Destaques

quinta-feira, junho 28, 2007

Transposição, ocupação... greve de fome

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A transposição de águas do rio São Francisco para bacias do Nordeste Setentrional começou, com escavações no ponto de tomada de água do Eixo Leste do projeto em Cabrobó (PE) na segunda, 25.

Taí um assunto nada simples.

Na terça, 1.200 manifestantes de diversos movimentos, organizados numa Articulação pelo São Francisco, ocuparam a área na fazenda Toco Preto. Na quarta, outros 300, em caravanas, chegaram. São 1.500 acampados. É gente.

Foto: Jesus Carlos/ImagenLatina

O pescador Leleco, de Juazeiro (BA), em frente à estátua do
Nego D'Água, numa das melhores fotos do Jesus Carlos do rio


Mudas foram plantadas no local, e enterraram (com direito a sepultamento e cruz fincada) os marcos de concreto instalados pelo 2º Batalhão de Engenharia e Construção do Exército.

Nesta quarta-feira, o bispo de Barra (BA), Dom Luiz Cappio, que fez greve de fome em setembro e outubro de 2005, chegou ao local. Os manifestantes prometem ficar até que o governo desista da transposição. A princípio, pacificamente, mas que é imprevisível a consequência de uma ofensiva de reintegração de posse, por exemplo.

O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) diz que a decisão política é irreversível, que já mandou um funcionário do Ministério para negociar – sem sucesso – e que a Advocacia Geral da União entrou com pedido de reintegração de posse na 20ª Vara Federal, de Salgueiro (PE).

Resumo feito. Um acampamento de 1.500 pessoas é considerável. Em maio, Ruben Ciqueira, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), declarou que a ação pacífica de protesto era o penúltimo recurso. O último, seria a greve de fome. "Do bispo?", perguntei. "Não sei. Se o bispo for, outros vão com ele. Se não for, outros vão em seu lugar".

Vai ou racha?
Politicamente, fazer a obra é desgastante. Não fazer, neste momento, também é. Um recuo sério, uma vitória impressionante do movimento. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previa a transposição como uma das obras de infra-estrutura.

As águas seriam usadas predominantemente em loteamentos voltados para o agronegócio. As áreas atingidas seriam 12% do território do Semi-Árido brasileiro – que se estende de Minas Gerais aos nove estados do Nordeste – em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. Será usada ainda para indústrias do Porto de Pecen, próximo de Fortaleza (CE) e no Rio Grande do Norte. Para chegar a todo esse aproveitamento, a estimativa é de 20 anos, já que há necessidade de intervenções de sub-canais e adutoras que capilarizem a rede.

O rio, que doa as águas, está poluído. Aos paulistanos: não é o Tietê, dá até para beber direto (não todo dia, claro, mas estou vivo, certo?). O assoreamento é grave, faltam obras de tratamento de esgoto em toda a bacia e de abastecimento em muitas cidades. Assoreamento por causa do desmatamento também está na lista. Não há previsão de quanto tempo seria necessário para a recuperação do São Francisco.

Em outras palavras: obra gigantesca com impacto inicialmente pontual relevante (empregos diretos e indiretos e movimentação da economia local), contratos milionários com empreiteiras e resultado demorado, aparentemente sem riscos de secar o rio (pelo menos logo de cara).

Ações pontuais de gestão hídrica (cisternas familiares e comunitárias, barragens subterrâneas etc.) teriam resultados mais adequados, mas implicam políticas descentralizadas e difusas. Só dá voto com muito mais trabalho.

A transposição, se sair, não impede as ações pontuais. Se não foram priorizadas até agora, não é com uma obra do tamanho dessa que vai desencadear ações difusas. Ao contrário.

É isso que me preocupa. Não resolve, mas concentra renda.

Foto: Jesus Carlos/ImagenLatina

PSOL e Veja, tudo a ver

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Aconteceu hoje uma manifestação no Senado promovida pelo PSOL - lá estava a Heloísa Helena - cujo maior intuito era pedir a cassação de Renan Calheiros. A estratégia dos manifestantes para comover a opinião pública foi levar um boi bumbá com as iniciais RR, numa alusão aos supostos ganhos de Calheiros com gado que pagariam suas despesas pessoais.

Não sei vocês, mas eu vejo uma baita semelhança nesse protesto com as capas da Veja dizendo "JUSTIÇA", "BASTA DE VIOLÊNCIA" ou coisa parecida.

Senão, comparemos os efeitos que ambas as manifestações proporcionam. As famigeradas capas de Veja são vistas por milhões de brasileiros que ficam estarrecidos por um instante e dizem "que absurdo" para, na sequência, seguir tocando sua vida da mesma forma. Em geral, não trazem nenhum conteúdo novo - não precisamos de Veja para sabermos que há violência, há corrupção e há uma série de mazelas. Na tentativa de impactar, o que esse tipo de mostra acaba fazendo é reforçar uma banalidade.

Voltemos para o protesto do PSOL. Alegria, arte, ironia e uma mensagem: político é tudo ladrão, algo dito com todas as letras pela digníssima Heloísa Helena. Ora, é isso que o partido revolucionário da esquerda brasileira veio nos trazer? Dizer pra todo mundo que "político é ladrão"? Fazer festinha na frente do Congresso e chamar a atenção da mídia mais pelo carnaval do que realmente por uma mensagem nova?

