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quarta-feira, janeiro 29, 2014

E se a novidade da campanha eleitoral 2014 for o uso de hologramas?

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O ano é de amplas movimentações político-eleitorais, com pleito nacional e estaduais no calendário. Em tempos de mídias sociais, há quem espere um acirramento da tensão virtual assistida em 2010. Ainda mais no contexto pós-protestos de junho de 2013, de #nãovaitercopa e, porque não, de rolezinhos organizados por celebridades locais que não precisaram das mídias de massa convencionais para alcançar milhões em audiência. Mas e se a novidade do ano não for bem essa?

No reino da palpitologia, uma iniciativa do primeiro ministro da Turquia traz uma estratégia, no mínimo, divertida.Por não poder participar de convenção partidária, armou uma alternativa digna de ficção científica.Políticos têm,  comumente, egos de proporções avantajadas. Não por acaso, o ilustre Recep Tayyip Erdogan foi substituído por um holograma gigante em seu lugar.

Antes dele, consta que o indiano Narendra Modi usou artimanha correlata no país do subcontinente asiático para ganhar atenção. Trocadilho fácil é dizer que essa visibilidade pode ser meio ilusória.

A presença holográfica seria novidade no Brasil no âmbito da política. E representaria uma tentativa de superar o trauma da manobra que levou Renato Russo a tocar em Brasília post mortem -- quebrando uma promessa feita em vida pelo músico, de não voltar a desempenhar em público na capital federal. Quebra de promessa e campanha eleitoral é outra piada fácil que fica no ar. O making of está no Youtube. Para quem quiser praticar turco, é uma oportunidade. Para os demais, só dá pra entender algo perto de "hologram".




Política virtual


Holografia pode ser um recurso novo, antes compartilhado apenas por jedis e outros personagens estranhos de Guerra nas Estrelas. Mas não seria a primeira investida em realidade virtual para partidos políticos brasileiros. Nos idos de 2007, após o primeiro de muitos reveses eleitorais, o então recém convertido de PFL a Democratas lançou uma sede no Second Life.

O serviço, pré-mídias sociais e anterior à febre de games atual, permitia a criação de personagens e e espaços virtuais para atividades cotidianas.

A simulação, pelo jeito, era muito sem graça, porque a história naufragou e hoje é uma zumbilândia virtual. Houve quem tivesse faturado bons trocados.

E quem só tivesse pagado mico.

Que venham os hologramas.

segunda-feira, setembro 09, 2013

Muricy Ramalho é o novo técnico do São Paulo

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De acordo com o comentarista Vitor Birner, o São Paulo teria demitido Paulo Autuori e contratado Muricy Ramalho para seu lugar. Às 18h15, a informação ainda não havia sido confirmada oficialmente, mas a repercussão no Twitter já vale a pena ser divulgada:


Agora só falta o Muricy pedir o Jorge Wagner pra alçar bola na área de 2 em 2 min. e estamos livres da série B.

"Muricy vai salvar a gente". Quando o Muricy chega como o seu SPECTROMAN, é que a parada está séria. E eu entendo, o nosso foi PAPAI JOEL

Ney Franco, Autuori e Muricy. Três profissionais totalmente diferentes. O SP sabe bem o que quer no Brasileiro

Incrível a criatividade do São Paulo. Mas vai ser ótimo ver esse time cair com o Muricy e encerrar de vez a grande mentira.

Minha previsão de público para quinta-feira aumentou de 5 mil para 8 mil. Efeito Muricy.

Mesmo amando Muricy, é claro e nítido que a diretoria tá perdida! Não sabe mais em que apoiar. Que ele traga os bons tempos de volta!

Muricy é a última chance de salvar o São Paulo. Acredito nele... e que vai conseguir.

"Muricy não vai resolver nossos problemas dentro de campo mimimimi" Autuori também não estava resolvendo. E entre os dois, prefiro o Muricy!

