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domingo, setembro 27, 2009

Beneficiado, São Paulo cava um pontinho

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O Corinthians se armou para jogar na sobra e aproveitar os erros do São Paulo: três zagueiros, três volantes, um meia e três atacantes, mas com Dentinho e Jorge Henrique voltando bastante para compor a marcação. De fato, aproveitou esses erros. Já o São Paulo se postou para jogar com certa ofensividade (embora bastante comedida): três zagueiros, quatro volantes, um meia (estou considerando Hernanes meia), um ala e dois atacantes. E se salvou nos erros da arbitragem.

É curioso agora ver são-paulinos reclamando que no gol do Timão o árbitro Ricardo Marques Ribeiro autorizou a entrada do Dentinho (que estava fora) em posição vantajosa. O Dentinho entrou lá do lado esquerdo do ataque quando a bola estava com Richarlysson do lado oposto. Aconteceu que o volante tricolor resolveu inverter pro Jean justamente neste momento. Aí foi de fato surpreendido pelo Dentinho. Se não houve erro de critério ou de "bom senso" – por assim dizer – do árbitro, ao contrário, ele tomou até o cuidado de seguir a prática usual de que o jogador entra quando a bola está no lado oposto do campo, mesmo se tivesse feito o contrário não teria havido nada de ilegal. Nada na regra diz que o jogador tem que entrar quando a bola estiver nesta ou noutra parte do campo. Mas não foi isso que determinou o gol.

Realmente não deve ser fácil para o zagueiro André Dias jogar sentindo nas costas a ampla sombra de Ronaldo. Com o Fênomeno no cangote, ele deve ter sentido um arrepio, se desestabilizou, perdeu o rumo e pôs frouxamente o pé na bola, apenas o suficiente para tirá-la do goleiro, deixando todo o espaço aberto para a penetração do admirado adversário, que se adiantou e, sem perdão, pôs pra dentro. Um gol de presente, que foi aceito e convertido.

O primeiro tempo foi marcado pelo domínio de bola do São Paulo. Hernanes jogou um bolão em toda a primeira parte do jogo, meteu bolas, driblou e num lance de agilidade e entrosamento – um drible em Jucilei seguido de boa troca de passes –, chutou de fora da área uma bola na trave. Logo depois desse lance, dois impedimentos equivocados: o primeiro de Dagoberto, pouco depois um de Dentinho, em boa jogada de Defederico. O primeiro tempo termina com pressão corintiana.

O segundo tempo foi palco dos maiores descalabros, que poderiam efetivamente ter determinado o jogo em favor do Corinthians. Dois lances foram determinantes.

Primeiro, um pênalti não marcado em Defederico. Numa bela jogada do Ronaldo, fazendo as vezes de armador, colocou Defederico dentro da grande área, ele driblou um zagueiro e ao chutar tomou uma solada do zagueiro são-paulino que doeu até o meu tornozelo. Para o Arnaldo César Coelho, isso é lance normal de jogo, não houve nada, argentino deve ser mesmo fresco, ou qualquer outra coisa que justifique ele ter passado uns 5 minutos se revirando no canto do campo. Quando eu jogava no antigo Clube do Mé, ali na bola da ponte Cidade Jardim (hoje Clube do Povo, que é o clube do povo do Itaim Bibi, se me perdoam a digressão), solada era considerada não só falta como jogada desleal, com direito a fechar o tempo e nego ameaçar entrar na porrada. Perdoava-se um cara muito grosso dar uma solada, não sem as devidas "advertências verbais", mas alguém com uma mínima noção jamais daria uma solada sem intenção de causar dano ao seu adversário. Mas para o Arnaldo não foi nada. Admito até que o juiz não tenha visto, mas ver da TV, com replays e tudo e achar que não foi nada pra mim já é demais.

O segundo lance foi a marcação da falta do Ronaldo em lance que o Dentinho acabou concluindo em gol. O Gordo recebe a bola, o zagueiro chega junto e ambos vão disputando terreno no braço, os dois vão se empurrando, procurando impedir o avanço do outro com o braço estendido no peito do adversário. Mas segurar o Gordo não é fácil, sempre foi difícil derrubá-lo, e o zagueiro acabou caindo, a bola sobrou pro Dentinho na cara do gol e ele concluiu. O juiz marcou falta de Ronaldo e o gol não valeu. Este sim um erro decisivo e difícil de aceitar como erro.

Pra completar, o gol de empate do Washington foi impedido, num lance que eu mesmo não tive tanta certeza assim. Um erro compreensível (o Arnaldo César Coelho tinha muita certeza), mas que não deixa de ser um erro. Aí tirou a camisa, tomou amarelo. No finalzinho do jogo, por reclamação, foi expulso, num exagero do juiz (a não ser que ele tenha dito alguma coisa braba que nós não sabemos aqui). Mas isso não definiu nada.



