Destaques

terça-feira, maio 15, 2007

Zico virou turco

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Do parceiro Blá-blá Gol.

Zico acaba de conquistar mais um título como técnico. Depois de quatro títulos brasileiros, uma Libertadores, um mundial de clubes, sei lá quantos estaduais e mais de 800 gols, o terceiro maior artilheiro da seleção brasileira ganhou mais uma taça neste domingo com a conquista do Fener(bahce). Também acho que ser campeão turco não é grande coisa, mas este foi o quarto título dele como treinador.
Na conta dos quatro títulos dos parceiros, vale, além da Copa da Ásia conquistada com o Japão em 2004, os torneios Copa Kirin (Japão/2004) e Copa Antalya (Fenerbahçe/2007). Não vou discutir a representatividade das conquistas para não ser lembrado a respeito da legitimidade da Copa Rio 1951.

No site oficial, de gosto estético duvidoso, o Galinho dedica o título a Didi e Parreira. Nada para o Zagallo, de quem foi auxiliar/coordenador em 1998, na França. É que o apelo é local. O criador da folha seca foi bicampeão em 1974 e 1975, enquanto o comandante do Tetra brasileiro atualmente no comando da Bafana-Bafana levou o "Fener" à glória em 1996.

Mas nada se compara a um título no ano do centenário que ainda o faz o maior campeão turco, com um à frente do Galatasaray. Melhor para o Zico.

segunda-feira, maio 14, 2007

Registro

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Duas frases do Juca Kfouri ditas agora no Linha de Passe da ESPN-Brasil:

- "Já passou da hora de o Simon parar" (de apitar)
- "O (Carlos Eugênio) Simon sempre erra pro mais forte." (Esse "mais forte" eu interpreto como o mais forte politicamente, e não necessariamente em termos de futebol, ludopédio, jogo em si.)

Só postei isso aqui porque acho que o futebol não pode continuar a ser decidido o tempo todo por uma autoridade autocrática, e corruptível, sempre corruptível, esse homem de preto maldito.

Como amante do futebol, eu tô de saco cheio de ter que aceitar essa autocracia.

Só empresário e baba-ovo

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Segunda-feira, 19h, uma fila se forma diante de uma mesa de vidro, sob as escadas da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na avenida Paulista. Engravatados grisálios se postam risonhos. Não tem copos com cerveja nem vinho nas mãos, nada de choppinho na noite fria e de garoa de São Paulo. Estão todos com exemplares de um mesmo livro nas mãos.

Uma sequência de aglomerados se forma e se desfaz em torno de uma dupla que cruza o Conjunto. O mais votado deputado do estado, Paulo Maluf, chega acompanhado de um assessor. Vai direto ao caixa, e paga em dinheiro dois exemplares de Sobre formigas e cigarras, do também deputado federal e ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci. O "colega de casa" prestigiava o lançamento paulistano da obra, publicada pela editora Objetiva, nas lojas há dois meses.

Problemas de agenda parlamentar atrasaram o evento. Atrasaram também a chegada do autor, em meia hora. E antecipariam sua saída para outro compromisso, às 22h.

Logo que conseguiu sua dedicatória, Maluf saiu a dar explicações para uma repórter da coluna da Mônica Bergamo sobre a adequação de um vinho ao tempo e à companhia. "Para uma reunião rápida, um vinho de 8 ou 9 dólares, você pode tomar até no McDonalds. Agora, se você vai pra uma reunião com políticos que também gostam de um bom vinho, e vai ter umas quatro horas de conversa, aí o vinho é outro... Sim, é caríssimo", admitia (os nomes ficam para quem quiser descobrir na quarta-feira).

Além de Maluf, que não teve privilégios na fila a não ser por gentileza de algum dos postados empresário, o ex-ministro da Fazenda, consultor econômico e desafeto do MST, Maílson da Nóbrega, deputados estaduais, o senador Eduardo Suplicy, o colunista social Amaury Jr. entre outras figuras prestigiavam o evento.

