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segunda-feira, novembro 04, 2013

Vitória salvadora e algumas observações sobre o S.Paulo

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Muricy Ramalho merece uma estátua no Morumbi. O que ele conseguiu fazer em míseros dois meses pode ser considerado, sim, um milagre. A vitória por 2 a 1 sobre a Portuguesa levou o time aos 46 pontos e praticamente o salvou do rebaixamento no Campeonato Brsileiro (embora matemáticos mais pessimistas insistam na necessidade de mais um ou dois empates). Isto posto, gostaria de fazer algumas observações sobre três "verdades" - ou melhor, opiniões - hegemônicas na mídia que, de forma alguma, considero procedentes.

1 - 'Trabalho' de Paulo Autori
Dizem que Muricy só continuou o trabalho implantado por Paulo Autuori. Discordo. Muricy mudou o esquema de jogo, passou a atuar com três zagueiros ("inventando" Rodrigo Caio como líbero), encostou na reserva Osvaldo, Jadson e Fabrício (o "homem de confiança" de Autuori), oficializou Ganso como único homem criador no meio de campo (e mais adiantado), recuperou Maicon e Ademilson e fez o time ser eficiente na bola parada. O que fez Autuori? Dez derrotas em 17 jogos. Isso resume tudo.

Esta "louvação" à Paulo Autuori leva à minha segunda discordância. A mídia "comprou" - ou, pelo menos, não se dignou a contestar - a afirmação de Rogério Ceni de que o legado de Ney Franco foi "zero". Mentira. O trabalho de Ney no 2º turno do Brasileirão de 2012 foi semelhante ao de Muricy agora, com a diferença (crucial, claro) de que ele não pegou o time ameaçado de rebaixamento. Mas, pela primeira vez em quatro anos, montou um time muito bem definido e competitivo. Autuori fez algo parecido?

2 - Trabalho de Ney Franco
Ney "inventou" um ataque com dois pontas e um centroavante, classificou o clube para a Libertadores após dois anos e ganhou um título depois de quatro temporadas na "fila". Não é pouco (não mesmo!). Mas o que aconteceu em 2013? As velhas e desastrosas interferências de Juvenal Juvêncio: Lúcio já veio como titular absoluto e bagunçou a defesa; Ganso, sem condições, teve a escalação forçada e bagunçou o meio; ninguém repôs a ponta com a mesma característica de Lucas, o que bagunçou o ataque.

Pra piorar, Cortez, que havia feito um segundo semestre de 2012 tão brilhante que recebeu uma proposta internacional (recusada) de R$ 18 milhões em dezembro, SUMIU de uma hora pra outra, de forma inacreditável e inexplicável - o que bagunçou a lateral tanto na defesa quanto no apoio ao ataque. Outro azar de Ney: a grave contusão de Negueba, que poderia fazer a função de Lucas (com muito menos qualidade, claro, mas com mais propriedade). Por tudo isso, não culpo Ney Franco. Pelo contrário.

3 - 'Cobras criadas'
Tem uma outra coisa que o camarada Glauco observou logo no início de 2013 e que faz todo o sentido, a de que o São Paulo tinha muita "cobra criada" (leia-se: Rogério Ceni, Lúcio e Luís Fabiano), ou seja, jogadores que peitam técnico e formam panelinhas internas, e que Ney Franco não é um técnico acostumado a lidar com isso. Talvez seja por esse motivo que ele não se dê tão bem em times "grandes". Autuori chegou e barrou Lúcio. Agora, Muricy faz o mesmo com Luís Fabiano. É sintomático.

Por fim, a terceira "verdade" que vem sendo apregoada pela mídia, sobre a "motivação" que voltou ao elenco com Muricy Ramalho. Trata-se de meia-verdade. O que acontece é o seguinte: desde que Muricy saiu, em 2009, nenhum treinador teve pleno comando do time. Juvenal sempre se meteu e desautorizou publicamente quase todos eles. Alguns exemplos: a imposição de Rivaldo à Carpegiani, a "desescalação" de Paulo Miranda de um jogo comandado por Leão, a imposição de Lúcio à Ney Franco.

4 - Desautorizações de Juvenal
Todos esses episódios minaram o poder dos técnicos sobre o elenco, afinal, ficou claro que eles não mandavam nada perto de Juvenal. E a pior desautorização ocorreu justamente com Ney Franco, quando, logo após as eliminações do Paulista e da Libertadores, Juvenal expurgou seis jogadores para a "Sibéria" de Cotia e reabilitou o renegado Juan. Isso NINGUÉM da mídia se lembra de dizer, mas foi ali o início da inevitável crise sãopaulina. Ali, todo jogador passou a ter MEDO da diretoria.

Foi então que, quando o navio já tinha feito água a ponto de ficar só a ponta do mastro para fora, e visivelmente sem condições de reagir, Juvenal se tocou (ou foi pressionado pelo seu grupo político a se tocar) e telefonou para Muricy. Eu imagino que o treinador tenha feito uma única EXIGÊNCIA: "Juvenal, eu encaro. Mas você não interfere em nada!". E assim foi feito. Prova disso é que Juvenal desapareceu da mídia. Muricy não veio com "motivação", mas sim com AUTORIDADE. E resolveu.

5 - Muricy quer autoridade permanente
Agora, com o sucesso alcançado, Muricy dá a entender que sua continuidade no São Paulo não é tão certa quanto parece. A mídia especula que o problema é dinheiro. Na minha opinião, não é o caso. O que Muricy teme é que, passada a tormenta, Juvenal assuma novamente a postura de déspota e volte a interferir desmedidamente no trabalho da comissão técnica. A começar pelas contratações para 2014, que, se Muricy não tiver liberdade para vetar, serão novamente desastrosas. Esse é o "nó" da questão.

Mas Muricy "ganhou" o elenco e é ídolo da torcida. Espero que Juvenal Juvêncio tenha BOM SENSO e leve isso em consideração.




terça-feira, setembro 10, 2013

Muricy e São Paulo: uma história de sucesso pode se repetir?