O começo do fim da turbulência


O Corinthians esteve melhor na segunda etapa. Criou chances, sobretudo pela boa atuação de Ronaldo e Dentinho. O retorno de William também tem um peso. Ele volta a criar uma referência de segurança na zaga, a linha de impedimento volta a funcionar (só do Borges foram pelo menos três), de novo sente-se que é difícil fazer gol no Corinthians. No gol de Washington, se o atacante estava pouco impedido, havia outros dois são-paulinos completamente debaixo da saia.

Defederico fez uma boa estreia, sem muito brilho, mas mostrando que sabe driblar e criar jogadas; criou pelo menos uma boa (o impedimento equivocado de Dentinho) e acertou os passes. Apesar de isso provavelmente exigir a saída do qualificado Jucilei, o jovem craque do elenco segundo eu mesmo, quero ver como é que vai ser a interação de Defederico e Elias.

O time começa a montar elenco. A situação não é de forma alguma a mesma de um mês atrás. Agora podemos de fato ver o início de uma preparação de elenco para a próxima temporada. 12 pontos atrás do líder Palmeiras, só uma arrancada prodigiosa poderia colocar o Corinthians em situação de disputar o título. Mas é possível vislumbrar o fim da turbulência e a construção do time forte que estamos esperando para a próxima temporada. Se algum dos tantos boatos em torno de Riquelme ou Ronaldinho Gaúcho se confirma, Defederico se torna um excelente reserva, e o Timão passa a ter, de fato, o melhor elenco do Brasil.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Sete alambiques abertos à visitação no Festival da Pinga de Paraty

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A partir desta quinta-feira, 20, até domingo, 23, a cidade de Paraty (RJ) coloca no centro das atenções a cachaça. Aliás, a pinga. O 27º Festival da Pinga e Produtos Típicos Caiçaras aposta em apresentações musicais, comidas de tropeiro e frutos do mar além, é claro, na marvada. Sete alambiques da cidade de portas abertas à visitação.

Ao que consta, a turma considera que o que eles fazem por lá sempre foi pinga, e não cachaça. Na prática, o destilado da cana (do mosto ou da garapa) é classificado como cachaça até por uma questão de comércio internacional, para se diferenciar do rum e outros tipos de aguardente da cana-de-açúcar. Vale registrar que há outras exigências, como o teor alcoólico compatível (de 38º a 54º G.L.) e níveis de impureza. Mas isso é detalhe.

A chambirra é, segundo os organizadores do festival, o primeiro produto de exportação no Brasil a desbancar os similares europeus. Claro que o açúcar não entra na conta. No final do século XVII, a cidade no litoral sul do Rio de Janeiro contava 160 engenhos da que matou o guarda.

Foto: Divulgação/Prefeitura Paraty
O evento promete esquentar a cidade, mas esquentar por dentro. Os sete alambiques que comercializam a bebida com rótulo próprio participam do evento. São Maria Izabel, Coqueiro, Corisco, Vamos Nessa, Itatinga, Maré Alta, Murycana e Fim de Século. Outros estabelecimentos têm seus produtos sem marca própria (aqui a lista da prefeitura).

Faz tempo que tomei a Coqueiro e a Corisco, de modo que não me lembro de muitos detalhes para um momento do mé como seria de direito.

terça-feira, junho 30, 2009

Momento do mé: Rainha, da Paraíba

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Da cidade de Bananeiras-PB vem a cachaça Rainha. Uma caninha branca, transparente mesmo, boa para abrir o apetite. Naturalmente é forte, 53º GL, e vale para se aventurar nas canjibrinas de fora do estado de Minas Gerais.

Os produtores da Rainha garantem que sua origem é de 1877 no mesmo Engenho Goiamunduba. Bananeiras fica na região do Brejo Paraibano. Não tem características de envelhecimento. Segundo um estudo técnico feito na cidade, a maioria dos engenhos usa freijó revestido de parafina para armazenaro precioso líquido.

Onde tomei
Foi para abrir o apetite que, no domingo, depois de três horas no hospital para tentar me livrar da gripe manguaça – da qual, ao que consta, sou o paciente número zero. Fui ao Sabor do Picuí, um restaurante que abusa do esteriótipo, com garçons de chapéu de couro, cartucheira a tira-colo e sandália no pé. Com o frio que estava, os funcionários estavam obrigados a usar meia com a sandália.

