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quarta-feira, agosto 21, 2013

Especial: É hora de discutir a homofobia no futebol

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Corintianos protestam contra beijo de Sheik
O selinho do jogador corintiano Emerson Sheik no amigo Isaac Azar trouxe à tona a questão da homofobia no futebol em função da reação agressiva de torcedores do clube que protestaram contra a atitude do herói da Libertadores de 2012.

Mas não é uma questão nova, ainda que não tenha merecido a atenção devida nem dos dirigentes esportivos da CBF e das federações, tampouco das equipes profissionais. “Os clubes de futebol, a imprensa esportiva e outros atores envolvidos com o futebol legitimam a homofobia ao silenciarem sua existência. Ao não serem citados, os xingamentos homofóbicos acabam sendo naturalizados”, acredita Gustavo Andrada Bandeira, pedagogo e autor da dissertação intitulada Eu canto, bebo e brigo... alegria do meu coração: currículo de masculinidades nos estádios de futebol. “Os nossos grandes clubes possuem origens e histórias mais ou menos semelhantes. Não vejo, neste momento, condições para que um clube de futebol brasileiro levante qualquer bandeira política que o diferencie dos demais.”

O surgimento das torcidas queer, que combatem a homofobia nas redes sociais, teve o mérito de tirar esse tema da invisibilidade. Mas, mesmo ganhando inúmeros adeptos e o apoio de outros tantos, reconhecem dificuldades para fazerem coisas simples, como manifestar o amor pelo seu time em um estádio de forma coletiva.

Frequentamos o estádio e temos sim esse objetivo [de comparecer como organizada]. Mas queremos fazer tudo com calma e no momento certo, é preciso garantir a integridade física de todos os participantes. Infelizmente a intolerância é muito grande e, a julgar pelas ameaças que recebemos na página, sabemos que não será fácil fazer protestos no estádio. Estamos pensando na melhor forma de fazer isto”, diz Milena Franco, da Galo Queer, torcida considerada precursora do movimento atual.

Algumas torcidas já tentaram ir aos estádios levando a temática LGBT. Muito antes da internet e das redes sociais, em 1977, surgiu a primeira organizada gay do Brasil, a Coligay,  fundada por Volmar Santos, então dono da boate Coliseu, para apoiar o Grêmio. Hostilizada pelos próprios torcedores do clube, foi extinta na década de 1980. Outro exemplo que também não foi adiante é a FlaGay, fundada pelo carnavalesco botafoguense Clóvis Bornay e que teve idas e vindas entre o final da década de 1970 e os anos 1990. 

Quanto ao comparecimento em estádios, a Bambi Tricolor enfrenta a mesma dificuldade da Galo Queer, mas em um nível talvez pior, já que são-paulinos são muitas vezes alvo de ofensas homofóbicas por parte dos rivais. “Há uma forte resistência entre os torcedores, agravada, inclusive, pela escolha do nome Bambi Tricolor. E embora a maioria que se manifesta tenha consciência de que as provocações e ofensas contra os são-paulinos tem um forte caráter homofóbico, não é muito clara a ideia de que a reação da torcida, de modo geral, tende a reforçar a homofobia”, conta Aline, representante da Torcida.

Confira nos links abaixo as três entrevistas feitas pelo Futepoca em abril e maio deste ano sobre a homofobia no futebol brasileiro.



Entrevista com Gustavo Andrada Bandeira, pedagogo e autor da dissertação intitulada Eu canto, bebo e brigo... alegria do meu coração: currículo de masculinidades nos estádios de futebol. 


Entrevista com Aline, representante da Bambi Tricolor

"A rivalidade faz parte do futebol, mas a homofobia não”

Entrevista com Milena Franco, da Galo Queer.