Primeira atitude do Muricy; o time não pode mais tomar gols, vai retrancar o máximo. Não perde mais...porem não ganha! rebaixa assim mesmo

De longe, mas isso do Muricy agora no SP me lembra um pouco as idas e vindas de Leandro Campos no ABC. A conferir.

O Muricy é o novo técnico do São Paulo? Nossa! Mas o não tinha dito q ele ía pro Inter? "Ta cheio de zé ruela desinformado por ai"

'Um jeito ianque/ De São Paulo...'

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 Vaga-bundando pela rede social Fêicibúqui no fim de tarde desta segunda-feira, me deparo com um depoimento surpreendente do músico, cantor e compositor Alceu Valença (foto):
"Mais uma vez me disponho a escrever sobre um assunto que pela rapidez com que as notícias se tornam caducas em nossos tempos, não deveria voltar a comentá-lo. Acontece que ontem, conversando numa roda de amigos em um bar em São Paulo sobre a espionagem americana no Brasil, eis que sou surpreendido por um vizinho de nossa mesa que entrou no nosso papo sem ser chamado e tentou justificar a arapongagem americana como algo necessário e fundamental para o resto do mundo, argumentando que o que levava a interferência do governo Obama, era evitar possíveis ataques terroristas no Brasil e no resto do mundo. Sabemos que a rede privada da Petrobrás foi invadida, lhe perguntei sorrindo: '- Você acredita que haja terroristas nos quadros na nossa empresa de petróleo?' E o rapaz, imediatamente, me respondeu: '- Os terroristas estão infiltrados em todas as nossas empresas públicas!!!' E acrescentou, fechou seu raciocino: '- Nossa presidenta não foi terrorista!? Logo, o serviço de inteligência americano está de olho no Brasil, e com toda razão, por causa dela.' Gostaria de saber a opinião de vocês. Comentem o caso de acordo com suas crenças." - Alceu Valença
Tudo bem que, como já disse ao Futepoca o ator José Dumont (neste post aqui), "O bar é o grande ato politizador. Porque, se eu não escuto opinião, como vou mostrar a minha?" Ou seja, todo mundo tem o direito de pensar e se expressar como quiser (se bem que invadir conversa alheia seja falta de educação). Mas me parece sintomático que tal cena, descrita pelo nordestino Valença, tenha acontecido na cidade de São Paulo. É óbvio que gente conservadora, reacionária, paranóica e americanófila existe em qualquer ponto desse Brasil varonil. Mas é a capital paulista justamente a mais decantada como "cosmopolita", "miscigenada", "aberta", "progressista", "moderna" etc etc. São Paulo, capital, onde nordestinos, negros e pobres sofrem um preconceito atroz, onde homossexuais são espancados em plena região da Avenida Paulista, onde os moradores de Higienópolis tentam recusar uma estação do Metrô para não atrair "gente diferenciada", onde a Polícia Militar do PSDB bate, prende, atropela, atira e joga bombas contra manifestantes. Por esse prisma, os simpatizantes de Obama e da espionagem institucionalizada acabam sendo o menor dos problemas...

E o episódio narrado me lembrou uma música do Premeditando o Breque:

"O clima engana/ A vida é grana/ Em São Paulo (...)
Gatinhas punk/ Um jeito ianque/ De São Paulo..."


quarta-feira, agosto 21, 2013

Especial: É hora de discutir a homofobia no futebol

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Corintianos protestam contra beijo de Sheik
O selinho do jogador corintiano Emerson Sheik no amigo Isaac Azar trouxe à tona a questão da homofobia no futebol em função da reação agressiva de torcedores do clube que protestaram contra a atitude do herói da Libertadores de 2012.