Mas o mais importante do restaurante é que as marvadas são oferecidas por R$ 2, o mesmo preço encontado no Parque do Povo Campina Grande. Ainda volto lá para provar a Marimbondo, do mesmo estado.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Momento do mé: Dobrada

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No final de ano, aproveitei uma viagem à minha cidade natal, Taquaritinga (SP), para rever um de seus simpáticos distritos, Jurupema, onde vivi muitos bailes, churrascos e bebedeiras na adolescência. Fui com três amigos a um dos dois únicos bares do lugarejo e ficamos por ali bebericando e observando a ausência absoluta de automóveis ou pessoas na rua. Lá pelas tantas, resolvi comprar um cartão telefônico e o dono do bar, sem troco (pois devíamos ser os únicos fregueses em semanas), perguntou se eu não aceitava algum produto em troca dos R$ 1,50 que me devia. Pensei que seria um salgado ou meia-dúzia de chicletes, mas o que ele me deu como troco foi uma garrafinha de plástico com um rótulo vermelho. Abri a tampa e o líquido, pretensamente cachaça, tinha mais cheiro de álcool Zulu. No rótulo, além do nome "Dobrada", só o didático slogan "Vale por duas". E necas de procedência, CNPJ, teor alcoólico etc. Por essas e outras, ninguém se atreveu a provar. Confiram com os próprios olhos as fotos do companheiro Márcio Sala (que previu, no momento, que ninguém acreditaria na história):


segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Momento do mé - Resgatinho

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O produtor Afrânio Rezende e a Resgatinho envelhecida desde 1993

Em recente expedição à divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro, no chamado "Vale Histórico", visitei com o amigo Marcelo a fazenda onde é produzida a cachaça Resgatinho. Lá, aprendi e descobri muito mais coisas do que sonha nossa vã sabedoria etílica. Uma delas, surpreendente, foi a participação, mesmo que indireta, do bom uísque e da boa cerveja no processo de maturação da cachaça. Outra foi a separação, durante a destilação da pinga, daquilo que é chamado de "coração" (desprezando-se a "cabeça" e a "cauda"). Mas vamos à história, que a sede aperta.

Desistindo do leite
Assim que chegamos ao rancho, na rodovia que liga Bananal (SP) a Barra Mansa (RJ), fomos atendidos pelo senhor Afrânio Teixeira Rezende, que começou a produzir a pinga Resgatinho em 1982 (e hoje continua o trabalho com seu filho). "Antes eu só produzia leite, mas não dava dinheiro. Daí resolvi aproveitar o conhecimento de familiares, que produziam pinga de forma artesanal para consumo próprio. Comprei um manual de instruções e adquiri os equipamentos", contou. Para nosso deleite, o sr. Afrânio puxou um litro da Resgatinho envelhecida 15 anos, que é vendida em vasilhames de 500 ml, por R$ 40, e de 1 litro, por R$ 80.

A cachaça é escura e forte, mas de gosto extremamente macio. Deixa um leve sabor de madeira, de carvalho, mas a impressão é de que tem algo a mais ali - um acento original dessa pinga. O mistério foi se desfazendo quando fomos até o depósito da cachaça: lá estão dois barris de 10 mil litros e 2,5 metros de altura (na horizontal), de 119 anos, mais dezenas de barris menores, de 180 litros, que ultrapassam três décadas de idade. Só a história desses barris já valeria o post, ou, numa investigação mais profunda, um livro fascinante.

Nove décadas de cerveja
Os tonéis gigantes foram produzidos em Portugal em 1890, sob encomenda da cervejaria carioca Brahma. Na época, não existiam as opções atuais de armazenar cerveja em recipientes de aço inox, aço carbono, fibra ou plástico. A solução da Brahma foi encomendar 360 desses barris, o suficiente para estocar 3,6 milhões de litros de cerveja (!). Eles foram transportados de navio e acondicionados na fábrica que existia na Marquês de Sapucaí, onde permaneceram em utilização até 1983, quando o Estado do Rio de Janeiro desapropriou o local para a construção do Sambódromo.

"Um empresário de Barra Mansa arrematou todos os 360 barris e, em 1987, consegui adquirir dois deles. Paguei em pinga, 5 mil litros, o que hoje calculo que daria uns R$ 25 mil", relembrou o sr. Afrânio. Ao ouvir isso, me aproximei dos barris como se fossem o Santo Graal, objetos sagrados e dignos de veneração. É indescritível sentir o aroma adocicado e tocar a madeira e as gigantescas argolas dos recipientes (foto acima) que, por 93 anos, estocaram milhões - quiçá bilhões - de litros de Brahma. Uma cerveja que, com a maturação no carvalho, devia ser muito superior à atual. "Hoje, esses barris não têm preço", observou o sr. Afrânio. Concordei, com uma ponta de inveja.

Barris de uísque escocês
Perguntei ao sr. Afrânio se as nove décadas de cerveja impregnando o interior dos barris não poderiam ter conferido à madeira um sabor que interferisse, mesmo que suavente, no gosto da cachaça Resgatinho. "Quando comprei, quase já não havia cheiro de cerveja no interior", ponderou o produtor. "Mas a madeira pode ter chupado muita cerveja em todos aqueles anos, e talvez a cachaça, em descanso, reaja com isso", admitiu. Depois, nos mostrou os barris de 180 litros, uma outra surpresa (na foto à direita, parte deles sendo observada pelo camarada Marcelo - ou DeMarcos...).

