Destaques

Mostrando postagens com marcador Frango. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Frango. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, agosto 01, 2013

14º jogo sem vitória e 6º sem marcar. Com um frangaço.

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Boateng chuta e Denis leva por baixo das pernas: 'vexaminho' (Foto: AP)
Outro dia publiquei aqui que a probabilidade de o São Paulo passar vexames internacionais nessa excursão à Europa e à Ásia era "mais do que plausível". Bem, na tal Copa Audi, na Alemanha, primeiro compromisso da agenda no exterior, o Tricolor escapou de ser goleado -  foram duas (mais do que previsíveis) derrotas para Bayern de Munique (2 x 0) e Milan (1 x 0). Mas perdeu um pênalti no primeiro jogo (Rogério Ceni), levou um frangaço no segundo (Denis), não conseguiu marcar um golzinho sequer nessas partidas amistosas e terminou o torneio em último lugar. Podemos dizer, portanto, que foi no mínimo um "vexaminho". Mas calma lá, sãopaulino, ainda não é hora de suspirar aliviado: tem o Benfica em Portugal, no sábado, e o Kashima Antlers no Japão, quarta-feira. Que o Senhor tenha piedade de nós!

Para complicar, Paulo Miranda saiu de campo com uma lesão na coxa contra o Bayern - que foi o campeão da Copa Audi, batendo o Manchester City por 2 x 1 na decisão - e voltou mais cedo ao Brasil. Vai se juntar, no Departamento Médico, a Clemente Rodríguez, Luís Fabiano e Denílson. Mirando o Campeonato Brasileiro, o técnico Paulo Autuori deve mandar mais jogadores pra casa antes de seguir para Portugal, cumprindo o restante da (inoportuna) excursão com um catadão de reservas e novatos. O time tenta construir uma retranca de futebol interiorano mas não consegue parar de tomar gols. E pior: cortou a ligação com o meio de campo e secou a produção lá na frente: já são seis jogos sem fazer gols (e 14 sem vitória). Quando o São Paulo voltar ao Brasil, para enfrentar a Portuguesa, concorrente direta na zona do rebaixamento, o "time" estará exausto pelas viagens e não terá treinado quase nada. E encontrará a outra parte dos atletas - que ficou longe do técnico, sem ritmo de jogo, sem treino tático e técnico, sem entrosamento, com alguns baqueados, saindo do estaleiro e fora de forma. Provavelmente, a equipe, que tem dois jogos a mais que muitos dos outros clubes do Brasileirão, poderá estar na última colocação. Em crise, pressionada, esfacelada, desentrosada, abatida psicologicamente e sem qualquer opção - tanto entre os titulares quanto entre os reservas. 

Assim, Juvenal (Eterno!) Juvêncio desce mais alguns passos em direção ao inédito rebaixamento para a Série B do Brasileirão e à indiscutível pecha de pior dirigente do São Paulo em todos os tempos - como Alberto Dualib e Mustafá Contursi foram, respectivamente, para os rivais Corinthians e Palmeiras. E a torcida, que não tem responsabilidade alguma pela sua gestão e já amarga perplexa essa sequência medíocre e inacreditável do time, terá que aguentar calada a impiedosa gozação dos rivais. Fazer o que? Vai, São Paulo! Vai pra Portugal, perder para o Benfica, e para o Japão, perder pro Kashima! Na volta tem a Portuguesa...


sábado, fevereiro 16, 2013

Dessa vez, Ganso fez

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Depois de perder um gol (mais ou menos) feito nos últimos instantes da partida contra o Atlético-MG, na quarta-feira, o que garantiria um empate salvador fora de casa, Paulo Henrique Ganso não desperdiçou sua chance hoje, aos 43 do segundo tempo, e garantiu a vitória por 3 a 2 sobre o Ituano, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista. Mais do que aliviar o já questionado técnico Ney Franco, o camisa 8 livrou mesmo foi a cara do goleiro Rogério Frango, digo, Ceni, que cometeu mais uma daquelas falhas inacreditáveis e vexaminosas no primeiro gol do adversário (volto a comentar sobre isso no último parágrafo).