(Texto com contribuições de Glauco Faria, Marcão Palhares e Nicolau Soares)

Gustavo Bandeira: “Nossa cultura ainda é muito permissiva em relação à homofobia”

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Entrevista com Gustavo Andrada Bandeira, pedagogo e autor da dissertação intitulada Eu canto, bebo e brigo... alegria do meu coração: currículo de masculinidades nos estádios de futebol

Por Glauco Faria

Futepoca – Por que, no seu entendimento, o estádio de futebol é um espaço tão marcante para afirmações de masculinidade e práticas homofóbicas? Isso tem mais a ver com a cultura do futebol ou com a cultura do próprio país?
Gustavo Andrada BandeiraDesde a perspectiva teórica que me aproprio, as diferentes instâncias da cultura trabalham na produção dos gêneros e das sexualidades. Os esportes modernos, em geral, são locais da cultura em que as construções de masculinidades ocupam um lugar privilegiado. Os confrontos são próprios das construções culturais do masculino. Na cultura brasileira, e não apenas nela, a homofobia tem se constituído em um importante conteúdo das construções mais tradicionais de masculinidade que, de alguma forma, ainda ocupam um espaço preponderante nas disputas por significado nos estádios de futebol.

Futepoca – Como você avalia o surgimento de torcidas que combatem a homofobia, como a Galo Queer, considerada pioneira? Você acha que elas poderão sair doa internet e se manifestar nos estádios sem causar desentendimentos com outras organizadas do próprio time?
Bandeira – O surgimento das torcidas queer obedece uma lógica muito interessante. Elas se aproximam do próprio surgimento do que poderia se chamar de "movimento queer" que pretendia positivar um termo que historicamente era utilizado para desqualificar os sujeitos não heterossexuais. A colocação dessa pauta na ordem do futebol brasileira é altamente positiva, conquanto tenhamos que esperar um pouco para vermos a reação a essas manifestações. Corremos o risco do surgimento de movimentos reacionários nas redes sociais ou nos estádios como contraponto a essas torcidas. Temos exemplos de torcidas gays no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul que acabaram na década de 1970 sumindo a partir da relação com as outras torcidas. O torcer nos estádios possui uma constante disputa por legitimidade. Não saberia precisar se a relação das torcidas organizadas com as torcidas queer seria muito diferente da relação das torcidas organizadas com as demais torcidas.

Futepoca – Qual a responsabilidade dos clubes de futebol no Brasil em relação ao fomento da homofobia? Acredita que existirão aqui exemplos como o do clube alemão St Pauli, que tem uma luta objetiva contra a intolerância?
Bandeira –
(Do Facebook do IHU)
Os clubes de futebol, a imprensa esportiva e outros atores envolvidos com o futebol legitimam a homofobia ao silenciarem sua existência. Ao não serem citados, os xingamentos homofóbicos acabam sendo naturalizados. Os nossos grandes clubes possuem origens e histórias mais ou menos semelhantes. Não vejo, neste momento, condições para que um clube de futebol brasileiro levante qualquer bandeira política que o diferencie dos demais.

Futepoca – De que forma esse comportamento homofóbico das torcidas afeta os próprios jogadores, obrigados muitas vezes a reprimir ou ocultar sua orientação sexual?
Bandeira – O comportamento homofóbico é tão naturalizado, os homossexuais são tão marcados como desviantes que a própria violência é entendida como natural. O "caso Michael" do vôlei é emblemático. O jogador afirmava que os xingamentos eram normais. Aos jogadores de futebol não parece possível assumir uma identidade homossexual. Mesmo que suas práticas sexuais ocorram com pessoas do mesmo sexo, a identidade homossexual dificilmente será assumida.

Futepoca – Você estudou o comportamento das torcidas dos principais times gaúchos. Acha que essa afirmação de masculinidade é pior no futebol do estado por conta da cultura esportiva que foi desenvolvida?
Bandeira – As torcidas de futebol do Rio Grande do Sul possuem um comportamento aproximado das torcidas platinas (Uruguai e Argentina). As representações da torcida brasileira em geral (especialmente como é entendida pelos estrangeiros) são mais carnavalescas. E o carnaval é uma festa importante em que existe um deslocamento entre o permitido e o proibido na ordem cotidiana, incluindo a de gênero. A ausência dessa característica pode ampliar a fixação de uma representação de masculinidade. A rivalidade é outro ingrediente fundamental no Rio Grande do Sul. Torcedores de Internacional e Grêmio são muito parecidos entre si, portanto, é necessário utilizar elementos compartilhadamente ofensivos. A sexualidade acaba ocupando este lugar.