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No fim de novembro de 2008, um post do parceiro Bla Bla Gol saudava o tricampeonato brasileiro do São Paulo e, na ocasião, fiz o seguinte comentário:

Mudando um pouco foco dos comentários sobre arbitragens, não acho o São Paulo o clube mais bem administrado do mundo. Do Brasil, certamente, mas pouca coisa acima dos demais. O sucesso tricolor tem nome e sobrenome: Muricy Ramalho. Não é coincidência ser o único treinador tricampeão brasileiro (seria tetra, se não fosse o duvidoso torneio de 2005). O mérito do pessoal do Morumbi é conseguir mantê-lo à frente do time. Técnico que mantém a estabilidade e que possui o elenco na mão tende a ganhar quando o campeonato é por pontos corridos. Mas vamos ver se esse “Super São Paulo” vai longe na competição que ele mais ama, a Libertadores…

Passaram-se quase cinco anos e Muricy volta ao Morumbi. O clube, cujo trabalho da diretoria, basicamente em contratações, estava de fato um pouco acima dos demais à época, descambou. A embriaguez (opa) do sucesso e os elogios recorrentes da imprensa mascararam as falhas, sanadas por um tipo de esquema de jogo, apelidado pelos mais críticos de “Muricybol” que era eficiente, pois trazia títulos, algo que qualquer torcedor adora. Mas tinha limites, como acabou evidente nas competições de mata-mata que o clube disputou.

Tais limites eram menos culpa de Muricy, que adaptou um sistema àquilo que tinha na mão, se acomodando com contratações as quais o clube não pagava pelos direitos federativos, estilo elogiado então. Com a saída do treinador, que era quem indicava boa parte dos atletas, o São Paulo nunca mais se achou. A cobertura generosa da imprensa fazia o torcedor acreditar que cada vinda de jogador era certeza de sucesso. Assim, escutei na rádio comentarista defendendo Rodrigo Souto na seleção (!) e elogiando contratações de “jogadores de peso” como Léo Lima (!!), Marcelinho Paraíba (!!!) e outros similares que seriam tratados como refugo em qualquer outra equipe. Mas não no Morumbi...

Desde a saída de Ramalho, passaram Ricardo Gomes, Sérgio Baresi, Paulo César Carpegiani, Adilson Batista, Emerson Leão, Ney Franco, Paulo Autuori e, vez por outra, Milton Cruz. Tirando o primeiro, que chegou a disputar o título de um Brasileiro quase até o final, no primeiro ano sem títulos desde 2004. Depois, só a Sul-Americana de 2012 que, convenhamos, não é aquele título que faz você colar o poster do time na parede e nem te dá desculpa pra chegar atrasado no dia seguinte no trabalho. Para o Santos, o seu similar, a Copa Conmebol, não serviu nem pra tirar o time da fila.

Durante esse período, caiu o mito da diretoria superior, que contratava bem e dava respaldo ao técnico, sem trocá-lo por qualquer acidente de percurso. Muricy, por sua vez, foi campeão brasileiro pelo Fluminense, da Libertadores pelo Santos, e bi paulista na Vila, passando a impressão de que, de fato, o São Paulo havia se precipitado ao demiti-lo em 2009, ainda que a apatia da equipe que caiu na Libertadores daquele ano fosse um sinal de desgaste do treinador.

Agora, o ato de desespero de uma diretoria que negou Muricy há pouco mais de dois meses é a velha tática de quem perdeu o rumo, jogando-se toda a responsabilidade nas costas de um técnico. Que aceita. Mesmo assim, olhando para as glórias que vêm do passado conjunto de treinador e clube, o torcedor pode ficar esperançoso. Até porque o time tem que conseguir nove vitórias nos dezenove jogos que lhe restam, um aproveitamento aceitável para um clube do tamanho do São Paulo. 

O porém da escolha é que nem Muricy e nem o clube são os mesmos de cinco anos atrás. O Dom Sebastião do Morumbi saiu da Vila Belmiro como uma quase unanimidade negativa, por sua apatia na reta final de sua passagem e também por não conseguir dar padrão de jogo ao Santos durante meses, sempre dependendo de um lance genial de Neymar para salvar o time. O comandante também não vai contar com diretores que lhe garantam tranquilidade nos gramados, tornando o desafio um pouco mais penoso.

Uma mostra da atual fase de Muricy é o próprio comportamento do técnico. Não se repetiu agora o estilo de negociação arrastada que marcou suas idas para Palmeiras, Fluminense e Santos. O treinador, que sempre bateu no peito para dizer que não negociava com clube que tinha técnico, fechou no mesmo dia em que foi anunciada a saída de Autuori do Morumbi. E dois dias depois de declarar que provavelmente não comandaria nenhum time na atual temporada. “Neste momento não vai aparecer coisa boa. Fico pelo menos dois, três anos em cada time que passo." E ainda falou, sobre o fato de não ter ido para o São Paulo quando Ney Franco foi demitido. “Eu sei bem o que aconteceu, estou no futebol há muito tempo e não preciso especular. Mas não fiquei aborrecido. Às vezes também não era bom eu ir para lá, não ia me dar bem com algumas pessoas.”

Futebol é dinâmico mesmo.

segunda-feira, setembro 09, 2013

Muricy Ramalho é o novo técnico do São Paulo

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De acordo com o comentarista Vitor Birner, o São Paulo teria demitido Paulo Autuori e contratado Muricy Ramalho para seu lugar. Às 18h15, a informação ainda não havia sido confirmada oficialmente, mas a repercussão no Twitter já vale a pena ser divulgada:


Agora só falta o Muricy pedir o Jorge Wagner pra alçar bola na área de 2 em 2 min. e estamos livres da série B.

