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segunda-feira, junho 25, 2007

2 a 0, sem prepotência

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Ricardo Saibun/ Gazeta Press

Dessa vez não teve time reserva em campo, mas parece que o Santos sentiu mais os desfalques de Kléber e Maldonado do que o São Paulo os de Alex Silva e Josué. O que mais espantou, ontem, não foi o domínio relativamente tranqüilo do Tricolor. Mas, sim, a apatia, falta de poder ofensivo do Peixe, que sempre toma a iniciativa e dá sufoco jogando em casa.
Não é prepotência dizer que o São Paulo poderia ter marcado pelo menos mais um além dos 2 a 0. Ilsinho perdeu um gol feito na cara do Fábio Costa e oito boas jogadas de ataque ou de bola parada foram desperdiçadas por Jorge Wagner, Hugo, Hernanes e Dagoberto. O Santos também poderia ter marcado e tentado uma reação, se tivesse explorado o buraco que Ilsinho sempre deixa atrás de si quando vai ao ataque.

Mas não era o dia de Carlinhos e Hernanes conseguiu o milagre de tirar em cima da risca o gol de Morais que poderia, finalmente, acordar o time do Santos. Quanto à arbitragem, acompanho o veredito de Luxemburgo: não comprometeu. Revendo os lances na Bandeirantes, fica claro que quatro pênaltis poderiam ter sido marcados, dois para cada lado. Mas Paulo César foi coerente: não marcou nenhum.

Só achei que ele economizou cartões para o Santos no primeiro tempo. Domingos deve ter se inspirado no Sandro Goiano, ontem: só o Dagoberto levou uns quatro pontapés dele. No segundo tempo, o santista ainda deu um murro na cara de um são-paulino, fora do lance de bola, e ninguém viu. Wesley também acertou uma cotovelada em André Dias (em lance parecido com o de Lenílson na mesma Vila, em 2006), e ficou por isso mesmo.

Hugo foi expulso corretamente por reclamação, mas, no lance, ele havia sido claramente derrubado com um bico na canela. No fim do jogo, Marcel ia sair sozinho na cara de Fábio Costa, mas foi derrubado. A falta nem foi marcada e com isso o jogador santista, último homem, não foi expulso e nem levou amarelo. Mas ainda bem que essas coisas não influíram no resultado. Deixo registradas essas observações apenas para mostrar que, muitas vezes, o São Paulo é prejudicado - e não beneficiado - pela arbitragem.

Ao fim e ao cabo, a vitória foi importante para o time se reencontrar. E garante uma certa tranqüilidade, pelo menos até o (sempre) perigoso clássico contra o Curíntia. É óbvio que o São Paulo não é nada dessas coisas. Porém, se Júnior reassumir a lateral esquerda e Jorge Wagner passar para o meio, pode tentar alguma coisa no campeonato. Tomara que o Muricy dê uma organizada nas idéias.
Ps.: Vi o compacto de Palmeiras x Atlético-PR. Impressionante: o alviverde escapou de uma goleada. Já o Atlético-MG não teve a mesma sorte.

13 comentários:

Thalita disse...

é verdade que a apatia do santos foi incomum, mas não sei se surpreendente. A ressaca pós-libertadores é forte e demora a passar.
Surpresa mesmo, para mim, foi o São Paulo jogando bem. Bem mesmo, sem concessão de torcedora. Tudo bem que o time costuma se apresentar muito bem contra o Santos, mas não esperava todo o domínio apresentado.
Será que o Muricy conseguiu retomar o controle sobre o elenco? Ou foi mais demérito do Santos? Torço para que a primeira opção seja a real.

Glauco disse...