Também estava lá o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, indicação de Palocci em março de 2005 para ocupar, com defasagem de quatro meses, a pasta deixada em novembro de 2004 por Guido Mantega, que ia para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Aliás, esse episódio não está no livro, assim como nenhum outro em que indicações ou disputas políticas tenham se dado.

Na narrativa bem construída de Palocci, nem mesmo com José Dirceu, chegou a haver briga dentro do governo. E Lula, bem, o presidente concordava geral e aceitava as sugestões da Fazenda. Quando podia, ainda as reforçava. Como jornalismo e história são versão, quem quiser que conte outra...

Diferente dos integrantes de equipes econômicas de governos anteriores, Palocci, figura eminentemente política, não foi atrás de um emprego no mercado ou na iniciativa privada. Segundo alguns, foi atrás da imunidade parlamentar. Segundo outros, foi ser absolvido pelas urnas. É deputado, e garantiu o seu lado das histórias.

Mas um militante veterano que compareceu porque a esposa está viajando e não tinha "mais nada pra fazer", depois de 20 minutos, de saudar e ser saudado, saiu de fininho. Embora amigo do autor e conhecedor de parte dos causos inscritos no livro palocciano, por causa de sua passagem pelo Planalto, já não tinha motivos para ficar por ali. "Não é meu lugar... Só tem empresário e baba-ovo do Palocci."

Para não dizer que não falei do Corinthians

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Não vi a vitória do Corinthians sobre o Juventude, por 1 a 0. Mas, como faz um tempinho que meu time não ganha de ninguém, vou palpitar sobre o time assim mesmo.

Gostei de saber que o gol da vitória veio de jogada da nova dupla de ataque, Everton (ex-Bragantino) e Finazzi (ex-Ponte Preta). O Corinthians tem uma penca (ou duas) de problemas, mas tem alguns bons jogadores (William e Marcelo Mattos) e outros que, se não chegam a ser bons, não são tão piores que os da maioria da concorrência (Betão, Eduardo Ratinho, Rosinei).

Percebam que, entre os citados, não tem nenhum atacante. Ninguém pára no ataque do Timão desde a saída de Tevez e Nilmar (ele saiu faz tempo, convenhamos). Depois deles, vieram Rafael “He Man” Moura, Arce, Jô, Jailson, Bobô, Amoroso, Wilson e mais um monte de nomes que serão rapidamente esquecidos pela torcida. Ou seja, não precisa muito para que Everton Santos e Finazzi segurem uma onda por ali.

Se isso acontecer, só vai faltar o William continuar a jogar bem, Zelão e Betão virarem uma dupla de zaga, o Carpegiani arrumar um padrão de jogo pro time, dois laterais se firmarem como titulares... Em outras palavras, tá fácil esse Brasileiro!

Até a 10ª rodada, nem palpite pra artilheiro vale

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Os 4 a 2 do Palmeiras contra o Flamengo no Maracanã enchem o combalido torcedor alvi-verde de esperança. É a primeira vitória em estréias desde 1999, o mesmo ano do título da Libertadores, um 3 a 1 contra o Juventude, no Palestra.

A partida contra o rubro-negro não foi simples nem a vitória fácil. Os paulistas abriram dois de vantagem, mas cederam o empate. A vitória teve ainda a contusão do centroavante Osmar.

O goleiro Bruno falhou grotescamente no primeiro gol, de Edmundo, o nome do jogo, numa cobrança de falta que, proposital ou involuntária, configurou um belo gol. O guarda-metas rubro-negro tentou alcançar quando já estava fora de posição.

A imprensa incensa o Verdão, depois da semana de promessas do técnico Caio Jr. de um time que não seria coadjuvante na disputa, algo diferente dos últimos anos – embora o protagonismo para não cair seja alegado pelos sarristas torcedores de outros times. O cabra foi além: quer aproveitar a sequência de quatro jogos em São Paulo para "deslanchar" na competição.

