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sábado, agosto 11, 2012

Vôlei feminino: obrigado por não entregar, EUA

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Não tem muito o que falar sobre o ouro do vôlei feminino nas Olimpíadas. Como em 2008, que foi um triunfo de renegados e renegados, o roteiro desta vez foi diferente, mas o sofrimento, parecido ou pior. O Brasil esteve por seis vezes perto de ser eliminado contra a Rússia, mas vingou 2004. Depois do primeiro set hoje, contra os Estados Unidos, parecia que a seleção seria atropelada por uma equipe que vem melhor do que nós há algum tempo e que bateu sem sustos o Brasil na primeira fase. Mas a vitória veio, como em 2008.

Porém, o Brasil poderia ter vindo pra casa logo na fase de grupos. Bastava os Estados Unidos fazer corpo mole ou entregar a partida contra as turcas. Pela única vez em Londres, torci por elas (como é difícil ter que torcer para os norte-americanos), que não hesitaram em superar as rivais por 3 a 0. Nada de tirar nossa seleção, que derrotou os EUA em 2008, do caminho.

Pode até ter sido autossuficiência das gringas, mas em uma Olimpíada na qual a Noruega teve uma derrota suspeita para pegar o Brasil no handebol feminino – por achar um confronto mais fácil – e depois da Espanha também entregar o jogo no último quarto contra os brasileiros do basquete masculino, para só enfrentarem o dream team estadunidense na final, diz muito. Tal atitude vexatória de espanhóis e norueguesas, aliás, que o vôlei masculino de Bernardinho também teve no Mundial de 2010, quando facilitou avitória da Bulgária para fugir de um grupo teoricamente mais forte na outra fase.

As estadunidense fizeram valer um tal espírito olímpico que anda em falta emLondres. E, por conta desse espírito, estarei na torcida pelos EUA amanhã, de novo, no basquete masculino contra os espanhois. Não que eles precisem disso.

As cornetas e o aprendiz de feiticeiro Mano Menezes

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Depois da derrota, vem as cornetas. Mas antes da derrota elas já se ouviam. Há que ser feita, no mínimo, algumas reflexões, inclusive sobre algo que foi dito aqui. Mano Menezes tem direito a convocar três jogadores acima de 23 anos. Um dele é o lateral esquerdo Marcelo, pois o treinador não confia no outro lateral esquerdo da equipe, Alex Sandro. Eu também não confiava quando ele jogava no Santos (onde nunca foi titular absoluto). Daí, na semifinal contra a Coreia do Sul, Mano saca Hulk, o outro dos três convocados acima de 23 anos, para colocar... Alex Sandro. Fora da sua função! Não jogou bem, mas o time ganhou, e ele virou titular. 

É com esse que a gente vai em 2014? (Foto: Rafael Ribeiro / CBF)
Titular até os 31 do primeiro tempo da final, quando Mano desfez o que havia feito antes. E Hulk fez o gol brasileiro, além de ter dado a assistência para Oscar quase marcar naquele que seria um empate improvável (e injusto, diga-se). Fazer experiência na fase aguda de uma competição não parece ser das coisas mais sensatas, segundo a literatura ludopédica.

Outra mudança do técnico durante as Olimpíadas, a entrada de Rafael como titular, também se mostrou equivocada. O garoto errou no gol relâmpago do México, boa parte da culpa é dele mesmo, mas não só. Quem viu a partida entre México e Senegal, assistiu a dois erros da equipe africana na prorrogação que resultaram na sua eliminação, porque o México faz esse tipo de marcação no campo rival – a diferença é que os senegaleses entregaram depois dos 90 minutos, não aos trinta segundos. Mas a seleção mostrou que não estava preparada para sair desse tipo de marcação. Com um volante que só toca a bola pra trás, Sandro, e outro que prefere tocar de lado, Rômulo, o Brasil penava pra sair com qualidade da intermediária, dificultando o trabalho na ofensiva.

Na segunda etapa, o Brasil adiantou a marcação, parte por conta do próprio México, que se postou atrás e preferiu atuar no contra-ataque. Novos erros individuais atrás, inclusive de Thiago Silva que, no mano a mano, perdeu para Fabián, que desperdiçou. Desperdiçaria, aliás, outras duas chances. Tomou outro gol em nova falha de marcação, embora seja necessário reconhecer o mérito do lance ensaiado dos mexicanos (a seleção tinha alguma jogada ensaiada?) e da execução do ótimo Peralta. O Brasil poderia ter empatado, mas não merecia.

Uma derrota em Jogos Olímpicos, mesmo descontando-se o frisson desnecessário sobre a tal medalha de ouro no futebol, não seria tão doída se não fosse o retrospecto brasileiro em Londres. Sofreu contra equipes medíocres como Honduras e contou com erros de arbitragem para chegar à final. É uma equipe de garotos e são eles, em sua maioria, que vão representar o país na Copa de 2014. Os meninos podem e devem amadurecer até lá, mas o nosso técnico vai “amadurecer”?

Acho curioso quando falam algo do tipo: “ah, mas vai jogar todo o trabalho feito até agora pelo treinador fora?” Bom, depende da avaliação desse trabalho. Qual o esquema da seleção? Os jogadores jogam mais, a mesma coisa, ou menos, muito menos do que nos seus times? Se o tal trabalho fosse interrompido hoje, que legado deixaria? Aguardemos o que virá depois do amistoso contra a Suécia. Se é que virá alguma coisa.

quinta-feira, agosto 09, 2012

Para que Diogo Silva não volte "pro buraco"

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"Sem medalha olímpica, a gente volta pro buraco de novo". Era assim que o lutador de taekwondo Diogo Silva avaliava sua participação, um brilhante quarto lugar, nas Olimpíadas de Londres. Pode parecer choro de perdedor, mas não é. O atleta, que é diferenciado não só em sua modalidade, mas também em termos de consciência política, já viveu exatamente essa situação.

Em 2004, Diogo conseguiu um quarto lugar, feito histórico até então. E não houve reconhecimento. Ao voltar para o Brasil, no aeroporto, ninguém o esperou, ele pegou um ônibus e seguiu para casa.
Não conseguiu patrocínio também, embora alguns contatos tenham sido feitos, mas nada que fosse realmente relevante. “Eram propostas superexploradoras. Para ser explorado, preferia ficar sem nada”, disse, nessa matéria.