Mas não é uma questão nova, ainda que não tenha merecido a atenção devida nem dos dirigentes esportivos da CBF e das federações, tampouco das equipes profissionais. “Os clubes de futebol, a imprensa esportiva e outros atores envolvidos com o futebol legitimam a homofobia ao silenciarem sua existência. Ao não serem citados, os xingamentos homofóbicos acabam sendo naturalizados”, acredita Gustavo Andrada Bandeira, pedagogo e autor da dissertação intitulada Eu canto, bebo e brigo... alegria do meu coração: currículo de masculinidades nos estádios de futebol. “Os nossos grandes clubes possuem origens e histórias mais ou menos semelhantes. Não vejo, neste momento, condições para que um clube de futebol brasileiro levante qualquer bandeira política que o diferencie dos demais.”

O surgimento das torcidas queer, que combatem a homofobia nas redes sociais, teve o mérito de tirar esse tema da invisibilidade. Mas, mesmo ganhando inúmeros adeptos e o apoio de outros tantos, reconhecem dificuldades para fazerem coisas simples, como manifestar o amor pelo seu time em um estádio de forma coletiva.

Frequentamos o estádio e temos sim esse objetivo [de comparecer como organizada]. Mas queremos fazer tudo com calma e no momento certo, é preciso garantir a integridade física de todos os participantes. Infelizmente a intolerância é muito grande e, a julgar pelas ameaças que recebemos na página, sabemos que não será fácil fazer protestos no estádio. Estamos pensando na melhor forma de fazer isto”, diz Milena Franco, da Galo Queer, torcida considerada precursora do movimento atual.

Algumas torcidas já tentaram ir aos estádios levando a temática LGBT. Muito antes da internet e das redes sociais, em 1977, surgiu a primeira organizada gay do Brasil, a Coligay,  fundada por Volmar Santos, então dono da boate Coliseu, para apoiar o Grêmio. Hostilizada pelos próprios torcedores do clube, foi extinta na década de 1980. Outro exemplo que também não foi adiante é a FlaGay, fundada pelo carnavalesco botafoguense Clóvis Bornay e que teve idas e vindas entre o final da década de 1970 e os anos 1990. 

Quanto ao comparecimento em estádios, a Bambi Tricolor enfrenta a mesma dificuldade da Galo Queer, mas em um nível talvez pior, já que são-paulinos são muitas vezes alvo de ofensas homofóbicas por parte dos rivais. “Há uma forte resistência entre os torcedores, agravada, inclusive, pela escolha do nome Bambi Tricolor. E embora a maioria que se manifesta tenha consciência de que as provocações e ofensas contra os são-paulinos tem um forte caráter homofóbico, não é muito clara a ideia de que a reação da torcida, de modo geral, tende a reforçar a homofobia”, conta Aline, representante da Torcida.

Confira nos links abaixo as três entrevistas feitas pelo Futepoca em abril e maio deste ano sobre a homofobia no futebol brasileiro.



Entrevista com Gustavo Andrada Bandeira, pedagogo e autor da dissertação intitulada Eu canto, bebo e brigo... alegria do meu coração: currículo de masculinidades nos estádios de futebol. 


Entrevista com Aline, representante da Bambi Tricolor

"A rivalidade faz parte do futebol, mas a homofobia não”

Entrevista com Milena Franco, da Galo Queer.

(Texto com contribuições de Glauco Faria, Marcão Palhares e Nicolau Soares)

Bambi Tricolor: “Em questões que envolvem violência, todo silêncio é, na verdade, uma omissão”

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Entrevista com Aline, representante da Bambi Tricolor.

Por Glauco Faria

Futepoca – Como surgiu a ideia de fundar a São Paulo Livre?
Aline – Pra começar, o nome da página não é São Paulo Livre e sim Bambi Tricolor. A escolha do nome, aliás, é o que tem gerado mais críticas e, ao mesmo tempo, apoio. Até agora, publicamos três posts para falar quase exclusivamente sobre a escolha do nome e suas implicações, uma delas, inclusive, responde diretamente a pergunta "Por que Bambi Tricolor e não SPFC Livre?"