Futepoca – É possível estabelecer uma relação entre as práticas homofóbicas com outros tipos de violência praticados em estádios de futebol, como o preconceito étnico ou social e às agressões físicas de uma forma geral?
Bandeira – Sim e não. Sim, porque a homofobia também é uma violência e impede que sujeitos não heterossexuais se entendam como possíveis nesse espaço. Não, porque outras manifestações violentas (como os enfrentamentos físicos) tendem a ser transgressivas, procuram fugir da ordem estabelecida. Infelizmente, a homofobia está totalmente dentro da ordem da masculinidade e do universo futebolístico.

Futepoca – Que tipo de campanhas e e ações de conscientização você acha que seria possível promover para combater a homofobia em estádios e no futebol em geral. E qual a responsabilidade da mídia dinate desse panorama?
Bandeira – Não tenho uma receita de como combater esta situação. É inegável que a situação das mulheres nos estádios foi alterada drasticamente nos últimos 15, 20 anos. Estamos vivendo um momento único na história do futebol brasileiro com a construção das novas Arenas. O comportamento das torcidas deverá ser alterado, mas não temos como saber de que forma. A mídia é responsável pela espetacularização do futebol. Enquanto as espetacularidades continuarem muito baseadas no confronto e nas metáforas bélicas, não acredito em mudanças significativas (ao menos não no que concerne a essa espetacularização). Entender que a homofobia é uma violência, que foge do ordinário e que é digna de ser narrada pode ser um primeiro passo.

Futepoca – Há casos de algumas torcidas que assumiram apelidos pejorativos e preconceituosos como a do Inter fez com "macaco", a do Palmeiras com o "porco" e a do Santos com o "peixe" (referência à origem socio-econômica dos "peixeiros", torcedores do clube do litoral). A torcida anti-homofobia do São Paulo adotou o nome de "Bambi Tricolor", mas já recebeu várias manifestações de torcedores são-paulinos contra a atitude. Por que é tão mais difícil assumir apelidos que dizem respeito a ofensas homofóbicas?
Bandeira – Nossa cultura ainda é muito permissiva em relação à homofobia. As pessoas não tem muita tranquilidade para manifestarem ódio racial ou de classe no espaço público. O ódio aos desviantes sexuais ainda aparece como um imperativo, especialmente para os homens.

Galo Queer: “A rivalidade faz parte do futebol, mas a homofobia não”

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Entrevista com Milena Franco, da Galo Queer.

Por Nicolau Soares

Futepoca – Como surgiu o movimento? Quais suas motivações?
Milena Franco – Sou atleticana desde sempre, mas recentemente comecei a estudar gênero e teoria feminista e, por isso, da última vez que fui ao estádio, fui com um outro olhar, e fiquei muito incomodada com a homofobia e o machismo generalizados e naturalizados por todos, mesmo por parte de pessoas que, fora do estádio, têm uma postura política de respeito à diversidade. Dessa angústia surgiu a ideia de fazer um movimento e várias pessoas gostaram da ideia e se juntaram a ele. Agora o movimento cresceu e é constituído por muitas pessoas. Somos atleticanos de várias idades, gêneros, profissões e orientações.

Futepoca – A repercussão surpreende? Como está se dando esta repercussão, tanto positiva quanto negativa? 
Milena – A repercussão surpreendeu muito. Nunca imaginei uma repercussão dessa magnitude. Fiz a página apenas para divulgar entre meus amigos, pensando que algum dia poderíamos nos organizar pra fazer algo maior. Mas em três dias a página foi curtida por mais de 3.000 pessoas. Acho que atendemos a uma demanda silenciosa. Pelo visto, muita gente que gosta de futebol já queria dar esse grito contra o machismo, a homofobia e a intolerância e ficamos muito emocionados com todas as manifestações de apoio. Infelizmente, há também muita repercussão negativa, mas isso já era esperado, já que estamos mexendo em um terreno muito machista e conservador, que é o do futebol. O problema são as ameaças que recebemos. As pessoas se oporem ao movimento é totalmente aceitável, mas ameaça não..

Futepoca – Há a ideia de levar isto à direção do Galo? 
Milena – Ainda não recebemos uma resposta do time. Ficamos sabendo, no entanto, através da reportagem do Globo Esporte, que a diretoria é favorável ao movimento e ficamos muito felizes de ver que o nosso time tem essa postura de respeito á diversidade e combate ao preconceito.