Mas não foi só a sua classificação que chamou a atenção em Atenas, em 2004. Na ocasião, ele repetiu o gesto de por Tommie Smith e John Carlos, ouro e bronze nos 200 metros rasos nas Olimpíadas de 1968, no México. O gesto feito no pódio lhe rendeu o banimento da competição pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). De novo remetendo à matéria da Fórum:

Sempre fui ligado a grupos de consciência negra e era bem politizado. Pensei que o que eles fizeram foi demonstrar o que sentiam: desprezo. E era isso que sentia naquele momento. Desprezo.” A ideia era fazer o gesto no pódio, mas, prevendo a derrota, levou a luva já para a semifinal. Conseguiu chamar a atenção. “Logo depois do meu protesto, o ministro do Esporte ligou pra gente conversar”, recorda. No entanto, o momento de holofotes não durou. “Depois ninguém falava mais disso. Se você não foi campeão, não medalhou, ninguém lembra de você.

Oito anos depois, o mesmo medo do esquecimento volta ao lutador. É necessário levar em consideração as ponderações de Diogo Silva que, ao contrário de muitos dos atletas que estão em Londres ou aqui, tem perfeita noção do que representa e de qual é a situação de boa parte dos esportistas brasileiros. Adriana Araújo, medalhista do boxe brasileiro, por exemplo, só tem passagem de volta até São Paulo, onde fica a sede da Confederação Brasileira de Boxe. Até sua casa, em Salvador, quem banca a passagem é ela.

É hora, e o país tem essa chance com as Olimpíadas do Rio em 2016, de pensar no esporte de alto rendimento, mas também de aliar a massificação da prática esportiva à educação. Assim, talvez possamos produzir mais atletas com a consciência de Diogo Silva, que vão fazer valer os seus direitos e o reconhecimento de quem pena para representar o Brasil.

Abaixo, o início da matéria feita com Diogo Silva, após sua medalha de ouro no Pan do Rio, em 2007:

As muitas lutas de Diogo Silva

Eram quase 21 horas quando o primeiro medalhista de ouro no Pan do Rio saiu de uma reunião para atender a Fórum. Com agasalho da delegação, ele sentou em uma cadeira da ante-sala e desabafou: “Estou exausto”.

Não era pra menos. Após a luta que decidiu o primeiro lugar da competição no taekwondo, na categoria até 68 kg, foi uma rotina incessante de entrevistas e compromissos. No dia da sua vitória, Diogo saiu do exame antidoping às 18 horas e até a meia-noite não parou de entrar ao vivo e fazer gravações nos mais diversos programas de televisão e rádio. Pouco tempo de sono depois, seu longo dia começou às seis e sua última entrevista foi às 11 da noite. Nem mesmo a segunda medalha do Brasil, de Thiago Pereira na natação, fez com que o assédio a ele terminasse.

Na verdade, o título pan-americano vinha sendo trabalhado desde 2006, com o lutador pensando justamente na possibilidade de tornar sua imagem mais visível em uma competição que mobilizaria toda a mídia brasileira, atraindo possíveis patrocínios. O fato de ser o ouro inaugural do país – algo que não era previsto – fez com que a projeção fosse maior que a esperada.

Mas o atleta já tinha atraído a atenção da imprensa anteriormente, na Olimpíada de Atenas, em 2004, quando conseguiu o quarto lugar, um feito histórico na competição mais importante do mundo para o esporte amador. A responsabilidade em representar o país era tamanha que fez uma vítima antes do início dos Jogos. Seriam escolhidos dois atletas na modalidade e a direção técnica tinha que decidir entre três. Mas houve uma desistência. “O atleta não suportou a pressão”, relembra. O mesmo tipo de estresse sofrido pelo lutador desistente também afetaria Diogo na sua volta dos Jogos.

No período de preparação para Atenas, ele havia passado três meses morando na Coréia do Sul, a pátria-mãe da modalidade. Foi um grão-mestre do país, Sang-Min-Cho, que introduziu o esporte no Brasil na década de 1970. Mesmo assim, Diogo avalia hoje que a quantidade de treinos foi um erro. “Eles eram excessivos e ainda tinha o choque cultural, comida diferente e a saudade de casa.” Após esse período, voltou ao Brasil e 40 dias depois estava em Atenas.

A sorte não estava do seu lado. Dos quatro favoritos, três caíram em sua chave. “Não tinha um trabalho tático, era chegar lá, lutar e ver o que dava.” Passou pela primeira luta, mas, na segunda, enfrentou o iraniano Hadi Saei Bonehkohal, que seria campeão olímpico. Como o adversário que o derrotou chegou à final, Diogo podia ir para a repescagem para tentar o bronze. Conseguiu chegar até a disputa da medalha, mas seu adversário era o sul-coreano Myeong Seob Song, um dos maiores do mundo. “A Coreia não tinha ganho nenhuma medalha até ali e tem um jogo político muito grande atrás disso. Um atleta sul-americano contra alguém de um país tradicional na modalidade pesa muito, por exemplo, na hora de validar um ponto”, sustenta Diogo. “Quando comecei, já sabia que não iria ganhar. Ele era bem mais técnico do que eu, mais bem condicionado, ali foi mais vontade mesmo.”

Continue lendo aqui.

terça-feira, agosto 07, 2012

Ataque resolve e Brasil chega à final dos Jogos Olímpicos

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A Seleção Brasileira de futebol de campo bateu a Coreia do Sul por 3 a 0 na tarde desta terça-feira e se classificou para a semifinal dos Jogos Olímpicos. Aquele apressado trabalhador que viu só os primeiros minutos da peleja achará improvável que tal placar tenha sido atingido. A Coreia começou o jogo em cima do Brasil, marcando a saída de bola e criando boas chances. Ajudada, sempre, pela fragilidade da defesa e do goleiro canarinhos.


Mano Menezes deve estar muito arrependido de não ter levado David Luiz. O técnico deve ter confiado que o goleiro Rafael e Thiago Silva segurariam a onda, mas a contusão do santista deixou a defesa brasileira com uma fragilidade alarmante.

Culpa das limitações do zagueiro Juan e dos goleiros Gabriel e Neto, sem dúvida, mas também das atuações muito ruins de Sandro. O volante não faz bem a cobertura, não arma, não faz nada. Na última partida, foi substituído pelo ex-peixeiro Danilo, de quem não sou fã, mas pelo menos pode ajudar na saída de bola.

Para tentar corrigir o defeito, Mano sacou Hulk e lançou o lateral-esquerdo Alex Sandro no meio campo, como um terceiro volante. Com Neymar voltando para judar na armação, em tese, teríamos uma superioridade na meia cancha e menos pressão sobre a zaga. Não foi o que aconteceu, pelo menos no começo da partida. Outra ponderação possível é: porque levar um atacante acima de 23 anos para ficar no banco? As contingências ajudam, mas não explicam completamente o improviso.