"Muricy vai salvar a gente". Quando o Muricy chega como o seu SPECTROMAN, é que a parada está séria. E eu entendo, o nosso foi PAPAI JOEL

Ney Franco, Autuori e Muricy. Três profissionais totalmente diferentes. O SP sabe bem o que quer no Brasileiro

Incrível a criatividade do São Paulo. Mas vai ser ótimo ver esse time cair com o Muricy e encerrar de vez a grande mentira.

Minha previsão de público para quinta-feira aumentou de 5 mil para 8 mil. Efeito Muricy.

Mesmo amando Muricy, é claro e nítido que a diretoria tá perdida! Não sabe mais em que apoiar. Que ele traga os bons tempos de volta!

Muricy é a última chance de salvar o São Paulo. Acredito nele... e que vai conseguir.

"Muricy não vai resolver nossos problemas dentro de campo mimimimi" Autuori também não estava resolvendo. E entre os dois, prefiro o Muricy!

Primeira atitude do Muricy; o time não pode mais tomar gols, vai retrancar o máximo. Não perde mais...porem não ganha! rebaixa assim mesmo

De longe, mas isso do Muricy agora no SP me lembra um pouco as idas e vindas de Leandro Campos no ABC. A conferir.

O Muricy é o novo técnico do São Paulo? Nossa! Mas o não tinha dito q ele ía pro Inter? "Ta cheio de zé ruela desinformado por ai"

quarta-feira, setembro 04, 2013

2ª vitória na sequência de 5 jogos sem perder

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Engana-se quem pensa que o São Paulo venceu o Náutico por 1 x 0, em Recife, com um jogador a menos. Na verdade, o time terminou o jogo com nove. Com Douglas titular (por quê, meu Deus, por quê?!??), o Tricolor já começa a partida com dez. Por isso, após a (justa) expulsão do recém-contratado zagueiro Antonio Carlos, a equipe demonstrou raça e heroísmo ao buscar o gol e segurar a vitória, jogando fora de casa - mesmo que tenha sido contra o pior time do Brasileirão.

E a assistência para Aloísio marcar foi feita pelo lateral-esquerdo Reinaldo, que é, para mim, um dos maiores símbolos da "gestão" Paulo Autuori. Depois de afastar a "cobra criada" Lúcio, o técnico apostou suas fichas no garoto Rodrigo Caio (que vem jogando bem tanto como zagueiro quanto como volante), em Reinaldo e em Aloísio, que personificam o espírito de luta que um time tem que ter quando briga contra um possível rebaixamento. Ou seja: medianos, mas batalhadores.
 
Douglas salta: com ele, time entra com um a menos (Foto:Aldo Carneiro/ Lance!Press)

Porque os "medalhões" simplesmente sumiram depois que o São Paulo foi eliminado do Paulistão pelo Corinthians e da Libertadores pelo Atlético-MG, iniciando uma tenebrosa sequência de derrotas e vexames. O que produz Osvaldo, que não faz gol desde fevereiro? O que acrescenta Luís Fabiano, que, quando não está contundido ou suspenso, marca um gol a cada dois meses? Cadê o Jadson? E o Ganso? Desse grupo, que devia chamar a responsabilidade, só Rogério Ceni corresponde.

Parece que os tais "medalhões" só sabem mostrar serviço "na boa", quando o time briga pelas primeiras posições. Quando o buraco é mais embaixo, desaparecem. E, neste momento difícil, o time precisa exatamente de atletas com o perfil de Reinaldo, Rodrigo Caio e Aloísio. Porque não é pra "jogar bonito". A briga não é pelo título, mas pela permanência na Série A. Também acredito em Paulo Miranda, que devia assumir a lateral direita. E em Negueba, que segura a bola no ataque.

Nas condições ideais, sem afastados por lesões ou suspensões, este (limitado) time do São Paulo poderia definir como titulares Rogério Ceni; Paulo Miranda (ou Welington), Rodrigo Caio, Antonio Carlos e Reinaldo; Denilson, Fabrício (ou Welington) e Ganso; Jadson, Aloísio (ou Luís Fabiano ou Welliton) e Negueba (ou Osvaldo). Simples, sem invenções. A lateral direita continua exposta, sem um especialista de origem, e o meio não é lá essas coisas. Mas, para brigar sério, é o que temos.

E vamos ao Criciúma, em casa, e ao Coritiba, fora. Pedreiras. Mas esse é o "clube da fé"!


terça-feira, agosto 13, 2013

A crise no São Paulo é mais por princípios e valores

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Por Moriti Neto

Ao contrário do que algumas vozes baseadas em chances de gols não convertidas defendem desde o jogo de domingo, contra a Portuguesa, o azar é o menor problema no São Paulo. Aloísio colocar a mão numa bola que entrava no gol, não é azar. É burrice. Como também é o que faz Paulo Autuori insistir na escalação de Douglas, que não consegue acertar três passes durante os noventa minutos.

Idem a ausência de senso crítico de Rogério Ceni. Se a condição do capitão embaixo das traves não é das melhores, mas inexiste substituto no momento, ele ao menos deveria reconhecer as dificuldades nos fundamentos que tão bem praticava e transferir funções, como reposição do esférico, além das batidas de faltas e pênaltis (o erro de domingo, contra a Lusa, foi só mais um entre cobranças ruins, inclusive de tiros de meta). 

Já disse, neste Futepoca, que não considero o elenco do São Paulo entre os piores do Campeonato Brasileiro, competição ruim de dar dó, em que times horrorosos, a exemplo de Vasco, Bahia e Vitória, têm muito mais pontos que o Tricolor. Assim, a realidade aponta dois motivos maiores que a questão técnica para a péssima fase são-paulina: um ambiente degradado internamente e a falta de confiança que passa a abater os jogadores/comissão técnica ao passo que os resultados positivos não vêm. Nessas situações, alguns pontos merecem destaque.