Otimismo pouco, é bobagem: depois do Figueirense, no próximo domingo, vem São Paulo, Cruzeiro e Botafogo. Nenhum dos adversários é bicho-papão (nem estes, nem os outros). Muito menos o Palmeiras.

Além do que, um bom início de temporada só garante, em geral, uma coisa: não precisar fugir do rebaixamento. Que foi o que aconteceu no campeonato passado.

Pessoalmente, acho que antes das 10 primeiras rodadas, nem palpite pra artilheiro vale.

Sobrevivi

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Nada a ver com as catástrofes pessoais do Discovery Channel, mas o título do post ajuda a contar minha aventura no Dia de São Martinho (padroeiro dos bêbados), na última sexta-feira. Convidado pelo Walter Venturini, companheiro de ABCD Maior (http://www.abcdmaior.com.br/), embarcamos em seu combalido Kadett 89 rumo à Vila Santa Luzia, depois do Taboão, em São Bernardo do Campo. Mais ou menos perdidos e girando em círculos pela periferia, conseguimos localizar a serraria do português Manoel Almeida, próxima à divisa com São Paulo, por volta das 21 horas.

Sem campainha, o jeito foi gritar pelo anfitrião por cima do portão de madeira. A passagem foi aberta e o carro estacionado numa ladeira de terra, já ocupada por outros veículos. Pelos vitrôs do enorme e recém-construído barracão, era possível avistar as dezenas de tonéis de carvalho que armazenam o vinho caseiro produzido ali. Ambiente simples, mas muito animado: uma mesa repleta de comida (vários tipos de queijo, salame, toucinho e azeitona, lingüiça portuguesa e pão de torresmo), uns 30 convidados, muita cantoria e vinho tinto seco à vontade.
Daniel, filho do S.Manoel, fez as vezes de cicerone e nos explicou a produção local de vinho, passando pela compra da uva no Rio Grande do Sul, a "pisa" da fruta nas imensas piscinas (lagares), a fermentação nos tanques de aço, a "trafegação" para os quase centenários tonéis de madeira, o engarrafamento, estocagem e tímido comércio. Lá são produzidos três tipos de vinho, cada um a partir da uva que lhe dá nome: Bordeaux, Cabernet e Isabel (uma uva californiana). Além disso, fazem ainda a "bagaceira" (cachaça da uva) e uma versão bem convincente do vinho do Porto. Os preços variam de R$ 7 a R$ 30, mais ou menos.
Para a ruidosa e descontraída comemoração de São Martinho, S.Manoel convidou amigos íntimos e associados da União de Vinicultores Artesanais (UVA). Tem gente ali que produz vinho dentro de apartamento, com tambores de plástico, amassando uva com a mão. É um sacerdócio, uma espécie de "seita" pagã que contagia toda a família dos aficcionados. E o produto final é muito bom. Sem conservantes, tem outra textura, sabor - e efeito. A bebida sobe rápido, só que a sensação não é de pileque, mas de um irresistível torpor levemente "canabístico". Provei - e muito - do Isabel tinto seco. Saí inteiro e não tive ressaca.
Walter (centro) e Marcão na "Catedral do Vinho", em São Bernardo: bebida, comida e cantoria para comemorar o Dia de São Martinho, nosso padroeiro. No barracão, dentro de uma serraria, o português Manoel recebeu amigos e produtores artesanais
Porém, mais do que o excelente vinho, o melhor dali é o ambiente, a alegria, a irreverência do S.Manoel, a cantoria coletiva, o clima de aldeia européia. Fica-se com a impressão de que isso sim é que é felicidade. O anfitrião me garantiu que daqui a seis meses tem mais festa - o verdadeiro Dia de São Martinho é 11 de novembro, mas ele decidiu comemorar em 11 de maio para coincidir com a vindima (início da colheita da uva) no Brasil. "Na verdade, é desculpa pra comemorar duas vezes!", confessou, gargalhando, S.Manoel.
Para quem ficou curioso, vale a pena dar um pulo até lá. A "Catedral do Vinho" fica na rua Eugênia de Sá Vitale, 370, Vila Santa Luzia, São Bernardo, com fácil acesso a partir dos bairros paulistanos de São Judas e Jabaquara (é perto do Zoológico). O telefone é (11) 4361-1753 e o horário de atendimento, de segunda à sexta, das 8h às 17h30. No sábado, das 8h até meio-dia. Um programa refinado pra quem gosta de um bom vinho, boa conversa e diversão garantida. Saúde! E viva São Martinho!