Mas daí, após roubada de bola de Neymar, Oscar faz bela jogada e quem marca é o volante Rômulo, que ganhou mais liberdade na nova formação. Pois é, às vezes dá certo. O primeiro tempo seguiu meio esquisito, sem domínio claro de ninguém, ainda que o Brasil levasse mais perigo.

Na segunda etapa, o time botou a cabeça no lugar e melhorou. Sofreu uma pressão básica dos coreanos no começo – que contou com um pênalti claro do ainda fraco Sandro, não marcado pelo árbitro – mas controlou a partida depois de uns 10 minutos.

O segundo gol saiu numa bela tabela de Marcelo com Neymar, que cruzou para Leandro Damião detonar o goleiro coreano – fraquinho, por sinal. O terceiro veio de nova tabela, essa  de Neymar com Oscar, e que deu errado. Mas o corte do zagueiro sobrou para Damião que demonstrou faro de centroavante: com a bola colada no corpo, achou um chute rápido e no canto, tirando do goleiro Lee. Zerada a fatura, o Brasil tocou a bola com mais tranquilidade.

Ataque na final

Se a defesa é o ponto fraco da equipe, o ataque tem funcionado bastante bem. Essa matéria do Trivela mostra que Neymar, Damião e Oscar participaram de 14 dos 15 gols marcados pela seleção até aqui. Damião, que eu não canso de chamar de grosso, fez meia dúzia, artilheiro isolado do torneio, e deu uma assistência. Neymar, estrela da companhia, fez 3 e deu 4 para os colegas. Com números mais modestos, Oscar fez 1 e deu três assistências – mas o camisa 10 participa e muito das ações coletivas, fazendo o time jogar mais.

Boas notícias para o time, que enfrenta o México na final olímpica, estágio que não atinge desde 1988, em Seul, quando perdeu para a gloriosa União Soviética. O jogo será neste sábado, às 11h, em Wembley.
Vai, Brasil!

Que pena, handebol...

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“Tristeza por perder um jogo que estava na mão.” Era assim, entre lágrimas, que a espetacular goleira Chana, do handebol feminino brasileiro, resumiu a derrota para a Noruega que tirou a seleção da competição olímpica nas quartas de final. Na mesma entrevista concedida à Sportv, a arqueira não parecia consolada com a campanha realizada na primeira fase, quando o Brasil terminou em primeiro no seu grupo. “Não vim aqui pra fazer boa campanha, mas pra ganhar medalha.”

E, de fato, o país parecia ter chances vivas de conseguir um lugar no pódio. Desde o Mundial que a seleção treinada pelo dinamarquês Morten Soubak (à direita) vem jogando em pé de igualdade com as grandes equipes do planeta. Virou o primeiro tempo hoje vencendo por quatro gols de diferença e, no início da segunda etapa, vencia por seis. Mas veio o apagão. A seleção errou tudo o que podia, claro, em função da forte marcação da Noruega que, apesar de ter terminado em quarto lugar no seu grupo, é a atual campeã olímpica e mundial. De qualquer forma, passar dez minutos sem marcar uma vez sequer é fatal.

Ainda quando a Noruega não tinha passado a frente no placar, Chana, que havia defendido três tiros de sete metros na partida, viu outro tiro bater na sua trave. Mas nem isso fez a seleção reagir. A ansiedade continuava alta. Enquanto o Brasil tinha extrema dificuldades para arremessar, sempre o fazendo de longe e “consagrando” a arqueira adversária, as rivais tinham extrema facilidade em fazer gols no contra-ataque. A diferença ali era nítida e o desfecho, para quem assistia, inevitável.

De bom, fica a esperança para 2016. Uma seleção em qualquer esporte coletivo só consegue chegar e se consolidar no topo enfrentando os grandes com mais frequência, jogando no mesmo patamar, e assustando o rival. Isso o Brasil já faz. A medalha poderia ter vindo agora, mas quem sabe o melhor não ficou para uma conquista em casa...

segunda-feira, agosto 06, 2012

Um pouco sobre as medalhas da ginástica e do boxe

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O que a medalha de ouro de Arthur Zanetti hoje e as duas já garantidas por Adriana Araújo e Esquiva Falcão em dois combates excelentes têm em comum? Embora não sejam modalidades parecidas, o fato é que ambas contam com juízes na avaliação dos desempenho de cada atleta, na ginástica, para analisar a perfeição dos movimentos executados; no boxe, para aferir se o golpe dado contra o adversário valeu ou não ponto*.

Nesse aspecto, por mais que os juízes tentem ser imparciais e os critérios sejam técnicos, a subjetividade sem dúvida pode afetar em um momento de dúvida. E, nessa hora, o juiz olha a nacionalidade de um e de outro, vê a tradição que cada qual tem no esporte em questão, e pode chegar a uma conclusão algo injusta, ainda mais em competições onde um ponto (ou décimo de ponto) fazem toda a diferença.

Assim, a primeira medalha da ginástica conquistada por Arthur Zanetti se deve, e muito, àqueles que vieram antes dele e fizeram especialistas olharem de outra forma para o país. Desde Claudia Magalhães e João Luiz Ribeiro, primeiros ginastas brasileiros a participar dos Jogos, em 1980, passando por Luisa Parente, que foi às Olimpíadas de 1988 e 1992, e aqueles que passaram a disputar finais e medalhas em Mundiais, como Daiane dos Santos e Diego e Daniele Hipolyto, entre outros.

Esquiva Falcão: vitória que já é legado
Já no boxe, os feitos de hoje de Adriana Araújo e Esquiva Falcão são dignos de nota. Em um dia, garantiram duas medalhas, sendo que o país tem apenas uma na modalidade, com Servílio de Oliveira, em 1968. E se a ginástica de alto nível no Brasil já conta com certa estrutura há algum tempo, no boxe, a conquista é recente, mas já dá resultados. Hoje, há uma equipe olímpica permanente, que treina em um centro em Santo Amaro, São Paulo, e conta com patrocínio do Programa Petrobras Esporte & Cidadania, que garante o suporte que sempre faltou ao esporte brasileiro (o merchan é de graça, embora o programa pudesse ser ampliado).

Os brasileiros do boxe ainda lutam contra um relativo preconceito dos juízes, algo que não é chororô de perdedor não e pode ser constatado até por quem entende muito do riscado. A aula de boxe de Esquiva hoje, por exemplo, poderia ter garantido uma vantagem muito maior do que teve contra o húngaro Zoltan Harcsa e Robson Conceição acabou sendo derrotado por Josh Taylor, lutador “da casa”, o que ainda gera reclamações do vencedor de hoje. "A torcida a favor pode influenciar a arbitragem, porque muitas vezes o golpe pega na guarda, a torcida grita e eles marcam", protestou Esquiva.

