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sexta-feira, junho 08, 2007

Pra não falar que não falei dos gaúchos

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Falcão, no Inter de 1979
(Sobre campeonato Brasileiro e Libertadores)

Vi jogar (pela TV, porque era muito moleque) o Internacional de Rubens Minelli, campeão brasileiro de 1975 e 1976. In loco, vi no Morumbi (Inter 2 x 0 Santos) o time de Ênio Andrade, campeão em 1979. Rubens Minelli já tinha sido campeão paulista pelo São Paulo (início dos anos 70), no estilo 0 a 0 é goleada, quando ganhou o nacional pelo Inter em 75 e 76.

Mas o time que Minelli treinou em 1975, por exemplo, era diferenciado. No Inter que bateu o Cruzeiro no Beira Rio por 1 a 0, na final nacional daquele ano, tinha jogadores como o zagueiro chileno Figueroa e um meio-de-campo formado por Caçapava, Falcão e Carpegiani. Dario, o Dadá, estava na final contra o Corinthians no ano seguinte, quando o Colorado ganhou do Timão por 2 a 0 num jogo memorável, em que o sol atrapalhava a transmissão da TV.
O Grêmio que venceu o São Paulo em 1981 por 1 a 0, no Morumbi, tinha como destaques Leão no gol, De Léon na zaga, Wilson Tadei no meio de campo e Paulo Isidoro, Tarcísio e Baltazar entre meio campo e ataque.
O Grêmio de Felipão, campeão brasileiro de 1996 contra a Portuguesa (2 a 0 no Olímpico), tinha Arce, Mauro Galvão, Émerson, Carlos Miguel e, na frente, Paulo Nunes, o craque do ataque. Francamente!

Em resumo, o Inter tem três títulos brasileiros (1975, 1976, 1979) e o Grêmio dois (1981 e 1996). O Tricolor tem duas Libertadores (!983 e 1995), o Colorado uma (2006).
Eu prefiro o Inter dos anos 70. Quem viu, sabe quão reducionista e tola é a dicotimia “colocada” (desculpem o termo) pelo Cléber Machado e pelo Casagrande na transmissão de Santos e Grêmio (o que é mais importante na Libertadores, raça ou técnica?). O grande time do Inter dos anos 70 não ganhou nada no continente. Já o Grêmio, que tenta ser argentino nas arquibancadas e é uruguaio no futebol, venceu a Libertadores duas vezes.
E é assim, Libertadores. O Palmeiras de 1972 e 1973, e de 1993 e 1994 não ganhou. O Inter de 1975, 1976 e 1979 também não. O Corinthians de 1998 e 1999, idem. Só aqui tem nove grandes times que perderam a Libertadores.

Enfim, parabéns ao Grêmio. Mas que futebolzinho horroroso.
Analogia: a vitória da Itália sobre o Brasil em 1982 fez com que o futebol de resultados, de marcação, feio, imperasse por longo e tenebroso inverno.

3 comentários:

Anselmo disse...

boa análise...

mas o grêmio do felipão de 95-96 era avaliado como um time no mais tradicional estilo gaúcho, de marcação forte e poucas jogadas de habilidade: mto cruzamento e mto contrataque.

mais: o São Paulo do Telê Santana, bi da libertadores e mundial, não jogava propriamente pra frente, mas sabia como poucos contratacar. Primeiro com palhinha, raí e muller, depois com palhinha, leonardo, e muller. Num time, pintado e ou dinho formavam a dupla de volantes cabeças-de-bagre (com todo respeito) e mais cafu no meio em 92. Em 93, era dinho, doriva e cerezo. Palhinha era considerado atacante, embora estivesse mais pra um segundo meia.

E no entanto, aqueles times do Telê eram capazes de uma tabela em velocidade ou mesmo de uma jogada de habilidade, embora ninguém discorde de que o gol do Muller em 1993 tenha sido uma tacada de sorte incrível.

Glauco disse...

Se o Santos está fora da Libertadores, pelo menos o Boca, com um futebol incomparavelmente mais vistoso e bonito que os proto-uruguaios gremistas, pode salvar a honra do futebol.

Edu Maretti disse...

sim, Anselmo, só não entendi o "mas, o gremio do felipão..." do início do segundo parágrafo. Porque era realmente um time "no mais tradicional estilo gaúcho", o mais tradicional e feio, de fato