O São Paulo até que não jogou mal, mas os velhos problemas ficam cada vez mais nítidos. Assim como observei no post sobre a derrota para o Atlético-MG, os dois gols sofridos surgiram pelo lado esquerdo da defesa. Não adiantou trocar Rhodolfo por Rafael Tolói, pois o volante Wellington, incumbido de dar cobertura pelo setor, continua falhando e dando motivos para perder o posto no time titular (Maicon entrou em seu lugar e mostrou mais serviço). Ainda pelo lado esquerdo, Cortez não consegue atacar nem marcar direito. E, no ataque, Luís Fabiano vive má fase e Aloísio não se acerta como ponta-direita.

De útil, Jadson fez outra excelente partida, dando uma assistência e fazendo um gol. O técnico está certo em tentar manter o esquema que deu certo no fim do ano passado, com um centroavante e dois pontas abertos. O problema é que o São Paulo não tem lateral-direito (Douglas não serve pra nada e Paulo Miranda é zagueiro de ofício) e, pela esquerda, há uma avenida para os adversários. A saída de jogo também está complicada. Uma solução paliativa seria efetivar Maicon como segundo volante, avançado, e recuar Denílson. Wellington poderia ser um lateral-direito mais marcador. Tolói também é melhor que Rhodolfo.

Este seria um possível caminho para que Ganso fosse melhor aproveitado. Se o São Paulo conseguisse uma dupla de laterais mais marcadora, a velocidade dos pontas poderia ser explorada por um meia clássico, mais fixo e com passes de longa distância, como o ex-santista. Porém, seria uma pena sacrificar Jadson, que é, hoje, o melhor do time. Enfim, Cortez e Luís Fabiano precisam acordar para a vida. E o problema emergencial é setor defensivo pela esquerda. Denílson, recuado, poderia ajudar. Mas esse abacaxi eu deixo para o Ney Franco descascar - até porque, convenhamos, ele ganha muito mais do que eu...


"CAGADA" - "No intervalo, após o primeiro tempo, eu disse para o time: 'Se a gente perder, a responsabilidade será minha, a cagada fui eu quem fiz'." Dessa forma, Rogério Ceni resumiu o frangaço que levou no primeiro gol do Ituano, em chute despretensioso de Kleiton Domingues. Ao cair para fazer a defesa, a bola quicou na grama, bateu em sua mão, resvalou na trave e, para surpresa do próprio atacante, entrou no gol. Prato cheio para quem odeia Ceni, que já tinha passado por bobo no último jogo, em lance com Ronaldinho Gaúcho. Mas o camisa 1 sabe que, no próximo gol que marcar, a torcida o perdoará.

domingo, junho 13, 2010

No pior jogo da Copa, Eslovênia vence pela primeira vez em Mundiais

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O confronto entre Argélia e Eslovênia colocava frente a frente duas seleções que eliminaram adversários teoricamente mais fortes – ou com mais tradição – nas eliminatórias. Os argelinos, que tem em suas fileiras uma seleção composta por franceses naturalizados, bateram o Egito, campeão das últimas três edições da Copa Africana, em um épico jogo-desempate. Já a Eslovênia, classificada em segundo lugar no seu grupo, que foi vencido pela Eslováquia, superou a Rússia na repescagem graças ao critério de gols marcados fora.

O frango do goleirão argelino Chaouchi e a dancinha dos eslovenos, vestidos à lá Charlie Brown, estão no Copa na Rede.

Comente

sexta-feira, março 06, 2009

Em busca do marafo perdido – Capítulo 5

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

MARCÃO PALHARES*

Julieta e Marco Antônio nem desconfiavam, naquele sábado, que seriam assassinados no tanque de lavar roupa. Jovens, saudáveis e simpáticos, brincavam felizes pelo quintal de lajotas alaranjadas. Ou melhor, quase alaranjadas, pois os dois haviam colorido toda a extensão com fezes brancas e esverdeadas. E foi assim que assinaram suas sentenças de morte. Comprados ainda como pintinhos em uma cidade próxima, Julieta e Marco Antônio viveram, de início, numa caixa de papelão. Pertenciam a uma garotinha de dois anos e não davam trabalho. Só piavam, comiam, cagavam e dormiam. Pouco depois, já “adolescentes”, passaram a pular para fora da caixa e a “enfeitar” a casa com suas fezes. Foram banidos. O novo endereço da dupla seria uma casa velha, república de estudantes, onde vivia o pai da menininha.