E o boxe ainda encontra outro obstáculo, como lembra Falcão na mesma matéria. "O boxe estava sumido, e com o crescimento do UFC sumiu mais ainda. Agora estamos fazendo o boxe aparecer de novo." Oxalá a modalidade volte a crescer.

* O boxe olímpico masculino tem três assaltos de três minutos. É marcado ponto quando o lutador acerta o rival com a parte marcada de branco da luva no rosto e nos lados da cabeça, na frente e nos lados do tronco, e cinco juízes avaliam na hora se o ponto valeu.Socos na guarda do adversário não contam pontos.

domingo, agosto 05, 2012

Agenda olímpica (segunda, 6 de agosto) - para quebrar o tabu no boxe e na ginástica

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Na segunda-feira, o Brasil tem duas chances de garantir medalha em uma modalidade que é um dos patinhos feios da delegação brasileira. O boxe, mesmo já tendo feito uma campanha histórica na terra da Rainha, ainda busca uma medalha para acabar com um tabu que já dura 44 anos. Em 1968, nas Olimpíadas da Cidade do México, Servílio de Oliveira obteve a única medalha do Brasil na competição, um bronze. Agora, o país tem três chances de sair da seca.

Duas das oportunidades são amanhã. No boxe feminino, Adriana Araújo, que demoliu Saida Khassenova, do Cazaquistão, no último assalto da sua primeira luta, pega Mahjouba Oubtil, do Marrocos. A luta (histórica, porque é histórica mesmo) acontece às 11h. Esquiva Falcão luta com o húngaro Zoltan Harcsa e pode assegurar o bronze com uma vitória. Se levarmos em conta o retrospecto da luta anterior, na qual superou facilmente o pugilista do Azerbaijão Soltan Migitinov, podemos esperar um grande desempenho. Vitória é consequência, derrota faz parte.

Arthur Zanetti, pra acabar com a zica (Divulgação)
Já a ginástica, que nunca ganhou uma medalha apesar dos favoritismos de Daiane dos Santos (2004) e Diego Hipolyto (2008), tem enfim a possibilidade de sair do zero, com um ginasta bem menos midiático que os dois anteriores. Medalhista de prata nas argolas no Mundial de Tóquio, em 2011, ele pode faturar uma medalha amanhã, a partir das 10h.

O hipismo brasileiro, que já deu três medalhas olímpicas para o Brasil, duas de bronze por equipe com Doda e Rodrigo Pessoa em Atlanta-1996 e Sidney-2000, além do ouro com Rodrigo Pessoa e nosso saudoso herói olímpico, oaposentado Baloubet du Rouet, em Atenas-2004, disputam a final de saltos por equipe. A equipe brasileira está em sétimo lugar e sua sua ida à final é mais valorosa por conta das circunstâncias. Cada time disputa com quatro conjuntos (cavaleiro/cavalo), sendo que o pior resultado é descartado na pontuação final. Mas o país disputou com três conjuntos brasileiros, pois Wilexo, cavalo de Cacá Ribas, foi vetado pelos veterinários e deixou o torneio. Amanhã, serão só três conjuntos, e o Brasil já se iguala aos rivais. Mesmo assim, se vier medalha, certamente será épico.

Confira as provas que têm Brasil:

6h00
Atletismo – Eliminatórias do lançamento de disco masculino
Ronald Julião (BRA)

6h45
Atletismo - Eliminatórias do lançamento de disco feminino
Geisa Arcanjo (BRA)

6h50
Atletismo – Eliminatórias dos 800m rasos – Masculino
1ª bateria: Fabiano Peçanha (BRA)
2ª bateria: Kleberson Davide (BRA)

10h00
Hipismo - Salto - Individual - Misto Eliminatórias
Doda, Rodrigo Pessoa e José Roberto Reynosso

Hipismo - Salto por Equipe - Misto Eliminatórias
Doda, Rodrigo Pessoa e José Roberto Reynosso

10h00
Ginástica - Ginástica artística - argolas - Masculino Final
Arthur Zanetti

11h00
Boxe - Até 60 kg - Feminino Quartas de final
Adriana Araújo (BRA) x Mahjouba Oubtil (MAR)

11h00
Nado sincronizado - Rotina Livre: Dueto Feminino - Feminino Primeira fase
Lara Teixeira e Nayara Figueira (BRA)

13h00
Hipismo - Salto por Equipe - Misto Final
Doda Miranda, Rodrigo Pessoa e Zé Roberto (BRA)

14h00
Vôlei de praia - Masculino - Masculino Quartas de final
Alison/Emanuel (BRA) x Fijalek/Prudel (POL)

15h00
Saltos ornamentais - Trampolim de 3 m - Masculino Primeira fase
Cesar Castro (BRA)

15h20
Atletismo – Eliminatórias femininas dos 200 m rasos
3ª bateria: Ana Claudia Lemos (BRA)
6ª bateria: Evelyn dos Santos (BRA)

16h00
Basquete - Espanha x Brasil - Masculino Primeira fase

17h45
Boxe - Até 75kg - Masculino Quartas de final
Esquiva Falcão (BRA) x Zoltan Harcsa (HUN)

18h00
Vôlei de praia - Masculino - Masculino Quartas de final
Ricardo/Pedro Cunha (BRA) x Brink/Reckermann (ALE)

18h00
Vôlei - Brasil x Alemanha - Masculino Primeira fase
Brasil x Alemanha


sábado, agosto 04, 2012

Agenda olímpica (domingo, 5 de agosto) - Um dia histórico para a vela e para o boxe

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A modalidade que antes do começo dos Jogos de Londres havia dado mais medalhas ao Brasil, a vela, já tem um bronze assegurado amanhã para o país. O bicampeão olímpico e detentor de quatro medalhas olímpicas, Robert Scheidt, tenta, na classe Star, em dupla com Bruno Prada, o ouro. Mas precisarão superar os britânicos Iain Percy e Andrew Simpson, que lideram a modalidade.

Na segunda posição, os brasileiros, para chegar ao topo, precisam vencer a chamada Medal Race, às 9h, última regata que tem pontuação dobrada e que não serve de descarte do pior resultado. Além disso, os britânicos não podem ficar entre os cinco primeiros. Já para assegurar a prata, resultado mais provável pelas circunstâncias, eles podem chegar até duas posições atrás do duo sueco que está em terceiro.

De qualquer forma, Scheidt irá igualar Torben Grael, também bicampeão olímpico, como o brasileiro que mais ganhou medalhas olímpicas, com cinco. Feito histórico de um ilustre torcedor do Santos.