domingo, maio 13, 2007

Paulistas dão vexame na Série B

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Na primeira rodada do Brasileirão da Série B, os times paulistas mostraram que vão ter dificuldades para subir à primeirona. Alguns provavelmente vão penar pra se manter na segunda em 2008.

No segundo caso, com certeza está o vexatório Santo André. Depois de uma campanha grotesca no Paulistão, o Ramalhão estreou sendo derrotado em casa pelo CRB (AL), por 3 a 1. Outro que apanhou em casa foi o Ituano, 3 a 2 pro Ceará.
Fabri marcou, mas Paulista não levou
O Paulista de Jundiaí saiu até na frente do Coritiba, gol do infatigável Rodrigo Fabri (foto), mas tomou a virada e perdeu por 3 a 1. Outro que foi derrotado fora de casa foi o super vice-campeão São Caetano, que contou com o treinador eterno Jair Picerni no comando. Sem Paulo Sérgio (que foi para o Palmeiras), sem Triguinho (Anderlecht) e sob constante ameaça de perder mais meia dúzia de atletas, a equipe foi derrotada pelo Criciúma por 3 a 2.

A Portuguesa tenta o segundo acesso do ano, mas começou mal. Foi atropelada pelo Fortaleza no Castelão no primeiro tempo, tomando três gols, e não conseguiu a reação no segundo, marcando somente o de honra. Já o Marília conseguia uma boa vitória contra o Brasiliense fora de casa, mas sofreu o empate e ficou no 2 a 2.

Pra salvar a pátria bandeirante, o portentoso Barueri, em seu primeiro jogo pela Série B, derrotou o Remo em casa por 2 a 1, enquanto a Ponte conquistou a vitória pelo placar mínimo contra o Gama em Campinas.

Quem pinta como favorito ao título é o campeão baiano Vitória, que trucidou o Avaí, do técnico Zé Teodoro, por 5 a 1 no Barradão com dois gols de Sorato (aquele).

sexta-feira, maio 11, 2007

Caras de pau

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A unanimidade quanto ao pênalti não marcado para o Atlético/MG contra o Botafogo é tão grande quanto a falta de coragem dos comentaristas esportivos, que não falam outra coisa a não ser o enjoativo “não acredito em má-fé, o juiz errou porque não viu” etc. Não é só o Paulo César Vasconcellos, embora o Paulo diga isso sempre.

O Sílvio Lancelotti chegou ao cúmulo de dizer na ESPN que não acredita (ninguém acredita!) que o árbitro quisesse prejudicar o Galo, mas avaliou que o pênalti foi tão claro que o Simon só pode ter piscado, ou estar de olho fechado naquele instante. Ah, bom.

O vice de futebol do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, disse que seu time é “o mais roubado da história do futebol brasileiro” e que por isso não estava nem aí com o choro do Atlético. Curiosa avaliação. O único título brasileiro do Fogão todo mundo sabe como foi conquistado, em 1995, no Pacaembu.

Pra terminar: o Carlos Eugênio Simon não será indicado para sorteio em jogos do Atlético-MG no Campeonato Brasileiro. Isso consola quem trabalhou, treinou, jogou e viu todo o esforço (e a grana perdida com a eliminação) ser jogado por terra por um errinho bobo, que o Simon só cometeu porque piscou?

Começa a Série B

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Com, dentre outras partidas, o exótico jogo entre Grêmio Barueri e Remo no Parque Antarctica, começa hoje a Série B do Campeonato Brasileiro. Uma competição que vem se tornado cada vez mais algo de respeito nos últimos anos, mas que em 2007 será um pouco menos "estrelada" que vinha sendo.