Ele se encarregou dos jovens frangos, que passaram a morar no quintal, emporcalhando o piso. Um dia, pressionado pelos companheiros (que não suportavam mais o cheiro e a sujeira), consentiu, muito a contragosto, o abate. Que aconteceu naquele sábado, no tanque. Julieta capitulou sem um “có” sequer. Marco Antônio não: decapitado, bateu asas e mergulhou em uma bacia com roupas de molho em cândida. Cena macabra. Tal gesto, póstumo, o poupou dos “canibais”: por causa da contaminação química, sua carne foi para o lixo. A companheira, porém, não teve o mesmo destino. Cinco minutos depois, Julieta já estava na panela de pressão, enquanto os estudantes tomavam pinga e jogavam baralho no chão da sala. O cheiro da carne nova, recém abatida, prometia um belo ensopado. Mas a maioria dos manguaças não teve paciência e se mandou para o bar antes da comida. Que era muita.

Com dor no coração, o que havia sido responsável pelos frangos comeu sua parte, tampou a panela e a deixou sobre o fogão, crente que os bêbados voltariam esfomeados para limpá-la. Saiu, foi para a casa da namorada e voltou três dias depois. Surpresa desagradável: a panela, cheia, jazia no mesmo lugar, com a carne deteriorada de Julieta. Os pinguços haviam emendado três dias na rua, bebendo, e ninguém tinha voltado para apreciar a carne de frango, que ficou fora da geladeira. Revoltado, o antigo dono dos bichos aguardou que os manguaças voltassem e vociferou: “Não bastasse a judiação de matá-los, ainda deixam estragar mais de um quilo de carne! Vocês é quem vão lavar a panela!”.

Houve discussão, ninguém queria saber da (desagradável) tarefa. Uns diziam que não comeram, outros que não pediram pra fazer o frango, outros ainda que o último a sair deveria ter posto a panela na geladeira. Nesse desacordo total, a comida, tampada, permaneceu por quase um mês sobre o fogão, sem que ninguém tomasse alguma atitude. Com o tempo, como tudo em uma república de estudantes (e de bêbados), virou piada. A panela tornou-se um bibelô, um enfeite, um talismã. Desaparecia e reaparecia nos lugares mais insólitos, como a estante da sala, embaixo da pia ou das camas, pendurada na varanda, abraçada com alguém que dançava etc. Sempre que um incauto se aproximava, todos advertiam seriamente que a tampa da panela nunca deveria ser aberta.

E assim foi, por longos seis meses. Durante as – frequentes – bebedeiras, os estudantes e asseclas elocubravam sobre o que haveria dentro da panela de pressão. Carne? Ossos? Um líquido nauseabundo? Energia nuclear? Um alien? Todos davam palpites e, na embriaguez, muitos ensaiaram abrir o recipiente. Mas ninguém foi tão irresponsável a esse ponto. Assim, a panela continuou perambulando pela casa inteira, por mais dúzias e dúzias de festas, churrascos e celebrações etílicas. Mais tarde, quando já haviam alentado a hipótese de enviar o negócio para uma feira de ciências, a dona do imóvel, cansada de tantas reclamações dos vizinhos, intimou os estudantes a procurar outro lugar para morar. E agora? O que fazer com a panela?

No teto de madeira da cozinha havia um alçapão. Um dos manguaças subiu na geladeira, abriu essa entrada e empurrou a panela para o forro - local empoeirado, cheio de fios elétricos e abafado pelo calor das telhas. Nos dois anos seguintes, o assunto rondou os encontros daqueles bêbados: “O que terá acontecido com aquilo? Será que alguém encontrou? Terá explodido?”. Coube ao que havia sido responsável pelos frangos a última notícia sobre o recinto onde repousam os despojos de Julieta. Certa vez, uma menina o abordou, em um buteco sujo, de uma forma bizarra: “Conheço você de um desenho”. “Como assim?!??”, reagiu, com o assombro peculiar de quem se depara fequentemente com mulheres loucas. “Meu namorado mudou para uma casa e, no quarto dos pais dele, tem a sua cara desenhada”, explicou a mocinha. “Meu Deus!”, pensou o ex-proprietário dos frangos, lembrando-se do antigo hábito de desenhar uma caricatura de seu rosto na parede de muitos quartos que habitou.

Perguntou o endereço e confirmou: era a casa onde jaziam os restos de Julieta. Porém, mesmo mordido por uma curiosidade lacerante, não teve coragem de perguntar sobre a panela. Teve medo que, a partir de sua indicação, alguém subisse no forro e encontrasse o negócio. Que poderia explodir - ou contaminar mortalmente - toda aquela família. Ficou quieto. E louco para saber, 14 anos depois, o que aconteceu...