Francamente, a esquerda brasileira merece mais.

Não foi tão mal assim, mas Fora Dunga!

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A seleção perdeu para o México, de novo. Segundo a reportagem da Globo, foi a primeira derrota por mais de uma gol de diferença. No entanto, não achei que o jogo foi tão trágico. Quer dizer, talvez essa palavra seja boa para descrever o que aconteceu segundo minha ótica.

O Brasil começou jogando bem, errando bem menos passes do que me acostumei a ver nos últimos tempos e com uma movimentaçaõ boa no meio campo, com Diego e, principalmente, Robinho. Elano participava um pouco menos, as estava lá pela direita. Mas se repetia um problema do time “titular”, com Kaká e Ronaldinho Gaúcho, e o atacante (Vágner Love) ficava isolado no tal do 4-2-3-1 do tio Dunga.

Nessa toada, tivemos gol mal anulado de Diego (em jogada tramada por ele, Robinho e Elano), bicicleta de Robinho e cabeçada raspando de Alex. Enfim, parecia que estava fácil.

Pouco antes do jogo eu e um amigo comentávamos que o México é um time esquisito. Eu vi alguns jogos deles nos últimos anos (não muitos) e nunca me pareceu que jogava bem. Sempre parece que não está fazendo nada. Tem uma marcação, tenta uns contra-ataques, mas nunca parece levar perigo de verdade. De repente, está 2 a 0 e ninguém sabe bem o que aconteceu.

Claro que essa visão pode ser mero fruto de minha incompetência como analista tático, mas foi isso que eu vi ontem. O México fez dois gols em duas jogadas isoladas e acabou o jogo deles. Foram lá para trás (com todo o direito) e seguraram a onda. Ainda teve bola na trave de Robinho, mais uma cabeçada de Alex (que joga muito) que o zagueiro tirou em cima da linha, chute de Anderson que o goleiro salvou, e aquela bola que o tal do Afonso pegou lindamente de primeira, mas foi em cima do goleiro.

Aliás, Anderson e Afonso entraram no segundo tempo no lugar de Diego e Elano, que foram considerados “inoperantes” pela crônica em geral. Discordo, especialmente em relação ao primeiro. Gosto do Diego. Ele se movimenta muito, está sempre perto da jogada, dando opções. Errou mais passes do que eu gostaria ontem, mas é ciosa que acontece.

Elano esteve um pouco mais sumido, mas isso pode ser por conta do esquema de Dunga, que o deixou numa espécie de ponta direita recuada, onde ou ficava isolado na ponta ou batia cabeça com Diego no meio. No segundo tempo, mais do que as alterações, mudou a organização do time em campo. Vágner Love ficou de segundo atacante, com Robinho e Anderson vindo de trás e armando. Funcionou melhor.

Anderson, aliás, jogou muito bem. Poderia entrar no lugar de Elano e fazer dupla no meio com Diego. Robinho vai para o ataque, jogando mais solto como no Santos. Afonso, que até que é bonzinho, vai pro banco e Love joga de centroavante, tabelando de perto com Robinho.

Sobre o atacante do Real, peço para um dos santistas escrever. Joga muita bola, o rapaz. No mais, por essa discordância tática, fora Dunga!

A orientação sexual de cada um

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Alguns temas sempre causam polêmica quando são debatidos. Principalmente aqueles que se referem a questões morais ou que envolvem ideologias e crenças pessoais. Quando se juntam todos esses elementos então, é melhor ir pro bar, tomar uma e falar de outra coisa. Ou não. Talvez não falar seja pior.

Dada a digressão desnecessária acima, a questão é a tal homossexualidade de um jogador de clube paulistano. À boca pequena e nem tão diminuta, o assunto virou pauta na imprensa, e aqui também. Culpa em parte do próprio jogador, que estaria negociando a "revelação" para um programa da poderosa Globo. O típico caso de quem trata com a grande imprensa sabe-se lá porque motivo e depois reclama da exposição. Até aí nada demais. Pode-se falar da questão da privacidade do homem público, já tratada nesse blog no caso do livro do Roberto Carlos, mas vamos chegar na parte em que o atleta não tem culpa nenhuma.

Impressionante que em pleno século XXI existam pessoas que não saibam lidar com a questão da sexualidade. Mais ainda é não perceberem (será que não?) a carga de preconceito que despejam quando falam do assunto. Um exemplo tosco disso, cujo teor conversei ontem com a Thalita, é um post do site sãopaulino SPNet, de autoria do engenheiro Artur Couto. Fala a respeito da suposta homossexualidade de um tão suposto atleta do clube. Diz respeitar, blablabla e tasca:

Não APOIO o homossexualismo e não quero ser obrigado a isso. Acho que cada vez mais vivemos uma hipocrisia nesse tema. Até lei tem no Congresso em trâmite para que expressões contra o homossexualismo sejam proibidas. Falar que não apoia o homossexualismo de longe NÃO É HOMOFOBIA, pelo contrário. Assim como defendo o direito de alguém ser ou não gay, quero que seja respeitado meu direito de ser contra e de não apoiar, de não gostar, de não achar certo, de achar fora dos padrões para os quais fomos criados.