Mas quem também já fez história, mesmo sem ter medalha por enquanto, é o boxe olímpico do Brasil. Com três pugilistas nas quartas de final, esse é o melhor desempenho de uma equipe do país nos Jogos. Mas o caminho para a medalha é difícil para lutadores. A primeira chance vem amanhã, com Robenílson de Jesus, que pega o cubano Lazaro Alvarez Estrada, que é só campeão pan-americano e mundial de boxe amador. Aliás, no Pan, Robenílson foi derrotado nas semifinais pelo rival do cubano naquela disputa pelo ouro, o mexicano Oscar Rafael Valdez, uma derrota robusta por 23 a 10 na ocasião. Se Robenílson vencer, já tem o bronze garantido (no boxe não há disputa pelo terceiro lugar). Difícil, sim, mas vale prestigiar.

Esperança com Roseli Feitosa
Os Jogos de 2012 também terão a estreia do boxe feminino como esporte olímpico e o Brasil sobe ao ringue com a medalha de bronze do Pan de 2011 e campeã mundial de 2010, Roseli Feitosa, que luta contra a chinesa Jinzi Li, ao meio-dia. Adriana Araújo, sexta colocada no último Mundial e quinta no ranking, pega a cazaque Saida Khassenova. Ex-atleta de futebol, começou a treinar boxe com Luiz Dórea, que também foi treinador de Popó. Sua luta está programada para as 11h. Já Érica Matos inicia sua trajetória olímpica antes, às 9h45, contra a equatoriana Karlha Magliocco. Ela, que chegou a Londres por um convite da IBA (Associação Internacional de Boxe Amador) ao Brasil para preencher a última vaga da categoria até 51 quilos, quer surpreender na competição. Estaremos aqui torcendo.

Pra quem quiser acordar cedo, às 7h15 o handebol feminino do Brasil decide sua colocação no disputadíssimo grupo A do handebol feminino e pode ainda terminar como líder ou como terceiro colocado.

Fora as competições que tem brasileiros, dois eventos são dignos de nota. Primeiro, a final do tênis masculino entre Roger Federer a Andy Murray. É o repeteco da mesma final de Wimbledon, também disputada na grama. O jogo é às 10h. E talvez aquele que é a grande estrela de Londres 2012, o jamaicano Usain Bolt, que pode fazer história (mais ainda?) às 17h50, na final dos 100 metros rasos. Segure a sede porque você pode perder a prova em uma golada de cerveja.

E ainda tem Brasil:

7h00 - Atletismo - Maratona feminina
Adriana Aparecida (BRA)

7h00 - Hipismo – Eliminatórias do Salto Individual e Salto por Equipe (misto)
Doda, Jose Robert Reynoso e Rodrigo Pessoa (BRA)

7h15 - Handebol - Brasil x Angola - Feminino Primeira fase

8h00 - Vela - RS:X - Masculino Primeira fase
Bimba (BRA)

8h00 - Vela - 470F - Feminino Primeira fase
Fernanda Oliveira e Ana Barbachan

8h00 - Vela - RS:X - Feminino Primeira fase
Patrícia Freitas (BRA)

9h00 - Vela - Star - Masculino Final

9h45 - Boxe - Até 51 kg - Feminino Oitavas de final
Érica Matos (BRA) x Karlha Magliocco (EQU)

11h00 - Boxe - Até 60 kg - Feminino Oitavas de final
Adriana Araújo (BRA) x Saida Khassenova (KAZ)

11h00 - Nado sincronizado - Dueto - Feminino Primeira fase
Lara Teixeira e Nayara Figueira (BRA)

12h00 - Boxe - Até 75 kg - Feminino Oitavas de final
Roseli Feitosa (BRA) x Jinzi Li (CHN)

14h00 - Vôlei de praia - Feminino - Feminino Quartas de final
Juliana/Larissa (BRA) x Goller/Ludwig (ALE)

15h00 - Atletismo - 400m com barreiras - Feminino Eliminatórias
Jailma Sales (BRA) - 5ª bateria

15h05 - Atletismo - Salto em altura - Masculino Eliminatórias
Guilherme Cobbo (BRA)

16h30 - Boxe - Até 56kg - Masculino Quartas de final
Robenílson de Jesus (BRA) x Lazaro Alvarez Estrada (CUB)

18h00 - Vôlei - Brasil x Sérvia - Feminino Primeira fase
Brasil x Sérvia

18h15 - Basquete - Reino Unido x Brasil - Feminino Primeira fase

sexta-feira, agosto 03, 2012

Agenda olímpica (sexta, 3 de agosto): Dobradinha na sexta?

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Além de significar um saboroso prato (ao menos na minha opinião) servido às terças em muitas cidades do país, o termo "dobradinha brasileira" se popularizou no esporte nacional na outrora bem quista Fórmula 1. José Carlos Pace e Emerson Fittipaldi fizeram duas delas, mas elas foram celebrizadas por Senna e Piquet, que fizeram oito. Curiosamente, a última vez que dois brasileiros ocuparam as primeiras posições de uma corrida foi com Nelson Piquet e Roberto Moreno em 1990.


Dobradinha cai bem em Londres? (A Vitrine do Sabor)
Agora, o Brasil tem novamente uma chance de fazer uma dobradinha. Obviamente que não é com o demissionário Felipe Massa e o hesitante Bruno Senna. A oportunidade acontece na final dos 50 metros livres da natação, onde Cesar Cielo, melhor tempo das semifinais, e Bruno Fratus, quarto tempo, disputam a final hoje, às 16h06. Claro que não vai ser tarefa fácil, mas se existe uma chance de dobradinha em Londres, é essa aí.

O futebol feminino do Brasil pega as japonesas, atuais campeãs mundiais, às 13h. Se as brasileiras deixaram uma má impressão no último jogo da primeira fase, quando foram derrotadas pela seleção britânica, é bem verdade que as nipônicas não fazem nenhuma campanha exuberante: empataram duas vezes, com África do Sul e Suécia, e só bateram o Canadá, na última peleja da fase inicial, por 2 a 1. 

Quem tem feito bonito, mas tem parada dura, são as meninas do handebol. Única equipe 100% no torneio feminino, elas encaram a Rússia, vice-campeã em Pequim 2008, que já foi derrotada pela Croácia. A vitória dá moral para as fases seguintes e garante um cruzamento mais fácil até, quem sabe, a disputa por medalhas (isso em tese, claro). Pra não perder, às 12h15.

