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sexta-feira, junho 08, 2007

A raça e a técnica

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Curioso ver como quando os times "raçudos" vencem, adiscussão raça/técnica volta com força. Para muitos, até hoje, a seleção perdeu a Copa de 2006 porque não teve "raça". Dane-se o conjunto, jogadas ensaiadas, esquema tático. Se tudo isso estava errado, a tal virtude mística pode compensar.

Existem várias confusões embutidas dentro dessa discussão. Além da técnica não excluir a raça e vice-versa, há outras armadilhas pelo caminho. Por exemplo, a diferença entre um time ofensivo e outro que joga bonito. Grosso modo e acacianamente falando, o primeiro é o que privilegia o ataque sobre a defesa; o segundo, o que dá gosto de ver.

Tem times que combinam as duas coisas. O Santos de Diego e Robinho em 2002/2003, por exemplo, ou o Palmeiras dos cem gols de 1996. O São Paulo de Telê não era tão ofensivo, se calcava fundmentalmente em contra-ataques, mas com o conjunto e a técnica dos jogadores fazia cada partida ser muito legal de ver. Como a própria seleção de 1982, para mim, não era nenhum primor de ofensividade (alguém lembra do personagem de Jô Soares que pedia "bota, ponta, Telê"?), mas que jogava bonito, jogava.

Outros são ofensivos e não dá gosto de assistir. Klinsmann na última Copa montou uma equipe que atacava muito, já contando com o fator casa no seu esquema, mas nem era um colírio para os olhos e acabou caindo diante de uma seleção que soube se defender e esperar pra dar o bote.O fato é que hoje, qualquer time que jogue um pouquinho só bonito, já chama a atenção. Quem não lembra de ter torcido pra Camarões no medíocre Mundial de 1990 ou admirar Hagi e sua Romênia em 1994? Um Zé Roberto e um time que joga pra frente como o de Luxemburgo tem efeito menor, mas parecido (sempre descontando-se os rivais que sempre querem ver seus desafetos perderem, o que também é do ludopédio), aquela coisa de "bom, ainda dá pra assistir futebol".

Voltando à semifinal da Libertadores como parte de tratamento terapêutico, no primeiro jogo o Grêmio fez um gol de um pênalti inexistente e contou com o desequílibrio da zaga que sentiu o golpe no segundo gol. Tirando isso, Fábio Costa teve que fazer apenas duas defesas, de chutes de longa distância. Na segunda partida, além do gol, novamente o goleiro santista teve que fazer só duas defesas, de novo de chutes de longa distância.

É assim o tricolor gaúcho de hoje: seu ataque são cruzamentos e chutes de longe. Podem ver os teipes. No mais, bate muito (no total das duas partidas, o triplo de faltas em relação ao Santos) e se defende.Quem assistiu à partida entre Boca e Cúcuta pôde ver a enorme diferença. Os argentinos, com Riquelme e Palacio, aliam ofensividade a um estilo de jogo bonito, e massacraram o mesmo Cúcuta que não foi superado pelos gaúchos na primeira fase. Fizeram três, tiveram mais um legítimo anulado e, se não fosse o ótimo goleiro rival, teria feito uma goleada digna de nota, oito ou nove gols não seriam exagero.

Por isso, a final da Libertadores vai opor duas escolas distintas, de sinal trocado. O Boca é o Brasil na Libertadores. Representa mais a tradição canarinho do que esse Grêmio que é, como lembra o Edu, argentino entre os torcedores e uruguaio no futebol. Pode até ser dor de cotovelo, mas pra mim é isso.

9 comentários:

Anônimo disse...

Vai Boca!

Anônimo disse...

Continuem chorando...e eu rindo de vcs! Estou indo a Buenos Aires com meu time mediocre enquanto vcs ficaram pelo caminho!
SIRVAM NOSSAS FAÇANHAS DE MODELO A TODA TERRA!

Edu Maretti disse...

vai lá, gaúcho, e aproveite pra andar pela linda Buenos Aires, pelo menos terá uma boa recordação. E não se esqueça: o Boca Juniors é temível fora de casa.

Glauco disse...

Isso, Pedro, pra você nem deve ser tão estranho, está acostumado a torcer pra times medíocres. O problema é se seu time não for campeão, pegar um torneio de pontos corridos como o Brasileirão vais ser um pouco diferente pra vocês. É capaz de nem estarem na Libertadores no ano que vem...

Anônimo disse...

Nos pontos corridos o Grêmio foi terceiro ano passado se não me engano.

A tradição gremista é essa. O time de tradição de técnica no Rio Grande do Sul é o Internacional.

É feia, mas é a cara vencedora do Grêmio.

Quem vai jogar contra o Grêmio na Libertadores, sabe que vai encarar isso, e que é uma pedreira, o Palmeiras de Luxemburgo que o diga.

Palmeiras, aliás, que só foi ser campeão da Libertadores quando começou a jogar como... Grêmio.

De toda forma, pela emoção deve ser bom ver o Grêmio, para ver futebol, esse ano fico com o Botafogo (embora pouco tenha visto o Santos jogar, mas acredito que jogue bonito - é o estilo Luxemburgo mesmo. Esse cara é foda, mas falta algo para ele levar um Libertadores)

Anônimo disse...

Caro Glauco, no ultimo campeonato de pontos corridos quem ficou na frente meu GREMIO ou o Santos?
Vcs entraram pela porta dos fundos nessa libertadores...chegaram ate longe demais...
SIRVAM NOSSAS FAÇANHAS DE MODELO A TODA TERRA!

Glauco disse...

Tudo bem, Pedro, vejamos esse ano como vai seu time. Mas te falo que, desde que foi inventada a fórmula de pontos corridos, o Santos é a equipe que mais somou pontos, um pouco distante do seu Grêmio. E pode trazer os pontos da Série B que mesmo assim não vai chegar perto.

Anônimo disse...

O Grêmio de Foot-ball Portoalegrense é o primeiro do ranking instituído pela CBF, seja por pontos corridos ou não!

Pelo que vi, vocês do blog são as falecidas viúvas de 82! E mais, são os mesmos que na hora do "vamu vê" se "borram nas calças" quando se deparam com o Portoalegrense, a visão fica turva, apesar de defenderem um técnico mal caráter que já tomou pé na bunda do Felipão(a raça gremista garantiu o PENTA, viúvas de 82).

Semana que vem eu volto para partilhar com vocês mais uma conquista do IMORTAL DA AZENHA, bando de invejosos recalcados!

Guilherme Carvalho
Viamão/RS
gcsgib@hotmail.com

Anselmo disse...

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