Ídolo sim. Infalível, não
Rogério Ceni

Certo: jogador histórico, ídolo. Um dos maiores da trajetória do clube. No entanto, tem personalidade difícil, é fato. Enquanto vivia momentos técnicos e de conquistas inquestionáveis, a importantíssima liderança não era contestada abertamente. Hoje, tem sérias limitações dentro do campo, mas segue na arrogância de semideus que outrora foi. Hora de assumir a mortalidade, sair da postura de dono do clube (que combina bem com o estilo nefasto de Juvenal Juvêncio e, talvez por isso, faça a relação deles tão boa) e deixar que outros floresçam como líderes técnicos e carismáticos.                      

Autuori

Dizer que Autuori é um enganador, treinador medíocre, é mostrar certo desconhecimento da história recente do futebol nacional. Foi campeão brasileiro, conquistou duas Libertadores, um Mundial de Clubes, fora títulos menores.                

O problema é que o sujeito não faz um trabalho que preste há muito. Insiste num 4-4-2 antiquado, extremamente vulnerável nas invertidas de bola do adversário, e possui míseros 13 por cento de aproveitamento na atual passagem no São Paulo. São oito derrotas, um empate e uma (!!!) vitória. Pelo momento, não era a opção para encarar o desafio de comandar o time.

Vontade ou burrice?

O futebol tem dessas coisas. Há jogadores limitados tecnicamente, mas que se superam na força física e, principalmente, mental. Com alguma capacidade de inteligência e concentração, são capazes de usar disposição, movimentação e ocupar espaços fundamentais do campo.

Entretanto, há certos atletas que, além das dificuldades técnicas, tem na ausência de inteligência o maior problema. Exemplo disso é o atacante Aloisio. O lance bizarro (alguém aqui já viu um jogador impedir o gol do próprio time como ele fez ontem, aos 42 do segundo tempo, numa jogada que daria o empate ao São Paulo?), foi típico de alguém incapaz de controlar elementos básicos das funções que exerce. Não é à toa que vive lesionado. Já se contundiu várias vezes por ser atabalhoado. Entra errado nas divididas, não sabe cair e confunde vontade com afobação.

O pior é que esse tipo de jogador engana. Não que seja ato pensado, mas a falsa imagem de “guerreiro” induz o torcedor. Confere ao atleta “autoridade moral”, o que disfarça os erros e a grossura. Aloisio perde gols incríveis por ruindade e excesso de individualismo. Fominha, conclui de forma precipitada e, invariavelmente, inócua. A mão na bola que tirou o gol de Ganso contra a Portuguesa seria, em minha opinião, o limite.

Crise

O ambiente no São Paulo, independentemente de critérios técnicos, é o retrato de uma crise muito mais de princípios e valores. E o é, pois, afora um presidente coronelista, o clima ruim é criado por profissionais sem autocrítica, algo que não gera espaços a soluções, mas propicia largamente falsas esperanças.

segunda-feira, julho 29, 2013

12º jogo sem vitória, mas Paulo Autuori surpreende positivamente - dentro e fora de campo

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Miranda: limitado, mas joga sério (Foto: F.Borges/Terra)
Sim, foi um clássico sem gols e sem muitos atrativos contra o Corinthians, no Pacaembu, mas o São Paulo mira, enfim, uma luz no fim do túnel. Não falo sobre a situação no Campeonato Brasileiro, que é péssima: o empate selou a permanência na zona da degola e, com dois jogos a mais do que a maioria dos 19 concorrentes, a possibilidade de voltar da excursão à Europa e à Ásia na última colocação é bem plausível. Fora isso, já são 12 jogos sem vitória. Porém, mais do que o alívio por não ter sido derrotado mais uma vez, há dois aspectos muito positivos sobre o trabalho de Paulo Autuori neste jogo contra o Corinthians. Dentro e fora de campo.

Dentro das quatro linhas, o técnico conseguiu, enfim, esboçar uma estratégia de emergência: três volantes e dois zagueiros muito bem postados - afinal, o time não tem laterais decentes (o que, em todas as derrotas, representou verdadeiras "avenidas" para os gols dos adversários). A decisão de efetivar Paulo Miranda na zaga é claramente acertada. Sim, ele é limitado, mas muito esforçado. Joga de forma mediana, mas joga sério. E mostra vontade, o que é mais importante. Dessa forma, representa para o sistema defensivo, neste momento, o que Aloísio representa para o ataque: determinação, garra, vontade de mostrar serviço.

Fabrício, como volante, também foi elogiado. Está sem ritmo de jogo, é visível, mas parece ter obediência tática - mais do que Denílson ou Wellington. Não é o ideal, mas o São Paulo não vive um momento para trabalhar com o ideal, e sim com o possível. A estratégia, repito, é de emergência. Nesta proposta, assim como Paulo Miranda, o ex-cruzeirense pode, sim, fixar-se como titular. Porque, daqui até o final do campeonato, o que o time precisa fazer, diante de suas (imensas) limitações e lacunas, é mesmo se fechar na retranca e dar o bote no contra-ataque. É estratégia de zona de rebaixamento, é realidade de time que só está apanhando.

Autuori matou a 'cobra criada' Lúcio (Foto: reprodução)
Por isso, essa opção tática e técnica de Paulo Autuori já me parecia meio óbvia, mas me surpreendeu porque ele conseguiu, em meio ao caos generalizado e aos seguidos nocautes, implantá-la no jogo contra o Corinthians. E isso só foi possível pelo o que o treinador fez de mais surpreendente, fora de campo: mandou a diretoria se livrar de Lúcio e barrou Paulo Henrique Ganso. PERFEITO! Várias e várias vezes repeti aqui um comentário muito procedente do camarada Glauco, de que um dos maiores problemas do São Paulo era ter "cobras criadas" como Rogério Ceni, Luís Fabiano e Lúcio. Ninguém vai conseguir se livrar dos três. Mas um, pelo menos, tinha que sair.

