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terça-feira, junho 26, 2007

Os que falam de caos não usam

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A sabatina da Folha de segunda-feira do ministro da Saúde José Gomes Temporão rendeu matérias e manchetes por todo lado. O destaque, naturalmente, foi para o mais polêmico: aborto, medicamentos anti-Aids e políticas anti-álcool – cuja demagogia é tratada aqui críticas mais ou menos pilhéricas.

Uma que foi para o pé das notas foi a afirmação de que ele fica chateado quando lê manchetes que falam do "caos na saúde". Tomou uma vaia por isso. Devolveu com números de atendimento, que dizem muito pouco, e com a avaliação de que há crises pontuais e não de todo sistema. Não deixa de ser bom ouvir o dono da pasta defender o Sistema Único de Saúde (SUS).

Perguntado se usaria um hospital pública, usou uma saída politiqueira: "Eu tenho saúde muito boa". Mas devolveu numa direta sobre os jornalistas: "Os que falam do caos são os que não usam o sistema".

Canelada na imprensa. Faltou um repórter – ou alguém municiado de informações de repórteres – para retrucar com dados.

O Waldir Pires não pode usar o mesmo argumento para criticar a imprensa.

2 comentários:

Glauco disse...

Mas se a respeito do "caos" na saúde os jornalistas não podem opinar, sobre o "caos" da educação em SP eles podem? Pela lógica, também não. Mas querem?

Anselmo disse...

é esse o ponto. não querem nem opinam. jornalão que não solta uma linha sobre greve na saúde em sp. não aponta nem o caos nem a crise pontual.

No caso do Temporão, faltou um repórter – ou alguém municiado de informações de repórteres – para retrucar com dados, ou listar algumas crises. No do apagão aéreo, tem notícia todo dia.

no caso da educação, falta repórter pautado mesmo.