"Antigamente, havia em Vassouras, município do Rio, uma importadora de uísque escocês. A bebida vinha daquele país em barris de carvalho, para ser envasada aqui", revelou o sr. Afrânio. "Só que, não sei o motivo, esses barris só podiam ser utilizados por dez anos. Eu comprei quase 150 deles. Hoje, nem são mais produzidos". Ou seja: parte da cachaça Resgatinho também descansa em barris que passaram pelo menos uma década curtindo uísque escocês. Há, também, uma parte da produção estocada em um tonel da madeira chamada amendoim, que não altera a coloração e o sabor da bebida.

Fermentação e destilação
Na sequência, fomos levados ao galpão onde ocorrem os processos de fermentação e destilação da cachaça - tudo de forma artesanal. Em meia dúzia de tonéis, o mosto da bebida fermenta horas seguidas (foto à esquerda). O barulho é parecido com o de sal de frutas em contato com a água e várias erupções acontecem a cada minuto no líquido. A mistura esquenta bastante com a fermentação das leveduras, do bagaço de cana e de outros "aditivos", como farelo de milho e casca de arroz. Dali, o líquido vai para um alambique de bronze aquecido por caldeira, onde é destilado.

"Colocamos o termômetro e observamos a primeira quantidade que sai destilada, a chamada 'cabeça'. Ela é desprezada. Em seguida, começa a sair o 'coração', que é a cachaça a ser aproveitada. Por último, sai a 'cauda', que, assim como a 'cabeça', deve ser jogada fora. Essas duas partes contém metais pesados e outras substâncias impróprias para o consumo", explicou o sr. Afrânio. Na região do município de Bananal, onde está a fazenda Resgatinho, há quem aproveite esses líquidos perigosos para produzir cachaças extremamente fortes e letais, chamadas, muitas vezes, de "cabeçudas".

Garrafas da cachaça aromatizada e dos vários licores

Finda a "aula", voltamos ao rancho para mais um gole da Resgatinho. Lá, avistamos (mas não provamos) outros produtos, como a Resgatinho aromatizada com cravo, canela e catuaba ou os licores de diversas frutas, como tangerina e jaboticaba. Assinamos o livro de visitas, que reúne milhares de registros de pessoas de todos os cantos do país, e nos depedimos do Sr. Afrânio. Com a certeza de que, quando a garrafa que compramos acabar, voltaremos lá. Nem que seja só para visitar, de novo, os centenários, nobres e históricos barris produzidos em Portugal para a Brahma. Saúde!

O alambique e, à esquerda, no chão, o vidro que recebe o "coração"

Serviço
Fazenda Resgatinho - Rodovia SP 64, Km 323
Estância Histórica e Ecológica de Bananal (SP)
(24) 3322-6870 / resgatinhofaz@ig.com.br


(Com agradecimentos especiais ao Marcelo, Adriana e família, pelo transporte, hospedagem, amizade e hospitalidade, e ao casal Celso e Kátia, pela máquina fotográfica e envio das imagens)

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Momento do mé: Alforria

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Seria passível de punição pela legislação anti-trocadalhos dizer que a Alforria é doce. Também seria um pouco exagerado, porque a Alforria Ouro, que degustei ontem pela milésima oitava vez (segundo o garçom do São Cristovão), não é tão mais doce do que várias outras apaga-tristezas comentadas por aqui.


Os 43% não a colocam entre as mais fortes. Independentemente disso, desce macia. É levemente amarelada pelos tonéis de carvalho e de jequitibá rosa – um cadinho de tempo em cada um, explicaria alguém do sítio Paraíso, em Conselheiro Lafaiete, na região do alto Paraopeba, a 96 quilômetros de Belo Horizonte. Segundo o registro no Ministério da Fazenda, eles também fazem a série Pérola, branquinha, supõe-se, pra se transformar em caipirinha ou economizar o tempo de envelhecimento. Nas lojas virtuais e nas de verdade que vendem cobertores-de-pobre envelhecidos e mineiros, só encontrei a Ouro.

A garrafa de 700 mL varia de 16 a 25 pilas. Tem marcas melhores, na minha opinião, mas se alguém me pagar outra dose, não recuso.

sábado, novembro 01, 2008

Momento do Mé: Vale Verde

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A cachaça degustada na entrevista com Luiz Gonzaga Belluzzo foi a Vale Verde. E desde então este post está incubado.

Eleita em 2007 a número 1 do ranking da revista Playboy, a bendita é envelhecida por três anos em tonéis de carvalho. Ela desbancou a mitológica Anísio Santiago/Havana.

Realmente é interessante, daquelas que descem leves, mas tem o traço do carvalho que não é meu preferido (sou da amburana). Mas é uma danada responsa.