Luís Fabiano pipocou visivelmente nesta temporada e só não saiu do clube porque, na verdade, não apareceu ninguém interessado. Agora, inventou uma contusão (novamente!) e está quietinho, na dele. Não é obstáculo para o treinador. Rogério Ceni, em sua última temporada, não irá para o banco. Mas também não tem falhado grotescamente nem arrumado confusão. Lúcio, sim. Era indisciplinado, afrontava os técnicos, e, mais do que Tolói (que é lento, pesado e sem tempo de bola), foi o maior responsável por vários gols sofridos. Bingo: Autuori só precisou da falha de Lúcio no gol que selou a derrota para o Internacional para convencer a diretoria a se livrar dele. Excelente! A luz foi acesa no fim do túnel.

E, pelo o que parece, Ganso também saiu do time titular. Mais do que justo. Outro dia eu conversava com o Glauco e concordamos que o que mais assusta em relação ao jovem talento revelado na Vila Belmiro é o aparente "medo" que ele vem demonstrando de jogar bola, desde que começou a se contundir. Ele só toca de lado ou para trás, de primeira, como quem quer se livrar logo do lance. E seu posicionamento atrapalha todo mundo, os volantes, o meia, os laterais, a zaga. Com ele, o São Paulo joga com dez. Sim, é triste, pois o cabra, sem dúvidas, FOI um grande talento. Hoje, no time titular, sua presença é dispensável.

O resumo da ópera, portanto, é que Autuori cansou de apanhar e decidiu reagir, à sua maneira. São decisões radicais: não é qualquer um que manda embora um zagueiro que venceu vários títulos com a seleção brasileira, incluindo uma Copa do Mundo, e encosta um jovem meia talentoso que encantou o país e custou R$ 24 milhões aos cofres sãopaulinos. Precisa coragem pra fazer isso. Autuori sabe que, neste momento, o São Paulo não está na posição de "grande clube" que, além de vencer, precisa convencer (jogando bonito). Não, longe disso. O São Paulo, hoje, é um time limitado que precisa sair da zona da degola. Na retranca, no jogo feio, na bola parada. Agora, finalmente, temos um foco, uma postura e uma estratégia. Sem "cobras criadas", sem os inúteis que só jogam com o nome. Autuori sabe o que faz.


EM TEMPO

1 - O banimento de Lúcio também tem relação direta com a saída de Adalberto Baptista do cargo de diretor de futebol. A péssima fase do time, as contratações equivocadas de atletas e técnicos e, por fim, como "cereja" do bolo, as críticas públicas que fez ao goleiro Rogério Ceni, expondo os jogadores em plena crise, tornaram sua posição insustentável. Baptista entregou o cargo na quinta-feira (25/07). Como foi ele quem bancou a contratação de Lúcio, como uma espécie de resposta por não ter se interessado em repatriar Lugano, a situação do ex-capitão da seleção brasileira também se complicou sem volta. Seu contrato, que iria até 2015, deve ser rescindido e o atleta será oferecido a um clube árabe.

2 - Para o lugar de Adalberto Baptista, o São Paulo, enfim, admitiu que pretende contratar um profissional remunerado para a direção de futebol. Os ex-jogadores Pintado, que fez um bom trabalho no Penapolense, e Ronaldão, que há anos trabalha na diretoria da Ponte Preta, são os mais cotados para assumir a função.

3 - Juan, o pior lateral-esquerdo da história do São Paulo, vive um inédito segundo "exílio" no clube. Pelo o que consta, a diretoria tentou mandá-lo para a Portuguesa (para onde foi Cañete), em troca do lateral-direito Luis Ricardo, que também interessa ao Palmeiras. Juan não quis. Agora, o Tricolor vai oferecer o também lateral-direito Caramelo, que, assim como Juan, não foi relacionado para a excursão ao exterior. Wellington e Paulo Miranda, que quase foram negociados, jogaram contra o Corinthians, estão na excursão e devem permanecer no clube.

segunda-feira, julho 15, 2013

Ameaça de rebaixamento em 5, 4, 3, 2...

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Autuori: pior que o time do Vasco, só o São Paulo
Paulo Autuori pulou da panela pra cair no fogo. Se o treinador considerou uma real possibilidade de rebaixamento para sair do Vasco, agora já deve ter percebido que a situação não é menos crítica no São Paulo. Com um jogo a mais em relação aos adversários (adiantou o confronto com o Bahia para poder viajar e disputar a Copa Suruga, no fim do mês), o Tricolor do Morumbi tem míseros 33,3% de aproveitamento, com apenas 8 pontos em 24 disputados, e já contempla a zona de rebaixamento como campo de batalha nos próximos meses. Afinal, ainda nem enfrentou Coritiba, Botafogo, Cruzeiro e Internacional, quatro dos cinco melhores times do campeonato até aqui. A derrota para o Vitória por 3 a 2, em Salvador, foi a terceira seguida no torneio - e a quinta em sequência se considerarmos o amistoso com o Flamengo e a primeira partida da decisão da Recopa contra o Corinthians. Queda livre em um abismo que nem chegou ao meio...

A realidade é assustadora. Tirando Rogério Ceni, Jadson e Osvaldo, nenhum outro atleta tem condições de ser titular do São Paulo. Ganso e Luís Fabiano só estão "jogando" com o nome. Aloísio, Rodrigo Caio e Denílson são perfeitos como reservas, para completar elenco - bem como Roni, Caramelo, Silvinho, Ademilson e Lucas Evangelista. Todos os outros poderiam rescindir contrato JÁ, IMEDIATAMENTE (ou melhor, nunca deveriam ter sido contratados): Lúcio, Edson Silva, Rafael Tolói, Maycon, Fabrício, Juan, Douglas, Lucas Farias, João Schmidt, Alan. Sobre o contundido Negueba, que nunca jogou, e o recém-contratado Clemente Rodríguez, que entrou em uma só partida, não dá pra opinar. E Wellington e Rhodolfo parece que já estão vendidos, graças a Deus! Ou seja: Paulo Autuori tem oito posições para preencher no time titular. OITO! O São Paulo vai de mal a pior e o técnico não tem zagueiros, nem volantes, nem laterais. Quando eu digo "não tem" significa NÃO TEM. Ninguém. Nenhuma opção. Nenhuma saída.