Não há, diferente do que ocorreu nos últimos três anos, um representante do grupo dos 12 grandes clubes do futebol brasileiro. Estão outros de respeitável grandeza, como Vitória, Portuguesa e Coritiba, mas falta "aqueeele" time capaz de mobilizar as massas e atrair maior atenção da mídia.

O desempenho nos campeonatos estaduais e algumas contratações já fazem com que se possa pensar em alguns pelotões no certame. Vitória, Ipatinga, Remo, Criciúma e São Caetano - apesar de Jair Picerni (foto) - saem na frente.

Na outra mão, o Avaí, que deu vexame no Catarinense, o CRB, apenas o quarto colocado no Alagoano, e os paulistas Ituano e Santo André entram com a corda no pescoço. Aliás, para o Ramalhão, escapar do rebaixamento será uma salvação para o ano que se mostrou caótico desde o início.

O formato de pontos corridos, se já é um pouco chato para a Série A, mostra-se terrível para a B. Jogos desinteressantes e sem os apelos de "vaga na Sulamericana" devem ser a tônica da reta final.

Mas isso ainda está distante. Que seja um bom campeonato!

"Você é bonito pacas!"

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O título poderia ser: "Nicolau é cantado no Minhoca em jogo do São Paulo", mas sensacionalismo e a prática trocadalhística não são compatíveis com este fórum.

Até porque o jogo era sensível: Grêmio e São Paulo. O preconceito contra os gaúchos e o sarro das torcidas de outros times paulistas contra o tricolores levava 85% das piadas a ter um único enfoque.

O cenário era o Minhoca, boteco da Teodoro Sampaio, zona Oeste de São Paulo. Nicolau, autor do Futepoca, esperava o conjunto dos manguaças que, trabalhando até as 22h, tinha perdido o primeiro tempo. A escolha do local, explicavam os ébrios, devia-se a uma feliz série de coincidências: todo jogo do São Paulo conferido no recinto não teve outro resultado que a derrota ou desclassificação do time do Morumbi. O Minhoca é pé quente.

Os três manguaças desceram no ponto de ônibus, caminhavam para o boteco aos 10 do segundo tempo. De longe, já identificavam o black power do quarto elemento, que conferia a sofrível pelada ao lado da porta. O Grêmio vencia por 1 a 0, para desespero da maioria sãopaulina presente. Apenas o Nicolau e dois outros embriagados desconhecidos faziam o trabalho de "secar" o time paulista.

— Catiça — esperneou um dos bêbados recém-chegados, num coro que seria repetido ainda algumas vezes na partida, num exercício de secagem que remonta aos tempos de quarta-série.

Logo ao chegar, reparei que um dos bêbados, o mais empolgado na torcida pelo Grêmio, olhava fixamente para a cabeleira do Nicolau, com uma ponta de indiscreta admiração. Para a cabeleira e para seu dono, é claro.

Como a partida não despertava interesse por seus lances, o cabra oscilava entre xingar o São Paulo (e seus torcedores, que só poderiam ignorá-lo sumariamente) e olhar pro Nicolau.

Quando já ficava constrangedora a situação, os dois resolveram ir embora. Ao passar pela mesa contígua à porta, o admirador não se conteve:

— Cara, você é bonito pacas! – lascou, olho no olho com o elogiado.

Perceba-se que o "pacas" é puro eufemismo narrativo.

Nicolau, sem saber como lidar com o assédio dos fãs e conhecedor das acusações de homofobia que recaíam sobre o Futepoca, ergueu as mãos aos céus, pedindo a Frei Galvão, São Martinho ou talvez até ao papa alguma ajuda.

— Não, posso falar, você é bonito mesmo — insistiu, quase irritado, ao perceber que não era levado a sério.

Em meio às gargalhadas dos outros manguaças – que viram até brincos nas orelhas do figura –, o corintiano amigo do admirador secreto (santista, segundo a mesma fonte), constrangido, quis inventar uma explicação para o súbito arroubo, anunciado pelos olhares continuados:

— Ele não é viado, não se preocupa... Isso é inveja de ter cabelo que a gente não tem.

