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quinta-feira, dezembro 03, 2015

Um pra cada e um sem nada

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Time do Palmeiras levanta a primeira taça em sua nova e moderna arena

Como eu desconfiava (leia aqui), o lado alviverde da força venceu a Copa do Brasil. Ao contrário de 2014, quando o futebol paulista não ganhou nada (leia aqui), encerramos este ano com um título para o Santos (Campeonato Paulista), um para o Corinthians (Brasileiro) e um para o Palmeiras (Copa do Brasil), enquanto o São Paulo (de novo) termina uma temporada sem nada. A recuperação palmeirense, que, do quase rebaixamento para a Série B do Brasileiro há exatamente um ano, reergueu-se com um novo estádio, várias contratações, duas decisões disputadas este ano e um título conquistado, demonstra que a partir de agora haverá um novo "Trio de Ferro" no Estado, depois de seis anos de predomínio corintiano e santista.

Corinthians venceu o Brasileiro, oitavo título conquistado de 2008 pra cá

De 2008, quando o São Paulo ganhou seu último título importante, o Campeonato Brasileiro, pra cá, o Corinthians levantou oito taças (Mundial, Libertadores, Recopa Sul-Americana, dois Brasileiros da Série A e um da Série B e dois Paulistas), o Santos sete (Libertadores, Recopa Sul-Americana, Copa do Brasil e quatro Paulistas) e o Palmeiras, três (duas Copas do Brasil e um Paulista). No período, além do Brasileiro, o Tricolor venceu uma minguada Copa Sul-Americana. Detalhe: o São Paulo é único que nunca venceu uma Copa do Brasil, assim como foi o último a conquistar um título do extinto Torneio Rio-São Paulo, já nos anos 2000, quando na década de 1950 os três arquirrivais - e até a Portuguesa! - já tinham esse troféu. E se autointitula "soberano"...

Santos ergue o troféu do Paulistão: sempre revelando garotos bons de bola

O prognóstico realista, para os próximos anos, é ainda mais sombrio para os sãopaulinos. Imerso em crise administrativa e financeira, que reflete dentro de campo, o clube vê Corinthians e Palmeiras inflarem seus cofres com patrocínios forte e suas novas, modernas, acessíveis e multifuncionais arenas, que geram grandes contratações e, lógico, títulos, e o Santos mantendo sua rotina de revelar moleques bons de bola, que são vendidos a peso de ouro, e sempre beliscando um troféu aqui ou acolá. Neste fim de temporada, o Tricolor, milagrosamente, ainda tem chance de conseguir uma vaguinha da Libertadores. Mas, como já questionei aqui, pra quê disputar a Libertadores? Caindo no grupo de Palmeiras ou Corinthians, vai passar vexame (de novo)...

Fim de feira: Tricolor vê rivais campeões e é massacrado dentro de campo

E se o Goiás vencer o São Paulo no domingo, o Feliz Natal dos rivais será completo...



quinta-feira, novembro 27, 2014

INÉDITO: Todos os quatro grandes clubes paulistas terminam uma temporada pela 1ª vez sem título

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Ituano despachou Palmeiras e Santos e venceu o Paulistão; Cruzeiro eliminou Santos na Copa do Brasil e não deu chance ao São Paulo no Brasileiro; Atlético foi algoz de Palmeiras e Corinthians (e campeão) na Copa do Brasil

Com o fracasso do São Paulo na Copa Sul-Americana, a temporada de 2014 entra para a História como a primeira, em 84 anos, em que todos os quatro grandes clubes paulistas terminam sem um título sequer. Entre 1930 (quando o São Paulo foi fundado e disputou sua primeira competição) e 2013, pelo menos um título, a cada ano, ficou nas mãos ou do Tricolor ou do Corinthians ou do Palmeiras ou do Santos. Porque, neste período, o Campeonato Paulista só não foi conquistado por algum deles em apenas quatro oportunidades - mas, na maioria destas ocasiões, sempre um dos quatro ganhou outra taça no mesmo ano. Em 1986, quando a Internacional de Limeira derrotou o Palmeiras na decisão e se tornou o primeiro time do Interior a vencer o Paulistão, o São Paulo foi o campeão brasileiro; em 1990, quando o Bragantino venceu a primeira decisão estadual "caipira", contra o Novorizontino, o Corinthians ganhou seu primeiro Brasileirão; e em 2002, quando o Ituano ganhou um Campeonato Paulista que não contou com a presença dos quatro grandes, o Corinthians foi campeão do Torneio Rio-São Paulo e da Copa do Brasil e o Santos renasceu rejuvenescido com a conquista do Campeonato Brasileiro.