A ideia de fundar a página Bambi Tricolor veio por inspiração da Galo Queer, que realmente foi corajosa e pioneira nesse sentido. E a página também foi uma espécie de desdobramento de conversas que nós tínhamos sobre a homofobia no futebol. Somos um grupo de amigos que, desde antes desse movimento de torcidas anti-homofobia, dizíamos que os são-paulinos deveriam adotar o apelido Bambi por todos os motivos já explicitados na página.

Futepoca – Existe uma articulação com torcidas de outros times que também têm como objetivo o combate à homofobia?
Aline – Não. Pelo menos nada além do que se vê publicamente. Nós apoiamos todas as manifestações das outras torcidas, assim como recebemos apoio de várias delas. São torcidas que atuam em confluência, mas não necessariamente articuladas.

Futepoca – Os torcedores são-paulinos não raro são estigmatizados com ofensas homofóbicas por rivais. Nesse caso, é mais difícil trazer a discussão sobre homofobia pelo fato de boa parte dos torcedores do São Paulo rejeitar a associação feita por adversários?
Aline – Sim. Há uma forte resistência entre os torcedores, agravada, inclusive, pela escolha do nome Bambi Tricolor. E embora a maioria que se manifesta tenha consciência de que as provocações e ofensas contra os são-paulinos tem um forte caráter homofóbico, não é muito clara a ideia de que a reação da torcida, de modo geral, tende a reforçar a homofobia. Parece mais fácil dirigir-se à torcida e dizer que certos apelidos e certas ofensas são homofóbicas. No máximo, você será acusado de ser chato ou defensor do politicamente correto. Mas quando nós dizemos "vamos assumir o Bambi" pensando em mudar os termos dessa discussão, quando dizemos que o estigma da homossexualidade não pode, em si, ser recebido como ofensa por mais que seja formulado e proferido como tal, somos acusados de todo o tipo de coisa, que vai de ingenuidade, a estupidez, a sermos rivais humilhando e desrespeitando o clube. Uma das coisas que nos foram ditas é que se tivéssemos escolhido o nome SPFC Livre, nós receberíamos mais apoio e adesões. O que, para nós, aponta a ambiguidade da situação dos são-paulinos diante da homofobia. Como defender a causa LGBT sem "piorar" o estigma de sermos uma torcida gay, ou torcedores de um time gay? A própria configuração desse "impasse" já expõe o quanto nós, como sociedade, não temos clareza sobre o problema, e quão naturalizada é a homofobia.

Mas é preciso ponderar uma coisa: se, por um lado, os torcedores contrários à página são refratários aos nossos argumentos, os favoráveis já chegam com uma elaboração própria e muito interessante sobre a homofobia no futebol e, mais especificamente, da homofobia de que os são-paulinos são vítimas e compactuantes. Isto é, há mais resistência, por um lado, mas há também uma recepção muito estimulante, de outro. Sinais de que essa é uma boa conversa.

Futepoca – Como foi/está sendo a reação de organizadas do São Paulo que, a exemplo de inúmeras de diversos clubes brasileiros, em muitas ocasiões se mostram homofóbicas?
Aline – Nós não recebemos nenhum contato, seja positivo ou negativo, oficialmente, das organizadas. Muitas pessoas, homens em sua extrema maioria, chegam e dão pistas de que pertencem a alguma das organizadas, mas nada além disso. Estes são os que com mais agressividade se manifestaram. Recebemos muitas ofensas, mensagens cheias de irritação, perplexidade, muitos pedidos ou exigências para deletarmos a página ou mudarmos o nome. E recebemos umas poucas ameaças.

Futepoca – A Bambi Tricolor é uma iniciativa relacionada mais às redes sociais ou pretende também pretende marcar presença nos estádios?
Aline – A Bambi Tricolor, como "organização", por assim dizer, é uma tentativa de debate. Ele se dá, hoje, mais eficientemente, nas redes sociais.