Curioso que tenho um exemplar em casa engarrafado em 2003, herdada já aberta. O primeiro dado curioso: a tampa era de plástico, e não de metal como as atualmente vendidas. Segundo detalhe: pode até ser que o armazenamento não tenha sido dos melhores, mas é fato que o sabor é completamente diferente. Será que desde então o paladar foi modificado? Não consegui descobrir. Preciso de outro espécime da mesma época.

As receitas da venda são revertidas para projetos de sustentabilidade. Isso porque o alambique fica dentro do Parque Ecológico homônimo, em Betim (MG) onde há também um museu da marvada. Até casamentos podem ser realizados no local, na capela de São Miguel Arcanjo, mas não há informações a respeito de restrições de oferta da que matou o guarda para os noivos.

Do mesmo alambique vem outra marca, a Minha Deusa, uma branquinha que faz jus ao apelido, que fica em dornas de grápia depois de descansar menos de dois meses em carvalho.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Momento do mé: Januária centenária

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Do norte de Minas Gerais vem a Januária Centenária. O rótulo traz uma barca -- provável alusão ao rio São Francisco, em cuja margem direita se situa a cidade -- com a devida carranca. A carranca não tem nada a ver com as que ocupavam as proas de antigamente nem com as que espantam mau-olhado das casas hoje em dia, mas com boa vontade e água-dura no copo, tudo se compreende.

A imagem do rótulo é emprestada de uma página checa dedicada a rótulos de rum (www.rum.cz -- afinal, as aulas de checo aos sábado de manhã serviram pra alguma coisa). Isso explica o "I have a picture only" escrita abaixo da figura. Conste que o exemplar que tenho na minha frente é um pouco diferente deste ao lado, mas isso é detalhe.

É uma caúna até fraca pros padrões de Januária, com apenas 44º G.L. Lá, os cachaceiros (produtores... e bebedores só nas horas vagas) orgulham-se de se aproximar do limite superior permitido pelo Ministério da Agricultura. Esta Centenária foge ao padrão de concentração, mas não de qualidade.

É uma-aí barata, daquelas de 10 pilas a garrafa, mas que resolve. Amarelada, não conta no rótulo em que madeira é envelhecida. Mas palpiteiro, jornalista e chutador que é, este manguaça arrisca bálsamo puro ou combinado com carvalho ou mesmo amburana. Mas é só palpite (eu já tinha tomado outras antes e, como se sabe, não poderia provar de novo antes de escrever, pq não trabalho alcoolizado... ic).

Engarrafada por Valter Lopo Lisboa vem do mesmo canto que a Lisboa, outra limpa-goela de Januária.

Aliás, já deve ter constado em posts anteriores a informação de que o nome da cidade é um dos sinônimos apontados pelos dicionários Aurélio e Houaiss, à cachaça.

Agora, chama o garção e pede a conta... ou mais uma. Tanto faz...

sexta-feira, março 30, 2007

Momento do mé: Serra das Almas

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Em tonéis de guarapeira descansa uma das mais conhecidas cachaças com certificação orgânica, a Serra das Almas. Produzida em Rio de Contas, na Chapada Diamantina, na Bahia, a péla-goela da linha ouro tem o tom amarelado das envelhecidas, mas um acento diferente no sabor.

Quem oferece é Nivaldo, da Solution, distribuidora de 2 mil rótulos, instalada em São Paulo. O engenheiro que virou cachaça será tema de outro texto futuro.

A adoção do padrão orgânico é um nicho que algumas preciosas passaram a adotar a partir da década de 90. No caso da Serra das Almas, são 24 pequenos produtores de Rio de Contas dedicados ap alambique. Como a certificação informada na página da lamparina (no Instituto Biodinâmico e do Commercio Alternativo da Itália) só foi obtida por cinco deles, os outros vendem seu mé para ser engarrafado sem o selo ambientalista.

A danada provada foi a ecologicamente correta, que desce macia e deixa um sabor de diferente, dos tonéis de guarapeira. Nunca tinha provado nenhuma envelhecida nessa madeira. Mas vale a pena.

No mesmo segmento das orgânicas, o Nivaldo da Solution me apresentou outras garrafas, como a Tietê e a Tiquara, ambas do sítio São Benedito, de Arealva, em São Paulo, bem como a Terra Vermelha, tipo exportação, com selo da USDA, o departmento norte-americano de agricultura. Mas se eu experimentasse todas elas, não continuava o dia. Juro que só anotei os nomes.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Momento do mé:

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Abstêmico, mas ainda bêbado, cumpro para com minha obrigação e escrevo sobre as dona-brancas que acabam com nosso fígado. De memória mesmo.