Futepoca – Qual a dimensão da homofobia e do sexismo no futebol brasileiro hoje? Qual a importância de se mudar isto?
Milena – Há muito machismo e muita homofobia no futebol e estes são temas totalmente intocados. Enquanto essas arenas de exceção continuarem existindo, arenas onde o preconceito é permitido, o preconceito e a intolerância nunca acabarão. Discutir machismo e homofobia no futebol é uma questão urgente.

Futepoca – Após a repercussão inicial do Galo Queer, uma página similar foi criada levando o nome do Cruzeiro e posteriormente várias outras torcidas de times de todo o Brasil. O que vocês acham disso?
Milena – Achamos as iniciativa muito boas. A rivalidade faz parte do futebol, mas a homofobia não. E é por isso que é importante que haja um movimento amplo de combate à homofobia e ao machismo dentro do futebol. Claro que temos orgulho do pioneirismo, mas é essencial que o movimento se espalhe. Ficamos muito felizes.

Futepoca – Vocês pretendem levar o movimento para o estádio?
Milena – Frequentamos o estádio e temos sim esse objetivo. Mas queremos fazer tudo com calma e no momento certo, é preciso garantir a integridade física de todos os participantes. Infelizmente a intolerância é muito grande e, a julgar pelas ameaças que recebemos na página, sabemos que não será fácil fazer protestos no estádio. Estamos pensando na melhor forma de fazer isto. Mas o legal é que o movimento já começou a ir para o estádio naturalmente, recebemos fotos de torcedores do Galo que foram ao Mineirão no último jogo (contra o Villa) com cartazes de apoio à Galo Queer e repúdio à homofobia. O triste foi saber que os seguranças do estádio não permitiram a entrada dos cartazes, com a justificativa de que "eles não tinham nada a ver com futebol". E depois falam que o "políticamente correto" é que faz censura.

Futepoca – Vocês estão em contato com as outras torcidas anti-homofobia que surgiram após a criação da Galo Queer?
Milena – As outras torcidas anti-homofobia que surgiram entraram em contato com a gente apenas para pedir ajuda na divulgação. Mas estamos dispostos a, no futuro, organizar alguma ação conjunta com as outras torcidas.

Futepoca – O que vocês acham de expressões como "Maria" e "Bambi"?
Milena – Expressões como "bambi" e "Maria" são sim sintomas de uma cultura homofóbica. Se você não é homofóbico nem machista, você simplesmente não usa tais termos para ofender alguém. A rivalidade pode se expressar de várias outras formas que não alimentem uma cultura opressiva. O argumento de que "brincadeiras" desse tipo fazem parte da cultura do futebol não se sustenta, a escravidão também fazia parte da nossa cultura há alguns séculos atrás, mas a cultura é mutável, ainda bem.

Futepoca – Na sua opinião, os clubes brasileiros, a CBF e as federações não tratam da forma devida o combate à homofobia no futebol? E a mídia esportiva?
Milena – Não. Acreditamos que não há nenhum empenho da CBF em combater a homofobia e o machismo no futebol. Em outros lugares do mundo existem iniciativas super interessantes, como a campanha da Holanda, mas no Brasil não há nada parecido. A mídia esportiva parece seguir a mesma linha da CBF, apesar de que ficamos felizes de ver tantas matérias sendo feitas sobre a Galo Queer e as demais torcidas anti-homofobia e antissexismo, parece que as coisas estão começando a mudar.

quarta-feira, julho 24, 2013

Sempre é culpa do 'funcionário'...

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Pior que errar é tentar justificar - um injustificável - erro. E pior ainda é apontar algum culpado de ocasião que, invariavelmente, é o lado mais fraco da corda. Há cinco anos e meio, quando o Futepoca publicou o post "O 'marketing viral' e a Nike", sobre uma campanha virtual que tentava aliciar mídia favorável para o jogador Ronaldo Nazário (post esse que gerou grande repercussão), tanto a Nike quanto a agência de publicidade contratada por ela, a F/Nazca, negaram que tivessem conhecimento da ação. No post que deu sequência ao assunto, o camarada Anselmo comentou que o desfecho teria sido a demissão de um funcionário da Riots, provavelmente terceirizada para fazer "marketing viral" (forma utilizada por empresas para tornar mais conhecido algo ou alguém, nas redes sociais) para a Nike, via F/Nazca. A "justificativa": o subordinado teria tomado a iniciativa de disparar a polêmica campanha sozinho - o que, convenhamos, é bem difícil de acreditar. "O elo mais fraco é o que quebra", resumiu o Anselmo, naquele comentário.