Nós, pessoas que idealizamos e administramos a página, frequentamos o estádio como torcedores comuns, nós estamos lá sempre que possível. Por enquanto, não é possível fazer nenhuma manifestação física que se aproprie do apelido Bambi, ainda mais no estádio. Se, pela internet, as reações contrárias foram tão intensas, imagine na arquibancada, quando o sangue está ainda mais quente. Qualquer coisa que pareça ofensiva ou provocativa pode despertar reações violentas, então é preciso ter cautela aqui.

Futepoca – Quais são os próximos passos planejados pela Bambi Tricolor?
Aline – Não sabemos ainda. A página Bambi Tricolor não é resultado de um planejamento, ela foi uma manifestação imediata, espontânea, inspirada pela ocasião. A Galo Queer foi um acontecimento e veio ao encontro de demandas nossas, expectativas nossas em relação ao futebol, à política, ao mundo. Nós sabemos que o hype sobre as páginas de torcidas anti-homofobia vai, mais cedo ou mais tarde, diminuir e minguar. Nossa ideia, contudo, é pelo menos manter a página como mais uma referência, um lugar de debate sobre homofobia e/no futebol. Se algo maior advier daí, beleza. Estaremos dispostos.

Futepoca – Na sua opinião, os clubes brasileiros, a CBF e as federações não tratam da forma devida o combate à homofobia no futebol?
Aline – Claro que não. Nem os clubes nem a CBF se posicionam publicamente, ou seja, eles não tratam de forma nenhuma. Em questões que envolvem violência, todo silêncio é, na verdade, uma omissão. Na melhor das hipóteses, os clubes e a entidade responsável pelo esporte são omissos diante de uma causa que só cresce e reivindica direitos, conscientização, transformações sociais. Na melhor das hipóteses. Pois é virtualmente impossível que a homofobia seja tão naturalizada no meio sem que as instituições, em suas estruturas de poder e formação, contribuam diretamente para isso.

Às vezes, sinais mais claros dessa homofobia emergem, como aconteceu quando o cartola do Palmeiras, José Cyrillo Jr, mencionou o Richarlyson num programa de televisão quando questionado sobre um suposto jogador que assumiria sua homossexualidade. Ou o vídeo comemorativo do Corinthians que exibia um veado como símbolo do São Paulo. Infelizmente, esses casos são tratados como gafes, deslizes pontuais que ocorreram por falta de cuidado ou avaliação correta. E, até certo ponto, essa descrição leviana não deixa de ser reveladora. Numa cultura machista como a nossa, pode soar natural que num ambiente tão masculino a homossexualidade seja um tabu e uma piada. Mas sabe-se também que não é apenas isso (uma piada). Quando o assunto é seriamente abordado, os relatos que chegam até o público indicam uma força repressiva que torna a homossexualidade um obstáculo, talvez até um impedimento para as carreiras dos jogadores. Não por acaso, não há jogadores homossexuais assumidos. Não se pode creditar esse "grande armário" apenas à rejeição da torcida e à cultura machista, as instituições são uma parte importante dessa equação aí.

Galo Queer: “A rivalidade faz parte do futebol, mas a homofobia não”

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Entrevista com Milena Franco, da Galo Queer.

Por Nicolau Soares

Futepoca – Como surgiu o movimento? Quais suas motivações?
Milena Franco – Sou atleticana desde sempre, mas recentemente comecei a estudar gênero e teoria feminista e, por isso, da última vez que fui ao estádio, fui com um outro olhar, e fiquei muito incomodada com a homofobia e o machismo generalizados e naturalizados por todos, mesmo por parte de pessoas que, fora do estádio, têm uma postura política de respeito à diversidade. Dessa angústia surgiu a ideia de fazer um movimento e várias pessoas gostaram da ideia e se juntaram a ele. Agora o movimento cresceu e é constituído por muitas pessoas. Somos atleticanos de várias idades, gêneros, profissões e orientações.