Não contente, ele segue:

Por que no dia-a-dia chamar alguém de macumbeiro, de crente trouxa, de careca, de narigudo, de gordo escroto, não dá processo e se chamar alguém que é gay de viado você pode ir em cana?

Acho até desnecessário dizer o quão diferente é chamar alguém de "macumbeiro", careca ou "viado". Como também é muito diferente "não simpatizar com homossexuais", uma prática de cunho conservador; e propagar preconceito ou colaborar para que alguém seja excluído por orientação sexual ou - já que ele tocou no tema - religiosa. Ainda que não seja crime, é triste ver opiniões desse quilate.

Curioso também como reagiu o empresário do atleta, ao negar sua homossexualidade. Disse Julio Fressato: "Quem não deve não teme. Não existe a mínima possibilidade de esse jogador ser o Richarlyson. Conheço a família dele, sua índole e seu caráter (grifo meu) há 11 anos, desde que ele começou a jogar." Claro, orientação sexual é questão de "caráter".

Por essas e outras que esse tipo de tema tem sim que ser discutido. Até pra que esse tipo de pensamento ou "gafe" não se perpetue. E cabe ao Congresso acelerar o projeto de criminalização da homofobia. Pena que eles têm tanta coisa pra fazer...

Orgulho de ser último

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Do novo parceiro TerceiraViaVerdão.blogspot.

Por sugestão de um leitor, eles publicam uma relação das dívidas dos clubes, divulgada pela Folha de S.Paulo (para assinantes, em partes 1 e 2)

1º) 232,9 Milhões = Flamengo
2º) 216,8 Milhões = Botafogo
3º)>150,0 Milhões = Vasco da Gama [53 Milhões só para a Globo]
4º)>100,0 Milhões = Grêmio
5º)>100,0 Milhões = Corinthians [incluindo caso Nilmar]
6º) 87,5 Milhões = Santos F.C. [crescente...]
7º) 81,2 Milhões = Atlético Mineiro
8º)~ 80,0 Milhões = Cruzeiro
9º) 75,9 Milhões = São Paulo
10º) 48,7 Milhões = Palmeiras

Internacional e Fluminense ainda não haviam divulgado o Balanço. Resumindo, o São Paulo deve 50% mais que o Palmeiras, o Santos quase 100% mais e o Corinthians certamente mais de 100%.
O Vicente avalia que o Santos é o que tem situação mais delicada a médio prazo, embora o Corinthians também esteja numa situação difícil (fica Dualib!). O Botafogo, com dívida 2,5 maior do que a do Santos é avaliado como "com folha de pagamento espartana", que vai "tocando a vida". Não fica claro em que ele se baseia para isso, mas por que é que eu vou deixar de tirar sarro dos outros, se há orgulho em ser último desta classificação?

Espero que seja só dessa.

FotoLegenda: Palestina e menlancia

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A matéria do G1 vai além da foto e do título. Mas o conjunto basta.

Soldados israelenses são feridos na Cisjordânia


Palestinos atiram melancia em carro militar israelense (Foto: Mohamad Torokman/Reuters)

Brasil 0

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O México venceu na estréia por 2 a 0. Em cinco minutos, resolveram a fatura. O técnico brasileiro Dunga culpou o árbitro e prometeu classificação.

Sigo firme na campanha "Fora Dunga!"

Acho que essa vinheta vai cansar.

quarta-feira, junho 27, 2007

Beting sobre o Vavá: foi muito legal

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Momento umbigo-babão.

Em entrevista ao podcast parmerista do Mondo Palmeiras, o comentarista Mauro Beting citou o encontro com os manguaças do Futepoca no bar do Vavá. Usou isso como exemplo do quanto ele gosta de brigar com quem o xinga, especialmente os que o fazem com nível.

Ele citou o frio de 14ºC na noite de Pinheiros, mas disse que a conversa foi muito legal. Segundo o comentarista ele "já tinha um amigo" entre os autores do blog antes da conversa. Foi a primeira manifestação pública sobre o evento detectada pelo serviço de clipping embriagado. Ele não mencionou a arregada generalizada, negada pelos membros do Futepoca, nem a lista de ofensas que incluía adjetivos como "pernóstico", "intolerável", "enganador", "bem-humorado como o pai", "mero compilador de dados de internet". Em outras palavras, muito carinho.

Outra revelação de Beting na entrevista – sem nenhuma relevância – é que ele não usa peruca, mas fez uma prótese capilar. Além disso, teve que responder porque não defende o Palmeiras na TV, porque não considera a Copa Rio de 1951 como mundial, e sobre a diretoria alvi-verde.

Fazendo uma demagogia básica, ele disse que gosta muito de acompanhar os blogs, porque acha que eles são o futuro, ou melhor, o presente das comunicações. "Por que eu sou melhor do que vocês aqui do Mondo Palmeiras ou do que o Observatório Verde?" (citação de memória).

A pergunta correta (ou invejosa?) é: por que alguns recebem salário para falar e assistir futebol e outros fazem isso de graça, incluindo política e cachaça?