O estado etílico não lhe permitia concatenar idéias nem palavras, mas o fã insistiu na cantada:

— Cara, ducarai esse cabelo... O black power, carai... Se você tivesse nos anos 70... Esse cabelo...

Arrastado pelo amigo corintiano, o cara saiu declamando loas a "tanta beleza que há no mundo". Os manguaças que ali estavam que confirmem (ou desmintam).


Adicionado cinco minutos depois...

Nego qualquer responsabilidade na operação.

Criatividade II OU já virou perseguição

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O Ombudsman até vai ficar constrangido. Mais perseguidos do que os sãopaulinos no Futepoca, O Globo e Folha de S.Paulo fazem por merecer.

Pelo segundo dia seguido, escolheram a mesma foto de capa. No destaque de baixo, o mesmo tema, mas com imagens diferentes – muito boas por sinal. Pelo menos a manchete e a diagramação geral são distintas, o que não ocorreu ontem.




Libertadores: tabela das quartas-de-final

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A Conmebol divulgou hoje a tabela das quartas-de-final da Libertadores. O Santos faz seu primeiro jogo na quarta-feira, dia 16. O Brasil começou o torneio com seis times (Santos, São Paulo, Inter, Grêmio, Flamengo e Paraná) e chega às quartas apenas com dois, Grêmio e Santos (25% dos participantes desta fase), mesmo número dos uruguaios: Nacional e Defensor. A Argentina só tem o Boca, assim como Paraguai (Libertad), México (América) e Colômbia (Cúcuta).
A boa notícia para mim é que estou livre para assistir aos jogos, já que na quarta eu não tenho que fechar o jornal.

Tabela

Ida
15 de maio (terça-feira)
Cúcuta Deportivo (COL) x Nacional (URU)

16 de maio (quarta-feira)
Defensor Sporting (URU) x Grêmio
América (MEX) x Santos

17 de maio (quinta-feira)
Boca Juniors (ARG) x Libertad (PAR)
______________________________

Volta
22 de maio (terça)
Nacional x Cúcuta Deportivo

23 de maio (quarta)
Grêmio x Defensor Sporting
Santos x América

24 de maio (quinta)
Libertad x Boca Juniors

Tabela da Libertadores 2008 aqui.

Mulher gremista mata marido colorado após jogo da Libertadores

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Vi na Folha Online, mas eles dizem que é do Zero Hora. A dona-de-casa Renata Machado da Silva, 20, torcedora do Grêmio, matou o marido, o pedreiro Cristovão de Jesus Padilha, 44, torcedor do Internacional, com uma facada no peito, na madrugada de quinta-feira (10), na cidade de Imbé (litoral do Rio Grande do Sul).

A Folha diz no começo do texto que o motivo foi um desentendimento por conta da vitória do Grêmio sobre o São Paulo. No segundo parágrafo eles explicam o que chamam de “desentendimento”: o camarada viu o jogo na rua (muito provavelmente no bar), chegou em casa bêbado (segundo relato da esposa) e “agrediu a mulher com chutes e socos”, nas palavras da Folha. Ela reagiu com uma facada no peito.

Renata sofreu ferimento leves no rosto e nos braços e foi presa em flagrante. A mulher, que vivia havia dois anos com o pedreiro, alegou que ele estava bêbado e que vinha sendo vítima constante de agressões --não denunciava por medo. O casal tem um filho de seis meses. Renata foi levada ao presídio de Osório, mas deve ser transferida à penitenciária Madre Pelletier, em Porto Alegre.

Que mané Frei Galvão, que nada!