Futepoca – A repercussão surpreende? Como está se dando esta repercussão, tanto positiva quanto negativa? 
Milena – A repercussão surpreendeu muito. Nunca imaginei uma repercussão dessa magnitude. Fiz a página apenas para divulgar entre meus amigos, pensando que algum dia poderíamos nos organizar pra fazer algo maior. Mas em três dias a página foi curtida por mais de 3.000 pessoas. Acho que atendemos a uma demanda silenciosa. Pelo visto, muita gente que gosta de futebol já queria dar esse grito contra o machismo, a homofobia e a intolerância e ficamos muito emocionados com todas as manifestações de apoio. Infelizmente, há também muita repercussão negativa, mas isso já era esperado, já que estamos mexendo em um terreno muito machista e conservador, que é o do futebol. O problema são as ameaças que recebemos. As pessoas se oporem ao movimento é totalmente aceitável, mas ameaça não..

Futepoca – Há a ideia de levar isto à direção do Galo? 
Milena – Ainda não recebemos uma resposta do time. Ficamos sabendo, no entanto, através da reportagem do Globo Esporte, que a diretoria é favorável ao movimento e ficamos muito felizes de ver que o nosso time tem essa postura de respeito á diversidade e combate ao preconceito.

Futepoca – Qual a dimensão da homofobia e do sexismo no futebol brasileiro hoje? Qual a importância de se mudar isto?
Milena – Há muito machismo e muita homofobia no futebol e estes são temas totalmente intocados. Enquanto essas arenas de exceção continuarem existindo, arenas onde o preconceito é permitido, o preconceito e a intolerância nunca acabarão. Discutir machismo e homofobia no futebol é uma questão urgente.

Futepoca – Após a repercussão inicial do Galo Queer, uma página similar foi criada levando o nome do Cruzeiro e posteriormente várias outras torcidas de times de todo o Brasil. O que vocês acham disso?
Milena – Achamos as iniciativa muito boas. A rivalidade faz parte do futebol, mas a homofobia não. E é por isso que é importante que haja um movimento amplo de combate à homofobia e ao machismo dentro do futebol. Claro que temos orgulho do pioneirismo, mas é essencial que o movimento se espalhe. Ficamos muito felizes.

Futepoca – Vocês pretendem levar o movimento para o estádio?
Milena – Frequentamos o estádio e temos sim esse objetivo. Mas queremos fazer tudo com calma e no momento certo, é preciso garantir a integridade física de todos os participantes. Infelizmente a intolerância é muito grande e, a julgar pelas ameaças que recebemos na página, sabemos que não será fácil fazer protestos no estádio. Estamos pensando na melhor forma de fazer isto. Mas o legal é que o movimento já começou a ir para o estádio naturalmente, recebemos fotos de torcedores do Galo que foram ao Mineirão no último jogo (contra o Villa) com cartazes de apoio à Galo Queer e repúdio à homofobia. O triste foi saber que os seguranças do estádio não permitiram a entrada dos cartazes, com a justificativa de que "eles não tinham nada a ver com futebol". E depois falam que o "políticamente correto" é que faz censura.

Futepoca – Vocês estão em contato com as outras torcidas anti-homofobia que surgiram após a criação da Galo Queer?
Milena – As outras torcidas anti-homofobia que surgiram entraram em contato com a gente apenas para pedir ajuda na divulgação. Mas estamos dispostos a, no futuro, organizar alguma ação conjunta com as outras torcidas.

Futepoca – O que vocês acham de expressões como "Maria" e "Bambi"?
Milena – Expressões como "bambi" e "Maria" são sim sintomas de uma cultura homofóbica. Se você não é homofóbico nem machista, você simplesmente não usa tais termos para ofender alguém. A rivalidade pode se expressar de várias outras formas que não alimentem uma cultura opressiva. O argumento de que "brincadeiras" desse tipo fazem parte da cultura do futebol não se sustenta, a escravidão também fazia parte da nossa cultura há alguns séculos atrás, mas a cultura é mutável, ainda bem.