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Em busca do marafo perdido – Capítulo 2

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

MARCÃO PALHARES

Domingo era dia de bebedeira naquele prédio. Do primeiro ao 18º andar, homens e mulheres preparavam alimentos e corriam ao supermercado para garantir o combustível da esbórnia. Ninguém sabia ao certo o motivo de tanta sede e necessidade de entupir as células com álcool até a embriaguez sepulcral. Mas era assim naquele condomínio. E naquele dia não foi diferente. Estava marcado um primeiro "esquenta" no segundo andar, onde cinco paraguaios dividiam uma quitinete. Eles fritaram manjubas e a pinga correu solta na forma de caipirinha, batida de maracujá ou mesmo pura. Alguém chegou com salame e calabresa. De algum lugar, brotou uma garrafa de San Raphael. Misturaram aquilo com guaraná e limão e o clima esquentou. A próxima parada seria no 15º andar.

Lá, no apartamento de duas enfermeiras e uma estudante de odontologia, um frango assado com arroz de forno aguardava os mais famélicos. Mas a preocupação geral era beber, então havia três dúzias de latas de cerveja, dois garrafões de vinho vagabundo, uma vodka pela metade e mais pinga que os paraguaios rebocaram de seu muquifo. A turba já chegava a 28 pessoas. Entre brindes e dentadas no frango, comido com as mãos, alguns transitavam entre o apartamento, as escadas e o 11º andar, onde a miséria se estenderia no cafofo de dois irmãos cachaceiros. Eles estavam assando carne de terceira num grill elétrico e aguardavam a chegada de outro pinguço, que ficou de fazer macarrão.

Eram 14 horas e o contingente ultrapassava cinco dezenas de bêbados (e bêbadas). O condomínio era habitado, preferencialmente, por estudantes, proletários e vagabundos que se amontoavam em três dezenas de repúblicas. Todo mundo bebia - e bastante. Nisso, chegou o tal que havia se responsabilizado pelo macarrão. Visivelmente embriagado, ele trouxe o alimento - ou a tentativa dele - dentro de uma vasilha plástica de sorvete. Quando uma menina meio careca tentou ver o estado da coisa, notou que o macarrão tinha passado do ponto e estava todo grudado. Inaproveitável, repugnante. O manguaça, muito provavelmente, havia esquecido a massa no fogo enquanto mamava seu mé ou cochilava na mesa da cozinha. Nem com molho aquela porcaria poderia ser aproveitada.

Por isso, a vasilha foi esquecida num canto, entre dezenas de garrafas vazias. A maratona tinha que continuar e, do 11º andar, todos se dirigiram ao sétimo, onde duas secretárias bilingues e feiosas tinham cozido siris. A quantidade de cerveja consumida até o momento era industrial, mas não parava de chegar mais. Os convidados, bicões e amigos e amigas dos amigos das amigas chegavam em bandos carregando sacolas e caixas de bebidas de vários níveis e qualidades. Tinha gente virando conhaque no bico, outros misturando pinga com Cinzano, outros ainda batendo vodka com rapadura e gelo no liquidificador.

O final da tarde se aproximava e mais de 90 pessoas circulavam entre os vários apartamentos e andares. Nunca se viu tantas garrafas, latas e restos de comida. Os banheiros se entupiam de gente passando mal - ou simplesmente dormindo. Quando o relógio bateu oito da noite, metade dos bárbaros já tinha se retirado. A outra metade estava desmaiada. No apartamento dos irmãos cachaceiros, repousava o temível macarrão embolotado. O que fazer com aquilo? Zonzo, um dos irmãos não teve coragem de jogar fora. Deixou o negócio ali, morto, e foi dormir. No outro dia pensaria no que fazer. E foi assim que a vasilha plástica ficou atrás do filtro de cerâmica, abandonada, a semana inteira.

Só se lembraram do macarrão no domingo seguinte, quando uma nova esbórnia estava para começar. Algum desavisado olhou e pensou que era comida do dia. Abriu a tampa. Uma coisa verde, com vida própria, o cumprimentou. Ainda hoje, os relatos são contraditórios sobre o que aconteceu em seguida. Sabe-se apenas que os moradores desapareceram sem explicação aparente e o prédio, abandonado, acabou lacrado pela prefeitura. Muitos falam em abdução ou fenômeno paranormal. O manguaça que cozinhou o macarrão nunca foi encontrado para esclarecer.

(Continua quando o autor estiver sóbrio o suficiente para escrever...)