Por partes:
1 - O São Paulo poderia ter marcado mais dois ou três. Quanto às bolas paradas, incvrivelmente o Santos teve mais no primeiro tempo, todas desperdiçadas por Pedrinho ou Marcos Aurélio. Também incrivelmente Tabata, que depois de Kléber é quem manja melhor esse tipo de jogada, não começou jogando. Ossos do ofício. Do treinador e do torcedor que sofre com suas opções erradas.
2 - Quanto a cartões amarelos, questão de interpretação/torcida. O São Paulo fez mais faltas no primeiro e no segundo tempo. Só o Pedrinho tomou pelo menos duas que seriam passíveis de cartão (aliás, fazer falta no Pedrinho merecia vermelho, tal sua inoperância). Também não vi "cotovelada" sem que o cotovelo encoste na pessoa e a jogada não tem rigorosamente nada a ver com a do Lenílson. O comentarista de arbitragem já invocado tantas vezes nesse blog também não achou que tivesse sido algo. Quanto à falta do fim do jogo, nem me lembro, mas, não prejudicar ou não um time pela arbitragem se faz em momentos cabais do jogo (como o gol anulado pela Ana Paula) se faz em momentos cabais da partida e não quando o jogo está decidido.
3 - Por que a maior parte do post fala mais de arbitragem, insinuando ter sido ela caseira, do que dos lances da partida? Pior que não saber perder é não saber ganhar.
4 - Nunca vi um time perdendo e um técnico colocar um estreante e, logo depois, substituir um atacante por um meia. Deve ser mesmo um gênio incompreendido o tal do Luxemburgo, tão louvado por blogueiros (não-santistas principalmente) desta e de outras plagas.

Marcão disse...

Sobre a pergunta de número 3:

O post fala da arbitragem porque o jogo teve meia-dúzia de lances em que o São Paulo foi prejudicado por ela. Apesar de não ter influenciado no resultado, é preciso falar, sim. Porque sempre fica a impressão, aqui no blog, que o São Paulo é o grande beneficiado pelos juízes - nunca o contrário.

Isso não é "não saber ganhar", é apontar o dedo pra onde se deve. Afinal, se o juiz marca pênalti para o São Paulo no primeiro tempo (quando Adaílton, ao cair, bateu na bola com a mão espalmada) e amarela dois ou três do Santos, como fez (justamente) com os do São Paulo, a história poderia ser outra.

Assim como, se ele, no segundo tempo, tivesse marcado o agarrão de Miranda sobre um santista na área ou o pontapé que André Dias deu no joelho do Morais, ao errar a bola, o resultado também poderia ser outro. Parece que arbitragem só pode ser malhada aqui quando supostamente beneficia o São Paulo. Ou prejudica o Santos.

Não tem essa: se o cara errou, fica registrado. E o Wesley meteu o cotovelo no André Dias, sim (vi em close na Bandeirantes). O murro do Domingos as câmeras não pegaram, mas os repórteres de campo da TV e do rádio viram e comentaram. Parece que foi no Aloísio, mas não tenho certeza.

Sobre a pergunta número 4:

Se a indireta pra "não-santistas" é para mim, respondo que continuo achando o Luxemburgo um puta técnico e não é esse jogo que vai mudar minha opinião. Eu o defendo da mesma forma que já defendi o Muricy Ramalho: sem limão não se faz limonada. Erro de substituição o cara comete quando tinha coisa melhor para utilizar. Não foi o caso.

Glauco disse...

A questão, por exemplo, da mão na bola do Adaílton, é estupidamente interpretativa, até porque, como você disse, ele estava caindo. Quer que ele tire o braço fora? Mas você passa como se fosse verdade absoluta, de novo contrariamente ao comentarista de arbitragem tão citado nesse blog. Tudo bem, coisa de torcedor, longe ser um "método científico". Houve erros pros dois lado, ponto.
O limão e a limonada são um belo lugar comum pra justificar erros, e o Luxemburgo tinha opções sim, usou as que quis porque... quis. E ainda o Deus dos técnicos não quer responder por isso? Todo mundo acha normal o cara tirar um atacante e colocar um meia perdendo o jogo? Se alguém substitui no primeiro tempo não é porque escalou errado? Se fosse o Caio Junior a fazer alguma coisa parecida, a imprensa paulista já tinha matado o cara e o cidadão já tinha caído. Já o Guia Luxa "não tem limão". Faça-me o favor...

Anônimo disse...

O Santos fez uma partida tão ridícula q qquer equipe melhorzinha teria marcado uns 7. Mas o SP não fez por onde nem marcar o terceiro.
Não lembro de nenhuma defesa espetacular do Fábio Costa.
Reclamar da violência dos jogadores do Santos é uma heresia.
Desde a saída do Lugano o SP é um time de "moças". Basta encostar em qualquer atleta tricolor que ele se comporta como um amputado.
Toda partida eles reclamam da suposta violência adversária.
E pensar que Lugano virou ídolo por lá pq descia o sarrafo em quem aparecia pela frente...