Confira onde mais tem Brasil:

5h30 - Remo - Skiff simples - Masculino Final
Anderson Nocetti disputa a final D

5h30 - Vôlei feminino - Brasil x China

Judô - Acima de 78 kg - Feminino Primeira fase
6h26 - Maria Altheman (BRA) x Anne-Sophie Mondiere (FRA)

Judô - Acima de 100 kg - Masculino Primeira fase
5h58 - Rafael Silva (BRA) x Thormodur Jonsson (ISL)

Natação - 50 m livre - Feminino Eliminatórias
6h16 - Graciele Herrmann (BRA)

6h00 - Tênis de mesa - Por Equipe - Feminino Primeira rodada
Brasil x Coreia do Sul

6h25 - Atletismo - Salto triplo - Feminino Eliminatórias
Keila Costa (BRA)

6h40 - Atletismo - 100 m rasos - Feminino Eliminatórias

7h00 - Hipismo - Adestramento Individual - Misto Eliminatórias

8h00 - Atletismo - 400m rasos - Feminino Eliminatórias
Geisa Coutinho (1ª bateria)
Joelma Sousa (6ª bateria)

8h00 - Vela - Finn - Masculino Primeira fase
Jorge Zarif (BRA)

8h00 - Vela - Laser - Masculino Primeira fase
Bruno Fontes (BRA)

8h00 - Vela - Star - Masculino Primeira fase
Robert Scheidt e Bruno Prada podem garantir medalha por antecipação

8h00 - Vela - 470F - Feminino Primeira fase
Fernanda Oliveira e Ana Barbachan (BRA)

8h00 - Vela - Laser Radial - Feminino Primeira fase
Adriana Kostiw (BRA)

8h04 - Natação - Revezamento 4 x 100 medley - Masculino Eliminatórias
Cesar Cielo, Felipe Lima, Kaio Almeida, Thiago Pereira, Daniel Orzechowski e Felipe França

8h30- Levantamento de peso - Até 75 kg - Feminino Final
Jaqueline Ferreira (BRA)

Boxe - Até 52kg - Masculino Oitavas de final
9h45: Julião Henriques Neto (BRA) x Jeyvier Cintron Ocasio (PUR)

10h30 - Basquete - Brasil x Canadá - Feminino Primeira fase
10h30 - Saltos ornamentais - Trampolim de 3 m - Feminino Primeira fase
Juliana Veloso (BRA)

11h30 - Levantamento de peso - Até 75 kg - Feminino Final

12h15 - Handebol - Rússia x Brasil - Feminino Primeira fase
Rússia x Brasil

13h00 - Futebol - Brasil x Japão - Feminino Quartas de final
Brasil x Japão

13h00 - Vôlei de praia - Feminino - Feminino Oitavas de final
Maria Elisa/Talita (BRA) x Kolocova/Slukova (TCH)

15h00 - Tênis de mesa - Por Equipe - Masculino Primeira rodada
Brasil x Hong Kong

15h10 - Atletismo - Lançamento de disco - Feminino Eliminatórias
Andressa de Morais (BRA)

15h50 - Atletismo - Salto em distância - Masculino Eliminatórias
Mauro Vinicius da Silva (BRA)

16h09 - Natação - 50 m livre - Masculino Final
Cesar Cielo e Bruno Fratus (BRA)

sábado, julho 28, 2012

Agenda olímpica do domingo (29 de julho) - basquete masculino volta às Olimpíadas

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Uma das minhas maiores alegrias como torcedor de seleção veio no basquete. Quando o Brasil de Oscar e Marcel derrotou os EUA dentro de sua própria casa, nos Pan-americanos de Indianapolis, em 1987. Aquela partida, aliada à derrota norte-americana para a União Soviética nas semifinais das Olimpíadas de 1988, deu início às negociações entre a Federação estadunidense e a Fiba para a inclusão dos profissionais da NBA em torneios internacionais, o que foi aceito em 1989.
Faz tempo... Mas o Brasil voltou
Em 1992, o mesmo Brasil enfrentou os EUA. Quer dizer, o Dream Team, talvez o mais talentoso time de esporte coletivo de todos os tempos. Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird, Charles Barkley, David Robinson, Patrick Ewing, Scottie Pippen, Karl Malone... Não, era impossível vencer aquela equipe, mas o Brasil aguentou bravamente, mantendo-se à frente no placar durante o início da partida. Tudo porque tínhamos um gênio, Oscar Shmidt, o principal responsável pela queda ianque em 1987. Lembro de ver um documentário a respeito desse time, produzido nos Estados Unidos, em que “Shimdt” é tratado com reverência pelos donos da bola do basquete. Mas só havia ele àquela altura, o resto do time era sofrível.
Mesmo veterano, Oscar ainda ajudaria o Brasil a ir para os Jogos de Atlanta, em 1996. Depois disso, se aposentou. E parecia que o basquete masculino brasileiro também havia se aposentado com ele. Foram 16 anos sem participar de uma edição dos Jogos, até a equipe do argentino Ruben Magnano classificar o Brasil para as Olimpíadas de Londres. Um time que conta com jogadores da NBA, que fez frente aos poderosos norte-americanos na casa deles e que voltaram a conta com o respeito internacional.
Por isso, amanhã, espero poder voltar a vibrar com o basquete brasileiro depois de muito, muito tempo, em uma Olimpíadas. A partida contra a Austrália amanhã, às 7h15, marca esse retorno, e o que se pode esperar é um jogo digno de nota por parte da seleção. Se for possível, com um showzinho à la NBA que quem acorda cedo no domingo merece ver.

Os manos do Mano

Ah, tem futebol masculino também. Com tanto esporte nos Jogos, precisava mesmo de futebol masculino? Enfim, lá está o Brasil e o adversário é a Bielorússia, que em sua estreia venceu a Nova Zelândia por um anêmico 1 a 0. Quem tiver ânimo pra ver a seleção tentando furar a retranca europeia, o jogo é às 11h.