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Momentos históricos (re)vividos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Quando se vive um momento histórico, é quase inevitável sentir o peso de cada gesto, a força de cada imagem, e aquilo cria um vinco indelével no curso do tempo, um marco ao qual se vai retornar sempre. É o que contam os que viveram os episódios de 68, por exemplo. Lembro também que no dia 12 de setembro de 2001 já se falava no 11 de Setembro.

Assim também foram os inesquecíveis anos 80, com toda a sua profusão cultural, em particular na música pop. Quando Oswaldo Montenegro cantava "Condor", com seus versos fortes e sonhadores, numa voz cheia de arestas, com deslizes desafinados de emoção e acompanhado de um coro negro ad hoc, quem não percebia que se lembraria daqueles momentos por muito, muito tempo?

Ontem, Glauco e eu resolvemos puxar na memória coletiva (Google) alguns dos maiores clássicos desses anos 80 que formaram a nossa geração. Aliás, se os anos 80 servem para alguma coisa é para manter viva na memória a chacota universal. Novas décadas virão, mas duvido que alguma renda tanto. Em busca do melhor do pior da poesia pop nacional, fizemos uma única restrição, considerado-os hors concours de saída: os Engenheiros do Hawaii. Seria fácil demais.

Mas outros gaúchos vieram liderando as lembranças, tabelando Kleiton e Kledir com a clássica dobradinha "Quando eu ando assim meio down / vou pra Porto e, bah!, tri-legal!" e fazendo a assistência mortal para Nenhum de Nós com "O astronauta de mármore". Mas o hoje esquecido Dalto mostra que dá pra chegar muito mais longe no sentimento... Ainda que não tanto quanto o inigualável Fábio Júnior que, com um dos mais belos versos da música brasileira, define — como ninguém mais antes enm depois — nada menos que a felicidade: "uma gota d'água descobrindo que é o mar azul" (não percam esse clipe-slide-show assinado por Gislaine Borba).

Precursor de várias gerações de boyzinhos brasileiros que foram viver amores fugazes nas vibrantes e loucas metrópoles europeias, o já então surpreendente Supla chega com sua "Garota de Berlim". Mas às vezes as viagens mais distantes são feitas na própria alma, em perigosas egotrips. E Guilherme Arantes nos saúda com "Um dia, um adeus".

Dá pra passar uma vida revivendo os 80. Mas um mestre maior nos levou aos 90, mostrando-se a síntese antropofágica de todo esse movimento artístico misturado com a tradição cearense das canções de duplo sentido: ninguém menos que Falcão. A crônica social, psicanálise, teoria do conhecimento, releitura do folclore, poesia lírica, nada escapou à verve do gênio.

Com a ajuda do camarada Paulo Macari (que já me indicou um furo do (então) são-paulino Adriano com o (talvez já) come-traveco Ronaldo), recuperei esta foto, tirada num circo em Maceió, nos idos de 1994 ou 95... O Macari é naturalmente o autor da(s) foto(s).



A cara vermelha não nega, mas não consigo nem calcular quanto eu já tinha bebido naquele momento. Na viagem, basicamente eu bebia e circulava de praia em praia, na bela Maceió. Mesmo assim, lembro como se fosse hoje. O circo pegou fogo. Falcão entrou com seus trajes cuidadosamente escolhidos, o girassol na lapela e uma banda que parecia mesmo uma charanga. O mestre cearense empunhava as mãos em chifres, como um metaleiro, e bradando ao povo com sua voz potente e calma: "ô seus cornudo, é tudo corno", arrancando gargalhadas de outros bêbados.

É, mais engraçado que tudo isso, só mesmo o frangaço do Rogério Ceni, que interrompeu nossas investigações com mais um gesto histórico... e depois o cara de pau (sem trocadalho) pede pra sair... é ridículo. Sentiu uma "velha lesão", dá pra imaginar onde... Hahahahah

sexta-feira, outubro 10, 2008

Decomposição exponencial da espuma de cerveja

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

No mundo das abobrinhas, está repercutindo a notícia de que, pela primeira vez, brasileiros foram agraciados com o Nobel da pesquisa esdrúxula (ou Annals of Improbable Research, publicação do humorista estadunidense Marc Abrahams). O arqueólogo Astolfo Araújo (à direita), da USP, e seu colega José Carlos Marcelino, do Departamento do Patrimônio Histórico de São Paulo, foram premiados "por demonstrarem que tatus são capazes de bagunçar sítios arqueológicos". O estudo é sério e foi publicado no periódico Geoarchaeology em 2003. (Piada interna impossível de reprimir: "-Astolfo! Que história é essa de tatu, Astolfo? Você ganhou o Nobel esdrúxulo por pesquisar tatu, Astolfo? Meu Deus! O que eu fiz de errado, meu Deus? Você não tem mais o que fazer, Astolfo? Você só me envergonha, só me envergonha! Não agüento mais, Astolfo! Assim não dá!!!)