Começo a compreender o que os palmeirenses sentiam no Brasileirão 2012: DESESPERO.


sexta-feira, julho 05, 2013

Ney Franco não chegou ao feriadão de 9 de julho no São Paulo

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Ney Franco disse que tinha 'força' na diretoria...
Faz um mês que o Futepoca já vinha avisando:

"Questionado sobre o clamor dos torcedores, o 'He Man' Ney Franco garantiu: 'Eu tenho força!' Mas, com esse time horrível e sem opções no elenco ou perspectiva de contratações, o prazo de validade do treinador parece menor do que o Nelson Ned. A informação de que Muricy Ramalho passará duas semanas em férias nos Estados Unidos dá a entender que ele já conversou com o Velho Barreiro, digo, o Juvenal Juvêncio, que o aconselhou a aguardar quietinho os próximos jogos (e maus resultados) do São Paulo e o fim do recesso futebolístico por causa da Copa das Confederações." - em 6 de junho, após derrota por 1 a 0 para o Goiás pelo Brasileirão, em pleno Morumbi. 
"Ney Franco que se cuide. O time joga mal e outra derrota para o Corinthians, dessa vez na Recopa, acionará a guilhotina sobre seu pescoço." - em 13 de junho, após empate em 1 a 1 com o Grêmio pelo Brasileirão, em Porto Alegre. 
"Muricy vem aí. (...) Ney Franco não vai durar muito - mesmo não tendo muita culpa no cartório." - em 4 de julho, após a derrota por 2 a 1 para o Corinthians pela Recopa Sul-Americana, novamente no Morumbi.
Agora, é fato: hoje, "em comum acordo entre ambas as partes" (de acordo com o site do clube), Ney Franco foi demitido do cargo de técnico do São Paulo. Em 79 jogos,  deixou um saldo de 41 vitórias, 16 empates e 22 derrotas (59% de aproveitamento). "Hoje, completa um ano que cheguei. Não posso sair sem destacar todo o incentivo que eu tive no clube. Porém, por muitas questões, não conseguimos objetivos. Saio frustrado porque meu pensamento era que a gente conseguiria muitos títulos. Infelizmente, não aconteceu", lamentou-se, em sua despedida. De minha parte, não há muito o que comentar, além do que já foi pisado e repisado aqui nesse blog: Ney Franco pode ser mediano ou mesmo fraco, mas esse time do São Paulo - com Lúcio, Tolói, Ganso e, principalmente, Juan e Douglas - nem Jesus Cristo pode dar jeito.

Agora, já especulam os nomes de Paulo Autuori e Muricy Ramalho. Como se vê, depois de Paulo César Carpegiani e Emerson Leão, o presidente Juvenal Juvêncio continua pensando "pra frente"...

terça-feira, abril 09, 2013

Pinceladas cariocas - Ninguém mais se lembrará das Torres Gêmeas!

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por Enrico Castro

Convoca, Felipão! Quem não tem Fred caça com Rhayner?
Pode passar muitos anos, mas aqueles momentos históricos importantes ficam gravados para sempre em nossas memórias. Todos se lembram exatamente onde estavam e o que estavam fazendo quando, por exemplo, Getúlio Vargas se suicidou, Ayrton Senna morreu, as Torres Gêmeas foram abatidas, a seleção brasileira venceu cada uma de suas cinco Copas do Mundo etc. O último sábado, 6 de abril de 2013, certamente foi mais uma destas datas que se fixarão em nossas mentes, sobretudo para quem acompanha o velho e violento esporte bretão. O fato apoteótico aconteceu em Volta Redonda, na partida entre Fluminense e Resende, aos 13 minutos do segundo tempo. Após 2 anos e 2 meses, cinco clubes diferentes e 84 jogos, o atacante Rhayner marcou um gol! (pausa para estupefação geral da Nação) E um jejum deste porte não poderia ser findado com um gol comum. Como num roteiro previamente ensaiado, Rhayner invadiu a área, deixou dois adversários pra trás e cruzou; o goleiro do Resende, num afã de ser lembrado na posteridade, decidiu ajudar o malogrado atacante do Flu e empurrou a bola para dentro de sua própria meta. Se encerrava naquele momento o maior jejum de gols de um atacante que se tem notícia no futebol profissional brasileiro. O jogo em si, a vitória do Flu por 2 x 0, e a lesão que vai deixar Fred inativo por pelo menos três semanas foram ofuscados e, portant,o não são dignos de comentários. Começo aqui a campanha “Chama o Rhayner, Felipão!”