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Já postei sobre o assunto em 19 de abril, mas repito a dose (opa!) porque a ocasião exige: hoje é dia de São Martinho, padroeiro dos bêbados! (na ilustração, é o que está em cima do cavalo) A comemoração na Europa acontece em 11 de novembro, mas no Brasil é celebrada seis meses antes para coincidir com a vindima, o início da colheita da uva. Hoje à noite vou comparecer ao rega-bofe em homenagem ao nosso padroeiro na casa/ serraria/ vinícola/ adega do sr. Manoel Almeida, um português que mora na Vila Euclides, em São Bernardo, e fabrica vinhos de forma artesanal - inclusive com a tradicional "pisa" da uva em grandes tonéis. Se sobreviver, conto o resultado da fatídica expedição. É isso aí, irmãos: dane-se o Frei Galvão e viva São Martinho! Comemorai! Lembrem-se do provérbio português: "No Dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho". Saúde!

Condenado a 10 anos de prisão, Eurico Miranda recorre em liberdade

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A 4ª Vara Federal do Rio de Janeiro condenou o presidente do Vasco, Eurico Miranda a 10 anos de prisão por sonegação de impostos da Receita Federal no exercícios de 1999 e 2000.

Junto dele e ignorado por todas as manchetes por motivos óbvios o supervisor das categorias de base do Vasco, Nilson Gonçalves, também foi condenado. O motivo: crime de laranja. Gonçalves é acusado de ter cedido contas bancárias para que o dirigente pudesse desviar dinheiro. O companheiro laranja não foi contactado por ninguém.

O juiz Flávio Oliveira Lucas reclamou do comportamento sem noção do vascaíno pela arrogância. Citou também "declaração do então co-réu Aremithas (José de Lima) afirmando que Eurico trazia semanalmente de Brasília dez mil reais em espécie" quando era deputado federal, de 1995 a 2002. O tal Aremithas foi ouvido pela CPI do Futebol no Senado, de 2001, na condição de suposto laranja de Eurico. A CPI comprovou que uma conta no nome de Aremithas era usada para movimentar recursos do Clube de Regatas Vasco da Gama e seu então vice-presidente (adivinhe quem?) Eurico Miranda, assim como a conta da Brazilian Soccer Camp Incorporated.

Eurico tem 30 dias para recorrer. Em nota oficial, assinada pelo próprio dirigente, além de se referir a si mesmo em terceira pessoa, ele cita outras decisões tomadas em 2005 e 2006 que serviriam para arquivar qualquer coisa contra ele. "Volto a afirmar que a VERDADE PREVALECERÁ (sic)".

A torcida é grande.

Simon foi, no mínimo, covarde

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Não sou daqueles que professam a teoria da conspiração o tempo todo nem gosto de reclamar nas derrotas. Sempre parece desculpa.

Mas, antes da partida entre Galo e Botafogo, senti arrepio quando ouvi que o Simon iria apitar. Mais porque o considero um árbitro decadente que desonesto. Basta ver a atuação pífia na Copa do Mundo, em que foi dispensado na primeira fase.

Para quem não viu o jogo, o Galo terminou o primeiro tempo ganhando de 1 a 0 e o Botafogo praticamente não teve chance de gol. Deu bobeira nos 10 primeiros minutos do segundo tempo e tomou dois gols por desatenção. Parece que voltou "mole" do vestiário, mas também é mérito do Botafogo, time bem armado e que jogou bem.

Embora o Galo tenha perdido duas a três chances de empatar e se classificar, o lance capital aconteceu aos 46 minutos do segundo tempo. O armador Tchô, pegou o rebote do goleiro, tirou a bola do zagueiro e tomou um carrinho no pé de apoio. Isso a 5 metros do Simonsen, sem ninguém na frente. É impossível não ter visto.

Acusar de desonestidade sem prova não dá, mas que foi, no mínimo, covarde de marcar um pênalti que poderia desclassificar o time da casa aos 46 do segundo tempo, para mim ficou evidente.

Pior foram os narradores e comentaristas do SporTV. Constrangidos com a imagem, clara mostrando que foi muito pênalti, diziam encabulados que marcariam pênalti. Nada daquela revolta quando são envolvidos times brasileiros contra estrangeiros, aquala patriotada inútil, nem as bravatas.