Futepoca – Na sua opinião, os clubes brasileiros, a CBF e as federações não tratam da forma devida o combate à homofobia no futebol? E a mídia esportiva?
Milena – Não. Acreditamos que não há nenhum empenho da CBF em combater a homofobia e o machismo no futebol. Em outros lugares do mundo existem iniciativas super interessantes, como a campanha da Holanda, mas no Brasil não há nada parecido. A mídia esportiva parece seguir a mesma linha da CBF, apesar de que ficamos felizes de ver tantas matérias sendo feitas sobre a Galo Queer e as demais torcidas anti-homofobia e antissexismo, parece que as coisas estão começando a mudar.

quinta-feira, março 21, 2013

'Queimados' do mundo, uni-vos!

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Tudo bem: a militância é primordial, a mobilização via internet imprescindível e Queimados, um município do estado do Rio de Janeiro. Mas ficou engraçado.



quarta-feira, janeiro 02, 2013

Obama e Chávez são os líderes mundiais mais seguidos no Twitter. Dilma é a 6ª

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Desde 2009 o Digital Policy Council's divulga um relatório anual que analisa como líderes mundiais e instituições governamentais utilizam o Twitter e de que forma seus governos se comunicam por esse meio com seus cidadãos. E o relatório referente ao ano de 2012 mostra que 123 mandatários de 164 países possuem contas no microblogue, um avanço considerável de 78% em relação a 2011, quando somente 69 deles tinham um perfil.

Obama e Chávez: os líderes mais seguidos no Twitter
No Top 10 dos líderes mundiais mais seguidos, há dois novos integrantes. O quinto mais popular, o presidente russo Dmitry Medvedev mantém duas contas, uma na qual fala em seu próprio idioma e outra, que conta com muito mais seguidores, na qual se expressa em inglês, tendência observada também por outros líderes como os primeiros-ministros do Japão, Tailândia e Cazaquistão.

O outro novato da lista é o presidente colombiano Juan Manuel Santos, oitavo colocado. Aliás, dos dez, metade dos líderes é da América Latina: Hugo Chávez, o segundo na lista; Dilma Roussef, sexta colocada, Cristina Kirchner, sétima, e o presidente do México, Enrique Peña Nieto. Obama, o mais seguido, conseguiu 15 dos 24 milhões de seguidores que tinha ao fim de 2012 justamente no ano passado, em que conseguiu sua reeleição. O tuíte no qual celebrou sua vitória, com os dizeres “Four more years” e uma foto sua com a primeira-dama Michelle Obama foi o mais retuitado na ainda curta história do microblogue.

Algo que diferencia os perfis é o uso que cada líder dá a ele. Enquanto Obama, na campanha de 2012, misturou mensagens pessoais com outras postadas por sua assessoria (ambas identificadas), potencializando o uso do Twitter como fator mobilizador, o último tuíte da presidenta Dilma Rousseff data de 13 de dezembro de 2010.

Rania Al Abdullah, rainha da Jordânia
Confira abaixo a lista dos dez líderes mais seguidos:


1 – Barack Obama – EUA (desde 5/3/2007) – 24.611.982

2 – Hugo Chávez – Venezuela (desde 28/4/2010) – 3.802.177

3 – Abdullah Gul – Turquia (desde 9/12/2009) – 2.576.101

4 – Rania Al Abdullah – Jordânia (desde 29/4/2009) – 2.459.935

5 – Dmitry Medvedev – Rússia (desde 9/6/2010) – 2.070.287

6 – Dilma Roussef – Brasil (desde 10/4/2010) – 1.752.669

7 – Cristina Kirchner – Argentina (desde 30/4/2010) – 1.461.245

8 – Juan Manuel Santos – Colômbia (desde 11/8/2009) – 1.455.179

9 – Enrique Peña Nieto – México (desde 29/3/2007) – 1.361.667

10 - Mohammed bin Rashid Al Maktoum – Emirados Árabes Unidos /Dubai (desde 3/6/2009) – 1.342.864