do mundo, nem a poderosa Al Qaeda, teve coragem ou recursos para fazer, lançar uma bomba atômica. E em seu próprio país! Não parece fazer muito sentido.

A Colômbia faz tempo que é ponta de lança dos interesses americanos na América do Sul. O plano de combate às drogas de Uribe é financiado com dinheiro estadunidense, segue suas orientações e prevê presença militar dos States no território. Com a chegada ao poder de vários governantes mais independentes de Washington, a proximidade deve ter aumentado. Por isso, talvez, Uribe esteja sentido-se mais a vontade para botar suas mangas de fora.

As décadas de 60 e 70, quando ocorreram intervenções das mais variadas por parte dos EUA nos países da América Latina, vêm à memória numa situação dessas. Uma operação como essa contra o Equador, aliado do segundo maior adversário dos EUA na América (Cuba ainda é o primeiro, simbolicamente, apesar da Venezuela ter muito mais bala na agulha) não tem cara de ser sem motivo, tem? As análises que eu li acham improvável que os três países cheguem à vias de fato, ou seja, uma guerra. Tomara que tenham razão.