Ao contrário, o Paulo César Vasconcelos, a quem eu respeito ou respeitava, disse que se o Simon não marcou foi porque não viu! Ou que mesmo no jogo tinha deixado de marcar faltas que eles achavam que tinha sido, tentando explicar toscamente que era uma questão de critério.

Então tá, quer dizer que ele entrou na cabeça do juiz para saber a intenção ou o que ele viu ou não viu. Com isso tentou descaracterizar o fato objetivo: foi pênalti e o juiz "errou".

O futebol, às vezes, dá nojo.

Até ia escrever que ficaria um bom tempo só falando de política e cachaça, mas ao ver o post do Anselmo, desisti. Ficou para mim a pergunta, será que pelo menos a Folha e o Globo diagramaram suas capas ou já veio tudo pronto da assessoria e comunicação do Vaticano.

Pelo jeito, terei de escrever apenas sobre cachaça. Como não gosto tanto, uma consulta aos outros futepoquenses, vale vinho e cerveja nos comentários?????

quinta-feira, maio 10, 2007

Criatividade OU jogo dos sete erros

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As capas de Folha de S.Paulo e O Globo de hoje dispensam comentários. Melhor pro Ombudsman.

Se inveja matasse

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Da coluna do quase xará Ancelmo Góis:

Pagode da fortuna
Zeca Pagodinho, viva ele!, renovou contrato com a Brahma.
Vai ganhar R$ 8,1 milhões por três anso. Merece.

Um milésimo que ninguém faz questão de ver

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Enquanto o Bento XVI passeia lépido e fagueiro em São Paulo, semeando a "paz na terra para os homens de boa-vontade", os cariocas estão na iminência de mais um milésimo histórico. Porém, ao contrário da contagem de gols do Romário, essa é uma marca específica que ninguém faz questão de ver: segundo o site Riobodycount (www.riobodycount.com.br), 877 pessoas foram mortas no Rio de Janeiro entre 1º de fevereiro e hoje, 10 de maio. Do jeito que vai, portanto, a milésima vítima deve ser morta antes dos Jogos Pan-Americanos.

Não sei o motivo de a contagem ter começado nessa data, mas quem faz o site se define como "um grupo voluntário, apartidário e sem vínculo com qualquer instituição. Não recebemos doações e não somos uma ONG. Reportamos incidentes de violência no Rio de Janeiro a partir de notícias da grande imprensa e outras fontes." A coordenação e edição ficam por conta de Andre Dahmer, Vinicius Costa e Léo Torres. Segundo eles, o site foi inspirado no www.iraqbodycount.org, que conta o número de vítimas de violência da guerra no Iraque.
"Queremos abrir discussão sobre os altos índices de violência no Rio de Janeiro. Não acreditamos em saídas simplistas e ineficientes de um Estado truculento e assassino. Não acreditamos em paz vigiada por câmeras, armas, milícias e carros de guerra", afirmam. O trabalho chama a atenção para o todo, em vez de incidentes isolados, e merece respeito pela simples comparação entre o caos carioca e uma guerra de proporções internacionais como a do Iraque. Triste é supor, sem exagero, que o milésimo caso fatal já teria sido registrado no site caso a contagem tivesse começado em 1º de janeiro.

Ensinando o padre a rezar

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Corroborando a concentração midiática, texto abaixo do impagável Paulo Henrique Amorim:

Máximas e Mínimas 376

. O Presidente Eleito José Serra deu uma Bíblia de presente ao Papa.

. Se há uma coisa que o Papa não tem são exemplares da Bíblia.

. Parece que a Bíblia que Serra deu ao Papa é em português.

. Se há uma língua que o Papa domina é o português.

. A Bíblia é ilustrada. Caso o Papa desconheça o seu conteúdo.

. O Presidente Eleito já tinha dado um chapéu de texano ao texano George W. Bush.

. Pergunta: na mesma linha de raciocínio, o que Serra dará de presente a FHC no próximo aniversário?

. Um espelho.