Mais Brasil

Vôlei de praia - Masculino - Primeira fase
7h Alison/Emanuel (BRA) x Doppler/Horst (AUT)

Tiro - Pistola de ar - Feminino Primeira fase
5h - Ana Luiza Ferrão (BRA)

Ginástica artística - individual - Feminino Primeira fase
5h30

Judô - Até 66 kg - Masculino Oitavas de final
6h40 - Leandro Cunha (BRA) x Pawel Zagrodnik

Judô - Até 52 kg - Feminino Oitavas de final
7h15 - Érika Miranda (BRA) x Kim Kyung-Ok (KOR)

Natação - 100 m costas - Feminino Eliminatórias
6h13 - Fabiola Molina (BRA)

Remo - Skiff duplo leve - Feminino Eliminatórias
6h40

Natação - 100 m costas - Masculino Eliminatórias
7h13 - Daniel Orzechowski (BRA)

Esgrima - Sabre Individual - Masculino Segunda Fase

7h50 - Renzo Agresta (BRA) x Wagner Benedikt (GER)

Ginástica - Ginástica artística - individual - Feminino Primeira fase

7h15, 10h45, 12h30 e 16h

Tênis - Simples - Masculino Primeira rodada
14h - Thomaz Bellucci (BRA) x Jo-Wilfried Tsonga (FRA)

Vela - Finn - Masculino Primeira fase
8h - Jorge Zarif (BRA)

Vela - Star - Masculino Primeira fase
8h - Robert Scheidt/Bruno Prada

Natação - Revezamento 4 x 100 m livre - Masculino Eliminatórias
08h05

Vôlei de praia - Feminino - Feminino Primeira fase
16h - Talita/Maria Elisa (BRA)x Goller/Ludwig (ALE)

Boxe - Até 60kg - Masculino Primeira fase
16h30 - Robson Conceição (BRA) x Josh Taylor (GBR)

Boxe - Até 69kg - Masculino Primeira fase
18h - Myke Carvalho (BRA) x Errol Spence (EUA)

Vôlei - Brasil x Tunísia - Masculino Primeira fase
18h - Brasil x Tunísia

Seleção feminina de futebol usa modelo 2011 da seleção masculina

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No início de 2011, a Nike vazou o que seria o novo modelo de uniforme da seleção brasileira. Entre as novidades, havia uma gola careca amarela, rompendo a tradição de gola verde, mas o que causou mais impacto foi a tarja verde no peito. Alguns mais supersticiosos, como Ziraldo, alertavam que, além da questão estética, o sinal de subtração não traria bons fluidos para o Brasil.

Uniforme masculino do Brasil (Rafael Ribeiro/CBF)
O fato é que o modelo definitivamente não agradou e no início do ano a patrocinadora da equipe lançou uma nova camisa (todo ano é lançado um novo uniforme da seleção masculina, exigência contratual). Dessa vez, sem tarja, com gola em “v” resgatando a cor verde e com uma borda grossa na manga. Para os Jogos Olímpicos, como não é permitida a presença de escudos das confederações nacionais nos uniformes, a bandeira do Brasil tomou o lugar do escudo da CBF. Mas o uniforme é praticamente o mesmo.

Foto antes de Brasil X Camarões (Ricardo Stuckert/CBF)
E não é que a camisa com tarja, o modelo ultrapassado no futebol masculino, apareceu na Inglaterra? A explicação do diretor de comunicação da Nike na América Latina, Mario Andrada, é que o contrato com a CBF determina que o uniforme da seleção feminina seja renovado a cada dois anos, enquanto a troca acontece anualmente para o time masculino. A camisa não serviu para os homens, mas continua servindo para as mulheres.

Não é nada, não é nada, a questão parece ser bem simbólica e reflete o tratamento dado pela CBF ao futebol feminino.

Londres 2012 - aproveitando o momento antes que acabe

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Quadro de medalhas dos Jogos de Londres 2012, às 14h do dia 28 de julho. Só a China na nossa frente...


PS: O Douglas no comentário abaixo registrou que o parceiro Bla Bla Gol já tinha feito a piada antes. Já pegamos o quadro de medalhas na descendente no quadro de medalhas...

sexta-feira, julho 27, 2012

Agenda olímpica do sábado (28)

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Amanhã, a segunda modalidade que mais trouxe medalhas ao Brasil em Jogos Olímpicos, 15 no total, e que conquista pódios seguidos desde 1984, faz sua estreia. Em Londres, o judô brasileiro tem representantes em todas as categorias, privlégio de quatro países só, e, dos 14 atletas, dez são cabeças de chave. A equipe contou com uma preparação especial, com R$ 5 milhões investidos e uma estrutura invejável. São 50 pessoas, entre 14 atletas olímpicos, 18 atletas de suporte e 18 da comissão técnica, que têm como meta conquistar quatro pódios, com ao menos um ouro e uma final feminina, façanha ainda inédita.
Razões para otimismo não faltam. No período entre os Jogos de Pequim e agora, os judocas do Brasil participaram de 119 campeonatos internacionais, totalizando três mil lutas, sendo 402 medalhas conquistadas (136 de ouro) nos quatro anos de ciclo olímpico. Neste sábado, Felipe Kitadai, na categoria até 60 kg, vai pegar Tumurkhuleg Davaadorj, da Mongólia, no ingrato horário das 5h58. Apesar de não ser cabeça de chave, Kitadai foi ouro nos últimos Pan-americanos, protagonizando o já célebre episódio da “calça borrada”, evento ocorrido em função de um golpe mais forte do atleta e de óbvios problemas estomacais.
judoca Sarah Menezes
A primeira medalha brasileira virá com Sarah Menezes?
Na categoria até 48 kg, Sarah Menezes, considerada pela revista Sports Illustred como a única judoca daqui favorita ao ouro, enfrenta na estreia Ngoc Tu Van, do Vietnã às 5h44. O London 2012 Preview também a colocou na lista dos atletas top 100 dos Jogos. Ela é a única brasileira bicampeã mundial sub-20 e, com apenas 22 anos, tem dois bronzes em Mundiais, em 2010 e 2011. Em 2008, perdeu na primeira luta, mas dessa vez... Portanto, se você estiver voltando da balada, ligue a TV e confira a estreia brasileira nos tatames.

As brasileiras estreiam nos esportes coletivos

Quer dizer, nem todas estreiam. A seleção feminina de futebol faz sua segunda partida, contra a Nova Zelândia, às 10h30. Promessa de nova goleada na primeira fase. Portanto, se você quiser competição mesmo, acompanhe a partida abaixo:

10h30
Handebol feminino - Croácia x Brasil - Feminino Primeira fase

A primeira partida da seleção de handebol feminino promete fortes emoções. A expectativa da ascendente equipe brasileira é fazer história como no último Mundial da modalidade, quando conseguiu sua melhor classificação, um quinto lugar. Colocação obtida contra a então campeã mundial Rússia, depois de um jogo mais que tenso contra o adversário da estreia, a Croácia, uma vitória de 32 a 31.
Na competição, são dois grupos de seis times e os quatro melhores se classificam. Obviamente, garantir uma boa colocação na primeira fase garante um caminho mais fácil no mata-mata. Por conta disso, uma vitória sobre as croatas é fundamental.