Kardec escorrega: S.Paulo eliminado nos pênaltis
Em 2014, desta vez enfrentando todos os grandes, a equipe de Itu derrotou o São Paulo (em pleno Morumbi) no turno, eliminou o Palmeiras na semifinal e conquistou o Paulistão contra o Santos. Terceiro colocado em seu grupo, no turno, o Corinthians nem sequer se classificou para as semifinais. Só que, naquele encerramento do estadual, ninguém poderia imaginar que os quatro grandes paulistas também terminariam o segundo semestre sem qualquer outro título. O Cruzeiro não deu chance pra ninguém e garantiu o bicampeonato no Brasileirão (ou tetracampeonato, somando tudo) já na antepenúltima rodada, matando as - mínimas - esperanças do São Paulo, atual segundo colocado. Foi também a Raposa que eliminou o Santos na Copa do Brasil - competição na qual o Atlético-MG, que sagrou-se campeão ontem, exatamente contra o maior rival Cruzeiro, despachou em sua campanha Palmeiras e Corinthians (o São Paulo foi eliminado vexatoriamente pelo Bragantino). Na Copa Sul-Americana, o único representante paulista foi o Tricolor. Resultado: eliminado pelo Atlético Nacional, da Colômbia, nos pênaltis - a terceira decisão em penalidades seguida perdida dentro do Morumbi.

Um fato já evidenciava que 2014 seria uma temporada nada agradável para os quatro grandes clubes de São Paulo: nenhum deles estava entre os seis (sim, SEIS!) times brasileiros que disputaram a edição deste ano da Copa Libertadores - fato que não ocorria desde 2002, quando o São Caetano representou o Estado no torneio, disputando a decisão e perdendo para o Olimpia, do Paraguai. Outro fato que também apontou para o fracasso dos paulistas neste ano foi o índice que a Pluri Consultoria criou para medir a eficiência dos clubes brasileiros na gestão do futebol, com base no quanto gastam e quanto conquistam em cada temporada. O resultado de 2013 - clique para ver aqui - mostrou que, entre 28 times, o melhor paulista, Corinthians, ficou apenas em 14º lugar, seguido por Palmeiras, o 16º; Santos, o 19º; e São Paulo, o 20º. O desempenho do clube do Morumbi foi o mais vergonhoso, considerando que, no ano passado, dividiu o posto com o Corinthians como clubes com maior orçamento para o futebol no Brasil: R$ 248 milhões. Pior foi que, enquanto o rival ganhou o Paulistão e a Recopa Sul-Americana em 2013 (eliminando o São Paulo nas duas ocasiões), o Tricolor não venceu nada - e quase foi rebaixado no Brasileirão.

Damião puxa a própria camisa: reserva de R$ 42 mi
Na atual temporada, o Corinthians revelou dificuldades financeiras para pagar sua recém-inaugurada Arena. Ainda assim, gastou R$ 112,9 milhões somente no primeiro semestre (segundo esta notícia aqui). Apostou na volta do técnico Mano Menezes e no repatriamento de Elias. E colecionou insucessos. O Palmeiras também enfrenta graves problemas com a inauguração de seu estádio, mas, após o Paulistão, decidiu investir alto no ano de seu centenário. A diretoria ousou e contratou o treinador argentino Ricardo Gareca, que trouxe a reboque vários atletas de seu país, ao custo de R$ 25 milhões (leia aqui). Fracasso total: o técnico foi demitido, a maioria dos jogadores argentinos virou reserva e, a duas rodadas do fim do Brasileirão, o time luta contra o (3º) rebaixamento. O Santos, que agora pretende arrecadar R$ 47 milhões com a venda de jogadores, para equilibrar o orçamento, também enfiou a mão no bolso em 2014. Repatriou o ídolo Robinho por empréstimo pagando salário de R$ 600 mil mensais e, mais do que tudo, comprou Leandro Damião por R$ 42 milhões, atacante que termina o ano no banco de reservas. E o São Paulo, que comprou Alan Kardec por R$ 14 milhões e trouxe por empréstimo Pato e Kaká, pagando R$ 400 mil mensais para ambos, foi outro que só enfileirou fiascos. O clube deve fechar o ano com déficit de R$ 30 milhões.