A Três Coronéis tem um rótulo cujos modelos parecem ser da turma do Casseta e Planeta. São manguaças com barba cumprida, terno e gravata, calçando botinas de cano longo e entornando a tira-juízo. Um é careca, outro tem barba preta e cabelo grisalho. Uma coisa estranha, mas a gente permite a licença poética, a priori. O local da entornada remete a um casarão de fazenda ou algo assim.

A fabricante, Rosa S.A., tem até página de internet. Espertos, fizeram uma garrafa de 450 ml com tampa de madeira – não, a tampa é de plástico revestido de madeira, de modo que a limpinha entra em contato com o plástico – e sacola especial de tecido para exportação. Eles vendem para um país chamado Pão de Açúcar e os esquecidos manguaças acabam comprando para outros manguaças achando que se trata de uma daquelas. Fazem também garrafas pequenas de 50ml e 170ml, além do litro obrigatório.

A esquenta-dentro de Boituva, a 100 km da capital paulista, não é das mais fortes (39,2%) e é amarelada do envelhecimento "em tonéis de madeiras nobres da flora brasileira". Se fossem nobres ou se fosse uma só, eles seriam os primeiros a dizer. Então, fica mal na foto.

Pelo cheiro e paladar, parece ser madeira sim, mas difícil precisar qual, até porque experimentei faz tempo e tenho que escrever de memória.

O fato é que não foi das mais melhores que já bebi. Longe disso. Também não é das terríveis, porque sempre poderia ser pior, a exemplo das de Pirassununga, onde se envelhece cachaça numa madeira típica de São Paulo chamada alumínio (com todo respeito à cidade, que nada tem a ver com o que produzem lá).

A tal família Rosa tem ainda uma marca de branquinha não-envelhecida que não pretendo experimentar. É que eles também têm um tipo de conhaque de gengibre, uma vodka, uma catuaba, uma linha de água mineiral com sabor de frutas, outra de suco de frutas e por fim uma de refrigerantes.

Comprar cachaça pela cara da garrafa é complicado.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Momento do mé: produtores de cachaça orgânica querem exportar mais

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A produção da danada pode ter mais ou menos cuidados, o que é determinante na qualidade. Para saber se uma cachaça é boa, o único modo é provar. Uma das receitas para garantir uma bebida de qualidade, adotada por alguns engenhos, é o uso exclusivo de moitas de cana-de-açúcar orgânicas. Isso já é uma opção nas prateleiras há alguns anos, mas elas buscam mais espaço no mercado por meio do projeto Organics Brasil.

Trata-se de uma iniciativa para divulgar a produção de alimentos sem agrotóxicos. Aí está incluída aquela que matou o padre. A idéia é que em países europeus, nos Estados Unidos e no Japão, por exemplo, o consumo consciente e o poder aquisitivo da população é maior, o que torna a aceitação desse tipo de produto um prato cheio para os agricultores.

Participam do projeto as paranaenses Terra Vermelha e Porto Morretes, cada qual com suas certificações ambientais e comercializadas em versões branca e envelhecida.

A primeira, eu já tomei, mas vou ter que provar de novo para poder detalhar a análise. A orgânica sobre a qual posso falar é a baiana Serra das Almas.

E a editoria de cachaça promete se esforçar mais.

terça-feira, outubro 24, 2006

Momento do mé: Armazem VIeira

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Há distantes quatro anos, na presença do mestre cachaceiro – o que bebe, não o que produz – jornalista, geógrafo e saciólogo Mouzar Benedito, provei pela primeira vez uma dose da Armazem Vieira. Depois de todo esse tempo, uma garrafa da série Esmeralda veio parar em minhas mãos, ou melhor, no meu copo.

Feita em Florianópolis, ela mostra desde 1840, segundo seu rótulo, que chambirra não é assunto só de mineiro. Em 2003, a versão premium foi considerada a segunda e a esmeralda a sétima melhor entre as comercializadas no país num ranking da revista Playboy – que, registre-se, além de mostrar boazudas photoshopadas pra marmanjo, só sabe fazer ranking.

Como a gente só exprimenta o que pode (cadê minha verba pra viajar pra Minas e importar as filha de engenho? Prometo que socializo o que sobrar da degustação), aproveitei. Ela é leve (40º G.L.) e esverdiada, por isso o nome Esmeralda. Sim, envelhecida em tonéis de ariribá e agriá. Pessoalmente, como aprendiz de cachaceiro – o que experimenta, não o que bebe – não conhecia as tais madeiras, mas aprovei o resultado.

O tal do Armazém era um entreposto comercial que vendia de um tudo pra quem passava, o que obviamente incluia a água-lisa. A garrafa sai por uns 25, segundo pesquisa em sites de venda da bebida.