Pois bem, agora, a história se repete: na fileira impressionante de besteiras cometidas pela diretoria do São Paulo Futebol Clube, que vive um dos piores momentos de sua história, um comunicado da torcida organizada Tricolor Independente foi disparado pelo e-mail oficial do programa de sócio-torcedor do clube (!). Detalhe: tanto no protesto que comandaram após a derrota para o Cruzeiro, em frente ao Morumbi, quanto na misteriosa invasão que fizeram a um churrasco oferecido aos sócios na sede do clube, no dia seguinte, membros da Tricolor Independente pouparam o presidente Juvenal Juvêncio de críticas e tornaram alvo o ex-superintendente de futebol Marco Aurélio Cunha (principal oposicionista da atual diretoria). A tal nota da torcida enviada pelo e-mail oficial tentava explicar a presença no churrasco (que muitos dizem ter sido facilitada por Juvenal) e também atacar Cunha novamente. Agora, a diretoria do São Paulo, por intermédio de sua assessoria de imprensa, afirma que o uso do e-mail oficial foi "um erro de um funcionário".

Ah, sim, claro. Que dúvida! Mais um episódio que comprova que os pais das ideias de jerico sempre têm poder suficiente para delegar a culpa. Invariavelmente, para um "funcionário". Afinal, chefia não erra...


segunda-feira, julho 22, 2013

Sete derrotas seguidas. Série B se aproximando.

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Anatomia de um possível rebaixamento em notas telegráficas:

1 - São Paulo goleado pleno Morumbi Cruzeiro (pt.) Três gols "craque" Luan (pt.);

2 - Como derrotas Goiás, Santos, Bahia, todas dentro Morumbi, jogo terminou torcida sãopaulina gritando olé adversário pegava bola (pt.); Vaiando quando ela com Tricolor (pt.);

3 - Nove jogos competição, cinco derrotas, dois empates (pt.) São Paulo 8 pontos, dois jogos a mais Ponte Preta, primeira zona de rebaixamento, 7 pontos (pt.); Um jogo a mais Atlético-PR e Portuguesa, também 7 pontos (pt.);

4 - Derrota Cruzeiro sétima seguida, contando amistoso Flamengo partidas Corinthians decisão Recopa Sul-Americana (pt.) Dez jogos sem vitória (pt.);

5 - Próximo adversário Brasileirão forte Internacional, quarto colocado (pt.) Sequência, Corinthians, o derrotou três vezes no ano (mais empate sem gols e eliminação pênaltis semifinal do Paulistão), Pacaembu. Probabilidade derrotas mais que plausível (pt.);

6 - São Paulo não jogou Botafogo, Coritiba, primeiros colocados, melhores times Brasileirão (pt.) Cinco últimas rodadas, 13 novembro a 8 dezembro: Flamengo (casa), Fluminense (fora), Botafogo (casa), Criciúma (fora), Coritiba (casa);

7 - Time esfacelado, sem defesa, sem meio, sem laterais, sem ataque, viaja disputar Copa Suruga, adversários simplesmente Bayern Munique, Milan ou Manchester City (pt.) Depois, Copa Eusébio, Portugal, joga Benfica (pt.) Probabilidade vexames internacionais mais que plausível (pt.);

8 - Adalberto Baptista diretor futebol braço direito presidente Juvenal Juvêncio chefiará viagem amistosos (pt.) Criticou Rogérgio Ceni publicamente clima ruim ainda pior (pt.) Tentou desculpas antes treino (pt.) Piorou mais ainda situação (pt.) Elenco o detesta (pt.) Funcionários clube o detestam (pt.)

9 - Juvenal Juvêncio deu churrasco comemoração (?!?!) Morumbi domingo, após derrota Cruzeiro (pt.) Era exclusivo sócios Juvenal infiltrou membros torcida organizada (pt.) Sócios putos (pt.) Exibição vídeo Marco Aurélio Cunha cantando hino Santos no churrasco (pt.) Discussão pancadaria sócios torcida organizada (pt.) Juvenal mandando bater xingando torcedores (pt.) Seguranças separaram (pt.) Perda total controle direção (?!?!) clube (pt.) Situação política insustentável (pt.) Ambiente pior possível dentro fora campo (pt.) Instabilidade jogadores comissão técnica (pt.) Baixaria, bagunça, caos (pt.)