Bom, mas fuçando na web para saber mais sobre o tal Nobel, descobri um trabalho de suma importância para o público manguaça, premiado em 2002. Arnd Leike, um físico alemão da Universidade Ludwig Maximilians, em Munique, usou espuma da cerveja para ensinar estudantes sobre a análise de dados experimentais. Para isso, utilizou três tipos de cerveja em seus experimentos: a Erdinger Weissbier, a Augustinerbräu München e a Budweiser Budvar. O cidadão encheu um caneco cilíndrico com uma garrafa recém aberta e então mediu a altura da espuma por 15 vezes em um período de seis minutos, produzindo gráficos (acima, à esquerda) a partir dos dados coletados. Ou seja: ele pesquisou a forma como a espuma da breja abaixa! O trabalho, essencial para a raça humana e batizado pomposamente de "Decomposição exponencial da espuma de cerveja", foi publicado pelo European Journal of Physics.

Depois de todo esse esforço, claro, Leike (à direita) bebeu toda a cerveja. Mas sua idéia e a do Astolfo nem chegam a ser as mais extravagantes do Annals of Improbable Research. A edição deste ano, por exemplo, premiou também Deborah Anderson, professora de ginecologia da Escola de Medicina da Universidade de Boston, que, em 1985, num estudo publicado pelo New England Journal of Medicine, comprovou que não só a Coca-Cola tem efeito espermicida como a Coca Diet parece funcionar melhor ainda. E o psicólogo Geoffrey Miller, da Universidade do Novo México, demonstrou, usando dados de 18 voluntárias, que dançarinas de striptease ganham mais dinheiro no pico de seu período fértil. O imprescindível estudo foi publicado pela revista Evolution and Human Behavior. Vejamos outras pesquisas fundamentais:

2001
O prêmio na categoria Medicina foi atribuído ao estadunidense Peter Barss, por seu relatório médico sobre os machucados provocados pela queda de côcos. Jack e Rexella Van Impe, de Rochester Hills, Estados Unidos, levaram na categoria Astrofísica pela descoberta de que os buracos-negros têm todos os requisitos técnicos para serem a localização do inferno.

2002
Karl Kruszelnicki, da Universidade de Sydney (Austrália), levou na categoria Pesquisa Interdisciplinar por fazer uma pesquisa sobre os fiapos de tecido aprisionados no umbigo. K.P. Sreekumar e G. Nirmalan (in memorian), da Universidade Agrícola de Kerala, na Índia, ganharam na categoria Biologia pelo seu relatório estimando a área total de superfície dos elefantes.

2003
Os australianos Jack Harvey, John Culvenor, Warren Payne, Steve Cowley, Michael Lawrence, David Stuart e Robin Williams venceram na categoria Física pelo relatório "Uma Análise das Forças Necessárias para Arrastar Ovelhas sobre Várias Superfícies". Já os cientistas Stefano Ghirlanda, Liselotte Jansson e Magnus Enquist, da Universidade de Estocolmo (Suécia), foram premiados pelo artigo "Frangos Preferem Humanos Bonitos".

2004
Os canadenses Ben Wilson e Lawrence Dill, o inglês Robert Batty, o dinamarquês Magnus Wahlberg e o sueco Hakan Westerberg comprovaram que os arenques se comunicam por meio de puns.

sexta-feira, março 14, 2008

Um frango inédito

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Estado de Minas
O goleiro Andrey (foto, crédito ), do Cruzeiro, inovou ao criar um frango até então nunca visto na derrota para o Rio Branco, em pleno Mineirão, frente a 5 mil testemunhas. Veja o lance aqui. Sem comentários.



A bem da verdade, o Cruzeiro estava com time reserva, mas alguns titulares entraram no segundo tempo e não reverteram o resultado, mesmo com um jogador a mais desde os 13 minutos do segundo tempo.

O que vale é o lance em que Andrey mostrou que dará muitas alegrias a outras torcidas.