O melhor programa de rádio palmeirense
O podcast do MondoPalmeiras (em MP3 de 29Mb, fica aos 45 minutos, mais ou menos) é gravado semanalmente e tem, como trilha sonora de fundo o hino do alvi-verde imponente em loop infinito. In-fi-ni-to. Nem no Palestra Itália se vê uma coisa assim. Bravo!

O horror

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Ficamos sabendo, como se fosse algo normal, natural e necessário, que uma "megaoperação" policial no Morro do Alemão, do Rio de Janeiro, nesta quarta, deixou cerca de 20 mortos até o momento.
O que é isso? Limpeza étnica? Todos os mortos são "traficantes", como costuma enfatizar a imprensa (sempre divulgando os termos e verdades oficiais?) quando qualquer pobre, de preferência negro, suspeito ou não, é morto na Cidade "Maravilhosa"?
Todo esse morticíno insano serve para deixar o Rio "limpo" e preparado para que os turistas cheguem para o Pan e encontrem uma cidade segura?
Volto a Pasolini, que, ainda nos anos 70 do século XX, defendia que a importância das notícias sobre crimes era subestimada pela imprensa e que, na verdade, os crimes deveriam ser pauta de política, por revelarem algo muito mais sério e profundo do querem fazer supor os donos do poder. Nesse caso, crime oficializado e praticado pelo Estado.
Enfim, é o horror.

Mentiras

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Reproduzo do Blog do Juca. Claro que, sem desconfiar do blogueiro, se sua fonte é assessor próximo de Kia, pode haver algum ruído nas informações, favorável ao iraniano. Mas aí vai.

Aos corintianos
Acabo de conversar com Fernando Mello, assessor de imprensa da MSI, e jornalista em quem confio. Ele assegura que não é verdade que Alberto Dualib e Kia Joorabchian chegaram a um acordo.Que não é verdade que Renato Duprat assumirá a MSI no Brasil.Que não é verdade que o empresário Pini Zahavi assumirá qualquer papel na MSI, embora possa ter feito, como outro empresário de atletas qualquer, um acerto com o presidente corintiano. Mello nega qualquer possibilidade de Tevez voltar ao Corinthians. Tudo que o jornalista, que fala diariamente com Joorabchian, desmente, tem sido plantado na imprensa nos últimos dias por cartolas da situação, alguns até com posto de delegado de polícia, o que, definitivamente, não colabora para a fé pública que deveriam ter.

E agora, Congresso?

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É impressionante como o Legislativo brasileiro só se mexe por conta de escândalos. Quando não é na produção destes, é na tentativa de apagar o incêndio por estes proporcionados. Atualmente o assunto é a cassação (ou não) de Renan Calheiros; o tema será sucedido pela discussão das irregularidades de Joaquim Roriz; e antes desses vieram tantas outras confusões que nem vem ao caso ficar citando.

O mais complicado é detectar que o trabalho do Legislativo praticamente pára por conta disso tudo. Convenhamos, os deputados e senadores brasileiros já não são os maiores adeptos da labuta, haja vista suas férias prolongadas e a semana de três dias; mas quando uma confusão se configura, aí que isso fica mais perceptível que nunca.

Tomemos como exemplo o caso da emenda 3. O assunto estourou no início do ano, vindo na esteira da criação da Super Receita. O projeto era polêmico e retirava dos fiscais do trabalho o poder de apontar se uma relação entre duas pessoas jurídicas era fraudulenta. Lula vetou a emenda, o Congresso estudava derrubar o veto presidencial, o ministro Guido Mantega ficou de apresentar uma contra-proposta consensual... e até agora nada!

Ficamos tão preocupados em ver se Calheiros pagou ou não sua pensão à Mônica Veloso que deixamos passar esse debate, dos mais importantes para todo o universo trabalhista. Sabe aquela história de "urgente/importante", que diz que se ficarmos unicamente focados no "urgente" não cuidamos do "importante", que é o que realmente deve ser levado em conta? Então.

Estrelato de Ana Paula não atrai mulheres à arbitragem

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A celebrização alcançada pela bandeirinha Ana Paula Oliveira, a mais falada no Futepoca e no jornalismo esportivo, não deve representar mais interesse de mulheres pela carreira de árbitra. A avaliação é de Roberto Perassi, diretor da Escola de Árbitros da Federação Paulista de Futebol (FPF), no GloboEsporte.

"Não creio que mais meninas se interessem pelo curso pela Ana Paula sair nua", calcula Perassi. "Mas tudo é possível", filosofa. Ele avalia que as meninas podem acreditar que seja fácil encontrar o atalho para o "estrelato" pelo apito (ou pela bandeira), mas se gente com esse tipo de pensamento aparecer, e, "se passarem pelo teste, vão ficar nas primeiras aulas".

Aliás, o teste a que ele se refere foi o motivo de uma bela forçada de barra da matéria citada. O título diz que a FPF quer "detectar", por meio de um teste psicológico e físico do Instituto do Coração, o perfil dos árbitros e se há condições de saúde para a função. Pautado, o repórter foi com a tese de que a entidade queria perceber se alguma moça candidata a ter a mãe efusivamente xingada quereria posar nua na Playboy.

Hein?