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Em busca do marafo perdido – Capítulo 2

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MARCÃO PALHARES

Domingo era dia de bebedeira naquele prédio. Do primeiro ao 18º andar, homens e mulheres preparavam alimentos e corriam ao supermercado para garantir o combustível da esbórnia. Ninguém sabia ao certo o motivo de tanta sede e necessidade de entupir as células com álcool até a embriaguez sepulcral. Mas era assim naquele condomínio. E naquele dia não foi diferente. Estava marcado um primeiro "esquenta" no segundo andar, onde cinco paraguaios dividiam uma quitinete. Eles fritaram manjubas e a pinga correu solta na forma de caipirinha, batida de maracujá ou mesmo pura. Alguém chegou com salame e calabresa. De algum lugar, brotou uma garrafa de San Raphael. Misturaram aquilo com guaraná e limão e o clima esquentou. A próxima parada seria no 15º andar.

Lá, no apartamento de duas enfermeiras e uma estudante de odontologia, um frango assado com arroz de forno aguardava os mais famélicos. Mas a preocupação geral era beber, então havia três dúzias de latas de cerveja, dois garrafões de vinho vagabundo, uma vodka pela metade e mais pinga que os paraguaios rebocaram de seu muquifo. A turba já chegava a 28 pessoas. Entre brindes e dentadas no frango, comido com as mãos, alguns transitavam entre o apartamento, as escadas e o 11º andar, onde a miséria se estenderia no cafofo de dois irmãos cachaceiros. Eles estavam assando carne de terceira num grill elétrico e aguardavam a chegada de outro pinguço, que ficou de fazer macarrão.

Eram 14 horas e o contingente ultrapassava cinco dezenas de bêbados (e bêbadas). O condomínio era habitado, preferencialmente, por estudantes, proletários e vagabundos que se amontoavam em três dezenas de repúblicas. Todo mundo bebia - e bastante. Nisso, chegou o tal que havia se responsabilizado pelo macarrão. Visivelmente embriagado, ele trouxe o alimento - ou a tentativa dele - dentro de uma vasilha plástica de sorvete. Quando uma menina meio careca tentou ver o estado da coisa, notou que o macarrão tinha passado do ponto e estava todo grudado. Inaproveitável, repugnante. O manguaça, muito provavelmente, havia esquecido a massa no fogo enquanto mamava seu mé ou cochilava na mesa da cozinha. Nem com molho aquela porcaria poderia ser aproveitada.

Por isso, a vasilha foi esquecida num canto, entre dezenas de garrafas vazias. A maratona tinha que continuar e, do 11º andar, todos se dirigiram ao sétimo, onde duas secretárias bilingues e feiosas tinham cozido siris. A quantidade de cerveja consumida até o momento era industrial, mas não parava de chegar mais. Os convidados, bicões e amigos e amigas dos amigos das amigas chegavam em bandos carregando sacolas e caixas de bebidas de vários níveis e qualidades. Tinha gente virando conhaque no bico, outros misturando pinga com Cinzano, outros ainda batendo vodka com rapadura e gelo no liquidificador.

O final da tarde se aproximava e mais de 90 pessoas circulavam entre os vários apartamentos e andares. Nunca se viu tantas garrafas, latas e restos de comida. Os banheiros se entupiam de gente passando mal - ou simplesmente dormindo. Quando o relógio bateu oito da noite, metade dos bárbaros já tinha se retirado. A outra metade estava desmaiada. No apartamento dos irmãos cachaceiros, repousava o temível macarrão embolotado. O que fazer com aquilo? Zonzo, um dos irmãos não teve coragem de jogar fora. Deixou o negócio ali, morto, e foi dormir. No outro dia pensaria no que fazer. E foi assim que a vasilha plástica ficou atrás do filtro de cerâmica, abandonada, a semana inteira.

Só se lembraram do macarrão no domingo seguinte, quando uma nova esbórnia estava para começar. Algum desavisado olhou e pensou que era comida do dia. Abriu a tampa. Uma coisa verde, com vida própria, o cumprimentou. Ainda hoje, os relatos são contraditórios sobre o que aconteceu em seguida. Sabe-se apenas que os moradores desapareceram sem explicação aparente e o prédio, abandonado, acabou lacrado pela prefeitura. Muitos falam em abdução ou fenômeno paranormal. O manguaça que cozinhou o macarrão nunca foi encontrado para esclarecer.

(Continua quando o autor estiver sóbrio o suficiente para escrever...)

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Notas carnavalescas

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Influenciado por minha namorada, acompanhei com mais afinco que o normal os desfiles das escolas de samba deste ano, especialmente as do Rio. Vi diversas manifestações de manguacismo explícito e resolvi relatá-las resumidamente.

Tequila – a Viradouro levou à avenida um enredo sobre o México e passou, obviamente, pela tequila: “Arriba, Viradouro! Uma tequila pra comemorar! O lenço vermelho, sombreiro na mão, o México em cores vou cantar!”