Como se vê, o desempenho dos quatro grandes clubes paulistas dentro de campo reflete diretamente as decisões das diretorias fora dele. Mas que os quatro times também não jogaram nada que justificasse algum título, não há dúvida. Basta comparar com o futebol rápido, compacto e agressivo dos mineiros Atlético e Cruzeiro para notar a distância deles para os sofríveis Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo. Aguardemos que, em 2015, algum destes quatro conquiste, ao menos, o Campeonato Paulista. É o mínimo.


segunda-feira, setembro 22, 2014

Luís Fabiano só ganhou de Paolo Guerrero no preço

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Apresentação de Luís Fabiano
Em março 2011, o São Paulo anunciou a (re)contratação do centroavante Luís Fabiano, então com 30 anos, do espanhol Sevilha, pela proibitiva soma de 7,6 milhões de euros, cerca de R$ 19,9 milhões. Já chegou contundido e só estrearia seis meses depois. Neste três anos e meio, jogou 134 vezes e marcou 75 gols, o que dá 0,55 gol por partida, em média. Conquistou um mísero título, o da Copa Sul-Americana de 2012, longe de ser protagonista (marcou apenas um gol). Sempre que o São Paulo chegou a um momento decisivo, Luís Fabiano sumiu em campo ou estava fora por suspensão ou contusão. Está fora da seleção brasileira desde 2012.


Apresentação de Paolo Guerrero
Em julho de 2012, o Corinthians contratou o centroavante peruano Paolo Guerrero, então com 28 anos, do alemão Hamburgo, pela oportuna soma de 3 milhões de euros, aproximadamente R$ 7,5 milhões. Chegou em forma e estreou dias depois de ser apresentado. Neste dois anos e três meses, jogou 99 vezes e marcou 35 gols, o que dá 0,35 gol por jogo, em média. Conquistou três títulos, sendo o grande protagonista do maior deles, o Mundial de Clubes de 2012, quando fez os gols das duas vitórias por 1 a 0. Venceu ainda o Paulistão de 2013 e a Recopa no mesmo ano, marcando gol na primeira partida decisiva. É titular da seleção peruana.


Guerrero decidiu o clássico de ontem
Como se vê, Luís Fabiano só ganhou de Paolo Guerrero no preço. Até nos clássicos entre São Paulo e Corinthians em que os dois se enfrentaram em campo, o retrospecto é melhor para o peruano. Em 2013 e 2014, os dois estiveram juntos no gramado em 7 das 9 partidas disputadas entre os rivais. Guerreiro venceu 4 desses clássicos, empatou 2 e perdeu 1. Fez 2 gols - e decisivos: abriu o placar nos 2 a 1 da 1ª partida final da Recopa, em 2013, e garantiu a vitória de ontem no Brasileirão. Luís Fabiano, portanto, perdeu 4 vezes jogando contra Guerrero, empatou 2 e venceu só 1. Também fez 2 gols, ambos em 2014: um na vitória por 3 x 2 no Paulistão e outro no 1 x 1 pelo Brasileiro.