"Lógico que o exame não vai detectar se a pessoa pensa em sair nua na Playboy, mas esse teste nos ajuda a mostrar muita coisa, como algum distúrbio ou problema físico", disse o Perassi. O teste foi realizado já no ano passado, depois de a Ana Paula Oliveira posar para a Trip com fotos já baixamente publicadas aqui. Mas na ocasião, ninguém teve essa idéia brilhante de pauta desmentida na fala do diretor da Federação.

Foto: Divulgação

Depois de reprimendas, a opção foi por uma foto discreta da moça.

P.S.: De tanto escrever sobre a Ana Paula Oliveira, comecei a achar que estava forçando a barra, exagerando. Mas essa matéria do Globo Esporte e outra, manchete do TerraMagazine, tirada do Blog do Boleiro, chamava para uma nota de "bastidores" sobre o ensaio da moça na Playboy. Eram três informações que nada revelavam, incluindo o fato de ela estaria "bem desenvolta" e, segundo quem viu, não teria celulite.

Palmeirense compromete Richarlyson na TV

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Deu na coluna Zapping, do Uol:

De Milton Neves, ontem ao vivo no "Debate Bola", da Record, para José Ciryllo Junior, vice- presidente do Palmeiras: "É do Palmeiras o jogador que vai assumir na televisão que é homossexual?" Cyrillo respondeu: "Não, o Richarlyson quase foi do Palmeiras. O procurador dele assinou um pré-contrato com o Palmeiras, mas no dia seguinte ele foi para o São Paulo". "Você chutou o balde", disse Milton Neves.

terça-feira, junho 26, 2007

Ana Paula de Oliveira e Simone de Beauvoir

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O título da publicação pode ser estranho, mas estou devendo um post sobre o tema (aliás recorrente) que se segue, aos companheiros e, principalmente, a todas as mulheres do blog, ou seja, Thalita. E, claro, a nossas colaboradoras nos comentários, entre as quais a “eminência parda” Carmem.

Começando pela Ana Paula de Oliveira. Para mim, descontando os dotes físicos admirados por muitos (ou não, dependendo do caso), a moça tem outras qualidades. A discussão sobre se ela pode ou não, deve ou não ser promovida a árbitra é um debate desfocado. Por quê? Porque é lógico que deve e pode. Afinal é, tecnicamente, uma das melhores banderinhas (hoje se diz auxiliares) do estado de SP.
Sendo assim, se ela tem ambição de ser juíza, nada mais justo que seja. Já que falamos do deplorável Heber Roberto Lopes abaixo, por que esse infeliz pode apitar e ela não?

Preparo físico
Quanto ao preparo físico, é ou seria absurdo exigir de uma mulher o mesmo desempenho físico de um homem. Se fosse assim, homens e mulheres poderiam competir na mesma maratona, por exemplo, e não haveria modalidades femininas e masculinas no atletismo ou outros esportes.
O problema da Ana Paula não tem nada a ver com ela ser mulher. É o mesmo problema de Márcio Rezende de Freitas e Carlos Eugênio Simon: árbitros tecnicamente bons, mas cujas intenções me parecem muitas vezes obscuras em jogos-chave. Não precisa lembrar de exemplos de arbitragens desses dois senhores, né.

Gosto da Ana Paula tecnicamente, mas ela protagonizou alguns episódios estranhos. Por exemplo, o gol do Tevez absurdamente anulado em 2006 (Palmeiras x Corinthians, pelo Paulista) e o do Jonas contra o São Paulo na Vila, este ano. A intenção das duas decisões (provavelmente não da Ana Paula, mas de superiores dela) parecia ser evitar, nos dois casos, que o Santos disparasse na liderança (o Palmeiras precisava vencer em 2006 e o São Paulo no mínimo empatar em 2007), pro campeonato continuar emocionante. Ela parece aquele tipo de profissional da arbitragem escolhido a dedo para determinadas situações. Caras de esquema, embora (ou talvez por isso mesmo) reconhecidamente competentes.

Futebol feminino
Com o perdão da prolixidade, falta falar de futebol feminino. O que eu disse em comentários anteriores (e faz tempo queria escrever sobre isso) está a anos-luz de distância de ser contra, ou de ser uma postura machista. Pelo contrário, apóio, acho que deve ter patrocínio, espaço na mídia e ser viabilizado pela CBF, que não está nem aí.
Mas, particularmente, eu não gosto de assistir, e só isso. Assim como não gosto de vôlei masculino, que acho chato (só tem força bruta); como gosto de tênis, seja feminino ou masculino; como não gosto de boxe feminino; como não gosto (a não ser grandes e/ou decisivos jogos) de basquete, tanto masculino como feminino.
“Pão ou pães, é questão de opiniães” (Guimarães Rosa).

Simone de Beauvoir
Se tem uma escritora que eu li muito e adoro (e já escrevi sobre) é Simone de Beauvoir, autora de O segundo sexo, Memórias de uma moça bem comportada, Balanço final, A cerimônia do adeus, A convidada e muitos outros, só para ficar em alguns grandes livros dessa romancista e ensaísta que dispensa comentários e que alguns jornalistas, inclusive franceses, toscamente diziam ser “a mulher de Sartre”.
Por isso tudo é que fiquei bastante contrariado ao ser chamado de machista, semanas atrás.
Pronto, esclareci (espero).