"Vozes do Além" complicaram o Fla
Também no sábado, o Flamengo se livrou de mais uma derrota, desta vez para o Duque de Caixas, com um gol de Cléber Santana nos acréscimos: 1 x 1. O time mais uma vez não se encontrou em campo e viu suas ínfimas chances matemáticas de classificação para as finais do 2º turno virarem pó. A partida foi sonolenta até mesmo para quem estava secando o Fla, algo que atualmente significa o mesmo que empurrar bêbado ladeira abaixo. Maldade desnecessária. Tudo transcorria dentro da normalidade até que mais um de nome pomposo resolveu fazer fama na Taça Rio - vide atuação patética do árbitro e lord Philip Benett no jogo entre Botafogo e Madureira, quando desmarcou um pênalti em favor do Botafogo assinalado por ele mesmo. Todos agora têm certeza que a FERJ se antecipou à FIFA e decidiu lançar mão, na clandestinidade, do recurso eletrônico para dirimir dúvidas em lances polêmicos: no jogo entre Flamengo e Duque de Caxias, após Pathrice Maia e o bandeirinha validarem o gol de Hernane, que estava impedido, o árbitro escutou "vozes do Além" (ou seriam as "forças ocultas" do Jânio?) e anulou o tento, afundando ainda mais o Fla. Seja na política, nas relações pessoais ou no futebol, o Rio de Janeiro continua o mesmo: segue na vanguarda da malandragem...
Vitinho está 'comendo a bola'
Já o Botafogo segue implacável e, ainda sem contar com Seedorf, engrenou a sexta vitória consecutiva: 3 x 0 sobre o pato Olaria, digo, fraco Olaria. Mais uma vez Vitinho, que  entrou aos 28 do 2º tempo, fez a diferença. Marcou dois golaços e colocou mais uma interrogação na cabeça do técnico Osvaldo de Oliveira, que segue mantendo o garoto no banco de reservas em prol da escalação dos pernas-de-pau Rafael Marques e Bruno Mendes. Como o Bota é chegado numa superstição, dizem que o jovem é o talismã do momento, e que vai repetir os “feitos” recentes de Iranildo, Almir e Caio. Aquele torcedor alvinegro que acompanha mesmo o time espera, do fundo do âmago, que isso não aconteça, pois nenhum dos três se tornou o craque que as diretorias de suas épocas esperavam. Apesar de ainda ser cedo para afirmar, Vitinho parece jogar mais que todos eles juntos. Já  está na hora de Oswaldo ganhar coragem e escalá-lo desde o início das partidas.

Rivais já miram naufrágio da nau vascaína no Brasileirão
E o Vasco, enfim venceu uma: 2 x 1 frente ao Friburguense. Com isso, encontra-se agora na confortável posição de vice-lanterna de seu grupo (uma vez vice, sempre vice). Como o time apenas cumprirá tabela no restante do torneio, a diretoria vascaína, que é mais desorganizada que pelada dominical de pinguços, tenta de qualquer maneira negociar Dedé, o único do elenco que ainda possui mercado em times de ponta. A expectativa é conseguir fazer caixa para pagar os atrasados e ainda receber jogadores para fortalecer o elenco que, com certeza, brigará para não cair no Brasileirão. Mas, se a negociação com o Corinthians melar, é bom a diretoria pensar logo em um novo treinador, pois Autuori já avisou que, com salários atrasados, vai pular fora da nau vascaína em junho. Se isso acontecer, só um milagre evitará que o barco português afunde no final do ano.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

quinta-feira, junho 09, 2011

De 1 a 0 em 1 a 0, a liderança - após dois anos

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Assim como na partida contra o Figueirense, um gol solitário garantiu a (pra lá de suada) vitória do São Paulo contra o Atlético-MG, ontem, pela terceira rodada do Brasileirão. O belo chute do volante Casemiro (foto), no primeiro tempo, colocou o Tricolor na liderança do campeonato, o que não ocorria desde o segundo semestre de 2009. Mas a vida do São Paulo não foi fácil lá em Minas Gerais, muito pelo contrário. Tomou sufoco o jogo inteiro, bola na trave e várias chances reais de gol dos atleticanos - que, pra variar, devem estar reclamando muito da arbitragem, por conta de lances duvidosos em que o juiz preferiu não marcar pênalti.

O que ficou clara foi a inoperância do ataque sãopaulino. O gol surgiu num passe do (bom) volante Welington para o também volante Casemiro. O decantado Lucas perdeu dois gols feitos e sumiu, assim como o apagado Dagoberto. No final do segundo tempo, depois de meia hora de muita pressão do Atlético, Paulo César Carpegiani botou Marlos, que, mesmo com o pulmão zerado, não conseguiu prender a bola no ataque. Juan segue jogando muito mal e, na outra lateral, Jean quase não foi acionado. Rodrigo Souto prova que sua mente já deve estar em outro clube. E os saldos positivos, além da vitória e da liderança, foram a defesa, que mandou muito bem com Xandão e Luiz Eduardo (mais Bruno Uvini no final) e o fato de equipe já ter vencido duas vezes fora de casa, o que pode fazer diferença lá na frente. Mas é óbvio que, apesar das três vitórias, é muito, muito cedo pra qualquer prognóstico.



Ex-técnicos campeões
Demitido do São Paulo há dez meses, após a eliminação na Copa Libertadores contra o Internacional-RS, o técnico Ricardo Gomes (foto à esquerda) conquistou ontem, com o Vasco da Gama, a Copa do Brasil - o torneio que Carpegiani não conseguiu ganhar. Pelo critério de gols marcados fora de casa, a derrota por 3 a 2 para o Coritiba, no Paraná, foi suficiente para os vascaínos garantirem o título. Curioso é que o antecessor de Gomes no São Paulo, Muricy Ramalho (à direita), levou o Santos ao título paulista deste ano e está a dois passos de vencer a Copa Libertadores, contra o uruguaio Peñarol. Vale lembrar que o técnico "tampão" que comandou o São Paulo entre Gomes e Carpegiani, Sérgio Baresi, foi o campeão da Copa São Paulo de futebol júnior em 2010 - ou seja, há menos tempo que o último caneco levantado pelo time principal, o Brasileirão de 2008. E, no mês passado, o antecessor de Muricy no time sãopaulino, Paulo Autuori, foi bicampeão da Copa do Qatar, com o Al Rayyan. Nada, nada, garantiu vaga na próxima Liga dos Campeões da Ásia, principal competição do continente, que dará ao vencedor o direito de disputar o Mundial de Clubes da Fifa em 2012. Legal, né, Juvenal?

segunda-feira, setembro 01, 2008

Folclórico, Aloísio descola uma graninha no Qatar

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Visivelmente desinteressado do São Paulo neste ano, Aloísio (foto) deu um alô ao treinador Paulo Autuori (que pediu sua compra para o tricolor paulista no final de 2005) e conseguiu descolar um contrato de 11 meses com o Al-Rayyan, time do Qatar, por U$ 1 milhão (cerca de R$ 1,6 milhão). É justo: o cara está com 33 anos, quer fazer um belo pé de meia antes de pendurar as chuteiras e, afinal de contas, já tinha perdido vaga no time há muito tempo. Ser jogado para escanteio por Borges, Dagoberto, Adriano, Éder Luís e, por último, André Lima, não é mesmo uma situação muito favorável. Sua última partida marcante pelo São Paulo ocorreu há quase um ano, quando marcou o gol que despachou o Boca Juniors da Copa Sul-Americana. Pouco antes, aliás, pude ver uma estupenda atuação do alagoano, com dois golaços, nos 6 x 0 contra o Paraná, no Morumbi. Mas, após o tetracampeonato brasileiro, Aloísio se acomodou. E perdeu espaço.