Luís Fabiano perdeu pênalti em 2013
No geral, o desempenho dos dois centroavantes também é oposto nos Majestosos. De 2012 pra cá, Luís Fabiano disputou 8 clássicos contra o Corinthians, com 2 vitórias, 2 empates e 4 derrotas. Marcou 4 gols. No mesmo período, Guerrero jogou 9 partidas contra o São Paulo, vencendo 4 vezes, empatando 3 e perdendo 2 (fez 3 gols). Luís Fabiano não ganhou nenhuma partida decisiva contra o rival, tendo papel preponderante, aliás, na semifinal do Paulistão de 2013, quando o jogou terminou sem gols e, na cobrança de pênaltis, o camisa 9 foi um dos que desperdiçaram cobranças que eliminaram o São Paulo e garantiram o Corinthians na decisão (seria campeão contra o Santos).


Na hora de decidir, Guerrero, como dito, abriu o placar na primeira partida contra o São Paulo na final da Recopa, em julho de 2013. O Corinthians venceu as duas partidas e foi campeão. Eis o resumo de duas contratações. Uma, certeira. Outra... deixa pra lá.


TODOS OS CLÁSSICOS DE LUÍS FABIANO E GUERRERO

26/08/2012 - Corinthians 1 x 2 São Paulo (Brasileiro, 1º turno)
Luís Fabiano fez 2 gols e foi substituído por Casemiro.
Guerrero não jogou.

02/12/2012 - São Paulo 3 x 1 Corinthians (Brasileiro, 2º turno)
Luís Fabiano não jogou.
Guerrerro abriu o placar e foi substituído por Jorge Henrique.

31/03/2013 - São Paulo 1 x 2 Corinthians (Paulista, 1ª fase)
Luís Fabiano jogou os 90 minutos e não marcou.
Guerrero não marcou mas saiu para entrada de Pato, que fez o gol da vitória.

05/05/2013 - São Paulo 0 x 0 Corinthians (Paulista, semifinal)
Luís Fabiano jogou 90 minutos e perdeu cobrança na decisão por pênaltis.
Guerrero saiu para entrada de Pato, que converteu pênalti decisivo e eliminou rival.

03/07/2013 - São Paulo 1 x 2 Corinthians
(Recopa, 1º jogo decisivo)
Luís Fabiano jogou os 90 minutos e não marcou.
Guerrero jogou os 90 minutos e fez o 1º gol da vitória.

17/07/2013 - Corinthians 2 x 0 São Paulo (Recopa, 2º jogo decisivo)
Luís Fabiano jogou os 90 minutos e não marcou.
Guerrero não marcou e saiu para entrada de Pato.

28/07/2013 - Corinthians 0 x 0 São Paulo (Brasileiro, 1º turno)
Luís Fabiano não jogou.
Guerrero não marcou e saiu para entrada de Pato.

13/10/2013 - São Paulo 0 x 0 Corinthians (Brasileiro, 2º turno)
Luís Fabiano não jogou.
Guerrero não jogou.

09/03/2014 - Corinthians 2 x 3 São Paulo (Paulista, 1ª fase)
Luís Fabiano jogou os 90 minutos e fez o 2º gol sobre o rival.
Guerrero entrou no lugar de Renato Augusto e não marcou.

11/05/2014 - São Paulo 1 x 1 Corinthians (Brasileiro, 1º turno)
Luís Fabiano jogou os 90 minutos e fez o gol de empate.
Guerrero jogou os 90 minutos e não marcou.

21/09/2014 - Corinthians 3 x 2 São Paulo (Brasileiro, 2º turno)
Luís Fabiano jogou só o 1º tempo e não marcou.
Guerrero jogou os 90 minutos e fez o gol da vitória.



terça-feira, fevereiro 18, 2014

Nada é tão óbvio que não possa ser redundante

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Instrutivo título de matéria do jornal Valor Econômico em 17/02/2014:


quarta-feira, junho 05, 2013

Pinceladas cariocas - O embate RJ x SP no Brasileirão

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por Enrico Castro

Wellington e Carlinhos: fora do Flu?
Chegamos à terceira rodada do Brasileirão e, apesar do campeonato ainda estar em estágio embrionário, seria possível fazer algumas previsões, não fosse a temida janela de transferência para Europa, que, começando por Neymar, já está sacudindo os bastidores de diversas equipes. Só para citar alguns dos clubes que terão suas equipes enfraquecidas, o Fluminense pode ser devastado com as possíveis saídas de Wellington Nem, Carlinhos e Samuel, enquanto o Botafogo pode perder Jefferson e Dória, este para o Cruzeiro. O Atlético-MG já está se despedindo de Bernard, o Corinthians deve negociar Paulinho, Internacional pode vender Damião, e o Grêmio deve ficar sem Fernando. 
Flamengo iniciou 'sequência carioca' em 2009
A verdade é que, mesmo com baixas sensíveis, estas devem ser as equipes que não farão apenas papel de figurantes em 2013. Particularmente, aposto nos times do Rio de Janeiro, que vêm mostrando sua superioridade nos últimos anos, com três títulos contra apenas um de São Paulo. Por falar em quantidade de títulos, abro aqui um parêntesis para dizer que vou restringir a comparação feita nesta dissertação a RJ e SP. Esta área de abrangência faz-se necessária em razão dos demais estados estarem há anos luz de distância no que tange à quantidade de títulos brasileiros. Os únicos que interrompem a dobradinha RJ/SP e fazem alguma graça a cada 10 anos são os times de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, com três e cinco títulos, respectivamente. Títulos de times dos demais estados acontecem com menos frequência que a passagem do cometa Halley pela órbita da Terra. 
Jornal paulista noticiando conquista do Santos após disputar 4 jogos
Apesar do RJ levar vantagem recente, historicamente SP leva a melhor. Se considerarmos apenas a era pós 1971, os times de Sampa conquistaram 18 títulos, enquanto os cariocas levantaram 13 canecos (maldito Bangu, que perdeu nos pênaltis a decisão para o Coritiba em 85...). Entretanto, se levarmos em conta a nova regulamentação da CBF, que passou a considerar campeão brasileiro todo e qualquer time que tenha vencido um torneio nacional meia-boca entre 1959 e 1970, onde em algumas ocasiões o “campeão” precisou disputar apenas quatro partidas, a diferença aumenta: SP 28 x 15 RJ. Sejam honestos, “paulistada”! Equiparar um título conquistado no atual formato do Campeonato Brasileiro com os do século passado, listados abaixo, é uma afronta! 
1960 – Palmeiras (quatro jogos, três vitórias e um empate) 
1963 – Santos (quatro jogos, quatro vitórias)
1964 – Santos (seis jogos, cinco vitórias e um empate)
1965 – Santos (quatro jogos, três vitorias e um empate) 
1966 – Cruzeiro (oito jogo, sete vitórias e um empate)
Guarani, primeiro time do interior a vencer o Brasileirão, há 35 anos
Estes torneios deveriam, no máximo, com muita boa vontade, terem a equivalência de uma Copa do Brasil. Se assim fosse, a diferença entre RJ e SP seria reduzida. Placar moral: SP 24 x 15 RJ. No duelo entre capitais, onde seriam descartados os títulos de Santos (8) e Guarani (1), o jogo está empatado: SP 15 x 15 RJ. Confesso que comecei a simpatizar com a visão por este prima. E para ratificar minha aposta nos times do RJ para este ano, apesar de ainda ser cedo, basta olharmos a tabela de classificação. Temos dois cariocas e um paulista no G4, sendo que o Fluminense tem um jogo a menos, tendo portanto a possibilidade de se tornar líder. Enquanto isso, na outra ponta da tabela, temos um paulista e nenhum carioca no Z4. Mero acaso?
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) é um craque e brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

segunda-feira, maio 16, 2011

'Maldição do centenário' faz mais uma vítima

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Quando o Corinthians foi eliminado da Copa Libertadores pelo Flamengo, há um ano, o atacante Ronaldo Nazário, hoje aposentado, garantiu para a torcida que ainda havia tempo para conquistar um título que marcasse o centenário do clube: "Uma coisa importante é que o centenário do Corinthians só termina em setembro de 2011. Temos um ano para comemorar". Daí, o time perdeu o Brasileirão, por pontos corridos, nas últimas rodadas, e capitulou novamente na Libertadores deste ano (na verdade, na fase pré-classificatória), contra o "todo poderoso" Tolima. Ontem, ao perder o Paulistão para o Santos, o alvinegro paulistano confirmou que o período de festejos por seus 100 anos ficará, mesmo, em brancas nuvens, sem título algum. Ou seja, não sobreviveu à chamada "maldição do centenário", recém-batizada como "100 ter nada". A mesma que vitimou Flamengo (em 1995), Ponte Preta (2000), Grêmio (2003), Botafogo (2004), Sport (2005), Atlético-MG (2008), Coritiba (2009) e Guarani (2011).