Dualib tem um amiguinho novo

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Meu time tem novidades. Melhor dizendo, o presidente do meu time. Segundo informou o vice-presidente Jurídico do Corinthians, o delegado de polícia Ivaney Caires, ligado a Dualib, no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta (excelente fonte), o octagenário ditador corintiano volta de sua estada no valho continente com um monte de dinheiro e novos amiguinhos para brincar.

A primeira e mais bombástica é a ressurreição da MSI, que parecei ter sido esquecida depois de todas as pendengas e palhaçadas. Kia Joorabichian, o grande culpado, está fora da presidencia da empresa, que passa agora para o agente de futebol Pini Zahavi (segundo o blog do Roque Citadini: israelense, dono da empresa HAZ Football Worldwide Ltd., de sua filial argentina HAZ Sport Agency e participante do grupo Gol International). Os antigos investidores (homens misteriosos) teriam vendido sua parcela da empresa para novos (ainda sem nome, que estranho), representados por Zahavi.

Dualib teria refeito o contrato da parceria, que agora estaria “em absoluta ordem”, nas palavras de Caires. Segundo ele, os novos investidores não querem carregar as acusações de “dinheiro sujo” que pairavam sobre Kia. Como sustenta Citadini, é uma confissão de que o contrato antigo era uma tranqueira.

Os “novos investidores” teriam se comprometido a liberar uma verba de 20 milhões de euros – cerca de 60 milhões de reais – para o clube saldar dívidas.

No pacote de novidades, Dualib acena com a volta de Carlitos Tevez (na trilha sonora, entra uma cúmbia). Caires diz que Tevez cansou das promessas de Kia e quer voltar ao Corinthians apra se valorizar antes de voltar ao futebol europeu. O problema seria o salário do atacante, hoje em torno de 200 mil euros, que os novos amiguinhos estariam tentando arranjar como bancar. A avaliação é esquisita, quando se tem notícias de que Tevez teria propostas de pelo menos uns três clubes da elite européia.

Junto com isso, Caires anunciou que o time tem propostas européias por três jogadores: Zelão (5 milhões de euros) Everton Santos (mais 5 milhões) e William (15 milhões de euros). Destes, só o meia seria vendido, juntamente com Eduardo Ratinho, para o Benfica, em transação ainda não confirmada. Essa notícia casa com avaliação de Citadini sobre o reinado de Pini Zahavi no Timão: “O que teremos nos próximos meses será um aumento considerável de compras e vendas de atletas: afinal é este o mecanismo de atuação de Pini no futebol. O israelense possui forte presença no Benfica e também razoável ação na Argentina. Tem fortes vínculos com os russos que hoje vivem em Londres e é precursor da idéia de se criar um mercado paralelo de jogadores, vinculado-os a empresas e não aos clubes, espalhando-os por times de acordo com seus interesses de promoção e vendas”.

E agora, o Corinthians se tornará um entreposto de jogadores? Vamos alugar um esquadrão de craques do tal de Zahavi, numa versão macro do esquema do Bragantino no Paulistão? Ou tudo continuará rigorosamente na mesma porcaria de sempre? Aguarde notícias nas páginas policiais. (Informações do site TimãoNet)

Cada país tem o craque que merece...

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... embora eu ainda não saiba o que significa isso em relação ao ex-anônimo Afonso.



A torcida do do Heerenveen venera o atacante brasileiro, a ponto de cantar uma paródia da música "You are my sunshine" em homenagem ao jogador.

Segue a letra:
You are my Alves
Afonso Alves
You make me happy
When skies are gray
Cause when it's boring
You just keep scoring
Oh please don't take
My Alves away

“Foi uma coisa feia”

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Às 4h30 da manhã de sábado, a empregada doméstica Sirlei Dias Carvalho Pinto, 32, foi assaltada e espancada por cinco indivíduos num ponto de ônibus na av. Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Os agressores, descobertos pela placa do carro que usavam, anotada por um taxista que testemunhou a agressão, foram cinco rapazes de classe média, todos universitários: Rubens Arruda, de 19 anos, estudante de direito, Rodrigo Bassalo, 20, estudante de turismo, Felipe Macedo Nery Neto, 20, estudante de direito, Júlio Junqueira, 21, dono de um quiosque na praia da Barra e estudante de gastronomia, e Leonardo de Andrade, 19, técnico em informática.

Os cinco foram identificados pela vítima e estão todos presos. Segundo ela, quatro participaram diretamente do ataque, enquanto o outro ficou rindo e debochando. O caso inverte a lógica mais comum dos crimes de nossa sociedade: a vítima é pobre e os agressores de classe média. Isso gera situações que unem a tragédia ao ridículo.

O primeiro a ser preso foi o dono do carro, Felipe Macedo Nery Neto. Ele admitiu o crime, entregou os comparsas e declarou que o grupo pensava que a vítima fosse uma prostituta. Repetiu os outros bandidos endinheirados que, em 1997, assassinaram o índio Galdino, em Brasília. Daquela vez, pensaram se tratar de um morador de rua. Para quem não sabe, prostitutas e moradores de rua não são seres humanos. Pelo menos é o que se entende da fala dos dois grupos de rapazes.

