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domingo, junho 24, 2007

Não dá idéia, não dá idéia

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Foto: Governo de Foz do Iguaçu
Do blog do Josias de Souza vem a notícia de que o PSDB teria encomendado pesquisa de opinião para saber a quantas anda o brasileiro. A tabulação das respostas de 3.500 pessoas, segundo o blogueiro, são guardadas a sete chaves.

O motivo: Lula teria hoje apoio de 56% dos entrevistados para um terceiro mandato. O Congresso, mais sem moral do que nunca, teria seu fechamento aplaudido por 58%. Claro que não seria o caso, mas não dá idéia...

O dado é superior aos tradicionais 50% que não vêem vantagem de um regime democrático sobre uma ditadura averiguados pelo Latino Barômetro. O último dado é de 2004. Os escândalos recorrentes no Congresso Nacional não ajudam, mas registre-se que o cruzamento dos dois dados não pode ser automático, porque não necessariamente todos os que apoiariam um fechamento do Congresso atrelam a medida a uma ditadura. Escrevendo de outro jeito: a pergunta provavelmente não explicitava se o fechamento seria definitivo ou temporário.

Ainda assim, é grave.

Foto: Senado

Entrevistados queriam ver o Congresso fechado. Assim ficou, por ora, só o bico do tucano.

Mais umas
Ainda pelo levantamento do PSDB, o PT segue o partido mais prestigiado, seguido pelo PMDB e, depois, pelos tucanos. Os democratas ex-pefelistas são desconhecidos. O dado bate com levantamento do próprio DEM. Em 1989, o Datafolha mostrava os petistas como preferidos de apenas 6%, metade do que tinha o PMDB. O curioso é que ao mesmo tempo em que a corrupção é apontado como um problema do governo, os entrevistados também identificam a gestão do ex-sapo barbudo com o combate às falcatruas. A turma acha o Bolsa Família bom, que foi o Lula que inventou (40%), mas talvez em cima de alguma coisa do Fernando Henrique Cardoso (25%). Falando no ex-presidente, um terço nem querem ouvir falar em privatização (ó que bom). José Serra, Geraldo Alckimin e Aécio Neves são, na ordem, os mais conhecidos do tucanato.

3 comentários:

Anônimo disse...

Certamente que, se qualquer pesquisa tivesse auferido números parecidos à época do sociólogo-presidente fundador do instituto da reeleição, teríamos uma emenda promovendo a volta da monarquia. O príncipe intelectual viraria rei...

Anônimo disse...

Corrupção, felizmente ou não, não é uma exclusividade da política brasileira. O Brasil, aliás, é fichinha nesse quesito. Fica no chinelo se comparado a europeus e americanos, mas isso não vem ao caso agora. Ao identificar o governo Lula com o combate à corrupção, os entrevistados parecem olhar numa direção interessante: parafraseando o próprio presidente, "nunca antes na história da república" combateu-se tanto a corrupção. O combate obviamente expõe a corrupção e, numa primeira análise, dá a entender que há mais corrupção hoje do que antes. Num segundo olhar, porém, percebe-se que a corrupção está sendo exposta, enfrentada e, se punição quase nunca há, o combate aponta para aquele outro problema de uns certos nobres colegas que legislam em causa própria e de outros mais probos que julgam casos em conflito de interesse sem declarar que há conflito de interesse. A mídia conservadora obviamente tenta se aproveitar para vender o peixe podre, mas acaba caindo em sua própria armadilha. Os critérios não são os mesmos. Se FHC fosse investigado seriamente durante um mês, acharia-se mais do que indícios de corrupção. É muito parecido com o binômio Clinton-Bush na sede do império. Clinton foi investigado persistentemente durante oito anos e tudo o que encontraram foi o vestido manchado de porra de uma estagiária feia pra cacete. Bush não resistiria a oito dias de investigação séria. Quanto ao nosso Brasil democrático e plural, quem se espantará quando a corrupção pesada misteriosamente sumir da pauta da noite para o dia quando assumir um candidato que agrade aos barões?

Marcão disse...

Talvez o Clinton tenha tomado um embelezador e "melhorado" a tal estagiária "feia pra cacete", como está dito aí.