No ano passado, cheguei a reclamar da improdutividade do atacante no São Paulo. Tudo bem que o tricolor terá um débito eterno com Aloísio, pela assistência magistral que deu para o volante Mineiro marcar o gol do título mundial contra o Liverpool, em dezembro de 2005. Mas não é possível que um time de centroavantes matadores como Serginho Chulapa (243 gols), Gino Orlando (239), França (182), Luís Fabiano (119) e Careca (115) tenha no ataque alguém que faça míseros 23 gols em 124 jogos, média de 0,18 por partida. Para se ter uma idéia, Kléber Pereira (acima) já fez 50 gols em 74 jogos pelo Santos, média de 0,67. É uma diferença abissal. Borges e Hugo, contratados em 2007, já fizeram 30 e 20 gols, respectivamente, pelo São Paulo. Claro, se formos falar em termos de títulos, Aloísio saiu-se muito bem nos quase três anos que defendeu o São Paulo: venceu um mundial e dois brasileiros. Mas o time perdeu vários jogos decisivos no período, alguns deles por inexplicáveis "apagões" - e falta de gols - do camisa 14.

Bom, mas que Aloísio seja feliz no Qatar. O que ficará para os são-paulinos, além do passe para Mineiro e dos muitos gols que deu puxando a marcação, fazendo o pivô ou sofrendo faltas para as cobranças de Rogério Ceni, é sua figura folclórica. O estilo trombador e a sinceridade do centroavante alagoano eram hilários. Em entrevista ao Leandro Canônico, do site Pelé.Net, por exemplo, Aloísio revelou uma história absurda de quando foi contratado pelo Rubin Kazan, da Rússia, em 2004: "Quando cheguei, os dirigentes me buscaram no aeroporto. Entrei na caminhonete e eles disseram que eu ficaria num hotel e depois procuraria apartamento. No local, vi um monte de gente de branco. Achei estranho, mas dormi lá e acordei no meio da noite escutando um monte de gritos. No dia seguinte, eu perguntei para a pessoa que estava responsável por mim o que tinha acontecido, porque parecia que alguém batia numa mulher. Daí que ele me explicou que, por falta de vaga nos hotéis, haviam me colocado num hospício. Aí eu disse que ia embora se não me tirassem de lá". Imaginem a situação do cabra...

Ps.: Me recuso a comentar qualquer coisa sobre o clássico de ontem, no Morumbi. Seria como teorizar sobre o vácuo, o vazio, o nada (igualzinho ao jogo do primeiro turno). Continuarei torcendo para que o Santos escape do rebaixamento. E para que o São Paulo consiga beliscar, ao menos, uma vaguinha na Libertadores. Mas até isso parece cada vez mais improvável.

terça-feira, maio 27, 2008

Leão cai e aumenta a dramaticidade do "clássico da crise"

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Sanches Filho/Estado de S. Paulo
O treinador Émerson Leão não comanda mais o Santos. Pressionado pela eliminação do time na Libertadores, cobrado como se a equipe fosse recheada de craques, achincalhado por uma organizada e combatido desde sua contratação por parte da diretoria, o técnico pediu arrego.

Agora foi aberta a temporada de especulações. Dois nomes surgem como favoritos da diretoria (?) santista. O que não quer dizer nada, porque o clube não tem dinheiro e o Santos não parece o lugar em que os comandantes de alto nível sonhem em atuar hoje. Cuca, do Botafogo, caso o time caia fora da Copa do Brasil, desponta como um dos preferidos. O outro é Paulo Autuori, atualmente no Catar, mas que envolveria uma bela soma para retornar ao Brasil.

Diante da provável recusa dos citados acima, outros dois desempregados poderiam sentar no banco de reservas do Alvinegro. Geninho, técnico defensivista que passou pelo clube em 1986/1987/1992/2001 é um deles. Pergunte a algum santista se tem saudades de alguma passagem do referido no Peixe. Outro que pode aparecer é Ney Franco, recém-demitido do Atlético (PR).

Tirando Luxemburgo e Leão, ninguém mais conseguiu títulos com o time da Vila no século XXI. Dada a falta de recursos decorrente de uma administração temerária que teve em mãos a maior mina de ouro do futebol brasileiro nos últimos 25 anos, com Robinho, Diego, Elano, Alex, Renato, entre outros; mas que anteriormente havia gasto fortunas com Rincón, Edmundo, Marcelinho Carioca, Valdir Bigodinho, Carlos Germano, as perspectivas são péssimas.

Torcedor santista, o ano acabou após a eliminação da Libertadores. Como todo longo reinado administrativo que preza pela incompetência, vide casos Dualib e Mustafá, a luta agora é contra o destino que os clubes dirigidos por eles tiveram: a Série B. Oremos pelo melhor técnico e esperemos 2009. Diante do cenário, só a queda de Muricy Ramalho e uma improvável contratação do mesmo por parte do Santos salvam o semestre. Márcio Fernandes (vulgo o interino), faça sua parte domingo, no "clássico da crise" contra o São Paulo, e ajude seu clube a ter um futuro menos sombrio...