A desfaçatez dos mais novos é reflexo da de seus pais. O empresário Ludovico Ramalho Bruno, pai de Rubens Arruda, declarou ao jornal Extra (está na capa) que acha a prisão do filho exagerada e que "mulher fica roxa apenas com uma encostada". Ele também falou hoje à Folha de S. Paulo, de onde transcrevo abaixo essa entrevista (para assinantes). Mais que a cara-de-pau do pai, espanta a docilidade do repórter. Leiam e pensem como seria sua postura se a situação econômica dos personagens envolvidos fosse inversa:

Folha - O sr. acredita na acusação contra seu filho?
Ludovico Ramalho Bruno - Eles não são bandidos. Tem que criar outras instâncias para puni-los. Queria dizer à sociedade que nós, pais, não temos culpa nisso. Eles cometeram erro? Cometeram. Mas não vai ser justo manter crianças que estão na faculdade, estão estudando, trabalham, presos. É desnecessário, vai marginalizar lá dentro. Foi uma coisa feia que eles fizeram? Foi. Não justifica o que fizeram. Mas prender, botar preso, juntar eles com outros bandidos... Essas pessoas que têm estudo, que têm caráter, junto com uns caras desses? Existem crimes piores.

Folha - O sr. já falou com ele?

Bruno - Não. É um deslize na vida dele. E vai pagar caro. Está detido, chorando, desesperado. Daqui vai ser transferido. Peço ao juiz que dê a chance para cuidarmos dos nossos filhos. Peguei a senhora que foi agredida, abracei, chorei com ela e pedi perdão. Foi a primeira coisa que fiz quando vi a moça, foi o mínimo que pude fazer. Não é justo prender cinco jovens que estudam, que trabalham, que têm pai e mãe, e juntar com bandidos que a gente não sabe de onde vieram. Imagina o sofrimento desses garotos.

Folha - O sr. acha que eles tinham bebido ou usado droga?

Bruno - Estamos com epidemia de droga. A droga tomou conta do Brasil. O inimigo do brasileiro é a droga. Tem que legalizar isso. Botar nas farmácias, nos hospitais. Com esse dinheiro que vai ser arrecadado, pagar clínicas, botar os viciados lá, controlar a droga.

Folha - Mas o sr. acha que eles poderiam estar embriagados ou drogados?

Bruno - Mas é lógico. Uma pessoa normal vai fazer uma agressão dessa? Lógico que não. Lógico que estavam embriagados, lógico que podiam estar drogados. Eu nunca vi [o filho usar droga]. Mas como posso falar de um jovem de 19 anos que está na rua numa epidemia de droga, com essas festas rave, essas loucuras todas.

Folha - Como é o seu filho em casa?

Bruno - Fica no computador, vai à praia, estuda, trabalha comigo. Uma pessoa normal, um garoto normal.

O jornalista aceita todas as justificativas do pai, não questiona a tese de que prender “pessoas que têm estudo, que têm caráter” seria castigo demais. E ainda levanta a bola, ao perguntar se eles estavam bêbados ou drogados. Será que a postura dele seria a mesma com o pai de um jovem de 20 anos morador de uma periferia qualquer? Na verdade, nunca saberemos, pois o jornalista jamais entrevistaria o pai de um “criminoso”, um “bandido”. Agora, com o civilizado o pai de “jovens agressores” dá pra conversar.

Gostaria de saber porque os caras que espancaram sem nenhuma justificativa uma mulher indefesa e bateram em mais duas na mesma situação, só por farra, porque acharam que se tratava de uma prostituta, têm “caráter”. Roubo do companheiro Glauco a tradução de uma frase do entristecido pai: "Mas prender, botar preso, juntar eles com outros bandidos... Essas pessoas que têm estudo, que têm caráter, junto com uns caras desses? Existem crimes piores." Tradução: "mas prender, botar preso, juntar eles com pretos, pobres... Essas pessoas que têm estudo, que tem dinheiro, junto com uns vagabundos desses?". Quando eu crescer, quero ter dinheiro para comprar caráter para mim.

Por que Heber Roberto Lopes ainda apita?

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Enquanto manguaças e abstêmios desse e de outros blogs e sites ainda tem como foco da arbitragem apenas Ana Paula Oliveira, barbaridades continuam sendo cometidas por aí. E, é claro, sem qualquer punição ou protesto mais veemente como aconteceu no caso da bandeira prestes a se despir.

Tem figuras que você olha e pensa "como esse cara ainda apita?". Fiquei entre perplexo e indignado (pra relembrar a expressão de um não-saudoso ex-presidente) ao ver Heber Roberto Lopes apitando uma final de Copa do Brasil. Sua lista de falhas e erros é imensa. E não é que o moço estava domingo no "clássico das multidões" no Mineirão? E não decepcionou, fez o que se espera dele. Errou. E feio.

Se é que é possível, Heber conseguiu errar duplamente ao marcar um pênalti a favor do Atlético (MG). Primeiro, porque a falta foi fora da área. Segundo, porque ela não existiu. A penalidade foi desperdiçada e o árbitro livrou a cara. Curioso é que Ziza Valdares, presidente do Alvinegro, havia protestado contra sua escalação, em uma guerra surda entre os dois clubes com a clara impressão de influenciar na arbitragem. O Galo levou a melhor, mas perdeu a partida.