Se bem que, se considerarmos a "teoria" de Ronaldo Nazário, o Guarani tem até março do ano que vem para tentar alguma coisa, o Flamengo venceu o Carioca de 1996, ainda no "prazo" do centenário, bem como o Sport de Recife conquistou o título pernambucano de 2006 e o Coritiba foi campeão paranaense em 2010. Entre os que escaparam da "maldição" estão o Vasco (campeão da Libertadores em 1998), Vitória (campeão baiano e da Copa Nordeste em 1999), Náutico (campeão pernambucano em 2001), Fluminense (campeão carioca de 2002) e Internacional (campeão gaúcho em 2009), entre outros que devo estar esquecendo. Os próximos a enfrentarem a pressão por títulos no ano do centenário serão: Santos e América-MG (2012), Juventude (2013), Ceará, Palmeiras e Santa Cruz (2014) e Fortaleza (2018). Mais pra frente, Cruzeiro (2021), Atlético-PR (2024), Bahia (2031) e São Paulo (2035). Quem mais fracassará?

quinta-feira, abril 23, 2009

O mistério do troféu da Libertadores

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Uma coisa que me chamou a atenção quando o São Paulo ganhou o terceiro título da Libertadores, em 2005, foi o troféu levantado pelo capitão Rogério Ceni (à esquerda). A base da taça, de madeira, onde os clubes costumam pregar pequenas placas para marcar suas conquistas, me pareceu bem maior do que nos tempos de Raí (abaixo, à direita). De fato, quando fui observar uma foto aproximada, pude perceber que, para caber novas plaquetas, colaram uma nova base circular de madeira, aumentando a altura do troféu. Mas, pesquisando pela internet, não consegui descobrir quando ou por quem isso foi feito, muito menos qualquer vestígio da história dessa taça, seu desenhista ou construtor. É um descaso total com a saga de um dos objetos mais desejados pelos torcedores do planeta. E pelo o que parece, nem é possível afirmar, com certeza, que todas as placas grudadas ali são originais ou que estão dispostas da forma como os clubes pregaram.

Isso porque, numa imagem recente feita em Quito, onde a atual campeã, LDU, ainda guarda a taça, vi num detalhe que as três plaquinhas do São Paulo estão coladas lado a lado, na nova base de baixo (foto acima), que não existia pelo menos até 1999, seis anos após o bicampeonato sãopaulino, quando César Sampaio levantou o troféu pelo Palmeiras (foto à direita). Com certeza, os registros de 1992 e de 1993 não teriam como estar ao lado do de 2005. Portanto, o que aconteceu? Será que arrancaram as placas originais e dispuseram de outra forma, para aproveitar melhor o espaço? Mas quem é responsável por isso, a Conmebol ou os clubes? Em 2007, quando o Internacional ainda detinha o troféu em Porto Alegre, li uma reportagem em que gremistas reclamavam que suas placas haviam sido danificadas pelos colorados e que outras, antigas, também estavam avariadas. A diretoria do Inter insinuou que já havia recebido assim, mas o São Paulo, campeão do ano anterior, apressou-se em comunicar que havia feito uma reforma geral na taça antes de devolvê-la à Conmebol. Mas como assim, reforma? Por conta própria, sem orientação?