Invasão frustrada – diversas celebridades marcaram presença na festa de Momo, nacionais e internacionais. A mais ilustre certamente foi Madonna, nova aliada de José Erra, quer dizer, Serra, que se empolgou tanto com o mé e o colorido da festa que tentou invadir o desfile da Imperatriz Leopoldinense, chegando a atrapalhar a evolução da escola. Sérgio Cabral (PMDB), que recebia a cantora em seu camarote, tentou ajudar na carteirada de Madonna, mas em vão. Derrotados, governador e estrela pop voltaram para a companhia do prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB) e da ministra Dilma Roussef (PT), no camarote do mandatário estadual.

Democracia – A pré-candidata petista à presidência também teve seu momento manguaça, mas muito mais descontraído: sambou com um gari antes da festa, mostrando seu comprometimento com as bases. O parceiro é Gilson Lopes, 47, que disse que a coroa “samba bem”.


Reincidência - Outra que apareceu na Marques de Sapucaí foi a socialite gringa Paris Hilton. Manguaça contumaz (que disse que se regenerou...) com mais de uma condenação por dirigir embriagada, Paris não perdeu a chance de encharcar no Rio de Janeiro.


Homenagem – Mas a menção mais ilustre à cultura manguaça veio da Vila Isabel, que em seu enredo homenageava ninguém menos que Noel Rosa, como já antecipado aqui. Como o sambista conhecia do riscado, já na comissão de frente, os passistas transformavam seus violões em uma mesa de boteco que era saudada efusivamente.


Cinzas – Aproveitando o tema carnavalesco, faço publicamente proposta para análise e possível inclusão no programa Manguaça Cidadão, plataforma defendida por estes e outros cachaceiros como eixo de desenvolvimento econômico e social do país. Trata-se de Segunda-feira de Cinzas. A idéia surgiu ontem, na quarta ou quinta vez que tive que me lembrar de que não era segunda-feira.

A intenção é diminuir o sofrimento semanal imposto à população pelo início de uma nova semana adotando em todas as segundas-feiras o expediente de Cinzas, ou seja, começando às 13h. Isso causaria menos sofrimento ao trabalhador, que teria mais produtividade. Além disso, daria um novo sentido às tardes e noites de domingo, hoje utilizadas basicamente para lamentar o fim do fim de semana. É possível pensar até mesmo em uma melhoria na qualidade da programação televisiva destes horários, que passariam a concorrer com o bar. Só vantagens! Consigo apoios para a medida?

quarta-feira, maio 30, 2007

Momento do mé: Feitiço Mineiro

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Desde março que eu não provava uma caninha diferente para registrar, o que explica a completa ausência do assunto aqui. Quem me presenteou com uma garrafa de Feitiço Mineiro, na versão ouro, amarelada, foi o Maretti, em setembro. Como o pessoal é criativo (presente de manguaça é cachaça, difícil ou fácil?), foram umas três marcas diferentes (1 e 2).

A Feitiço Mineiro, da Engarrafadora Sul Mineira, de Arceburgo, é estandardizada, quer dizer, é alambicada por vários produtores diferentes, mas quem dá o padrão, engarrafa, rotula e vende é uma empresa só. Isso não é demérito, só barateia a que passarinho não bebe na prateleira.

É relativamente leve (43º G.L) e desce bem. Na página, eles falam que o goró é envelhecido em tonéis de carvalho ou amendoim. Eu, que não sou nenhum especilista, embora não possa negar ser um cachaceiro – o que bebe, não o que produz – só percebi o gosto característico das que dormem em recipientes de carvalho. Segundo consta, os tonéis de amendoim interferem pouco no sabor, mas eu precisaria investigar mais, no bar. Consta na embalagem, razoavelmente sem graça para os padrões das januárias artesanais, a bidestilação e a tripla filtragem.

O mais curioso foi descobrir na página da fazenda uma enquete sobre o melhor da chambira deles. Entre as opções, além de paladar suave, embalagem, envelhecimento, bidestilação, está lá: o dia seguinte.

Fico com a última.

terça-feira, novembro 10, 2009

Momento do mé: Marimbondo

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De volta ao Sabor do Picuí, como prometido, provei a Marimbondo, outra cachaça da Paraíba.

Ludmila Tavares
De Guarabira, também é branquinha, transparente. Bem mais fraca (42%), desce incrivelmente macia para uma chambirra sem ser envelhecida. Com o calor que estava no sábado, desceu abrindo espaço para o almoço (e a pimenta) que vinham a seguir. Não sei se foi a mesma que o Nicolau provou, só sei que a impressão foi completamente diferente.

O problema é que não consegui grandes informações sobre a danada. Nem foto, por isso a opção pelo inseto. A maior parte da agricultura no município está ligada à subsistência e não tanto à produção de cana de açúcar, embora exista outra da que passarinho não bebe produzida por lá, uma tal Donzela. Só que essa eu nem tenho ideia de onde encontrar em São Paulo.