Marcão disse...

Pois é: tão interpretativa quanto os outros lances de pênalti, pra um lado e pra outro. E eu disse no post que o Paulo César acertou exatamente por ter estabelecido um critério de interpretação: não marcou nenhuma das quatro penalidades. Quanto ao Luxemburgo, tá acontecendo com ele o mesmo que ocorreu com o Muricy, duas semanas atrás: se o time perde, todas as substituições foram equivocadas e no momento errado. Se ganha, deu "nó tático". Na verdade, eles não são nem burros nem gênios. São competentes - e a história comprova. Mas também têm seus dias de pasmaceira, assim como os jogadores.

Glauco disse...

Só pra evidenciar a esquizofrenia: não sou eu quem está reclamando de arbitragem nem gastei pena pra isso. Decide logo se o Paulo César acertou ou errou... Também não sou dos que fala que o Luxemburgo deu "nó tático" direto. Aliás, só eu falo mal dele, tem alguém na imprensa dizendo isso? Como já falei dele em outras ocasiões - não por achá-lo mau técnico, mas simplesmente por apontar seus erros - não deixaria de fazê-lo agora.

Edu Maretti disse...

como já disse, com um dedo quebrado, tenho economizado desgaste. Mas só pra constar: não sei o q se passa com o Santos. Fora a saída do Zé e a ausencia do Kléber, a apatia do time é algo preocupante. Fazia tempo que o time não perdia aum clássico tão fácil. O segundo gol foi patético (na falta de adjetivo melhor), típico de várzea. O ataque do Santos é risível, seja com Jonas, com Renatinho, com Marcos Aurélio, com Pedrinho adiantado, é tudo cabeça-de-bagre.
Acho que houve pênalti pro Santos no segundo tempo, mas se o juiz desse não mudaria nada, tamanha a falta de vontade do time. De qualquer maneira, acho que o juiz foi bem, de modo geral, não interferiu no resultado.
Sei lá, a coisa tá feia.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Marcão disse...

Não é esquizofrenia, Glauco (no máximo, ressaca). Em quatro lances duvidosos, o juiz acertou ao adotar o critério de não marcar nenhum deles. Ou, então, que marcasse todos. Mas essa atitude louvável não invalida todos os outros equívocos nos lances que falei: falta de critério na distribuição de cartões, faltas não marcadas, cotovelada, murro etc. Porém, repito: ainda bem que isso não influenciou no resultado.

Ah, e deixo aqui meus parabéns para a "sábia", pelo vice na Libertadores. Teu Sandro Goiano teve grande reponsabilidade nessa "grande conquista". Mas, da próxima vez, põe teu nome verdadeiro, em vez de se esconder num pseudônimo. Feio isso, tão feio quanto os carrinhos do teu ídolo.

Glauco disse...

Bom, o comentário da Sábia foi devidamente editado, já que baixaria tem limite até mesmo nesse blog. Mas o teor é esse:
Sábia disse...
(...) antes de falar de Sandro Goiano...que despeito em meu filho...
aliás, santos....são paulo....SÓ FREGUES!
HAHAHAHAHA

Anônimo disse...

hahahaha
sandro goiano rulex!

Ricardo disse...

Quanto ao jogo e à discussão específica não falo porque não vi o jogo (cá em Portugal não passa o campeonato brasileiro, só a Libertadores).

Queria, no entanto, explorar a incredulidade do que li. Portanto... quando se quer ganhar, não se tira um avançado para pôr um meia? Qual é a lógica disso? O Futebol faz-se de atacantes? Dependendo das situações, pode muito bem meter-se um meia para ganhar o meio-campo tirando um jogador de ataque que pode não estar a pressionar lá na frente, não fazendo nada. Essas situações acontecem invariavelmente. O Futbeol faz-se no meio-campo. Quantas vezes treinadores tiraram jogadores do ataque para preencher o meio-campo, ganhando jogos, porque precisamente ganharam o... meio-campo?
Essa teoria de "preciso de ganhar, ponho atacantes" é uma teoria com a qual não me identifico. Por vezes é preciso primeiro organizar a equipa para ela se soltar no terreno.
Mas gostava de ouvir a explicação.

O Futebol é feito de debate, felizmente.