10 - Lúcio, Tolói, horrorosos, motivo piada (pt.) Denilson, Rodrigo Caio, idem (pt.) Douglas, inexistente (pt.) Ganso, idem (pt.) Osvaldo, péssima fase, atuações ridículas (pt.) Jadson, idem (pt.) Luís Fabiano, morto, desinteressado, jogou toalha (pt.) Aloísio, esforçado, porém grosso (pt.) Banco reservas, Edson Silva, Diego, Lucão, Lucas Farias, Lucas Evangelista, Caramelo, Juan, Fabrício, Reinaldo, Maicon, Ademilson, João Schmidt, Roni, Silvinho (pt.) PESADELO (pt.)

É isso, torcida sãopaulina. Perspectivas desesperadoras. Não duvido que Nelsinho Baptista deixe o Kashiwa Reysol e assuma o São Paulo até a 30ª rodada...


segunda-feira, março 26, 2012

Morte de um garoto macula virada corintiana

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Um garoto de 21 anos morreu. Levou um tiro na cabeça.





Era palmeirense, essa foi a razão por que morreu.

Vingança pelo menino corintiano que foi encontrado boiando no Tietê no penúltimo confronto?

Tanto pior.

O Corinthians virou deliciosamente sobre o Palmeiras, mas isso não tem a menor importância. O que importa é que hoje, por causa do futebol, um garoto levou um tiro na cabeça.

O jogo deveria ser anulado. Nenhuma morte deveria ser tolerada.
Em caso de agressão organizada pela torcida, o time deveria ser responsabilizado. O jogo deveria ser anulado e o time da torcida agressora, ceder os três pontos ao adversário.

Num caso como o de hoje em que as torcidas rivais tomam ares de milícias e se confrontam às centenas, o jogo não deveria acontecer e os dois times perderem pontos. Por mais infantil que pareça, só penalizando o time (razão de sua existência) esses imbecis vão parar de se matar.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Torcida única e inteligência rara

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O quebra-pau entre palmeirenses e são-paulinos em diferentes pontos do estado de São Paulo no domingo - que terminou em morte - levantou, mais uma vez, o debate sobre a violência no futebol, as torcidas organizadas, aquela coisa toda.

O "desânimo" dessa minha primeira frase é motivado pela gigantesca modorra que cerca o assunto. É impressionante ver como não avançam as tentativas para coibir a violência entre torcedores no futebol brasileiro. Há 15 anos, desde 1995, iniciaram-se guerras jurídico-policiais contra as torcidas organizadas, houve modificação em um ou outro ponto (bandeiras seguem proibidas em São Paulo) e a situação segue incontrolável.

A bola da vez agora é a torcida única. Projeto de lei do deputado Ratinho Júnior (PSC-PR) - sim, ele é filho de quem vocês estão pensando - tenta tornar obrigatória a presença de uma só torcida nos estádios, e não só do futebol. A justificativa é a óbvia tentativa de reduzir a violência e ao benchmarking do parlamentar paranaense é a Argentina, onde a medida vigora para os jogos de divisões inferiores.

Não sei se Ratinho Junior frequenta estádios. Eu frequento, como tenho dito de maneira, confesso, até arrogante aqui no Futepoca.

E o que minha "sabedoria de estádio" diz é que o lugar mais seguro para evitar brigas com o torcedor rival é... dentro do próprio estádio. Sim, lá mesmo. Ainda que seja um chiqueirinho, um lugar pouco confortável, com péssima visão, é ali que está a segurança.

Lembro de quando fui, com amigos, assistir a Palmeiras x Santos no Parque Antarctica, pelo Brasileirão de 2008. Estava no papel do torcedor visitante. Passei relativos apuros até chegar no cantinho reservado aos santistas - incluindo ver uma moto na qual estavam duas pessoas usando roupas da Torcida Jovem ser derrubada e, seus integrantes, ligeiramente esmurrados.