Não sei. Tudo isso, para mim, está envolvido em muito mistério - até porque, como disse, não encontrei absolutamente nada sobre a história do troféu na internet (se alguém tiver qualquer tipo de informação, por favor, publique nos comentários do post). A única coisa a destacar é o charme e a história da taça, a mesma que esteve presente em todas as 49 decisões, sendo levantada por 22 times de 7 países diferentes. Como os brasileiros Rogério Ceni, Raí e César Sampaio, nas fotos acima, e, nas imagens das laterais desse parágrafo, Mauro Ramos de Oliveira (pelo Santos, 1962), Nelinho (Cruzeiro, 1976), Zico (Flamengo, 1981), Hugo de León (Grêmio, 1983), Mauro Galvão (Vasco, 1998) e Fernandão (Internacional-RS, 2006). Até onde pesquisei, cada clube recebe uma réplica para guardar em sua sala de troféus. E a original continuará em posse transitória de um ano para cada campeão (também não descobri se ficará definitivamente com algum clube que conquiste tantas ou quantas vezes a Libertadores). De qualquer forma, uma coleta iconográfica e dos muitos "causos" das idas e vindas do troféu pela América do Sul nesses 49 anos, das histórias de cada decisão, do mistério dessas "reformas" e das tradicionais plaquinhas já renderia um livro bem interessante. Todos os capitães que tiveram a honra de levantar esse troféu poderiam dar depoimentos, bem como os técnicos e dirigentes. Aguardemos, pois, que alguém se entusiasme pelo assunto.

segunda-feira, março 30, 2009

Belluzzo, o caçador de títulos perdidos

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O economista e presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo (à direita), já entrevistado por este blogue, continua sua "cruzada" pela legitimidade de títulos conquistados pelo seu time em tempos "de antanho". Como diretor de Planejamento do clube, junto com o ex-presidente Affonso Della Monica, ele conseguiu que a Fifa homologasse a polêmica Taça Rio de 1951, vencida pelo alviverde, como um "mundial". Agora, os alvos são os torneios nacionais existentes antes do primeiro Campeonato Brasileiro, que começou a ser disputado, oficialmente, em 1971. Com o apoio dos presidentes de Cruzeiro, Santos, Bahia, Botafogo-RJ e Fluminense, Belluzzo apresentou publicamente, na semana passada, um novo "dossiê", a ser encaminhado para a CBF, que pede o reconhecimento e a contagem dos títulos da Taça Brasil (disputda entre 1959 e 1968) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (que existiu entre 1967 e 1970) como legítimos Brasileirões.

Nós, do Futepoca, já antecipamos essa discussão muitas vezes, como aqui, aqui e aqui. A questão tem gerado muita polêmica. Ademir da Guia (à direita), no Lance! de domingo, defende o reconhecimento dos dois torneios: "Jornais e revistas da época classificavam os vencedores da Taça Brasil e Roberto Gomes Pedrosa como verdadeiros campeões brasileiros. Os clubes vencedores daquelas competições têm o direito de brigar pela oficialização de suas conquistas". No mesmo jornal, outro palmeirense, o comentarista Mauro Beting, pondera que o Robertão até poderia ser considerado um Brasileiro, mas a Taça Brasil não. "Taça Brasil é a mãe da Copa do Brasil - torneio eliminatório, com representantes de quase todo o país; Robertão é o pai do Brasileirão - um campeonato de fato, com os melhores do país, na época de ouro do futebol brasileiro", argumenta o jornalista. "O vencedor do Robertão é tão campeão brasileiro quanto qualquer outro a partir de 1971. O vencedor da taça Brasil é tão campeão como qualquer campeão da Copa do Brasil a partir de 1989", acrescenta.