A lista de erros medonhos do calvo árbitro daria uma lista telefônica. Estranhamente, mesmo tendo sido citado na CPI dos Bingos pelo empresário Nagib Fayad, vulgo Gibão, um dos artífices do esquema que derrubou Edilson Pereira de Carvalho e deu o título do Brasileiro de 2005 ao Corinthians, Heber recebeu pronta defesa à época do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Acusado de favorecer times cariocas em casa, o paranaense foi defendido no dia 20 de outubro de 2005 com a seguinte declaração do chefão do futebol tupiniquim: "Hoje mesmo, o nome do Heber foi desmentido pelos procuradores lá em Brasília. É isso o que dá dar credibilidade a bandido. Lugar de bandido é na cadeia". Sabe do que fala.

Naquele mesmo 2005, Heber teve uma atuação desastrosa na derrota do Cruzeiro para o Corinthians no Pacaembu, quando assinalou um pênalti inexistente contra o clube celeste e deixou de marcar um escandaloso em cima do lateral Maurinho. Tevez, que teria sofrido a penalidade, saiu de campo dizendo "não saber" se de fato a tinha sofrido.

Ainda em 2005, outra atuação, digamos, "polêmica" foi na partida entre Botafogo e Santos no estádio Luso-Brasileiro, empate em 3 a 3. além de não assinalar uma penalidade a favor da equipe paulista, inventou um pênalti aos 44 do segundo tempo, o que resultou na expulsão do lateral Flávio, que nada fizera. O goleiro Saulo defendeu a cobrança, mas Heber, como o árbitro vivido por Otávio Augusto no filme Boleiros, mandou voltar. O resultado rendeu inclusive um processo contra o paranaense, já que um advogado se sentiu lesado ao deixar de ganhar R$ 1,4 milhão na Loteria Esportiva com o resultado.

Se a Ana Paula tivesse essa ficha corrida, já teria sido jogada aos leões há muito tempo...

Os que falam de caos não usam

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A sabatina da Folha de segunda-feira do ministro da Saúde José Gomes Temporão rendeu matérias e manchetes por todo lado. O destaque, naturalmente, foi para o mais polêmico: aborto, medicamentos anti-Aids e políticas anti-álcool – cuja demagogia é tratada aqui críticas mais ou menos pilhéricas.

Uma que foi para o pé das notas foi a afirmação de que ele fica chateado quando lê manchetes que falam do "caos na saúde". Tomou uma vaia por isso. Devolveu com números de atendimento, que dizem muito pouco, e com a avaliação de que há crises pontuais e não de todo sistema. Não deixa de ser bom ouvir o dono da pasta defender o Sistema Único de Saúde (SUS).

Perguntado se usaria um hospital pública, usou uma saída politiqueira: "Eu tenho saúde muito boa". Mas devolveu numa direta sobre os jornalistas: "Os que falam do caos são os que não usam o sistema".

Canelada na imprensa. Faltou um repórter – ou alguém municiado de informações de repórteres – para retrucar com dados.

O Waldir Pires não pode usar o mesmo argumento para criticar a imprensa.

segunda-feira, junho 25, 2007

Palpites, palpites são

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Um dos meus primeiros posts no Futepoca, há um ano, comentava o motivo de minha falta de ânimo para torcer pela seleção brasileira. É fato: desde meados dos anos 80 que não vejo uma convocação ou escalação de time titular que me convença. No tal post, eu palpitava quais seriam meu convocados caso estivesse no lugar do (blah!) Parreira: uma mescla de alguns atletas do Santos de 2002/ 2003 com outros do São Paulo de 2005/ 2006, mais os craques indiscutíveis de sempre - Kaká, Robinho, Ronaldinho Gaúcho e Alex (ex-Palmeiras e Cruzeiro) entre eles. Agora vejo que o Dunga, na Copa América, pretende armar o time com Alex (ex-Santos), Elano, Diego, Robinho, Mineiro e, talvez, Josué. Não acho uma heresia supor que Cicinho e Léo poderiam muito bem estar disputando vaga com Maicon e Gilberto. E vou além: será que Fábio Costa ou Rogério Ceni não poderiam figurar pelo menos no banco de reservas? Uma coisa é certa: para mim, Robinho e Elano (foto) seriam titulares de qualquer seleção possível ou imaginável. Mas visualizem um time com: Fábio Costa (ou Rogério Ceni); Cicinho, Juan, Alex e Léo; Josué, Mineiro, Elano e Diego; Robinho e Vágner Love. Não se trata de reunir "os melhores" ou mesmo "os craques" (como na última Copa), mas sim um "conjunto" mais coeso. Tá, tudo bem, não se pode prescindir do Kaká e do Ronaldinho entre os titulares. Mas eles tentaram pedir dispensa do torneio, não estão motivados. E a Copa América deveria priorizar quem está realmente afim de mostrar serviço. Será que a escalação sugerida seria tão ruim quanto parece? Não sei. Depois do time da última Copa, acho que nada pode ser considerado mais sofrível. Por fim, uma dúvida: se o meu raciocínio coincidiu com o do Dunga, sou tão tosco quanto ele ou também poderia assumir o comando da selecinha? Até cobraria menos, sem crise...