16h
Basquete feminino - Brasil x França - Feminino Primeira fase

A seleção de basquete feminino não chega com aqueeela moral nas Olimpíadas. E o corte de Iziane não contribuiu muito pra moral brasileira se elevar. Mesmo assim, a aposta é que o grupo possa se unir e crescer dentro do torneio. Para isso, a vitória contra a França é fundamental. O Brasil tem até uma posição melhor no ranking da Fiba que as rivas (6º X 8º), mas num amistoso recente em Lille a vitória foi das donas de casa, 67 a 57. Fugir da quarta posição do grupo para não cair diante dos EUA na próxima fase é prioridade.

18h
Vôlei feminino - Brasil x Turquia - Feminino Primeira fase

As atuais campeãs olímpicas encaram uma seleção que participa pela primeira vez das Olimpíadas. Mas as turcas vem em uma ascendente: foram as terceiras no Grand Prix de 2012 e bronze no campeonato europeu do ano passado. Parada dura.

Mais Brasil:

Tênis de mesa - Individual - Feminino Rodada Preliminar

5h - Ligia Silva (BRA) x Anolyn Lulu (VAN)
5h45 - Caroline Kumahara (BRA) x Farah Hassan (DJI)

Ciclismo - Estrada - Masculino Final
6h

Hipismo - CCE Individual - Misto Eliminatórias

6h08 - Serguei Fofanoff (BRA)

8h46 - Marcelo Tosi (BRA)

9h26 - Marcio Jorge (BRA)

12h04 - Ruy Fonseca (BRA)

Hipismo - CCE por equipes - Misto Eliminatórias
6h

Natação - 400 m medley - Masculino Primeira fase

6h13 - Thiago Pereira (BRA)

Natação - 100 m borboleta - Feminino Primeira fase

6h48 - Daynara de Paula (BRA)

Natação - 400 m medley - Feminino Primeira fase

7h44 - Joanna Maranhão (BRA)

Natação - 100 m peito - Masculino Primeira fase

8h04 - Felipe França (BRA)

8h07 - Felipe Lima (BRA)

Tênis - Duplas - Masculino Primeira rodada

13h30 - Mike Bryan/Bob Bryan (EUA) x Thomaz Bellucci/André Sá (BRA)

15h30 - John Isner/Andy Roddick (EUA) x Bruno Soares/Marcelo Melo (BRA)

Remo - Skiff simples - Masculino Primeira fase

8h50 - Anderson Nocetti (BRA)

Remo - Skiff simples - Feminino Primeira fase

9h30 - Kissya Cataldo (BRA)

Boxe - Até 56kg - Masculino Primeira fase

10h - Robenilson de Jesus (BRA) x Orzubek Shayimov (UZB)

Vôlei de praia - Feminino - Feminino Primeira fase

13h30 - Juliana/Larissa (BRA) x Rigobert/Li Yuk (IMR)

Ginástica - Ginástica artística - individual - Masculino Primeira fase

11h30 - Diego Hypolito, Arthur Zanetti e Sergio Sasaki (BRA)

Tênis de mesa - Individual - Masculino Primeira rodada

12h - Gustavo Tsuboi (BRA) x Soumyajit Ghosh (IND)

Tênis de mesa - Individual - Masculino Primeira fase

15h - Hugo Hoyama (BRA) x Wang Zengyi (POL)

Vôlei de praia - Masculino - Masculino Primeira fase

16h - Ricardo/Pedro Cunha (BRA) x Skarlund/Spinnangr (NOR)

Momento Manguaça: Mr. Bean na cerimônia de abertura de Londres 2012

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quarta-feira, julho 25, 2012

A primeira lambança olímpica

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E surgiu a primeira gafe dos Jogos Olímpicos de Londres. E não foi das pequenas. Antes da partida entre as seleções femininas de futebol da Coreia do Norte e da Colômbia, a organização hasteou a bandeira da Coreia do Sul, além de apresentar as atletas da seleção norte-coreana no telão do estádio com a insígnia do país vizinho.
O erro quase custou a partida. A seleção da Coreia do Norte só entrou em campo, uma hora além do previsto, depois de os organizadores pedirem desculpas pelo equívoco. Mesmo assim, as asiáticas venceram a peleja por 2 a 0.
Bandeiras bem diferentes, não?
Mas o Trivela lembrou que o “estranhamento” entre Grã-Bretanha e os norte-coreanos é antigo. Como os britânicos não reconheciam a independência do país asiático, o governo local não queria permitir que a sua bandeira fosse hasteada na Copa do Mundo de 1966. E, ainda conta o Trivela, documentos divulgados recentemente pelo arquivo nacional mostram que chegou-se a cogitar que os vistos de entrada para os jogadores norte-coreanos fossem negados.
Como questionaria uma candidata à prefeitura, coincidência ou sabotagem?

*****

E quem ficou feliz com o primeiro dia do futebol feminino nas Olimpíadas foi a Record. A audiência no horário do jogo do Brasil foi mais que o dobro em relação ao índice do dia anterior. De acordo com os números prévios do Ibope, a transmissão marcou 7,4 pontos na Grande São Paulo (ontem, a emissora marcou no mesmo horário 3,4). Levando-se em conta que sequer houve o início oficial dos Jogos, a vice-liderança da Record hoje deve se tornar liderança em muitos horários até o fim das Olimpíadas...

Olimpiadas 2012: As mina pira e goleia

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Marta, Cristiane e cia. destruíram Camarões e dançaram em cima (Foto: Reuters)

O Brasil começou com o pé direito nas Olimpíadas, com direito a goleada. O primeiro dos cinco gols da seleção feminina de futebol foi marcado por Francielle, de falta, logo aos 6 minutos de jogo. Aos 10, Renata Costa ampliou de cabeça e praticamente definiu a partida.
O resto do primeiro tempo foi mais devagar, ainda que a superioridade brasileira continuasse.
O terceiro foi de Marta, cobrando pênalti sofrido por ela mesma. Pouco depois, a ex-melhor do mundo deu um passe perfeito para Cristiane driblar a goleira e marcar e se tornar a maior goleadora da história do futebol feminino em Olimpíadas, com 11 gols. O posicionamento e timing da atacante para sair na frente das zagueiras e evitar o impedimento é coisa que eu não via faz um bom tempo.
Cristiane quase marcou outro golaço: passou pela zaga inteira, com direito a drible da vaca, passou pela goleira e bateu. O chute tinha endereço, mas foi cortado por uma zagueira camaronesa. A bola, no entanto, sobrou para Marta, sozinha no meio da área, só empurrar, fazendo a pobre zagueira tão bem posicionada ficar bastante decepcionada com suas colegas de time.
Camarões se mostrou um time claramente inferior tecnicamente. Mas foi uma baita sacolada.