Já o treinador e ex-jogador Paulo César Carpegiani (à esquerda) tem opinião inversa à de Beting: "O Roberto Gomes Pedrosa era um torneio disputado por grandes equipes do nosso futebol, mas se caracterizou principalmente pela briga entre clubes do eixo Rio e São Paulo. (...) A Taça do Brasil, que tinha uma forma de disputa semelhante à da Copa do Brasil, é mais coerente para que seja considerada um torneio nacional por envolver equipes de todo o país desde o início". Por sua vez, Luiz Fernando Gomes, colunista dominical do Lance!, resolveu esculhambar a questão na raiz. Com o título de "Festival de Besteira que Assola o País" (plagiado intencionalmente do finado Stanislaw Ponte Preta), o colunista afirma que "cartolas que não dão conta de cuidar do presente e de planejar o futuro agora querem mudar o passado". E ridiculariza argumentos pró e contra a avalização dos torneios pela CBF, como o do santista Adilson Durante, que defende a questão simplesmente para que Pelé seja "campeão de todos os títulos", ou do sãopaulino Marco Aurélio Cunha, que é contra porque tais campeonatos significam "o fim de uma época e de uma cultura" e, por isso, "não faz sentido associar os títulos".

Gomes satiriza: "A partir de agora ele (Marco Aurélio - foto à esquerda) vai ter de dizer que o São Paulo não é mais tri, mas tem apenas um título mundial - o de 2005, no Mundial da Fifa no Japão. Os outros dois, daquela taça intercontinental de um jogo só, são de 'uma outra época, outra cultura'. Não se pode associar os títulos...". Mas o colunista não defende ou rechaça o reconhecimento dos torneios proto-nacionais. Ele prefere dizer que "é coisa de quem não tem o que fazer". Isso tudo ainda vai dar muito pano pra manga, mas, em minha opinião, acho que a CBF vai acabar capitulando aos desejos de Belluzzo e dos outros clubes envolvidos - visto o reconhecimento precedente (e até mais improvável) da Taça Rio como "mundial" pela Fifa. Por mim, já cheguei a pensar como Mauro Beting, na associação do Robertão com o Brasileiro e da Taça Brasil com a Copa do Brasil. Mas hoje, pensando melhor, acho que seria contrasenso reconhecer um e não outro.

Como diz o companheiro Glauco, a Taça Brasil era o único torneio nacional existente entre 1959 e 1966 e indicava os times que disputariam (e que disputaram) a Copa Libertadores. Porém, se a disputa for reconhecida e contabilizada como Campeonato Brasileiro, o que acontecerá com a Copa do Brasil? Afinal, ela também classifica times para o torneio continental. Tenho quase certeza de que todos os que venceram a Copa também vão reivindicar o reconhecimento dessa competição como Brasileirão. Daí, no "vale tudo", ou seja, na soma da Taça Brasil, Robertão e Copa do Brasil como títulos brasileiros, o novo ranking colocaria o Palmeiras como campeão absoluto, para alegria do "garimpeiro de títulos" Luiz Gonzaga Belluzzo:

1º - Palmeiras (9 títulos) - 1960, 1967 (Taça Brasil), 1967 (Robertão), 1969, 1972, 1973, 1993, 1994, 1998

2º - Santos (8 títulos) - 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1968, 2002, 2004

3º - Flamengo (7 títulos) - 1980, 1982, 1983, 1987, 1990, 1992, 2006

4º - Corinthians (6 títulos) - 1990, 1995, 1998, 1999, 2002, 2005

- Cruzeiro (6 títulos) - 1966, 1993, 1996, 2000, 2003 (Copa do Brasil), 2003 (Brasileiro)

- Grêmio (6 títulos) - 1981, 1989, 1994, 1996, 1997, 2001

- São Paulo (6 títulos) - 1977, 1986, 1991, 2006, 2007, 2008

8º - Internacional-RS (4 títulos) - 1975, 1976, 1979, 1992

- Vasco (4 títulos) - 1974, 1989, 1997, 2000

9º - Fluminense (3 títulos) - 1970, 1984, 2007

10º - Bahia (2 títulos) - 1959, 1988

- Botafogo-RJ (2 títulos) - 1968, 1995

- Sport (2 títulos) - 1987, 2008

13º - Atlético-MG (1 título) - 1971

- Atlético-PR (1 título) - 2001

- Coritiba (1 título) - 1985

- Criciúma (1 título) - 1991

- Guarani (1 título) - 1978

- Juventude (1 título) - 1999

- Paulista de Jundiaí (1 título) - 2005

- Santo André (1 título) - 2004


E então, alguém concorda com ou discorda dessa nova "configuração"?