Mas quando estava lá no estádio, pude cantar a plenos pulmões, xingar os palmeirenses, e tudo o quanto um torcedor tem direito.

Mais do que a minha experiência, as ocorrências desse fim de semana mostram que a coisa não se restringe às cercanias do estádio. Palmeirenses e são-paulinos se esmurraram em Jundiaí, em Santo André, na Zona Leste de São Paulo. Rigorosamente nada a ver com o Parque Antarctica, onde foi realizado o jogo. Pergunto: a torcida única, nesses casos, mudaria muita coisa?


Ainda mais porque estamos nos tempos atuais, onde acontecem as famigeradas "brigas marcadas pela internet".

Excluir parte dos torcedores do campo não representará rigorosamente nada para a redução da violência. Ainda permitirá que os brigões realizem o que realmente querem nos pontos de sua maior conveniência - e distantes do policiamento que ronda os estádios.

E, ainda por cima, representará um atestado de incompetência das autoridades brasileiras.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Violência, conforto e a vida de torcedor

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Vou com relativa frequência a estádios - arrisco dizer que sou o futepoquense que mais se faz presente nos campos. Naturalmente, a Vila Belmiro é o destino mais comum, mas outros templos como Pacaembu, Morumbi, Mineirão e Bruno Daniel volta e meia recebem minha presença.

E comumente, ao conversar com gente que não vai aos campos, sou chamado de "corajoso", "louco" ou adjetivos quetais. "Como você consegue ir a estádios, com essa violência cada vez maior?". Respondo que não é como falam, que em 19 anos (caramba, quanto tempo) de presença constante em estádios tive pouquíssimos problemas, que as coisas na imprensa acabam tendo uma repercussão maior do que a realidade e por aí vai...


De fato, não tenho muitas histórias pra contar acerca de violência que eu tenha presenciado. Por outro lado, posso citar inúmeras ocasiões que exemplificam o desconforto que passa aqueles que vão a campo.

O vídeo que vai abaixo, que circula pela internet e foi gravado no São Paulo x Santos de ontem, é um bom exemplo. Deem uma olhada.


Nada, mas nada a ver com violência, quebra-paus ou outras imagens aterrorizantes. Por outro lado, são cenas que servem como um gigante desestímulo a quem pensa em ver de perto uma partida.

Afirmo sem o menor medo de errar: mais do que a violência, o principal problema dos estádios brasileiros hoje é o desconforto. O torcedor brasileiro é invariavelmente mal-tratado, na grande maioria das arenas do nosso país. Tem que encarar filas homéricas para conseguir um ingresso; não encontra um estacionamento confiável onde pode deixar o carro; muitas vezes, só encontra lugar no estádio em um ponto onde não se consegue ver o campo inteiro; não tem acesso a restaurantes ou lanchonetes de qualidade satisfatória. Ou às vezes não consegue nem um mísero copinho d'água, como neste caso relatado da Arena Barueri.

E atentem que a Arena Barueri é um estádio recém-inaugurado, de fachada imponente e que tem sido elogiado por grande parte dos profissionais da imprensa.

O que me deixa ainda mais chateado é que o problema do desconforto é bem mais simples de se resolver do que o da violência. Afinal, a "violência do futebol" nada mais é do que um extrato da "violência da sociedade" - e se nossas autoridades policiais não conseguem dar conta de todos os males que nos afligem, o futebol não pode ser uma exceção.

Esperam-se coisas bem mais acessíveis, como estacionamentos, estrutura de alimentação e sanitários, sistemas fáceis de compras de ingressos e por aí vai. Nada, mas nada mesmo de outro mundo.

E eu ainda arriscaria dizer que a melhoria do conforto seria um baita passo à frente para a redução da violência. Afinal, uma boa estrutura evitaria que torcidas rivais se cruzassem na compra dos ingressos e no acesso aos estádios. Além de inibir aqueles que se predispõem a quebrarem o pau quando saem de casa para um jogo (é mais difícil zonear uma casa arrumada, não é verdade?).

No fim das contas, esse post não está falando nada de muito inovador. Talvez se eu procurar nos arquivos do Futepoca vou encontrar esse mesmo discurso, dito por mim ou por algum colega. A novidade em questão é o vídeo de Barueri. Que deve ser difundido, para que todos conheçam como funciona "um dos mais modernos estádios do Brasil".